Título: A utilização dos cronogramas como ferramenta de gestão da engenharia de planejamento.



Documentos relacionados
Estratégia de Manutenção em Oficinas utilizando Caminho Critico

O que é, e para que serve o Cronograma:

Gerenciamento de Projetos

Universidade Federal de Ouro Preto Escola de Minas DECIV. Gestão de Obras em Construção Civil. Aula 3 PLANEJAMENTO DE OBRAS

Gerenciamento de Projetos

Prof. Celia Corigliano. Unidade II GERENCIAMENTO DE PROJETOS

MASTER IN PROJECT MANAGEMENT

Estabelecer o tempo necessário para preparar e servir um café!

Redução no custo e prazo de desenvolvimento de novos produtos; Aumento no tempo de vida dos novos produtos; Aumento de vendas e receita; Aumento do

Project and Portfolio Management [PPM] Sustainable value creation.

Gerência de Projetos

Jonas de Souza H2W SYSTEMS

PLANEJAMENTO E PROJETOS. Lílian Simão Oliveira

Plano de Gerenciamento de Tempo

Planejamento e Controle de Projetos

Tecnologia em Gestão Pública Desenvolvimento de Projetos - Aula 9 Prof. Rafael Roesler

O planejamento do projeto. Tecnologia em Gestão Pública Desenvolvimento de Projetos Aula 8 Prof. Rafael Roesler

Pós-Graduação em Gerenciamento de Projetos práticas do PMI

PREPARANDO A IMPLANTAÇÃO

Gerenciamento da Integração (PMBoK 5ª ed.)

Princípios da Engenharia de Software aula 05 Gerenciamento de planejamento de projetos. Prof.: Franklin M. Correia

Gerência e Planejamento de Projeto. SCE Engenharia de Software Profs. José Carlos Maldonado e Elisa Yumi Nakagawa 2 o semestre de 2002

ARCO - Associação Recreativa dos Correios. Sistema para Gerenciamento de Associações Recreativas Plano de Desenvolvimento de Software Versão <1.

Gerenciamento de projetos.

F.1 Gerenciamento da integração do projeto

Gerenciamento de Projetos (parte 1)

GERÊNCIA DE INTEGRAÇÃO DO PROJETO

Unidade I FINANÇAS EM PROJETOS DE TI. Prof. Fernando Rodrigues

ATIVIDADES DE LINHA E DE ASSESSORIA

Engenharia e Tecnologia Espaciais ETE Engenharia e Gerenciamento de Sistemas Espaciais

COMUNICAÇÃO DE PORTIFÓLIO UTILIZANDO DASHBOARDS EXTRAIDOS DO MICROSOFT PROJECT SERVER

Metodologia de Gerenciamento de Projetos da Justiça Federal

IDENTIFICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS PARA A GESTÃO DE PROJETOS

Organização e a Terceirização da área de TI. Profa. Reane Franco Goulart

PMI (PROJECT MANAGEMENT INSTITUT) A PROFISSIONALIZAÇÃO DA GESTÃO DE PROJETOS

Capítulo 6 Gerenciamento do Tempo do projeto

Introdução. Toda organização executa basicamente dois tipos de atividade: Projeto; e. Operação (execução).

Processos de gerenciamento de projetos em um projeto

Gestão de Relacionamento com o Cliente CRM

Planejamento Recursos

Engenharia de Software II: Criando o cronograma do projeto. Prof. Msc Ricardo Britto DIE-UFPI rbritto@ufpi.edu.br

AULA 3 PROF. DR. PAULO ROBERTO SCHROEDER DE SOUZA.

Gerenciamento de Níveis de Serviço

Gestão dos Prazos e Custos do Projeto

GUIA DE CURSO. Tecnologia em Sistemas de Informação. Tecnologia em Desenvolvimento Web. Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas

Aula 04 - Planejamento Estratégico

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr.

