PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

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1 c PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO T_22 ACÓRDÃO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRÁTICA REGISTRADO(A) SOB N - iiim... mu mu.,.,,, mu mi,., * * Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento n , da Comarca de São Paulo, em que são agravantes MAURECY FERREIRA DA ROSA MENNA BARRETO BARRETO DE BARROS FALCÃO JUÍZO. (INVENT ARI ANTE) e CYRO MENNA (ESPÓLIO) sendo agravado O ACORDAM, em 4 a Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "DERAM PROVIMENTO AO RECURSO. V. U. FARÁ DECLARAÇÃO DE VOTO O 3 JUIZ.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Desembargadores TEIXEIRA LEITE (Presidente sem voto), FRANCISCO LOUREIRO E ENIO ZULIANI. São Paulo, 28 de outubro de / / < FRANCISCO LOUREIRO RELATOR DESIGNADO

2 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Agravo de Instrumento Comarca: SÃO PAULO Agte: MAURECY FERREIRA DA ROSA MENNA BARRETO Agdo: O JUÍZO Voton Arrolamento - Exigência do recolhimento do imposto de transmissão "inter vivos" - Desacerto - Renúncia dos filhos herdeiros em favor do monte, e não em benefício de qualquer herdeiro - Atribuição aos netos, por cabeça Recurso provido Trata-se de agravo de instrumento interposto por MAURECY FERREIRA DA ROSA MENNA BARRETO, inventariante, nos autos do arrolamento dos bens deixados por Cyro Menna Barreto de Barros Falcão, contra a r. decisão que entendeu ser correta a exigência da Contadoria no sentido de ser devido o recolhimento do imposto de transmissão "inter vivos", determinando assim as providências para o prosseguimento do cálculo do imposto. Insurge-se a Agravante sustentando, em síntese, que: a) houve renúncia pura e simples de ambos os herdeiros, filhos do falecido, em favor do monte e que, diante da inexistência de Agravo de Instrumento n SÃO PAULO - Voto n a F - fl. 1

3 -5, PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO outros herdeiros da mesma classe, habilitaram-se à herança os netos do falecido, nos termos do que dispõe o art do Código Civil; b) embora essa tenha sido a vontade dos renunciantes, conforme restou expressamente demonstrado nas várias petições apresentadas, o cartório acabou por redigir de forma equívoca o Termo de Renúncia, no qual consta que a renúncia era em favor dos filhos dos renunciantes, notando-se que o referido termo foi assinado diretamente pelos renunciantes, que não são advogados e acreditaram que Termo de Renúncia tido sido redigido corretamente e; c) o entendimento da doutrina e da mansa jurisprudência é no sentido de que a renúncia gera efeitos "ex tunc", voltando os bens rejeitados ao monte mor no momento da abertura da sucessão e, portanto, não geram qualquer ônus e nem a incidência do imposto de transmissão. Foi deferida a liminar (fls. 256/257). pelo desprovimento do recurso (fls. 268/269). A douta Procuradoria Geral de Justiça opinou É o relatório. 1. Com a devida licença do Eminente Desembargador Relator, que merece todo o meu respeito, discordei do seu posicionamento original, posteriormente revisto, para dar provimento ao recurso. Os agravantes se encontram cobertos de razão, e o recurso comporta inteiro provimento. 2. O autor da herança deixou viúva e dois filhos. Agravo de Instrumento n a SÃO PAULO - Voto n a F - fl. 2

4 t PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Estes renunciaram à herança que, corretamente, foi atribuída aos netos, por cabeça. Os requerimentos dos herdeiros filhos não deixam margem a qualquer dúvida: a renúncia era a favor do monte, e não em benefício de qualquer herdeiro. O termo de renúncia é que saiu em descompasso com o requerimento dos herdeiros, dele constando que a renúncia se dava em favor dos netos do autor da herança. 3. Ainda que assim não fosse, se aplica ao caso a regra do art , par. 2 o. do novo Código Civil, que soa: "Não importa igualmente aceitação a cessão gratuita, pura e simples, aos demais co-herdeiros". A razão de ser da norma é evidente. Se a cessão gratuita beneficia os mesmos herdeiros que se beneficiariam da renúncia, em termos práticos não há aceitação. No dizer de Mauro Antonini, ao comentar o dispositivo, "a razão disso, é que tal cessão eqüivale à renúncia da herança" (Código Civil Comentado, diversos autores coordenados pelo min. César Peluso, p ). Em poucas palavras, é rigorosamente irrelevante se do termo de renúncia constou indevidamente que os beneficiários eram os netos. Isso porque se todos os filhos renunciaram, a herança seria naturalmente devolvida aos herdeiros ^a mesma classe Agravo de Instrumento n s SÃO PAULO - Voto n e F - fl. 3

5 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO (descendente) e grau subseqüente, que a recolhem por direito próprio e por cabeça. Em suma, pelo meu voto, dou inteiro provimento ao recurso. FRANCISCO LOUREIRO Relator designado Agravo de Instrumento n a SÃO PAULO - Voto n a F - fl. 4

6 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO VOTO N AGRAVO DE INSTRUMENTO N COMARCA: SÃO PAULO AGRAVANTE[S]: MAURECY FERREIRA DA ROSA MENNA BARRETO E OUTRO AGRAVADO[S]: O JUÍZO MM. JUIZ PROLATOR: DR. LUÍS AUGUSTO DE SAMPAIO ARRUDA DECLARAÇÃO DE VOTO Dou provimento, conforme precedente jurisprudencial do E. STJ [REsp 36076/MG (1993/ ), Ministro GARCIA VIEIRA, DJ de 29/03/1999]: "RENUNCIA À HERANÇA - INEXISTÊNCIA DE DOAÇÃO OU ALIENAÇÃO - ITBI - FATO GERADOR - AUSÊNCIA DE IMPLEMENTO. A renuncia de todos os herdeiros da mesma classe, em favor do monte, não impede seus filhos de sucederem por direito próprio ou por cabeça. Homologada a renuncia, a herança não passa à viúva, e sim aos herdeiros remanescentes. Esta renúncia não configura doação ou alienação à viúva, não caracterizando o fato gerador do ITBI, que é a transmissão da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis. Recurso provido." ENIO SANTARELLI ZULIANI