QUANDO O TRABALHO ADOECE E O ENFRENTAMENTO DAS CONVENÇÕES NA OIT ADRIANA DANIELA JULIO E OLIVEIRA

QUANDO O TRABALHO ADOECE E O ENFRENTAMENTO DAS CONVENÇÕES NA OIT ADRIANA DANIELA JULIO E OLIVEIRA

FORDISMO E TAYLORISMO: maximização da produção e do lucro

DOS RISCOS PSISCOSSOAIS DO TRABALHO: A OIT DEFINIU EM 1986 RISCO PISICOSSOCIAL EM TERMOS DA INTERAÇÃO ENTRE CONTEÚDO DE TRABALHO, ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO E GERENCIAMENTO, E OUTRAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS E ORGANIZACIONAIS, POR UM LADO, E COMPETÊNCIAS E NECESSIDADES DOS EMPREGADOS DE OUTRO. PARA A OIT, OS FATORES PSICOSSOCIAIS DO TRABALHO COMPREENDEM OS ASPECTOS DO TRABALHO EM SI E DO AMBIENTE, TAIS COMO: O CLIMA OU A CULTURA DA ORGANIZAÇÃO; AS FUNÇÕES LABORAIS; AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS DO TRABALHO; A FORMA E O CONTEÚDO DAS TAREFAS (VARIEDADE, ALCANCE, CARÁTER REPETITIVO, SIGNIFICADO (SALTER 1998). ALÉM DISSO, COMPREENDEM TAMBÉM O AMBIENE EXTERNO À ORGANIZAÇÃO (e. g. SITUAÇÕES DOMÉTICAS) E OS ASPECTOS DO INDIVÍDUO ( e. g., PERSONALIDADE E ATITUDES)

CHISTOPHIE DEJOURS: A LOUCURA DO TRABALHO (1992) DEMONSTRA COMO OS TRABALHADORES DAS FÁBRICAS QUE ESTAVAM SUBMETIDOS AOS MÉTODOS DO TAYLORISMO ADOECIAM DEVIDO À TAREFA REPETITIVA E AOS RITMOS A QUE ERAM SUBMETIDOS. DEMONSTRA TAMBÉM, QUE OUTRAS QUESTÕES COMO ALIENAÇÃO E A MONOTONIA, CONTRIBUÍRAM PARA O SOFRIMENTO PSÍQUICO. PROPOSTA: NOVA PESPECTIVA DENOMINADA PSICODINÂMICA DO TRABALHO. OBJETIVO CENTRAL: COMPREENDER OS PROCESSOS INTERSUBJETIVOS E INTERATIVOS QUE SE DESENVOLVEM NOS LOCAIS DE TRABALHO. O FOCO SAI DA DOENÇA E PASSA A SER NÃO APENAS A DINÂMICA DO TRABALHO COMO PRODUTOR DE SOFRIMENTO E ADOECIMENTO, MAS TAMBÉM DE SAÚDE E PRAZER. O DIFERENCIAL SE ENCONTRA NA PROPOSIÇÃO DE UM MÉTODO, DE PESQUISA- INTERVENÇÃO FOCANA NA ESCUTA DOS COLETIVOS, BUSCANDO COMPREENDER AS ESTRATÉGIAS DE RESISTÊNCIA UTILIZADAS PEOS SUJEITOS PARA LIDARES COM AS SITUAÇÕES DO COTIDIANO DAS ATIVIDADES.

LE GUILLANT (2006) TORNOU-SE CONHECIDO NA ÁREA APÓS REALIZAR PESQUISA COM AS TELEFONISTAS DAS CENTRAIS TELEFÔNICAS DE PARIS E CONCLUIR QUE A FORMA DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NESSA ATIVIDADE É A CAUSA DO ADOECIMENTO DENOMINADO SÍNDROME GERAL DA FADIGA NERVOSA. SEGUNDO O AUTOR, AS OPERADORAS SOFREM POR TRABALHAR COMO ROBÔS, POR EXECUTAREM UM TRABALHO MECÂNICO, POR ESTAREM IMPEDIDAS DE TOMAR INICIATIVAS OU DE ORGANIZAR ELAS MESMAS O SEU TRABALHO, ALÉM DE NÃO FAZEREM NENHUMA CONTRIBUIÇÃO PESSOAL PARA A SUA ATIVIDADE

