Sinais visíveis de transtornos psicológicos: como identificar e lidar com estes pacientes?
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- Cristiana Azeredo Caetano
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1 Sinais visíveis de transtornos psicológicos: como identificar e lidar com estes pacientes? Sávia M. Emrich Pinto Psicóloga Serviço de Radioterapia
2 Sinais visíveis de transtornos psicológicos: como identificar e lidar com estes pacientes? Quem são? O que o diagnóstico de câncer pode produzir na vida de UM sujeito?
3 Oncologia e a morte Diagnóstico: fragilidade do corpo e a finitude. Nem o Sol nem a Morte podem ser olhados de frente. La Rochefoucault Negar, silenciar, eliminar da vida a possibilidade de morte. Medo da morte: autopreservação, porém minimamente suprimido para amenizar a angústia.
4 Oncologia e a morte Civilização: conforto - vida longa e morte adiada. Transportar a morte para a velhice: forma de mantê-la distante! Doença como destruição destas crenças.
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6 Sinais visíveis de transtornos psicológicos Transtornos: nosologia psiquiátrica. Medicina moderna - clínica do olhar: patologias orgânicas catalogadas em grupo de sintomas estáveis - transtornos. Psicologia clínica da escuta: sinais de sofrimento nem sempre são visíveis! Audição musical.
7 Sinais visíveis de transtornos psicológicos Medicina: sistema de chave fixa - relação de estabilidade entre um determinado sintoma e uma doença específica. Psicologia: objeto de estudo é a relação desse sujeito com o mundo e o significado que ele pode dar ao que lhe ocorreu a partir de sua própria história. Sinais visíveis podem ser insuficientes!
8 Sinais (in)visíveis de transtornos psicológicos Não necessariamente patologia corresponde a sofrimento ou sofrimento a patologia. Pode haver ganho com o adoecer. Não é porque há sofrimento que isto necessariamente implicará em uma relação patológica com as pessoas. Adoecimento como acostamento.
9 Singularidade da experiência Cada paciente irá elaborar e manifestar esta situação a sua maneira: história pessoal, preocupações e dificuldades anteriores à doença, forma de se relacionar com as pessoas, como lida com o desconhecido e com os limites, etc. Reações diversas: tristeza, passividade, raiva, otimismo, agitação, serenidade, desespero, esperança, etc. Não há um jeito CERTO de sofrer: há o melhor que cada um pode fazer!
10 Como ajudar o paciente? RESPEITO ESCUTA ACOLHIMENTO
11 RESPEITO A explicação da dor do outro é o início de toda imoralidade. Lévinas, 2004 A nossa dor nunca é igual a do outro. Dor não se compara. Só podemos imaginar a dor do outro, mesmo que tenhamos enfrentado algo parecido. Impossível considerar uma reação padrão e esperada!
12 RESPEITO História cheia de significados que não se medem e não se comparam. Respeito: resistir à tentação de julgar! Compreender o sofrimento e respeitar o tempo, espaço e os limites do paciente.
13 ESCUTA Estar atento ao que o paciente necessita. Nem sempre o que julgamos importante é o fundamental para o paciente ser humano é singular e imprevisível! Bom ouvinte: disponibilidade para ouvir o que o paciente tem a dizer. Buscar respostas junto a outros membros da equipe. Contar com a especificidade de cada profissional para oferecer uma assistência integral ao paciente.
14 ACOLHIMENTO Acolher é receber com disponibilidade, atender com carinho, amparar, acalmar.
15 ACOLHIMENTO Nossa fala não pode ser vazia e automática! Somos referência de cuidados e segurança para o paciente. Cuidado com os encorajamentos: Tudo vai dar certo! ou Não precisa chorar!, etc. Dor precisa ser exterminada? É inevitável! Não sabemos se tudo dará certo. Mentira = desconfiança, insegurança. Cuidar do outro é cuidar do que falamos: a nossa fala pode apostar na vida da qual a morte faz parte.
16 Cuidar do paciente Qualidade do cuidado presente em todos os pequenos detalhes: O diferencial é a presença de alguém que o reconheça, que o escute, que o acolha. Albino, 2009 Equipe diante do adoecer, da finitude da vida, da impotência, do sofrimento. Desgastante rotina hospitalar.
17 Cuidar do paciente Ansiedade: desejo de ajudar e eliminar a impotência despertada pelo adoecimento e possibilidade de morte. No hospital a dor está presente. Por este motivo, é compreensível que o paciente não esteja bem. Nosso desafio: suportar a frustração e a impotência.
18 Cuidar-se como profissional Espaços de fala: expressão dos sentimentos. Percepção de que o sofrimento é compartilhado por todos da equipe. Descobertas de saídas diferentes e criativas! Lembrar que não estamos sozinhos quando trabalhamos em equipe.
19 Cuidar-se como profissional Estar junto: reconhecer a função e a competência de cada especialidade no desempenho da tarefa de cuidar. Situações extremas: limite do saber de cada um. Resgatar os papéis, aproxima e revela as possibilidades da equipe. Construção de espaços de realização.
20 Cuidar-se como profissional Equilíbrio entre tensão e relaxamento: trabalho e vida pessoal. Buscar mecanismos de compensação para o estresse. Momentos de prazer sempre presentes! Fazer uso da riqueza e complexidade do trabalho para uma revisão de valores.
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22 ... cuidar-se é muito mais do que obrigação, é um compromisso ético. Moura, 2003
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