NATALIA CAROLINE BARELLA A INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS ECONÔMICAS NO COMPORTAMENTO DAS AÇÕES DA PETROBRÁS



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Transcrição:

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto NATALIA CAROLINE BARELLA A INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS ECONÔMICAS NO COMPORTAMENTO DAS AÇÕES DA PETROBRÁS Ribeirão Preto 2011

NATALIA CAROLINE BARELLA A INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS ECONÔMICAS NO COMPORTAMENTO DAS AÇÕES DA PETROBRÁS Trabalho de Conclusão de Curso de Bacharelado em Matemática Aplicada a Negócios da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto e Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. Área de concentração: Mercado financeiro Orientador: Prof. Dr. Tabajara Pimenta Júnior Ribeirão Preto 2011

AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

AGRADECIMENTOS Primeiro a Deus, a quem atribuo todas as conquistas da minha vida. Aos meus pais, tão amados, que não pouparam esforços para me fornecer sempre uma boa educação, e por acreditarem em mim. É especialmente para eles que eu dedico o meu diploma. Aos meus irmãos, por toda sabedoria e auxílio sempre fornecidos. A toda minha família, por vibrarem junto comigo por cada etapa vencida na minha vida. Aos meus amigos, pela força e pela feliz companhia de todos os dias. Em especial, a Grazzi de quem eu tive a ajuda mais bem vinda e ao Victor pela paciência e carinho. A todos os professores, por todo o conhecimento acadêmico. Em especial aos docentes do curso de Matemática Aplicada a Negócios, pela incansável dedicação, pelo carinho e por sempre estarem dispostos a ajudar. Ao orientador Tabajara, pela paciência e por todos os ensinamentos. Aos meus colegas de trabalho, pela vivência diária e pela troca de conhecimento. E, por fim, as ótimas pessoas que tive a oportunidade de conhecer nesses últimos cinco anos.

RESUMO A Petrobrás é uma das maiores empresas do Brasil, suas ações ordinárias e preferenciais são, junto às ações da Vale, as principais componentes do mais importante índice indicador de desempenho das cotações do mercado acionário brasileiro, o IBOVESPA, além de estarem entre as dez mais negociadas no mercado de capitais. Alguns fatores afetam as cotações dos papéis da Petrobrás, dentre eles: preço internacional do barril de petróleo, taxa de câmbio (R$/US$) e taxa básica de juros. O presente trabalho pretende ampliar o conhecimento acerca das cotações dos papéis PETR3 e PETR4. Para tanto, se propõe a analisar seus comportamentos futuros, revelando assim, novas oportunidades de investimentos por meio do monitoramento dos fatores de influência e seus efeitos sobre os respectivos papéis. No estudo foi aplicado o modelo econométrico de Regressão Linear Múltipla sobre as variáveis selecionadas, com o intuito de entender a influência de cada um dos fatores sobre o preço das ações da estatal brasileira. A pesquisa compreendeu o período de janeiro de 1995 a outubro de 2011. Os resultados dos testes mostraram relação positiva entre a variação do preço internacional do barril de petróleo e a variação das cotações da Petrobrás. Entretanto, para a taxa de juros e para a taxa de câmbio os resultados comprovaram relações negativas com os preços das ações da petrolífera. Palavras-chave: Mercado Financeiro. Petrobrás. Preço do petróleo. Taxa de câmbio. Taxa de juros.

ABSTRACT Petrobrás is one of the largest companies in Brazil. Its assets ordinaries and preferential are, together with Vale do Rio Doce s assets, the main components of the most important performance indicator for the Brazilian financial market, IBOVESPA. Furthermore, Petrobrás assets are amongst the top 10 most negotiable on the market. Some factors affect Petrobrás papers prices, such as: the oil barrel price, the exchange rate (R$/US$) and the interest rate used as a base in Brazil. This composition aims to expand the knowledge regarding the assets PETR3 and PETR4 and its prices. In order to do so, this composition will analyze these assets behavior in the long term, together with these influential factors and its effects on the assets, revealing upcoming investments opportunities. The research was concluded using the econometric model, Linear Multiple Regression on the selected variables to present the influence of each factor on the assets prices. The work comprehend the period in between January,1995 and October,2011. The results show a positive correlation between the variation of oil barrels and the prices of Petrobrás assets. However, when considering the exchange rate and the basic interest rate, the result presented was a negative correlation. Key-words: Financial Market. Petrobras. Price of oil. Exchange rate. Interest rate.

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO... 8 1.1. Problema... 9 1.2. Objetivos... 10 1.3. Justificativa... 10 1.4. Estrutura do trabalho... 10 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA... 12 3. CONTEXTO ECONÔMICO... 17 3.1. Mercado Petrolífero no Brasil... 18 3.2. A Petrobrás... 21 3.3. Preço do petróleo... 24 3.4. Taxa de juros... 26 3.5. Taxa de câmbio... 27 4. METODOLOGIA... 30 4.1. Amostras e Dados... 30 4.2. Procedimentos Empíricos... 30 5. RESULTADOS... 34 6. CONCLUSÃO... 36 REFERÊNCIAS... 38

8 1. INTRODUÇÃO É cada vez mais evidente a contribuição positiva do mercado de capitais e, especificamente, o destacado papel do mercado acionário para o desenvolvimento econômico. O mercado de capitais pode ser uma alternativa para criar novas tendências econômicas para o crescimento sustentável de um país, e, principalmente para o setor empresarial, atingindo-se assim um progresso econômico relevante. Segundo a BM&FBovespa (2010), no Brasil o desempenho positivo significativo da bolsa se deu a partir de meados da década de 90. Esse fato ocorreu devido a aceleração do movimento de abertura da economia brasileira, o aumento do volume de investidores atuando no mercado de capitais e o aumento do número de empresas nacionais com participação em bolsas estrangeiras, principalmente a New York Stock Exchange (NYSE), com o objetivo de se capitalizar através do lançamento de valores mobiliários no exterior. A partir de então, o mercado de capitais se viu obrigado a cobrar maior transparência das empresas, a fim de evitar uma fuga de investidores amedrontados principalmente por incertezas em relação a aplicações financeiras. Consequentemente cobrou-se das empresas novas medidas de governança corporativa e melhoria na relação com investidores, efetivadas pelo Novo Mercado - segmento especial de listagem de ações de companhias que se comprometam voluntariamente a adotar boas práticas de governança corporativa. Entende-se, desta forma, que a valorização e a liquidez das ações negociadas seriam influenciadas positivamente pelo grau de segurança que os direitos adicionais concedidos aos acionistas poderiam oferecer e pela qualidade das informações prestadas ao mercado pelas empresas. Assim, as empresas listadas na Bolsa de Valores atualmente trabalham para combinar transparência e boas práticas de governança com bom desempenho e crescimento, apesar da grande influência de variáveis exógenas em seus resultados.