PARA NIOSH, 1998: OS FATORES DE RISCOS PSICOSSOAIS NO TRABALHO PODEM TAMBÉM SER DEFINIDOS COMO AQUELAS CARACTERÍSTICAS DO TRABALHO QUE FUNCIONAL COMO ESTRESSORES, OU SEJA IMPLICAM EM GRANDE EXIGÊNCIAS NO TRABALHO, COMBINADAS COM RECURSOS INSUFICIENTES PARA O ENFRENTAMENTO DAS MESMAS. ASPECTOS SUBJETIVOS/ASPECTOS OBJETIVOS

CONSEQUÊNCIAS: DANOS PSICOLÓGICOS: DIMINUIÇÃO DA MOTIVAÇÃO PARA O TRABALHO IRRITABILIDADE ESTRESSE BORNOUT

CONSEQUÊNCIAS NEGATIVAS NAS ORGANIZAÇÕES: DIMINUIÇÃO DO RENDIMENTO ABSENTEÍSMO /PRESENTEÍSMO ACIDENTES DO TRABALHO ROTATIVIDADE AUMENTO DE CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS DETERIORIZAÇÃO DA IMAGEM INSTITUCIONAL MAL AMBIENTE PSICOLÓGICO NOS LOCAIS DE TRABALHO AUMENTO DE SITUAÇÕES DE CONFLITO

EXEMPLOS DE RISCOS PSICOSSOIAIS: O CONTÚDO DO TRABALHO: A falta de variedade ou ciclos de trabalho curtos, trabalho fragmentado ou sem sentido, baixo uso de habilidades, elevada incerteza; CARGA DE TRABALHO E RITMO DE TRABALHO: Sobrecarga de trabalho sob carga, ritmo de máquina, altos níveis de pressão de tempo, continuamente sujeitos a prazos; AGENDA DE TRABALHO: Turno de trabalho, trabalho noturno, horários de trabalho inflexíveis, horas imprevisíveis, longas horas ou horas que não permitem socialização; CONTROLE: Baixa participação na tomada de decisões, falta de controle, sobrecarga de trabalho, ritmo, turno de trabalho AMBIENTE E EQUIPAMENTO: Disponibilidade de equipamento inadequado, adequação ao equipamento ou manutenção, condições ambientais sem estrutura, tais como a falta de espaço, falta de iluminação, excesso de ruído

CULTURA E FUNÇÃO ORGANIZACIONAL: Uma comunicação deficiente, baixos níveis de suporte para a solução de problemas e desenvolvimento pessoal, a falta de definição de, ou, acordo sobre objetivos organizacionais; RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO TRABALHO: Isolamento social ou físico, pobre relação com os superiores, conflito interpessoal, falta de apoio social; PAPEL NA ORGANIZAÇÃO: Ambiguidade de papel, conflito de papéis e responsabilidade para as pessoas; DESENVOLIVMENTO DA CARREIRA: Estagnação na carreira e incerteza, sob a promoção ou sobre a promoção, salários baixos, insegurança no trabalho, baixo valor social do trabalho; INTERFACE DO TRABALHO DOMÉSTICO: Demandas conflitantes entre o trabalho e lar, baixo apoio em casa, duplos problemas de carreira. Fatores Psicossocias de Risco no Trabalho Fonte: Adaptado de Leka, Griffiths e Cox (2003 apud GUIMARÃES 2006)

ASPECTOS OU FATORES PSICOSSOCIAIS NO TRABALHO: PODEM SER CONSIDERADOS TÃO OU MAIS IMPORTANTES QUE OS DEMAIS (CARACTERÍSTICAS DOS POSTOS DE TRABALHO, AMBIENTES, MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS) ISOLADAMENTE OU A ESTES ASSOCIADOS, EM SEU AGRAVO À SAÚDE E AO BEM ESTAR. É IMPORTANTE FRISAR QUE AS CARACTERÍSTICAS DO AMBIENE PSICOSSOCIAL DO TRABALHO SÃO MAIS DE ORDEM ESTRUTURAL DO QUE INDIVIDUAL.