Universidade de Brasília Faculdade de Ciência da Informação Curso de Arquivologia Profa. Lillian Alvares

Gerência de Projetos Prof. Késsia Rita da Costa Marchi 3ª Série

Pesquisa realizada com os participantes do 12º Seminário Nacional de Gestão de Projetos. Apresentação

Concurso da Prefeitura São Paulo. Curso Gestão de Processos, Projetos e Tecnologia da Informação. Tema: Gestão de Projetos - Conceitos Básicos

TÉCNICAS DE PLANEJAMENTO E CONTROLE. UNIDADE II - Instrumentos gráficos de planejamento e controle

GERÊNCIA DE PROJETOS DE SOFTWARE. Introdução

Podemos encontrar uma figura interessante no PMBOK (Capítulo 7) sobre a necessidade de organizarmos o fluxo de caixa em um projeto.

Trabalho Interdisciplinar. MS Project

Gerenciamento de Projetos Modulo VIII Riscos

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS Cronograma e Curva S

Gerenciamento de Problemas

A Análise dos Custos Logísticos: Fatores complementares na composição dos custos de uma empresa

Detalhamento da Fase de Planejamento e Programação de Projeto. Gerenciamento de Tempo

Mudança de Mercado. Tamanho do Empreendimento. Não familiaridade. Compartilhamento de Recursos. Interdependência. Imagem da Organização

PROCESSOS DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS SEGUNDO O PMBOK. Faculdade PITÁGORAS Unidade Raja Prof. Valéria valeriapitagoras@gmail.

Profissionais de Alta Performance

PERT/CPM. POP II UDESC Prof. Adelmo A. Martins

17/02/2009. Curso Superior de Tecnologia: Redes de Computadores. Disciplina: Gestão de Projetos de TI Prof.: Fernando Hadad Zaidan. Unidade 2.

Solução Cadia Projects

Para tanto, em 1958, foi desenvolvido o método do PERT Program Evaluation and Review Technique pela empresa de consultoria Booz, Allen & Hamilton.

ISO/IEC 12207: Gerência de Configuração

TC 045 Gerenciamento de Projetos

Project Management 2/3/2010. Objetivos. Gerencia de Projetos de SW

CONCEITOS. Professor Wagner Rabello Jr

Gerenciamento de Tempo: MS Project

Desenvolve Minas. Modelo de Excelência da Gestão

ADMINISTRAÇÃO GERAL GESTÃO DE PROJETOS

W Projeto. Gerenciamento. Construindo a WBS e gerando o Cronograma. Autor: Antonio Augusto Camargos, PMP 1/12

PERT CPM. Ferramentas de Desenvolvimento. Referencial Bibliográfico. Isnard Martins

MRP / MRP II / ERP (capítulos 11 e 12)

Desenvolvimento de um software de gerenciamento de projetos para utilização na Web

Gerenciamento de Projetos. Faculdade Unisaber 2º Sem 2009

Engenharia de Software II: Desenvolvendo o Orçamento do Projeto. Prof. Msc Ricardo Britto DIE-UFPI rbritto@ufpi.edu.br

PLANEJAMENTO OPERACIONAL: RECURSOS HUMANOS E FINANÇAS MÓDULO 16

PMBOK 5. Caros concurseiros! Eis um resumo que fiz sobre as principais mudanças na quinta edição do PMBOK.

Fundamentos de Teste de Software

Gerenciamento de Projetos Exercícios gerais com questões de concursos anteriores

Princípios de Finanças

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NA ELABORAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

Aula Nº 05 Determinação do Cronograma

PMBOK 4ª Edição III. O padrão de gerenciamento de projetos de um projeto

MODELO CMM MATURIDADE DE SOFTWARE

I - Uma vez fechada a declaração de escopo, não é possível alterá-la. II - Uma parte interessada tem o poder de vetar a implantação do projeto.