9 Para uma análise geral das empresas de capital aberto no Brasil, pode-se analisar o índice Ibovespa, mais importante indicador de desempenho médio das cotações das ações negociadas, formado pelas ações com maior volume negociado nos últimos meses. O índice além de refletir as variações dos preços das ações, também mensura o impacto da distribuição dos proventos, juros sobre o capital próprio e rendimentos. Segundo a BM&FBovespa (2010), as ações que compõe a carteira do índice respondem por mais de 80% do número de negócios e do volume financeiro no mercado à vista nos doze meses anteriores. Quadrimestralmente a Bolsa de Valores atualiza a sua fictícia carteira de ações, incluindo os papéis que tiveram maior participação no último período e excluindo aqueles com menor representação, elucida Assaf (2006). A carteira do índice deve conter ações que tenham grande representatividade nos negócios realizados na bolsa, expressando da forma mais real possível o comportamento do mercado. Desta maneira, o índice da bolsa de valores permite que seja estudado o comportamento de determinado papel, uma vez que suas cotações seguem as tendências apresentadas pelo mercado. Este índice pode refletir se a confiança no mercado brasileiro está positiva ou não. Contudo, é de extrema importância analisar separadamente as empresas que compõe e sua correlação, a fim de prever ineficiências de mercado e impactos negativos sobre papéis tão importantes para a tomada de decisão dos investidores. O índice do mercado acionário é bastante útil, ainda, por refletir o comportamento dos investimentos em ações e, em conseqüência, as tendências gerais da economia. Por meio de suas variações periódicas, é possível distinguir certos ciclos que caracterizam o funcionamento da economia, formando as expectativas dos investidores com relação a seu comportamento esperado. (ASSAF, 2006) 1.1. Problema Com a evolução do mercado de capitais as variáveis que influenciam o comportamento de ações das empresas se multiplicam, tornando a análise geral do mercado mais complexa. Dessa forma, analisando uma das empresas mais importantes da Bolsa de

10 Valores brasileira, a Petróleo Brasileiro S.A (Petrobrás), como as variáveis taxa de juros, preço do petróleo e taxa de câmbio influenciam o preço das ações desta? 1.2. Objetivos O presente trabalho busca analisar o efeito das variáveis aqui especificadas, taxa de juros, preço do petróleo e taxa de câmbio, sobre o preço das ações da Petrobrás, a fim de detectar como estes fatores influenciam no comportamento dos preços dos papéis da empresa petrolífera. 1.3. Justificativa A Petrobrás contribui efetivamente para o desenvolvimento econômico brasileiro. Suas ações estão entre as mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo e influenciam diretamente o índice Bovespa. Conseguir prever seu comportamento pode ajudar a traçar possíveis oscilações na economia brasileira. 1.4. Estrutura do trabalho O presente trabalho foi estruturado em cinco capítulos, objetivando tornar o mesmo claro para entendimento geral. Em sua primeira parte, foi apresentada ao leitor a introdução do tema, mostrando o problema de investigação, a definição dos objetivos gerais e a justificativa da pesquisa. Já o segundo capítulo expõe a revisão bibliográfica sobre o tema estudado, com visões diversas sobre o assunto, buscando aprofundar a análise proposta. No terceiro capítulo, apresenta-se o contexto econômico, ambientando o leitor sobre o mercado petrolífero no Brasil, sobre a Petrobrás, o preço do petróleo, a taxa de juros e a taxa de

11 câmbio. Em sua quarta parte, aborda-se a definição da metodologia de pesquisa utilizada, a definição da amostra, a coleta de dados e o uso do modelo econométrico. No quinto capítulo são apresentados os resultados das regressões. Ao final, expõe-se a conclusão.

12 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Para alcançar uma análise mais ampla sobre o assunto, optou-se por expor alguns trabalhos que tratam deste tema. Como, por exemplo, o trabalho de Bertella, Pereira e Silva (2009) no qual foram analisadas a cointegração e causalidade entre indicadores macroeconômicos e Índice Bovespa (Ibovespa). Os dados utilizados correspondem ao período de 1995 a 2007. Foram empregadas as variáveis locais: índice de produção industrial, índice de inflação, taxa de juros real, risco de crédito doméstico e taxa de câmbio real. As variáveis externas foram: o preço do petróleo, a taxa de juros americana e Standard and Poor s 500. O modelo utilizado mostrou que os preços das ações da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) são influenciados por um conjunto de variáveis macroeconômicas. Bertella, Pereira e Siva (2009) concluíram que a taxa de juros americana afeta negativamente o Ibovespa. Entretanto, a bolsa brasileira e a bolsa americana estão relacionadas positivamente. Avaliando ainda o cenário internacional, o preço internacional do barril de petróleo está positivamente relacionado com o Ibovespa. Isso pode ser explicado pela significativa participação da Petrobrás no índice. No que tange a taxa de câmbio, foi verificado um efeito inversamente proporcional entre essa variável e o índice Bovespa. Já a taxa do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) demonstrou influência negativa na bolsa brasileira. As demais variáveis não apresentaram relação significativa. Outro trabalho representativo é o de Grôppo (2004), que estudou o efeito das variáveis econômicas sobre o índice da Bolsa de Valores de São Paulo. As variáveis utilizadas pelo autor foram taxa de câmbio real, preço do barril de petróleo no mercado internacional, taxa de juros de curto prazo (Selic), índice de fechamento médio mensal de ações da Bolsa de São

