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DECISÕES» ISS. 3. Recurso especial conhecido e provido, para o fim de reconhecer legal a tributação do ISS.

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Superior Tribunal de Justiça SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA Nº EX (2006/ ) RELATOR : MINISTRO HAMILTON CARVALHIDO

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7ª CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO CÍVEL N.º DA COMARCA DE CERRO AZUL VARA ÚNICA

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL MINUTA DE JULGAMENTO FLS. *** SEGUNDA TURMA ***

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AGRAVO INTERNO EM APELACAO CIVEL

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autoridade consular brasileira competente, quando homologação de sentença estrangeira: (...) IV - estar autenticada pelo cônsul brasileiro e

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Transcrição:

SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA Nº 1.763 - PT (2007/0133333-7) RELATOR REQUERENTE ADVOGADOS REQUERIDO ADVOGADO : MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA : A F C A : CLAUDINEI JOSÉ FIORI TEIXEIRA E OUTRO(S) RIVALDO LOPES E OUTRO(S) : M A DA C B DE S : FLÁVIO FERNANDES EMENTA PROCESSUAL CIVIL. SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA. AÇÃO PROPOSTA NO ESTRANGEIRO PARA CONVERTER EM DIVÓRCIO A SEPARAÇÃO JUDICIAL CONSENSUAL OCORRIDA NO BRASIL. CITAÇÃO DA REQUERIDA NÃO-COMPROVADA. INDEFERIMENTO DA HOMOLOGAÇÃO. 1. A competência do juízo decorre, geralmente, do domicílio das partes ou de sua submissão ao foro eleito. No caso dos autos, além de o requerente e a requerida serem domiciliados no Brasil, a exceção declinatória do foro, por ela oferecida, indica sua negativa de submissão à jurisdição concorrente. 2. Para homologação de sentença estrangeira proferida em processo judicial proposto contra pessoa residente no Brasil, é imprescindível que tenha havido a sua regular citação por meio de carta rogatória ou se verifique legalmente a ocorrência de revelia. 3."Ainda que a citação assim tivesse sido procedida, viciada estaria a competência do juízo alienígeno pela expressa recusa da pessoa citanda de se submeter àquela jurisdição, nos termos da jurisprudência uniforme da Corte". Precedentes do STF. 4. A competência para conversão da separação judicial é exclusiva do juiz brasileiro, conforme inteligência do art. 7º da LICC, segundo o qual a lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras sobre os direitos de família. 5. Homologação indeferida. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da CORTE ESPECIAL do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, indeferir o pedido de homologação, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Nilson Naves, Fernando Gonçalves, Felix Fischer, Aldir Passarinho Junior, Eliana Calmon, Paulo Gallotti, Nancy Andrighi, Laurita Vaz, Luiz Fux e João Otávio de Noronha votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Ari Pargendler, Gilson Dipp, Hamilton Carvalhido e Francisco Falcão. Brasília (DF), 28 de maio de 2009(Data do Julgamento). MINISTRO CESAR ASFOR ROCHA Presidente MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA Relator Documento: 888591 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2009 Página 1 de 8

SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA Nº 1.763 - PT (2007/0133333-7) RELATOR REQUERENTE ADVOGADOS REQUERIDO ADVOGADO : MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA : A F C A : CLAUDINEI JOSÉ FIORI TEIXEIRA E OUTRO(S) RIVALDO LOPES E OUTRO(S) : M A DA C B DE S : FLÁVIO FERNANDES RELATÓRIO MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA: ANTÔNIO FERNANDO CONCEIÇÃO ALEGRE requer a homologação de sentença estrangeira de divórcio, proferida pela 2ª Secção do 2º Juízo do Tribunal de Família da Comarca de Lisboa, em face de MARIA ALICE DA CONCEIÇÃO BRÁS DE SOUSA ALEGRE. Informa que se separou da requerida, nos termos da decisão de separação judicial exarada pelo Juízo da 1ª Vara Cível do Tribunal de São Caetano do Sul/SP, em 13/10/83, a qual foi revista e confirmada pelo Tribunal de Lisboa, em 30/10/84. Sustenta que, em 17/6/88, a separação judicial foi convertida em divórcio pelo 2º Juízo do Tribunal de Família de Lisboa, cuja decisão transitou em julgado em 7/7/88. Acrescenta, ao final, que, conforme a documentação ora apresentada, estão presentes todos os requisitos indispensáveis à homologação da sentença estrangeira de divórcio. O Ministério Publico Federal manifestou-se às fls.19/20, 66, 133 e 152, requerendo diligências. Em sua contestação, a requerida alega, em síntese, que o processo de divórcio "já nasceu nulo, pois não se trata da pessoa da requerida, com nome e documentos (número) que jamais pertenceram a esta e por tratar-se de requerente, cuja nacionalidade é naturalizado brasileiro e não cidadão Português". Sustentando que a sentença homologanda está em desacordo com a sentença brasileira, pugna pelo indeferimento da presente homologação. Juntou os documentos de fls.107/121. O requerente apresentou réplica, sustentando que a contestação apresentada não tem respaldo legal e que não deve ser levada em consideração porque contrária ao art. 221 do RISTF. Requer, ao final, a homologação da sentença estrangeira de divórcio, com a condenação da requerida nas penas de litigância de má-fé, nos termos do art. 18, 2º, do CPC. O Ministério Publico Federal, oficiando, exarou o parecer de fls. 178/181, opinando, conclusivamente, pelo indeferimento do pedido. Documento: 888591 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2009 Página 2 de 8