Gerenciamento de Projetos

UML - Unified Modeling Language

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Oficinas de Integração 3

Gestão da Qualidade por Processos

Transcrição:

Instituto de Educação Tecnológica Pós-graduação Engenharia de Planejamento - Turma nº 10 26/08/2015 Título: A utilização dos cronogramas como ferramenta de gestão da engenharia de planejamento. Sérgio Porto Machado Engenheiro Civil engsergioporto@hotmail.com Fabiana Elian Engenheira Civil fabianaelian@gmail.com RESUMO O planejamento de excelência é fundamentado na boa gestão dos requisitos tempo, custo, escopo, qualidade, recursos humanos, comunicações, riscos, aquisições, integração e partes interessadas. Em todas as fases de vida do projeto, desde a fase de engenharia até a construção e montagem será necessário utilizarmos ferramentas e técnicas que nos auxiliarão a elaborar, planejar, monitorar e controlar empreendimentos. Neste cenário, os cronogramas surgem como uma das ferramentas mais eficientes e utilizadas pelos planejadores e gerentes de projetos para análise e tomadas de decisão. Palavras-chave: Cronograma. Projetos. Planejamento.

1. INTRODUÇÃO Atualmente é crescente preocupação das empresas em gerenciar cada vez melhor seus empreendimentos. Isto se deve ao fato que no mundo moderno o tempo passou a ser artigo de luxo, assim como a necessidade de garantir a qualidade se iguala a importância de possuir preço competitivo. Esta é uma tendência mundial que contribui para o desenvolvimento de competências gerenciais das empresas que pretendem acompanhar o mercado. Diante deste novo cenário, o planejamento se torna essencial ao sucesso de um empreendimento. Sua relevância é aumentada quando, na sociedade, existe pouca disponibilidade de recursos, instabilidade no mercado, entre outros obstáculos. Para se alcançar os objetivos de um projeto, o Gerente do Projeto e sua equipe precisa de um bom controle das atividades a serem realizadas durante a fase de execução. Assim eles podem ter uma visão sempre atualizada, auxiliando nas tomadas de decisão. O cronograma, que quanto à etimologia, tem origem no grego, onde khronos significa tempo e gramma significa alguma coisa escrita ou desenha, é uma ferramenta para gerenciamento do tempo de um projeto, ou seja, para documentar e controlar o tempo e os outros requisitos vinculados ao tempo, que serão gastos na realização de um conjunto concatenado de atividades em um projeto. Serve para monitorar o andamento das atividades em relação ao tempo, para garantir que o projeto finalize numa data planejada e controlada. Sua essência é a composição de uma lista de atividades interligadas por relações de dependência que aplicadas sobre um calendário e após a análise da disponibilidade de recursos humanos/materiais possibilita a identificação e controle da data de realização de atividades. A cada projeto deve-se avaliar a estrutura que permita o melhor gerenciamento, tendo em vista que existem várias formas de estruturar um cronograma. Observa-se sempre a fluidez das atividades e a facilidade de visualização da conclusão das etapas. Nos projetos devemse levar muito a sério a questão do prazo. Obviamente um projeto pode ser replanejado, mas isso precisa ser acordado e documentado. Ainda que seu ambiente de trabalho seja complexo e o projeto sofra muitas mudanças, sempre vale a pena manter um cronograma. É o que mune o Gerente de Projeto de informações para prestar status do andamento do projeto, controlar tempo e custo, definir táticas para manter o projeto no prazo, fazer escaladas, etc.