13 Paulo e Índice de Produção Industrial (PROD). Nesta análise foi observada relação significativamente negativa entre a taxa de câmbio real e a taxa Selic com o Ibovespa. Já o preço internacional do petróleo influencia o comportamento do Ibovespa, uma vez que um choque no preço desta commodity impacta negativamente este índice. Entretanto, o índice de produção industrial não afeta contemporaneamente o Ibovespa. Importante conclusão realizada por Grôppo (2004), após verificação dos dados obtidos, mostra a relevante influência que a taxa de juros exerce sobre a economia brasileira, sendo também a que mais impacta o Ibovespa. Nunes, Costa Jr e Meurer (2005) estudaram a relação entre as variáveis macroeconômicas e os retornos do Ibovespa no período pós-plano Real. Tais autores constataram que o mercado de ações não pode servir como hedge para a inflação. Contudo, verificou-se também que a inflação não afeta negativamente as atividades econômicas brasileiras. Através da estimativa do Modelo Auto-Regressivo Vetorial ( VAR), onde a relação em tempo real das variáveis econômicas e o mercado de ações foram analisadas, constaram a influência significativa dos retornos dos mercados em prever as taxas futuras da inflação. Para obter tais resultados, Nunes, Costa e Meurer (2005) utilizaram como dados um conjunto de variáveis econômicas, supostas como determinantes para o preço dos ativos, e os retornos de ações brasileiras. A base de dados está compreendida no período de janeiro de 1995 a dezembro de 2004, e as variáveis observadas foram: Produto Interno Bruto (PIB), Índice Geral de Preços (IGP-M), taxa de câmbio real, a taxa Selic, Ibovespa e a série do spread entre o título da dívida externa brasileira. Além das relações já mencionadas, os autores também concluíram a existência de uma

14 relação negativa entre a taxa de inflação e a atividade econômica contemporâneas. E, verificaram a relação positiva entre a atividade econômica e os retornos médios do Ibovespa. No contexto do mercado externo, concluiram que as variações na taxa de câmbio real afetam significativamente as variações correntes do Ibovespa. Já no trabalho de Vechia (2008) foi analisada a influência de fatores econômicos sobre o retorno de 45 ações da Bovespa. As variáveis estudadas foram o índice Bovespa, cotação do dólar, preço do petróleo, taxa Selic, inflação, índice Dow Jones e risco país. Para esse estudo foi utilizado o modelo de regressão linear múltipla. Como todas as combinações de variáveis apresentaram graus de correlação inferior a 0,7, não foi necessário excluir nenhuma variável do modelo. Porém, foram poucas as ações que tiveram seu retorno significativamente explicado por esse modelo. Com exceção da Petrobrás, uma vez que o grau de explicação foi altamente significante, em torno de 86%. De forma geral, pode-se verificar que o preço do dólar possui baixa e negativa correlação com os retornos das ações. No caso da variável preço do petróleo, apenas para as cotações da Petrobrás foram verificadas alto grau de correlação. A inflação também apresentou maior correlação com as ações da empresa petrolífera. Para a análise do índice Dow Jones, os papéis que apresentaram maior correlação com a variável foram as emitidas pelo do setor financeiro. Entretanto, a taxa Selic, quando analisada individualmente, não apresentou alta correlação com nenhuma das 45 ações. Por fim, Vechia (2008) concluiu que o índice Bovespa e depois o Dow Jones são os que possuem maior grau de significância em relação às ações do mercado brasileiro. Para Medeiros e Ramos (2005), existem inúmeros fatores de natureza econômica, política e social que afetam o desempenho da Bolsa de Valores de São Paulo. Algumas das variáveis que determinam o comportamento da bolsa são controláveis, porém, também

15 existem as variáveis exógenas, que estão fora do controle das políticas econômicas brasileiras. Um exemplo, citado pelos autores, de uma variável exógena se refere à influência positiva da bolsa americana sobre a bolsa brasileira. Entretanto, o risco país é considerado pelos autores uma variável endógena e também exógena, que afeta a bolsa de valores brasileira principalmente por interferir na credibilidade do país. Ainda segundo Medeiros e Ramos (2005), a taxa de juros influencia negativamente a bolsa, e a política cambial que vigora atualmente influencia a Bovespa, mas não ao nível de acarretar resultados negativos ao seu índice. Por fim, relacionaram positivamente o crescimento da bolsa com o PIB brasileiro. Bone (2004) analisou o comportamento das ações ordinárias da Petrobrás holding emitido na Bovespa e na New York Stock Exchange (NYSE), no período de janeiro de 1994 a dezembro de 2002. Nesse estudo foram estudadas duas variáveis específicas, o rating corporativo e os eventos administrativo-financeiros. Para os papéis PETR3 uma alteração no rating não interfere no valor das ações no mercado. Entretanto, no caso da PETR4, Bone (2004) verificou uma sensibilidade maior entre a variação do ranting e sua influência nessas ações. Entretanto, no caso de eventos administrativo-financeiros, percebeu-se que mudanças cambiais afetam significativamente a cotação desses dois papéis no mercado. No estudo teórico de Souza (2006), foi avaliado especificamente o impacto do aumento do preço do petróleo na economia e na política energética mundial. Sendo que oscilações no preço da commodity afetam a economia tanto de países emergentes quanto de países desenvolvidos. A elevação no preço do petróleo tende a elevar a inflação, o desemprego, o crescimento da dívida externa nos países importadores. Como conseqüência, tem-se redução no PIB e aumento do custo de vida da população em escala global.

16 O trabalho de Silva (2011) verificou a relação existente entre o preço do petróleo e as ações da Petrobrás. A última foi escolhida como proxy, uma vez que é a maior empresa de capital aberto com ações negociadas na Bovespa e também por comercializar a commodity citada. Foram utilizados dados mensais do período de 1995 a 2010. Foi constada uma relação diretamente proporcional entre o preço do petróleo e as ações da petrolífera. Silva (2011) analisou através de vários modelos econométricos os dados do preço internacional do barril do petróleo West Texas Intermediate (WTI), o preço da ação preferencial da Petrobrás PETR4 e os índices Ibovespa e Dow Jones. A relação econômica unidirecional apresentada entre o preço do petróleo e as ações da Petrobrás foi verificada em todos os modelos. Sendo que todos os coeficientes do petróleo chegaram a significativos e semelhantes valores em todas as metodologias econométricas apresentadas.