É o relatório. Documento: 888591 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2009 Página 3 de 8

SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA Nº 1.763 - PT (2007/0133333-7) EMENTA PROCESSUAL CIVIL. SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA. AÇÃO PROPOSTA NO ESTRANGEIRO PARA CONVERTER EM DIVÓRCIO A SEPARAÇÃO JUDICIAL CONSENSUAL OCORRIDA NO BRASIL. CITAÇÃO DA REQUERIDA NÃO-COMPROVADA. INDEFERIMENTO DA HOMOLOGAÇÃO. 1. A competência do juízo decorre, geralmente, do domicílio das partes ou de sua submissão ao foro eleito. No caso dos autos, além de o requerente e a requerida serem domiciliados no Brasil, a exceção declinatória do foro, por ela oferecida, indica sua negativa de submissão à jurisdição concorrente. 2. Para homologação de sentença estrangeira proferida em processo judicial proposto contra pessoa residente no Brasil, é imprescindível que tenha havido a sua regular citação por meio de carta rogatória ou se verifique legalmente a ocorrência de revelia. 3."Ainda que a citação assim tivesse sido procedida, viciada estaria a competência do juízo alienígeno pela expressa recusa da pessoa citanda de se submeter àquela jurisdição, nos termos da jurisprudência uniforme da Corte". Precedentes do STF. 4. A competência para conversão da separação judicial é exclusiva do juiz brasileiro, conforme inteligência do art. 7º da LICC, segundo o qual a lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras sobre os direitos de família. 5. Homologação indeferida. VOTO MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA (Relator): Em seu bem lançado parecer, o Subprocurador-Geral da República EDSON OLIVEIRA DE ALMEIDA assim se manifestou (fls. 178/181): Trata-se de pedido de homologação de sentença estrangeira de 17 de junho de 1988, proferida pelo Tribunal de Relação de Lisboa, República Portuguesa, a qual converteu em divórcio a separação judicial consensual, prolatada em 13 de outubro de 1983, na Vara Cível do Tribunal de São Caetano do Sul, São Paulo. Reexamino os autos, após a juntada dos documentos, advindos de manifestação deste Ministério Público Federal, os quais mereceram o acatamento por parte da Presidência dessa Corte Superior como da ilustre relatoria afeta ao presente feito. Resulta dos autos que a lide movida na República Portuguesa, visando converter em divórcio a separação judicial homologanda pela justiça brasileira, decorreu de "acordo das partes", conforme resulta comprovado na certidão anexada aos autos à fl. 162, expedida por servidora do Juízo de Direito da 1ª Vara Civil da Comarca de São Caetano do Sul. Documento: 888591 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2009 Página 4 de 8