2. JUSTIFICATIVA É senso comum que não basta um bom cronograma para se chegar a um projeto de sucesso, porém, sem um bom cronograma fica ainda mais difícil de atingir seus objetivos. Um cronograma realista é uma das ferramentas mais importantes que um bom planejador pode ter. Ele fornece informações essenciais sobre o status do projeto, evolução das fases, milestones, caminhos críticos do projeto e auxilia na prevenção de crises. Conforme publicação recente de Thiago Reis, com o uso de técnicas e ferramentas de planejamento de tempo adequadas, pode-se assegurar uma gestão eficaz do projeto, pois é possível se ter a única imagem do que aconteceu e que agora está sendo planejado; identificar a necessidade de recursos de forma temporal, fornecendo uma representação visual de dependências de tarefas; identificar quais serão os impactos das mudanças e criar estratégias de contingencias para minimizá-las; identificar a evolução das entregas e medir a velocidade da equipe, permitindo a concepção de estratégias para acelerar o projeto e evitar atraso, entre outras funcionalidades essências que os cronogramas desenvolvem. Esse artigo justifica a real necessidade dos cronogramas nos empreendimentos de sucesso. 3. DESENVOLVIMENTO Qualquer planejamento é definido segundo suas atividades constitutivas, suas durações, as datas em que elas ocorrem e outros atributos que as caracterizam. Sendo assim a precisão na determinação do atributo tempo nas atividades tem papel relevante na gestão do empreendimento. Conforme artigo publicado Planejamento e Engenharia, Fabio Arruda entende que o objetivo é usar o tempo como medida de desempenho e qualidade para os processos. Tempo de comunicação, tempo de produção, tempo de implementação, tempo de resposta ao mercado e tempo de giro de estoques são exemplos. Segundo [HAR19xx], o tempo, como medida facilmente determinada e intuitiva, simplifica a compreensão de como a qualidade e eficiência dos processos está sendo mudada e inclusive a comparação destes processos com os dos concorrentes. Com base na precisão do tempo, técnicas foram criadas para o desenvolvimento dos cronogramas. Descrevemos as principais a seguir: 3.1. Análise Matemática

Envolve calcular datas teóricas de início e término para todas as atividades do projeto, sem considerar qualquer limitação no quadro de recursos. As datas resultantes não são o cronograma, mas indicam os períodos de tempo dentro dos quais as atividades podem ser aplicadas em cronogramas, dado as limitações de recursos e outras restrições conhecidas. As técnicas de análise matemática mais amplamente conhecidas são: Método de Caminho Crítico (CPM Critical Path Method). Calcula uma única data mais cedo, mais tarde, de início e de término para cada atividade, baseado na sequência lógica especificada na rede e em uma única duração estimada. O enfoque do CPM é o cálculo da flutuação com a finalidade de determinar quais as atividades têm a menor flexibilidade no cronograma. Os algoritmos básicos utilizados pelo CPM são frequentemente usados em outros tipos de análises matemáticas. Avaliação Gráfica e Revisão Técnica (GERT Graphical Evaluation and Review Technique). Permite o tratamento probabilístico tanto para rede lógica quanto para estimativas de duração das atividades (por exemplo, algumas atividades podem ser executadas por completo, algumas apenas em parte, e outras mais de uma vez). Programa de Avaliação e Revisão Técnica (PERT Program Evaluation and Review Technique). Usa uma estimativa de média ponderada para calcular as durações da atividade. Embora existam diferenças superficiais, o PERT difere fundamentalmente do CPM por que usa distribuição de médias (valor esperado) em vez do valor mais provável, originalmente usado no COM. 3.2. Compressão da duração A compressão da duração é um caso especial de análise matemática que procura alternativas para reduzir o cronograma do projeto sem alterar o escopo do projeto. A compressão de duração inclui técnicas tais como: Colisão (Crashing) - quais compensações de custo e cronograma são analisados para determinar como, se de nenhuma maneira, obter a maior compressão para o mínimo aumento de custo. As colisões nem sempre produzem alternativas viáveis e frequentemente resultam em aumento de custo. Caminho Rápido (Fast tracking) - realizar atividades em paralelo que normalmente seriam feitas em sequência. O caminho rápido frequentemente resulta em retrabalho e usualmente aumenta o risco, por isso deve ser extremamente bem analisado por profissionais experientes.

