TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRÁTICA REGISTRADO(A) SOB N *03483146* Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento n 0389424-68.2009.8.26.0000, da Comarca de Assis, em que é agravante LAURO sendo agravado MINISTÉRIO PUBLICO. SPERA ACORDAM, em 4 a Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO. V. U.", de conformidade com o voto do(a) Relator(a), que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Desembargadores RUI STOCO (Presidente) e RICARDO FEITOSA. São Paulo, 28 de março de 2011. FERREIRA RODRIGUES RELATOR
Voto n 17.293 Agravo de instrumento n 0389424-68.2009.8.26.0000(994.09.389424-0) Agravante: Lauro Spera Agravado: Ministério Público Agravo de instrumento - Fraude à execução - Doação de bens imóveis pelo agravante quando já existente em andamento ação civil pública - Não localização de outros bens disponíveis execução - para penhora na Caracterização da fraude - Inteligência dos arts. 593, II, e 750,1, do CPC - Recurso desprovido. Trata-se de agravo de instrumento interposto por Lauro Spera contra a decisão que, em ação civil pública por
improbidade administrativa em fase de execução movida pelo Ministério Público, reconheceu a fraude de execução e declarou ineficazes as doações dos imóveis descritos e pormenorizados nas Matrículas 504, 505, 681 e 869 de lavra do Cartório de Registro de Imóveis do Município de Anaurilândia/MS. Sustenta, em resumo, que à época da doação dos referidos imóveis ainda não havia execução em andamento e, por fim, que o Ministério Público não provou estar o executado, ora agravante, em estado de insolvência à época das doações. Tudo como segue às fls. 2/12. Recurso processado sem efeito suspensivo (fls. 95 e verso). Contrarrazões às fls. 105/111. Parecer da Procuradoria Geral de Justiça às fls. 129/134 opinando pelo desprovimento do recurso. É o relatório. Em que pese o argumentado pelo agravante às fls. 2/12, não vislumbro, reportando-me ao despacho de fls. 95 e verso, desacerto na decisão agravada de fls. 42/47, que deve ser mantida pelos seus próprios fundamentos. ^Í2 - i Agravo de instrumeltoií' 038^42^é8^009.8.26.0000(994.09.389424-0) 2
A despeito de não haver aqui cópia da petição inicial, infere-se da decisão agravada que a ação civil pública por improbidade administrativa foi ajuizada pelo Ministério Público em face do ora agravante em 1.998, enquanto a mencionada doação deu-se em meados de 2.001 (fls. 114/121). Já corria, portanto, demanda capaz de reduzi-lo à insolvência quando do ato de transmissão das propriedades. E não há argumentar com a necessidade de preexistência de ação de execução. A mera existência de uma ação de conhecimento já é suficiente à caracterização da fraude de execução (art. 593, II, CPC), na esteira do sustentado pela Procuradoria de Justiça no parecer de fls. 129/134 com base na lição de Araken de Assis reproduzida no item 3 de fls. 131/132. Descabido o argumento com o fato de não ter o Ministério Público promovido a insolvência do agravante com a doação dos referidos bens. Nas circunstâncias descritas, não encontrados outros bens disponíveis para penhora em nome do executado agravante, resta presumida a insolvência (art. 750,1, do CPC) e seguramente configurada a fraude à execução. ^^J^^X Agravo de mstrumeíwn 0 03^942^68.2009.8.26.0000(994.09.389424-0) 3
Ante o exposto, acolhendo integralmente o parecer da douta Procuradoria Geral de Justiça (fls. 129/134), subscrita pelo dr. Carlos Alberto de Salles, nego provimento ao recurso. FERR Agravo de instrumento n 0389424-68.2009.8.26.0000(994.09.389424-0) 4