17 3. CONTEXTO ECONÔMICO A Petrobrás, desde sua criação em 1953, contribui fundamentalmente para o desenvolvimento econômico brasileiro, seja por seus resultados financeiros, pela atenção atraída ou pelos desafios extrativistas superados. Dessa forma, desde a consolidação do mercado financeiro, a empresa tem grande participação nas transações do mesmo, exatamente por ser considerada uma empresa sólida e de participação relevante internacionalmente. A Petrobrás pode ser a terceira maior produtora mundial de petróleo e gás em 2011, e obteve o maior lucro líquido de 2010 entre as empresas brasileiras (Relatório Petrobrás 2011). Ademais, a empresa conta com investidores ao redor do mundo e grande participação do capital estatal, o que contribui para maior visibilidade e atratividade de suas ações. No gráfico abaixo, pode ser observada a distribuição da participação nas ações entre o governo brasileiro, acionistas brasileiros e estrangeiros da empresa. 120% 100% 80% 60% 40% Governo Brasileiro Acionistas Brasileiros Acionistas Estrangeiros 20% 0% Out/1992 Jul/2000 Depois Oferta Ago/00 Depois Oferta Jul/01 Dez/2009 Dez/2010 Gráfico 1 Distribuição da participação nas ações da Petrobras. (RELATÓRIO PETROBÁS set/2011, 2011). Esta relativa estabilidade e confiança da empresa são refletidas em suas transações acionárias diariamente. Como se vê abaixo, as ações de Petrobrás representaram mais de 13% do índice Ibovespa de 11/Novembro/2011:

18 Código Ação Tipo Qtde Teórica Part. (%) PETR3 PETROBRÁS ON 75,53010767679 3,096 PETR4 PETROBRÁS PN 270,30531616909 10,143 Tabela 1 Composição do Índice Bovespa 11/11/11. (BM&FBOVESPA, 2011) Dessa forma, pode-se considerar que os papéis da Petrobrás impactam diretamente o desempenho do índice Ibovespa, como se pode observar no gráfico abaixo, comparando a evolução do índice Ibovespa com as ações da Petrobras entre 01/01/2009 e 10/11/2011. Gráfico 2 Análise comparativa da evolução do Ibovespa e ações PETR. (PETROBÁS, RELAÇÃO COM INVESTIDORES, 2011) Dado que as ações da Petrobrás são as mais negociadas no mercado acionário brasileiro, uma alteração no preço dos papéis da petrolífera pode alterar significativamente o Ibovespa. Neste contexto, as variáveis taxa de juros, preço do petróleo e taxa de câmbio devem ser analisadas para conclusões efetivas. 3.1. Mercado Petrolífero no Brasil A indústria petrolífera engloba o processo de exploração, extração, refino e transporte de seus produtos, sendo que os principais são o óleo combustível e a gasolina. Por originar produtos essenciais ao funcionamento do parque industrial e do padrão de consumos

19 modernos, as empresas petrolíferas possuem uma forte demanda. Ainda que fontes alternativas de combustíveis estejam adquirindo seu espaço, o mercado petrolífero está longe da extinção ou quebra. Podemos exemplificar tal afirmativa com o gráfico abaixo que mostra a evolução da produção de petróleo no Brasil nos últimos anos. Isso comprova que o mercado petrolífero brasileiro mantém uma produção sustentável e, também por isso, é tido como um setor com alto grau de confiabilidade para investimentos. Gráfico 3 Evolução da produção de petróleo no Brasil. (ANP, 2011). Essa produção é dividida entres diversas bacias, localizadas, principalmente no estado do Rio de Janeiro, que contribui com 74% da produção:

20 Gráfico 4 Distribuição da produção de Petróleo por estado. (ANP, 2011) Além disso, constata-se que o maior participante no mercado brasileiro é a Petrobrás, como identificado a seguir. Gráfico 5 Distribuição da Produção de Petróleo por Operador. (ANP, 2011)

21 Tabela 2 Distribuição de produtores de petróleo no Brasil. (ANP, 2011) Dessa forma, pode-se considerar que a Petrobrás é a principal atuante no mercado, contando com mais de 70% da produção, além de diversas bacias espalhadas pelo país e importantes investimentos estrangeiros para o desenvolvimento sustentável da empresa e do setor. 3.2. A Petrobrás A existência de petróleo no Brasil já era conhecida desde os tempos do regime imperial. Até as primeiras décadas do século XX, muitos agrônomos e estudiosos tentaram perfurar alguns poços de petróleo, porém não obtiveram sucesso. Foi então que em 1932, o engenheiro agrônomo Manoel Inácio Basto executou vários experimentos com uma lama

22 preta encontrada em um bairro suburbano de Salvador, e conseguiu entregar um laudo técnico ao então presidente Getúlio Vargas atestando seu achado. A descoberta de tal riqueza resultou em uma série de medidas institucionais do governo brasileiro. Durante as décadas de 1940 e 1950 ocorreram diversas transformações na sociedade brasileira, tanto pelo início do processo de industrialização como também pela redemocratização após a Segunda Guerra Mundial. Foi nesse contexto que diversos grupos sociais começaram a discutir o papel do Estado, da iniciativa privada, nacional e estrangeira na economia, uma vez que planejavam propostas para acelerar o desenvolvimento econômico do Brasil. Uma das principais questões era sobre a intervenção estatal na indústria petroquímica. Os debates tomaram âmbito nacional, mobilizando jornalistas, políticos, empresários, militares, estudantes e operários, e foi nesse contexto que surgiu a campanha o petróleo é nosso. Pressionado pela campanha nacionalista e pela grande parcela dos governistas, Vargas finalmente optou pelo monopólio da estatal. Em 3 de outubro de 1953, o presidente sancionou a Lei Nº 2.004, que criava a Petróleo Brasileiro S.A. Petrobrás. Ela se tornou uma empresa de capital misto, controlada pelo Estado e responsável, em caráter monopolista, pela pesquisa, extração, refino e transporte do petróleo e seus derivados. Em 01 de Janeiro de 2002, foi instituída a Lei do Petróleo que constituía a Petrobrás o direito exclusivo por um período de vinte e sete anos para explorar as reservas de petróleo em todos os campos onde a empresa já havia iniciado a produção. Hoje a empresa é líder do setor petrolífero brasileiro, terceira maior empresa de energia do mundo, o valor da sua marca ultrapassa os R$ 19 bilhões, presente em vinte e oito países, quarto lugar entre as empresas mais respeitadas do mundo e oitava maior empresa global por valor de mercado e a maior do Brasil (US$ 164,8 bilhões). Visa expandir suas operações para estar entre as cinco maiores empresas integradas de energia do mundo até