Alguns dos cronogramas utilizados como ferramentas clássicas de Gestão de Tempo de Projeto são o PERT/CPM e o Diagrama de Gantt, descritos a seguir: 3.2.1. Gráfico de Gantt O diagrama de Gantt foi desenvolvido no princípio do século XX por Henry Laurence Gantt, um engenheiro mecânico norte-americano. Em 1903, Gantt apresentou um trabalho intitulado A graphical daily balance in manufacturing, no qual apresentou os pressupostos que sustentariam o desenvolvimento do gráfico de Gantt. De forma resumida, podemos apresentar o gráfico de Gantt como um gráfico de barras que serve para ilustrar a cronologia de qualquer projeto. Este gráfico inclui as datas de início e de fim das diversas fases do projeto. Neste tipo de diagrama, cada linha indica uma tarefa ou atividade, e as colunas verticais indicam o tempo, dividido em períodos (e em datas). A duração da tarefa é então especificada com uma barra abrangendo o período correspondente. Os principais objetivos da utilização do gráfico de Gantt são: Controlar e seguir a cronologia e o início das diferentes fases de um projeto; Estabelecer uma linha de tempo para cada atividade de um projeto e determinar um calendário; Permitir o acompanhamento visual de todo o calendário de atividades; Seguir o avanço do projeto, relativamente ao calendário determinado. São diversas as vantagens proporcionadas pela utilização do gráfico de Gantt, entre as quais podemos citar: A escala de tempo é definida e clara; Permite uma melhor visualização do calendário e do progresso temporal do projeto; Possível utilização com outros dados por exemplo, dados financeiros, de recrutamento, material, etc; É muito útil para seguir projetos com um número de atividades e duração reduzida; É essencial para nivelar e alocar recursos. Contudo, os gráficos de Gantt não oferecem apenas vantagens. Fábio Arruda também afirma que a sua aplicação pode ser desvantajosa em algumas situações e em projetos de

maior dimensão. Estas são as principais desvantagens de utilização desta forma de planificação: Não é adequada para projetos de grandes dimensões; Dificulta o acompanhamento de atividades pendentes; Não permite acompanhar de forma evidente a relação e interdependência entre as várias atividades; Alterações na programação obrigam a refazer o cronograma; Representar todas as informações pode ser uma tarefa árdua. Figura 1: Gráfico de Gantt. Fonte: http://office.microsoft.com/brasil/assistance/2002/articles/vspotlight4_nov00.aspx) 3.2.2. PERT/CPM Durante a guerra fria e a corrida armamentista, os E.U.A., através da marinha realizou extenso programa de construção de submarinos nucleares, mísseis Polaris e aviões bombardeiros. Participaram do projeto, empresas projetistas, subcontratantes, empreiteiras, fornecedores, cujo esforço de comunicação e gestão exigiu a padronização da linguagem. Nascia desta forma o PERT, do inglês Program Evaluation and Review Technique.

Na mesma época, por demanda da NASA pelo programa aeroespacial, as empresas DUPONT e UNIVAC desenvolveram o método CPM, do inglês Critical Path Management, com o objetivo de gerir os contratos com o governo dos E.U.A. A diferença entre os métodos está ligada à determinação do tempo das atividades. No PERT é determinado de forma probabilística e no CPM, de forma determinística. Atualmente, ambas as técnicas são referidas em conjunto sob a denominação PERT/CPM, sendo uma metodologia recomendada para no processo de gestão de quaisquer tipos de projetos. Os principais objetivos deste método são: Minimizar atrasos, gargalos de produção e paralizações de serviços; Mapear atividades críticas cujo desenvolvimento possa interferir na duração final do projeto; Estabelecer momentos de entrada e saída de cada agente envolvido no projeto; Ser instrumento de planejamento, monitoramento e controle; Manter os gestores informados sobre o status do desenvolvimento de cada atividade e/ou etapa para que mudanças de rumo possam ser aplicadas antes de possíveis prejuízos. A metodologia proposta para o planejamento de obras e serviços, utilizando redes PERT/CPM segue os seguintes procedimentos: 1. Definir a natureza do projeto e seus objetivos; 2. Propor possíveis alternativas para execução do projeto; 3. Estabelecer a tecnologia a ser utilizada; 4. Montar a EAP- Estrutura Analítica do Projeto; 5. Estabelecer as relações de dependência entre as atividades; 6. Definir nível de controle 7. Definir e quantificar tempo e custo nas atividades; 8. Montar rede PERT/CPM 9. Calcular tempo mais cedo e mais tarde de cada evento e duração total da rede;