RISCOS PSICOSSOCIAIS E ESTRESSE RELACIONADO AO TRABALHO CAMINHAM EM PARALELO MAS, O QUE É O ESTRESSE (WORK STRESS)? OS TRABALHADORES SOFREM DE ESTRESSE QUANDO AS EXIGÊNCIAS INERENTES À FUNÇÃO EXCEDEM A SUA CAPACIDADE DE LHES DAR RESPOSTA. ALÉM DOS PROBLEMAS DE SAÚDE MENTAL, OS TRABALHADORES AFETADOS POR ESTRESSE PROLONGADO PODEM ACABAR POR DESENVOLVER GRAVEZ PROBLEMAS DE SAÚDE FÍSICA, COMO DOENÇAS CARDIVASCULARES OU LESÕES MÚSCULO- ESQUELÉTICAS.

OS FATORES PSICOSSOAIS AFETAM O COMPORTAMENTO DE DISTINTAS MANEIRAS: 1) PESSOAIS FRUSTRADAS OU IRRITADAS SÃO MUITO MAIS PASSIVEIS DE USAR UMA GRANDE FORÇA MECÂNICA DESNECESSÁRIA AO EXECUTAR UMA TAREFA, AO INVÉS DE TRABALHAR PACIENTEMENTE DE UMA MANEIRA MECANICAMENTE MAIS FÁCIL NA EXECUÇÃO DAS TAREFAS; 2) PESSOAIS MAIS CONTROLADAS PODEM UTILIZAR O ESFORÇO INTELECTUAL PARA ENCONTRAR FORMAS MAIS FÁCEIS DE EXECUTAR AS TAREFAS. EM TAREFAS REPETITIVAS, A DIFERENÇA PODE SER O DESENVOLVIMENTO DE UM FATOR DE RISCO PSICOSSOAL NO TRABALHO ENTRE AQUELES QUE FAZEM UMA ANÁLISE NO MOMENTO PARA DESENVOLVER MANEIRAS ERGONÔMICAS CORRETAS DE EXECUTAR A TAREFA E AQUELAS QUE NÃO 3) NOVAS HABILIDADES OU PARTICIPAÇÃO DE DECISÕES DA ORGANIZAÇÃO PODEM SER FATORES ESPECÍFICOS DE RISCO PSICOSSOCIAL QUE INCLUEM AS DIMENSÕES DE CONTROLE NO TRABALHO; 4) AMBIENTE DE SOBRECARGA DE TRABALHO, AMBIENTE E DEMANDAS CONFLITIVAS SÃO FATORES DE RISCO ESPECÍFICOS

PROBLEMAS DE SAÚDE MENTAL E OUTROS DISTÚRBIOS RELACIONADOS AO ESTRESSE SÃO RECONHECIDOS POR ESTAREM ENTRE AS PRINCIPAIS CAUSAS DE BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE, DAS ALTAS TAXAS DE AUSÊNCIA, DETERIORIZAÇÃO GERAL DA SAÚDE E BAIXA PRODUTIVIDADE ORGANIZACIONAL. BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS: APOSENTADORIA POR INVALIDEZ NA REFORMA AÇÕES TRABALHISTAS: RECONHECIMENTO DE NEXO DE CAUSALIDADE OU CONCAUSALIDADE; INDENIZAÇÕES POR DANOS MATERIAIS, MORAIS, ESTÉTICOS E PENSÃO MENSAL VITALÍCIA.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO: CONVENÇÃO 100 DE 1951 (VIGÊNCIA A PARTIR DE 25.4.1958) - GARANTE IGUALDADE DE REMUNERAÇÃO DE HOMENS E MULHERES TRABALHADORES POR TRABALHO DE IGUAL VALOR CONVENÇÃO 102 DE 1952 (RATIFICADA EM 15.6.2009) NORMAS MÍNIMAS DE SEGURIDADE SOCIAL NA APOSENTADORIA POR VELHICE ARTIGO 26 2 - A IDADE DETERMINADA NÃO DEVERÁ ULTRAPASSAR A DE 65 ANOS. TODAVIA, PODERÁ SER FIXADA, PELAS AUTORIDADES COMPETENTES, UMA IDADE MAIS AVANÇADA TOMANDO-SE EM CONSIDERAÇÃO A CAPACIDADE DO TRABALHO DAS PESSOAS IDOSAS NO PAÍS EM APREÇO;