23 2020, e seu plano de negócios de 2010 a 2014 prevê investimentos de US$ 224 bilhões. Sociedade anônima de capital aberto, a Petrobrás possui em torno de 463.870 acionistas, cujo majoritário é o governo brasileiro. Em 2009 seus investimentos chegaram a R$ 71 bilhões, que resultaram na receita líquida de R$ 182,71 bilhões e no lucro líquido de R$ 28,98 bilhões, segundo o portal na internet da Petrobrás (2011). Podemos destacar a importância da Petrobrás para o Brasil em três períodos. O primeiro vai do ano de 1990 a 2000 quando o seu maior objetivo era assegurar o abastecimento do mercado nacional de óleo, gás natural e derivados, através das atividades definidas na constituição e na Lei 2.004 de forma rentável e aos menores custos para a sociedade, contribuindo para o desenvolvimento do país. No segundo período, que compreende de 2000 a 2010, o objetivo era atuar de forma rentável nas atividades da indústria de óleo e gás, e nos negócios relacionados, no mercado nacional e no internacional, fornecendo produtos e serviços de qualidade, respeitando o meio ambiente, considerando os interesses dos acionistas e contribuindo para o desenvolvimento do país. E do período de 2005 a 2015, visa atuar de forma segura e rentável com responsabilidade social e ambiental, nas atividades da indústria de óleo, gás e energia, nos mercados nacionais e internacionais, fornecendo produtos e serviços adequados às necessidades dos seus clientes e contribuindo para o desenvolvimento do Brasil e dos países onde atua. Em 2008, o petróleo ocasionou outra crise, nos seis primeiros meses do ano, movimentos especulativos em escala global fizeram com que o preço do petróleo aumentasse 100%. Com as descobertas de reservas de petróleo na camada Pré-sal no Brasil, em novembro

24 de 2007, houve uma grande ascensão nas reservas e na produção de petróleo. A Petrobrás com isso estima alcançar, em 2017, produção diária superior a 1 milhão de barris nas áreas de Présal. 3.3. Preço do petróleo Conforme Arouri e Rault (2009), muitos estudos mostraram que a flutuação do preço do petróleo influencia significativamente as atividades econômicas de países desenvolvidos e emergentes. O aumento no preço do petróleo faz com que produtos derivados destes, como óleo combustível e o diesel, também sofram conseqüente elevação. Tais derivados são utilizados como insumo para funcionamento, produção e desenvolvimento de quase todas as atividades econômicas, e por isso a oscilação nos preços da commodity influencia o índice de inflação, a taxa de juros e o produto interno produto de diferentes países. Analistas da própria companhia afirmam a relação direta que existe entre o aumento do preço do petróleo com o aumento da receita líquida da Petrobrás. Concluem também que o preço médio de venda é diretamente proporcional ao preço internacional do barril de petróleo, por isso se este aumentar a receita da petroquímica brasileira também se eleva. Ressalta-se também, que as exportações e importações de petróleo e derivados são influenciadas pela oscilação do preço internacional do barril de petróleo. No estudo de Silva (2011), é destacada a importância que as vendas totais de petróleo e seus derivativos (mil barris/dia) tanto para o mercado externo quanto para o mercado interno, superam as importações realizadas pelo segmento de refino, transporte e abastecimento, e, por esses motivos pode-se constatar objetivamente que o aumento no preço internacional do petróleo tenha um efeito positivo no resultado da Petrobrás. Acredita-se que a elevação nos preços do petróleo aumente os lucros da Petrobrás e por conseqüência

25 influenciem os dividendos, que por fim alteram o valor das ações da companhia. Complementando, pode-se destacar: No entanto, mercados de capitais de diferentes países têm distinto grau de desenvolvimento, que pode causar a assimetria de informação, onde a informação não será refletida pelo menos de forma imediata no preço das ações. Assim, a velocidade da reação para dada informação em mercados desenvolvidos pode ser diferente quando comparada a mercados ainda em desenvolvimento. Tal fato pode ser constatado pela diferença de volume negociado entre mercados, o grau de concentração das ações negociadas e a existência de mecanismos de proteção aioacionista minoritário. Então, pelo motivo de existirem mercados mais desenvolvidos que outros, pode acontecer de estes mercados incorporarem o efeito da informação em seus preços de forma mais eficiente. Além do mais, existe a possibilidade de diferentes mercados como, por exemplo, o mercado acionário e o mercado de commoities (petróleo) terem distintos usuários que podem afetar a velocidade de absorção da informação em cada mercado. Desta forma, movimentos de preços de ativos de mercados com diferentes usuários ou mesmo de um mercado mais desenvolvido, como o mercado norte-americano, podem preceder os movimentos de preços de um mercado menos desenvolvido, como o Brasil, caso estes estejam parcialmente integrados (SILVA, 2011, p. 21). O preço do petróleo no mundo tido como referência é do tipo WTI ou o tipo Brent. O primeiro tipo trata-se de um petróleo extraído principalmente do Golfo do México e é o comercializado na bolsa de Nova York. O segundo tipo trata-se do minério originado tanto do Mar do Norte quanto do Oriente Médio e é comercializado na Bolsa de Londres. O petróleo do tipo WTI é mais leve e por isso seu processo de refinação é mais fácil, o que geralmente o faz ter um preço mais alto do que o Brent. Mas sabe-se que muitos outros fatores afetam na diferença desses preços, principalmente a situação geopolítica de países produtores, como ocorre atualmente nos países árabes.

26 3.4. Taxa de juros Segundo Assaf (2008) o juros é o preço pago pelo aluguel do dinheiro, ou seja, o quanto deverá ser pago pelo empréstimo de um capital. O preço pago pelo agente investidor pela utilização do dinheiro de um agente poupador é determinado em uma economia pelas taxas de juros. A taxa de juros é parâmetro de extrema importância em qualquer economia, dado o seu papel fundamental na determinação do nível de atividade, do emprego e de várias outras variáveis econômicas (LIU, 2007) A taxa de juros é um dos fatores que atuam diretamente nas decisões econômicas, já que interfere nos preços e nos custos de todos os setores da economia. A mesma influencia diretamente outras variáveis econômicas, tais como: a inflação, o desemprego, a taxa de câmbio, os fluxos de capital, a estrutura da balança de pagamentos e o nível da dívida externa e interna. Numa economia aberta como a do Brasil, em que os mercados mundiais estão significativamente integrados, qualquer alteração na taxa de juros pode resultar em grandes fluxos de capital estrangeiro, podendo afetar negativamente a política macroeconômica e ocasionar instabilidades. A taxa de inflação e a taxa de juros estão estreitamente relacionadas, isso porque quando a taxa de inflação aumenta faz com que os poupadores exijam juros mais elevados para emprestar recursos, pois eles devem assegurar o risco de depreciação monetária. Existem outros fatores que afetam a taxa de juros de uma determinada economia, tais como: os riscos conjunturais determinados pelo ambiente político, econômico, social e cambial. Quando as taxas de juros caem, os investidores buscam a bolsa de valores procurando maior rentabilidade. Consequentemente, a demanda de ações sobe e assim o preço dos papéis segue a mesma tendência de alta. A queda na taxa de juros faz com que os investidores