10. Calcular folgas de evento; 11. Calcular folgas de atividade; 12. Estabelecer caminho crítico; 13. Alocar recursos por atividade; 14. Ajustar rede segundo tempo e recurso exigidos para cada alternativa; 15. Efetuar programação definitiva da melhor alternativa estudada. Figura 2: Diagrama da Metodologia PERT/CPM Fonte: http://pt.slideshare.net/thadeshvar/pert-cpm-presentation 4 APLICAÇÃO PARA ENGENHEIRO DE PLANEJAMENTO Toda atividade de produção complexa - execução de obras, inclusive - demanda certo grau de planejamento. É função do gerente de planejamento estabelecer, com antecedência, as ações, os recursos, os métodos e os meios necessários para a execução de um empreendimento. É sua responsabilidade, também, controlar o andamento da execução da obra, aferindo periodicamente seus resultados físicos e econômicos para, se necessário, revisar o planejamento prévio.

O profissional da área de planejamento propõe um cronograma para empreendimento, detalhando o tempo de execução de cada serviço em cada etapa da obra. Essas informações servirão tanto para orientar a equipe do canteiro quanto outras áreas da empresa, como a de suprimentos - que saberá quando entrar em contato com o fornecedor e as quantidades de materiais e equipamentos a serem solicitados - ou o financeiro. É uma área de apoio à tomada de decisões de outros departamentos da empresa, explica o professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Ubiraci Espinelli Lemes de Souza. Para exercer a função, o profissional deve ter domínio de técnicas de planejamento, como o PERT e de softwares de planejamento como MS Project ou Primavera. Essas ferramentas são importantes para operacionalizá-lo, afirma Souza. Além de demonstrar desenvoltura ao trabalhar com esses instrumentos, um bom planejador deve conhecer também a dinâmica dos setores da construtora aos quais dá apoio. Certa vivência em canteiros, acompanhando de perto o desenrolar da execução da obra, conta pontos a favor do profissional da área de planejamento. Entender o que acontece numa obra é importante para saber o que se planeja, acrescenta o professor. Dadas as necessidades características de seu trabalho, o gerente de planejamento precisa ser um profissional cuidadoso, meticuloso e com grande visão sistêmica para detalhar, sem erros, as atividades a serem realizadas. Como é responsável também pelo controle do andamento do empreendimento, o planejador está sempre sujeito a conflitos com as equipes com que se relaciona, sobretudo as de produção. Por isso, o profissional deve estar preparado psicologicamente para enfrentar eventuais divergências com os colegas, preservando ao mesmo tempo um ambiente de trabalho saudável e produtivo. Sua interação cotidiana se dá, principalmente com as áreas de obras, suprimentos e comercial. Para Ubiraci Espinelli, apesar de o planejador atualmente concentrar-se no andamento físico das obras, é interessante que ele amplie sua atuação para dar suporte a decisões de instâncias superiores e também ao segmento de produção da empresa. Para que isso ocorra, afirma, é importante que o profissional aprimore seus conhecimentos quanto a alguns tópicos: para apoiar o núcleo superior, capacitação em matemática financeira, análise econômico-financeira; para entender o lado das equipes de produção, estudar

