DIAGNÓSTICO, AUTISMO E REPARAÇÃO. Do luto à ressignificação de um filho
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- Mirela Corte-Real Lencastre
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1 DIAGNÓSTICO, AUTISMO E REPARAÇÃO Do luto à ressignificação de um filho
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3 Vamos falar de Luto?
4 JOHN BOWLBY -John Bowlby, nasceu em 26 de fevereiro de 1907, em Londres; - Buscou compreender como formamos e rompemos laços afetivos; - Apego, Perda, Separação, em 3 volumes
5 Apego: Como nos vinculamos Vínculo necessidade básica Envolvimento Emocional
6 O que é Luto?
7 Para Bowlby: Pesar: aflição experimentada pela pessoa que perde um ente significativo, sequência de estados subjetivos que acompanham o enlutado. Luto: Trabalho psíquico de elaboração da perda. Pesar e luto faces da mesma moeda.
8 Luto: processo psíquico de elaboração de uma perda a partir de um rompimento de vínculo significativo. Mundo Presumido, Morte e Luto Perdas significativas rompem com o nosso mundo presumido e nos tiram a sensação de controle e segurança sobre a vida. Luto como processo de construção de significado: busca para dar sentido ao ocorrido, contribuindo para a retomada do controle e senso de segurança.
9 [...] a dor do luto é tanto parte da vida quanto a alegria de viver; é talvez, o preço que pagamos pelo amor, o preço do compromisso. (PARKES, 1998, p. 22)
10 Modelo de mundo interno ou mundo presumido: concepções e valores que temos a respeito do mundo e do que envolve ele, que influencia a maneira como pensamos e nos comportamos Perdas significativas rompem com o nosso mundo presumido e nos tiram a sensação de controle e segurança sobre a vida Luto como processo de construção de significado: busca para dar sentido ao ocorrido, contribuindo para a retomada do controle e senso de segurança Singularidade dos significados construídos
11 Toda perda traz consigo perdas secundárias, o que muitas vezes potencializa vulnerabilidades De uma maneira geral, a falta de informação é um vilão no processo de elaboração do luto Lacunas podem ser promovedoras de espaço para fantasias A informação auxilia na construção de significados
12 Dimensões do luto Dimensão cognitiva: Dificuldade de concentação e memória; alucinação; desorientação; negação; confusão mental; desorganização Dimensão emocional: choque; entorpecimento; choro; tristeza; culpa; saudade; hostilidade; desamparo; ansiedade; medo; irritabilidade; alívio; solidão Dimensão física: Alteração no apetite e peso; alteração no sono; palpitação cardíaca; exaustão; boca seca; falta de ar; alteração na libido; alteração no sistema imunológico, metabolismo
13 Dimensões do luto Dimensão espiritual: os significados que podem ser atribuídos; questionamento de valores; modificação nas crenças e na fé; hostilidade com Deus Dimensão social: Isolamento; perda de interesse nas pessoas e nas coisas; dificuldade em se relacionar; afastamento Dimensão comportamental: Hiperatividade ou apatia para a vida; aumento ou início de consumo de drogas, álcool, fumo, ficar aéreo, reproduzir comportamentos da pessoa perdida, tentar reavê-la. Necessidade de reavaliação do mundo presumido
14 SISTEMA FAMILIAR ENTENDIDO COMO UM GRUPO DE PESSOAS COM UMA DINÂMICA RELACIONAL, ORGANIZADA EM TORNO DE SIGNIFICADOS COMPARTILHADOS, NOS QUAIS RESIDEM OS PROBLEMAS (Guimarães, 2016)
15 O diagnóstico vai repercutir em toda a família, pois todos os membros são interdependentes. Os membros familiares não se adaptam da mesma forma à situação. Isto depende do estágio de vida em que se encontram.
16 Tendência centrípeta: Tendência centrífuga: Reação da família ao diagnóstico e ao tratamento Extrema coesão interna, toda família gira ao redor do paciente identificado. Condutas evitativas; apenas 1 membro se dedica
17 Mudanças nas relações familiares Perdas: da saúde, da impossibilidade de realizar suas metas e objetivos na vida, redução da renda e o encurtamento da vida. Tempo de reavaliação da adequação da estrutura de vida familiar anterior ao diagnóstico em face das novas exigências relacionadas Reajuste emocional, profissional, conjugal, familiar e social.
18 Mudança nas relações familiares Busca de estratégias para enfrentar o problema, alteração de atitudes e comportamentos, adaptação a essas mudanças. É necessária uma adaptação para incluir o filho em posição saudável no sistema.
19 Há que se ter mais do que coragem para morrer. Não esta morte que todos sabemos que nos visitará um dia. Mas a outra- ou outras. Alguns podem chamar de mudança de ciclo, abertura para o novo, metamorfose. (...) O exercício de deixar de ser. O desamparo de não se encontrar num espelho que já não reflete imagens datadas. Há que se ter mais do que disponibilidade para renascer. Não é um puro capricho da vontade, mas uma urgência da alma. (...) Quando renascemos, estamos deixando de ser para lançarmo-nos a um porvir que é incógnito, assombroso, e por isto mesmo, inebriante. Alexandre Coimbra Amaral
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