27 migrem suas aplicações para as rendas variáveis, como forma de obter maior rentabilidade. De forma contrária, quando ocorre elevação na taxa de juros, os investidores vêem atrativa a rentabilidade de renda fixa e com pouco risco, por isso retiram suas aplicações da renda variável ocasionando uma queda nas cotações. Segundo Pinheiro (2005) as taxas de juros baixas acarretam menores custos financeiros para as empresas e aumento do consumo pela sociedade. Isso ocasiona o crescimento dos lucros empresariais, o que resulta em cotações mais altas das ações. Trazendo o efeito dos juros para o mercado petrolífero, se a taxa de juros está muito alta, os proprietários das reservas preferem vender o petróleo e aplicar em investimentos que possuam juros menores em comparação a taxa de crescimento dos preços do petróleo. Porém, se a taxa de juros estiver baixa, optam por diminuir a oferta da commodity no mercado e esperar que o preço cresça mais rápido do que a taxa de juros. Portanto, pode-se concluir que o ritmo da exploração depende da taxa de juros. No presente trabalho vamos utilizar à taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia, paga sobre os títulos da dívida pública do governo brasileiro. 3.5. Taxa de câmbio A taxa de câmbio corresponde ao preço expresso em moeda estrangeira para cada unidade de moeda nacional. A valorização cambial é quando ocorre o aumento do poder de compra da moeda nacional perante as demais moedas. E, de forma antagônica, a desvalorização cambial é quando a moeda nacional perde seu poder de compra (ASSAF, 2006, p. 83). Quando ocorre redução na taxa cambial, ou seja, valorização da moeda nacional frente

28 à estrangeira, resulta em aumento nas importações e redução das exportações, refletindo em saldos negativos sobre o balanço de pagamentos. Do contrário, a elevação da taxa cambial, ou seja, a desvalorização da moeda nacional ocasiona a redução nas importações e incentiva as exportações, resultando sobre o balanço de pagamentos um saldo positivo. O indicador oficial utilizado pelo Banco Central para divulgar a cotação das moedas estrangeiras negociadas no Brasil é a Ptax, que é calculada para todas as moedas, porém fazse maior relação desse índice com o dólar, já que é a moeda mais negociada no mercado brasileiro. O Brasil vem adotando o regime de câmbio flutuante administrado, o qual permite variações livres da taxa cambial, intervindo o Governo, geralmente como comprador (ofertante) ou vendedor (demandante) de divisas, sempre que julgar algum risco ao equilíbrio de mercado. Essas intervenções do Governo têm por objetivo promover uma valorização ou desvalorização da taxa de câmbio e trazê-la a um patamar mais adequado a um melhor desempenho de variáveis econômicas como inflação, contas externas e crescimento econômico (ASSAF, 2006) Claramente, pode-se fazer uma relação direta entre a desvalorização do real frente ao dólar e o aumento do Índice Bovespa. A maioria do capital investido no mercado de ações brasileiros é estrangeiro, pois aplicar recursos na bolsa ainda não é uma cultura muito difundida no Brasil. Por isso, investidores externos aplicam dólares no país para operar e acabam comprando reais para poderem executar suas transações no mercado de ações brasileiro. Se o mercado de ações brasileiro se torna mais atrativo então investidores estrangeiros investem mais dinheiro na bolsa. Conforme as transações de investidores não residentes aumentam, a quantidade de dólar que entra no país também se eleva, e com isso se torna mais volumoso e mais barato, ou seja, a taxa de câmbio cai. Como ocorre aumento na demanda das ações, seu preço segue proporcionalmente essa ascensão, por isso o Índice Bovespa se valoriza.

29 De forma antagônica, se a economia do país não se encontra estável ao ponto de os investidores ficarem temerosos, eles retiram seu capital do mercado ou deixam de investir. Isso significa que eles vendem as ações na bolsa a qualquer preço, pois querem estar expostos ao mínimo de risco, conseqüentemente o Índice Bovespa sofre queda. Com a escassez do dólar na economia, ele fica mais caro, ou seja, a taxa de câmbio aumenta.

30 4. METODOLOGIA quantitativa. Esta é uma pesquisa exploratória, onde foram utilizados dados de natureza 4.1. Amostras e Dados Nesta pesquisa foram utilizadas séries históricas mensais compreendidas no período de janeiro de 1995 a outubro de 2011. O motivo para a escolha desse período se justifica pelo interesse da coleta de dados quando se deu inicio a vigência do Plano Real. Assim, foram obtidas 202 observações para análise. As variáveis que foram analisadas para o estudo são: a taxa Selic, a taxa de câmbio (R$/US$) do valor de venda, o preço internacional do barril do petróleo WTI e as cotações em reais dos papéis PETR3 e PETR4 da Petrobrás. 4.2. Procedimentos Empíricos O procedimento estatístico utilizado foi regressão linear múltipla pelo método dos mínimos quadrados ordinário, onde o objetivo para o emprego deste é encontrar o melhor ajuste para o conjunto de dados utilizados e com isso minimizar a soma dos quadrados das diferenças entre o valor estimado e os dados observados. A regressão linear múltipla é uma técnica de análise multivariada de dados que permite analisar a relação existente entre uma única variável dependente e duas ou mais variáveis independentes e fazer projeções a partir desta relação descoberta (CORRAR, 2009, p. 134). A operacionalização do modelo foi realizada com o auxílio do software Stata. Para

31 evitar o provável problema da heteroscedasticidade o modelo empírico foi rodado de forma robusta, pois assim as estatísticas t e F tornam-se válidas. Depois da preparação dos dados, foi estimado o modelo abaixo, utilizando os logaritmos naturais (ln) das variáveis de interesse. Pois assim, tem-se de forma direta os efeitos das variáveis explicativas na variável dependente. = + log + log + log + Onde: = variação dos preços das ações da Petrobrás PETR3 e PETR4; = variação do preço internacional do barril de petróleo WTI; = Taxa de câmbio; = Taxa Selic; = Parâmetros a serem estimados; = Termo de erro, O termo erro visa a possibilidade de existirem outros fatores, além do preço internacional do barril de petróleo, taxa de câmbio e taxa Selic, que afetem o preço das ações da Petrobrás. Alguns problemas podem surgir em uma análise de regressão, podendo comprometer a confiabilidade dos valores estimados, e assim a inferência estatística, define Wooldridge (2006). O primeiro problema que pode ser detectado na regressão é de multicolinearidade. Segundo Wooldridge (2006) isso ocorre quando existe uma alta correlação (mas não perfeita) entre duas ou mais variáveis independentes. Isto é supostamente evidenciado quando o modelo resulta em bastante alto, mas os coeficientes da regressão segundo a estatística t não são estatisticamente significativo. A multicolinearidade imperfeita não causa viés no modelo e é consistente.