aspectos como produtividade da mão-de-obra, perdas de materiais e eficiência de equipamentos, por exemplo. Conhecimentos em gestão de contratos também são um diferencial para o profissional. Há uma divisão clássica no organograma das construtoras, que divide as empresas de construção em quatro áreas básicas: técnica, comercial, administrativa e financeira. O setor de planejamento, quando existe na companhia, subordina-se normalmente à Diretoria Técnica. Tendo em vista que os planejadores apoiam, em maior ou menor grau, todas as áreas da empresa, o setor deveria ser considerado um departamento independente dessas áreas. Dessa forma, poderia interagir com os diversos setores executivos, mas respondendo diretamente à direção da empresa. O professor da Poli explica que, há até pouco tempo, as construtoras, sobretudo as de médio e pequeno porte, optavam por terceirizar para empresas e consultores especializados os serviços de planejamento e controle de andamento físico de obras. Com o período de aquecimento do setor, algumas delas optaram por criar um departamento de planejamento interno devido ao crescimento do volume de obras. O momento atual é "nebuloso", afirma, pois não se sabe se, com o desaquecimento da economia - e da quantidade de obras - o mercado partirá novamente para a terceirização do serviço. "O que é melhor? Depende da realidade de cada empresa", afirma Souza. Entre as construtoras, a avaliação do planejador leva em conta, normalmente, a acuidade de suas programações. Se programa prazos, o ideal é que o cronograma executado esteja o mais próximo do que foi previamente estabelecido; se programa as despesas, elas devem estar o mais alinhadas possível aos resultados obtidos. Mas, como o andamento da obra depende também do executor do serviço, algumas empresas procuram avaliar essas áreas conjuntamente. Avaliações quantitativas, como o número de planejamentos feitos num período, também são consideradas. 5 CONCLUSÃO O planejamento de sucesso é determinado pelo atingimento das metas de prazo, custo e qualidade ao final do empreendimento. Para a gestão em que as tomadas de decisões são baseadas em análises de indicadores, o estudo dos cronogramas se consolidam como uma das ferramentas mais práticas e de grande efetividade no auxílio do planejamento monitoramento e controle de projetos. Frente a grande competitividade entre às empresas de engenharia, à escassez de recursos econômicos e ao momento de crise político-financeira, faz-se necessário a otimização dos processos das empresas para a sobrevivência no mercado global. Sendo assim, é

mandatório aos engenheiros de quaisquer especialidades conhecer as ferramentas básicas de planejamento como os cronogramas aqui supracitados, de modo a lograrem êxitos em seus empreendimentos e permanecerem atentos nesta fase ruim da engenharia brasileira. 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [BEA2003] [GAT1999] [HAR19xx] [JON1998] [KOS1986] [MAT1992] [MEN1997] [ROS2001] [SAJ1996] BEASLEY, J. E. OR-Notes [online]. Disponível na Internet via URL: http://mscmga.ms.ic.ac.uk/jeb/or/netanal.html. Arquivo capturado em 12.06.2003. GATES (III), William H. Business @ the speed of thought. New York: Warner Books, Inc., 1999. HARVARD Business School. Tempo: o diferencial competitivo. partes I e II. São Paulo: Siamar Distribuidora de Filmes Ltda., s.d. videocassete VHS/NTSC, 30 min cada. JONES, John. PERT/CPM [online]. Disponível na Internet via URL: http://www.ensc.sfu.ca/undergrad/courses/ensc301/unit23/lecture23.html. Arquivo capturado em 12.06.2003. KOSTETSKY, Oleh. A simulation approach for managing engineering projects. Proceedings, IEEE International Conference on Robotics and Automation, vol 3, abr 1986, p. 318-324. MATIN, A.; EVANS, S. Project planning in a concurrent engineering environment. In: ANAIS Third International Conference on Competitive Performance Through Advanced Technology (Factory 2000), jul 1992. TRUJILLO-MENDOZA, Maria Fernanda. PERT, CPM and GANTT [online]. Disponível na Internet via URL: http://studentweb.tulane.edu/~mtruill/devpert.html. Arquivo capturado em 12.06.2003. ROSAS, Vanderlei de Barros. Afinal, o que é um bom planejamento [online]. Disponível na Internet via URL: http://www.mundodosfilosofos.com.br/vanderlei16.htm. Arquivo capturado em 29.05.2003. SAJE, A. Modern business planning and scheduling the strategic requirement. IEE Colloquium on Intelligent Planning and Scheduling Solutions (Digest n. 1996/197), out 1996. Publicações da FGV Os 21 erros clássicos da gestão de projetos Eli Rodrigues