CONVENÇÃO 155 DA SEGURANÇA E DA SAÚDE DOS TRABALHADORES (VIGÊNCIA 18.5.1993) ARTIGO 16 DEVERÁ O EMPREGADOR, MA MEDIDA RAZOÁVEL E POSSÍVEL, GARANTIR QUE OS LOCAIS DE TRABALHO, OS MAQUINÁRIOS, OS EQUIPAMENTOS E AS OPERAÇÕES SOB SEU CONTROLE SÃO SEGUROS E NÃO ENVOLVEM RISCO ALGUM PARA A SEGURANÇA E A SAÚDE DO TRABALHADOR.

CONVENÇÃO 161 SERVIÇO DE SAÚDE DO TRABALHO (VIGÊNCIA EM 18.5.1991) FINS DA CONVENÇÃO: ART. 3 1 O EMPREGADOR DEVE CUIDAS DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA MANTER UM AMBIENTE DE TRABALHO SALUBRE, DE MODO A FORNECER UMA SAÚDE FÍSICA E MENTAL OTIMA EM RELAÇÃO AO TRABALHO; 2) A ADAPTAÇÃO DO TRABALHO À CAPACIDADE DOS TRABALHADORES, LEVANDO-SE EM CONTA SEU ESTADO DE FORMALIDADE FÍSICA E MENTAL;

COMO ENFENTAR OS RISCOS? PROGRAMAS DE PREVENÇÃO DE ESTESSE COMPREENSIVOS: 1) ENDEREÇAM TANTO AS FONTES ORGANIZACIONAIS DE ESTRESSE QUANTO AS NORMAS DE DISTRESS EXIBIDOS PELO TRABALHADOR 2) TÊM PROBABILIDADE DE LEVAR OS RESULTADOS FAVORÁVEIS E DE LONGO PRAZO DO QUE OS PROGRAMAS COM O FOCO APENAS NO INDIVÍDUO

TIPOS DE INTERVENÇÃO: PREVENÇÃO PRIMÁRIA 1) TENTAM ELIMINAR OU REDUZIR AS FONTES DE ESTRESSE NA ORGANIZAÇÃO TENDO COMO FOCO A MUDANÇA DE AMBIENTE FÍSICO OU SOCIO POLÍTICO PARA ADEQUAR-SE ÀS NECESSIDADES INDIVIDUAIS E DANDO AOS FUNCIONÁRIOS MAIOR CONTROLE SOBRE A SUA SITUAÇÃO NO TRABALHO 2) ESSAS AÇÕES ENVOLVEM: MUDANÇA NA POLÍTICA DE RECURSOS HUMANOS APERFEIÇOAMENTO DOS SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO RE-PLANEJAMENTO DO TRABALHO AUMENTO DA TOMADAS DE DECISÃO E AUTONOMIA DOS TRABALHADORES

TIPOS DE INTERVENÇÃO: PREVENÇÃO SECUNDÁRIA 1) ESTRATÉGIASS BÁSICAS: TREINAMENTO E EDUCAÇÃO ENVOLVENDO PROGRAMAS DE CONSCIENTIZAÇÃO E TREINAMENTO DE HABILIDADES 2) DETECTAR PRONTAMENTE OS TRABALHADORES QUE JÁ APRESENTAM SINAIS DE ESTRESSE E EVITAR QUE SE PIORE O QUADRO 3) DESENVOLVER AS SUAS HABILIDADES INDIVIDUAIS DE GERENCIAMENTO DE ESTRESSE PELO TREINAMENTO 4) AUMENTAR A SUA CAPACIDADE DE COPING (CAPACIDADE DE ENFRENTAMENTO)

OS CÉREBROS NÃO ADOECEM QUEM ADOECE SÃO AS PESSOAS COM CÉREBRO GEORGES CANGUILHEM