32 A multicolinearidade tende a distorcer os coeficientes angulares estimados para as variáveis que a apresentam, prejudicando a habilidade preditiva do modelo e a compreensão do real efeito da variável independente sobre o comportamento da variável dependente, determina Corrar (2009). No modelo proposto no presente trabalho, foi verificado altamente significante, o que poderia ser um indício de multicolinearidade perfeita. Porém, o modelo gerou coeficientes significativos segundo a estatística t, ao nível de significância de 1%. A heteroscedasticidade ocorre quando as variâncias não são constantes para todas as observações. (WOOLDRIDGE, 2006). Como este problema foi detectado intuitivamente pela prática e sua forma é desconhecida, utilizou-se então o método robusto em relação à heteroscedasticidade. Tal método é bastante convencional e válido em grandes amostras, que apresentem ou não os erros variância constante, sendo que não é necessário saber qual é a origem da heteroscedasticidade. A correlação serial é um problema bastante comum em modelos de séries temporais. Neste caso os resíduos das séries são auto-correlacionados ao longo do tempo. Diante disto, faz-se necessário realizar o teste Durblin-Watson (DW) para detectar tal problema. Por meio da estatística DW analisou-se o quão auto-correlacionados são os resíduos da equação. A fórmula empregada no cálculo é apresentada abaixo. Contudo, ao detectar auto-correlação positiva nos resíduos utilizou-se da variável dependente em sua forma defasada por dois estágios. log = + log + log + log + Entretanto, o problema de auto-correlação pode afetar a eficiência do estimador, mas não afeta sua inferência estatística, ou seja, o modelo apresentando ainda pode ser considerado bom, pois se pode considerar a estatística t e F encontradas.

33 O problema de endogeneidade ocorre quando uma ou mais variáveis explicativas são correlacionadas com outras variáveis não explicativas no modelo e que afetam a variável dependente. Os estudos empíricos sobre o tema não indicam problema significativo de endogeneidade.

34 5. RESULTADOS Nesta etapa será possível compreender as influências dos fatores econômicos sobre as variações das cotações das ações da Petrobrás. Conforme mencionado no tópico Metodologia, realizou-se a regressão linear múltipla pelo método dos mínimos quadrados ordinários. De acordo com as tabelas 3 e 4, abaixo destacadas, os estimadores são significantes, ao nível de significância de 1%. Demonstrando, portanto que a estatística t é significativa. Com relação ao erro-padrão, no qual mensura a precisão da previsão, representa o desvio-padrão em torno da reta de regressão. Quanto menor o erro-padrão, melhor é a estimativa do modelo. Tabela 3 Resultado regressão - PETR3. (Elaboração da autora). Tabela 4 Resultado regressão - PETR4. (Elaboração da autora). Deste modo, as influências das variáveis estudadas obtiveram comportamento esperado. Apresentou-se uma relação positiva entre a variação do preço internacional do barril de petróleo e as variações das cotações para os dois papéis. Entretanto, a taxa de câmbio e a taxa Selic impactam negativamente as variações das cotações da PETR3 e PETR4. A tabela 5 fornece o coeficiente de correlação (R), de 0, 9240 para a variável PETR3 e

35 0, 9120 para PETR4, que representa o grau de associação entre as variáveis dependente e independente. O R 2, chamado de coeficiente de determinação ou poder explicativo da regressão, indica quanto da variação na variável dependente é explicado pelas variações nas variáveis independentes. Pode-se dizer, portanto, que as variáveis preço internacional do barril de petróleo, taxa Selic e taxa de câmbio explicam 92% e 91% da variação do preço das ações da PETR3 e PETR4, respectivamente. Tabela 5 Resultados regressão. (Elaboração da autora). O teste de Durbin-Watson revelou não haver evidências de auto-correlação dos resíduos ao nível de significância de 1%, quando a variável dependente foi defasada em dois estágios. Então, as equações que ajustam os modelos das ações são para PETR3 e PETR4 respectivamente: log = -3.506699 + log 1.411668 log 0.5122102 log 1.169048 + log = -2.789897 + log 11.256594 log 0.6707273 log 1.072778 + Portanto, para ambas as equações o aumento na variação do preço internacional do barril de petróleo causa ascensão nas variações das cotações dos papéis. No que tange a taxa Selic, sua elevação ocasiona redução na variação nos preços das ações. Para a taxa de câmbio, quando ocorre aumento significativo, o esperado é a diminuição nos valores dos papéis.

36 6. CONCLUSÃO Diante da importância positiva do mercado financeiro sobre o desempenho das economias, destaca-se o mercado de capitais como um vetor eficiente de disseminação de novas tendências econômicas, especialmente para o setor empresarial, já que este busca constantemente viabilizar suas operações por meio de aportes de capital. A Petrobrás, devido a sua alta representatividade na economia brasileira e sua consolidada posição no mercado de capitais, possui um grande compromisso de divulgação das informações financeiras que mensuram seu desempenho. Estas informações, aliadas às variáveis econômicas, como o preço internacional do barril de petróleo WTI, a taxa Selic e a taxa de câmbio (R$/US$) do valor de venda, podem ser determinantes na movimentação dos índices das ações da empresa negociadas no mercado financeiro. Neste contexto, o presente trabalho buscou investigar de forma exploratória a influência destas variáveis econômicas sobre as ações da Petrobrás (PETR3 e PETR4). O trabalho visa sua contribuição ao que tange entender o comportamento das ações da petrolífera. Os fatores econômicos utilizados foram: o preço internacional do barril de petróleo WTI, a taxa Selic e a taxa de câmbio (R$/US$) do valor de venda. Para se atingir o objetivo proposto, modelou-se o comportamento das variáveis através da regressão linear múltipla, utilizando a estimação por mínimos quadrados ordinários. Todas as variáveis mostraram significantes ao nível de 1%. Para o coeficiente de determinação ajustado seu valor foi de 94% e 95%, o que sugere ser um bom modelo. A intenção não era apenas conhecer a magnitude das alterações nas variáveis. Mas, entender se os fatores descritos influenciam o preço das ações e se são positivamente ou negativamente correlacionados. Todos os resultados apontados corroboraram com a hipótese esperada, nas quais todos

37 os fatores descritos influenciam os preços dos papéis da petrolífera. No caso do preço do barril do petróleo, os resultados confirmaram que o aumento do preço do petróleo contribui para o aumento do valor dos papéis da Petrobrás. Já para a taxa Selic e para a taxa de câmbio foi constatada uma relação negativa, uma vez que as elevações desses dois fatores ocasionam queda nas cotações dos papéis PETR3 e PETR4. Para os próximos estudos, sugere-se analisar os preços das ações com base em modelos econométricos, tais como método da máxima verossimilhança e o método de GARCH. Este trabalho poderia ser complementado com inserção de outras variáveis econômicas no estudo, risco país, taxa de inflação, índice de aversão ao risco (VIX) e ratings. Destaca-se ainda a relevância de se comparar a movimentação dos preços das ações com informações de cunho financeiro e de desempenho, fornecendo assim maiores informações sobre o comportamento das ações da Petrobrás.

38 REFERÊNCIAS AGÊNCIA NACIONAL DE PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTIVEIS (Brasil). Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis. Rio de Janeiro: ANP, 2008. Disponível em: < http://pt.scribd.com/doc/37627928/anuario- Estatistico-Brasileiro-do-Petroleo-Gas-Natural-e-Biocombustiveis-2010 >. Acesso em 4 set. 2011. A. FERREIRA; S. FAVARETTO (Brasil). Relatório Anual BM&FBOVESPA 2010: São Paulo: Report Comunicação, 2010. 139 p. Disponível em: <http://www.bmfbovespa.com.br/pt-br/a-bmfbovespa/download/bmfvovespa-relatorio- Anual-2010.pdf>. Acesso em: 12 out. 2011. ANTUNES, M. A.; PROCIANOY, J. L. Os efeitos das decisões de investimentos das empresas sobre os preços de suas ações no mercado de capitais. R. Adm, São Paulo, v. 38, n. 1, p.5-14, jan. 2003. ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008.. Mercado financeiro. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2006. BRASIL. BM&FBOVESPA: a bolsa é para você!.disponível em: <http//:www.bmfbovespa.com.br>. Acesso em 10 nov. 2011. BRASIL. Banco Central do Brasil. Relatório de economia bancária e crédito. Brasília: 2009. 168 p. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/pec/depep/spread/rebc2009.pdf>. Acesso em: 15 out. 2011. BRASIL. Ipeadata. Disponível em: <http://www.ipeadata.gov.br/>. Acesso em 02 nov. 2001.. Petrobrás: energia, tecnologia e desenvolvimento sustentável. Disponível em: <http://www.petrobras.com.br>. Acesso em 07 abr. 2011. BERTELLA, M. A.; PEREIRA, R. A. M.; SILVA, R.. Cointegração e causalidade entre indicadores macroeconômicos e índice Bovespa. FEA-RP, Ribeirão Preto, 2009. Disponível em: < http://cpq.fearp.usp.br/anonftp/textos_discussao/eco/wpe09_05.pdf >. Acesso em 14 ago. 2011. BONE, R. B. Análise de eventos internos e externos no comportamento de ações ordinárias e preferenciais da Petrobrás holding: 1944-2002. REAd, Porto Alegre, v. 10, n. 5, p.1-36, set./out. 2004. Disponível em: <http://read.adm.ufrgs.br/edicoes/pdf/artigo_290.pdf>. Acesso em 13 set. 2011.. Existe causalidade entre as ações da Petrobrás holding no período de 1994-2002?. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE P&D EM PETRÓLEO & GÁS, 2., 2003. Anais... Rio de Janeiro. P. 1-6.

39 COELHO, R. E. Comunicação com investidores no Brasil: estratégias para aproximar os investidores individuais do mercado de capitais. 2009. 51 f. Monografia (Especialista) Universidade de São Paulo, 2009. Disponível em: < http://www.aberje.com.br/monografias/renato_coelho.pdf>. Acesso em 05 set. 2011. CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE INDÚSTRIA. (Brasil). Matriz energética: cenários, oportunidades e desafios: Brasília: CNI, 2007. 86.p. Disponível em: <http://www.cni.org.br/portal/data/files/8a9015d015a0f71f0115ae4b9a37466d/matriz% 20Energ%C3%A9tica.pdf>. Acesso em 14 set. 2011. CORRAR, L. J.; PAULO, E.; FILHO, J. M. D. Análise multivariada: para os cursos de administração, ciências contábeis e economia. 1 ed. São Paulo: Atlas, 2009. Cinthya Moreira; et al (Brasil). Departamento de Indústria Química da Área de Insumos Básicos do BNDES. Potencial de Investimentos no Setor Petroquímico Brasileiro 2007-2010. Brasília: 2010. 28 p. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/sitebndes/export/sites/default/bndes_pt/galerias/arquivos/conhe cimento/liv_perspectivas/05.pdf>. Acesso em: 15. out. 2011. ESTADOS UNIDOS. U.S. Energy Information Administration (EIA). Disponível em: <http://www.eia.gov/>. Acesso em 05 jul. 2001. FRAQUELLI, A. C. A economia do petróleo: o ambiente econômico internacional e o comportamento dos preços do barril do petróleo. Ensaios Fee, Porto Alegre, p. 9-33. Disponível em: <http://revistas.fee.tche.br/index.php/indicadores/article/viewfile/1651/2021 >. Acesso em 10 set. 2011. GREGORY, D.; OLIVEIRA, M. F. B. A. O desenvolvimento de ambiente favorável no Brasil para a atração de investimento estrangeiro direto, Rio de Janeiro: Fundação Konrad Adenauer, 2005. GRÔPPO, G. S. Causalidade das variáveis macroeconômicas sobre o Ibovespa. 2004. 120 f. Dissertação (Mestrado) - Departamento de Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2004. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-06012005-165535/pt-br.php>. Acesso em: 12 set. 2011. LIU, J. Diferencial de juros e taxa de câmbio: um estudo empírico sobre o Brasil pós plano real. 2007. 36 f. Dissertação (Mestrado) - Fundação Getúlio Vargas Escola de Economia, São Paulo, 2007. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/2054/johnliuturma2004.pdf?se quence=2>. Acesso em: 12 set. 2011. MARCONI, N.; ROCHA, M. Exportação de Bens Primários e Apreciação do Câmbio Real: há uma ligação?. In: ENCONTRO INTERNACIONAL DA ASSOCIAÇÃO KEYNESIANA BRASILEIRA (AKB), 4., 2011, Rio de Janeiro. Anais.... Rio de Janeiro: UFRJ, 2011. p. 1-19. Disponível em: <http://www.ppge.ufrgs.br/akb/encontros/2011/37.pdf>. Acesso em: 11 set. 2011.