Segundo a Resolução N 9, de 4 de maio de 2005, do Superior Tribunal de Justiça, dentre os requisitos necessários à homologação de sentença estrangeira inc1ui-se a competência do juízo alienígena, o da citação da parte requerida e o da autenticação da chancela consular brasileira da sentença homologanda, bem como dos demais documentos formalizados no exterior. Elenco, no caso estes, pois são os que merecem atenção ao exame do pleito. Ao meu sentir, não há, no texto homologando apresentado, elementos que permitam constatar o cumprimento das exigências incisos I e II do art. 5 da Resolução N 9/2005, a qual regulamenta o processo de homologação de sentença estrangeira competência do juízo e citação da ré e, por conseqüência, a decretação de regular revelia da requerida. A competência do juízo decorre, geralmente do domicílio das partes ou de sua submissão ao foro eleito. Deduz-se dos autos, porém, que a requerida é residente e domiciliada no Brasil (v. petição inicial (fls. 2/4), carta de ordem (fls. 78 e 80), contestação (fls. 82/85 e 102/105), procuração (fls. 86 e 106), contrato de compra e venda (fl. 97), atestado de residência (fl. 100), sentença de separação consensual (fl. 162), acórdão de conversão em divórcio (fls. 175/176). Também é inconteste ser o requerente domiciliado no Brasil, v. Petição inicial (fls. 2/4), procuração (fl. 5), certificado de naturalização (fl. 192-v), sentença de separação consensual (fl. 162), conversão em divórcio (fls. 175/176). Informa a justiça portuguesa que a requerida foi notificada da ação proposta no juízo português, sem que seja declinada a forma, tendo argüido mas, mera exceção declinatória do foro, sem suscitar qualquer outra questão, do que sou levado a concluir pela não intenção da suplicada em submeter-se à jurisdição concorrente. De nenhuma valia, empresta à regularidade do feito a ação incidental processada pelo juízo português, em razão da negativa de submissão da requerida. Tenho dúvida se as decisões apresentadas, podem ser objeto de delibação. Como assentou, o Pretório Excelso, então juízo homologatório, o que, para a ordem jurídica pátria, constitua ou não sentença estrangeira, como tal homologável no fórum, é questão de direito brasileiro, cuja solução independe do valor e da eficácia que o ordenamento do Estado de origem atribua à decisão questionada" (SE 4724-2, relator Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE negritei). A uma, porque cabe a este juízo homologatório observar que a citação reclamada pelo inciso II do art. 5º da referida Resolução dessa Corte Superior, em causas como da espécie, há de ser consubstanciada no trânsito regular da carta rogatória. A dois, porque "ainda que a citação assim tivesse sido procedida, viciada estaria a competência do juízo alienígeno pela expressa recusa da pessoa citanda de se submeter àquela jurisdição, nos termos da jurisprudência uniforme da Corte (SSEE 2225, 2227, 2512)". Precedentes do STF. Por outro lado, a documentação juntada pelo requerente no que se refere a ciência da ação proposta em Portugal, não atende aos princípios da ampla defesa e do contraditório. As notificações encontradas às fls. 165, 172-v e 147-v, longe de comprovar a citação da requerida, fere frontalmente a soberania nacional e a ordem pública. A propósito confiram-se os seguintes julgados do Supremo Tribunal Federal, colacionados no voto do ilustre relator Ministro JOAO OTÁVIO DE Documento: 888591 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2009 Página 5 de 8

NORONHA, por ocasião do julgamento da SEC 840, DJ 01.08.2004, verbis: "HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA: exigência de citação do réu, requerido, no processo em que proferida a decisão exeqüenda: domiciliado o réu no Brasil, a citação há de fazer-se mediante carta rogatória: jurisprudência do Supremo Tribunal Federal" (SEC n. 6.304-EU, relator Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 31.10.2001). "SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA. DIVÓRCIO. CITAÇÃO POR EDITAL NO PAÍS EM QUE PROFERIDA A DECISÃO HOMOLOGANDA. REQUERIDA DOMICILIADA NO BRASIL. NECESSIDADE DE CARTA ROGATÓRIA. ART. 217, II DO RISTF. JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 1. A indispensabilidade, para efeitos de homologação, do procedimento judicialiforme da carta rogatória na citação das pessoas que, residentes no Brasil, são demandadas perante a Justiça estrangeira, revestiu-se de maior legitimidade após a promulgação da Constituição Federal de 1988, pois se tornou garantia de efetividade do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, princípios expressamente consagrados nos incisos LIV e LV do art. 5º da Carta Magna. 2. Precedentes desta Corte sobre o tema: SEC 6.729, Rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 07.06.2002, SEC 6.304, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, SE 4.605-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 13.12.96, SE 4.248, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 20.11.91, SE 3.495, Rel. Min. Octavio Gallotti, DJ 25.10.85 e SE 2.582-AgR, Rel. Min. Xavier de Albuquerque, DJ 28.08.81. 3. Pedido de homologação indeferido" (SEC n. 7.394-PT, relatora Ministra Ellen Gracie, DJ de 7.5.2004). "EMENTA: Sentença estrangeira: divórcio: ausência da prova da citação do réu, requerido, no processo em que proferida a decisão exeqüenda (RISTF, art. 217, II): domiciliado o réu no Brasil, a citação há de fazer-se mediante carta rogatória: jurisprudência do Supremo Tribunal: homologação indeferida: condenação do requerente em honorários do advogado" (SEC n. 6.684-EUA, relator Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 8.10.2004). Também este Tribunal já decidiu: "SENTENÇA ESTRANGEIRA - HOMOLOGAÇÃO INDEFERIDA. Não é de se homologar a sentença estrangeira se resulta dos autos que, para a lide movida nos Estados Unidos da América, visando obter a guarda dos filhos menores do casal, com ordem de busca e apreensão, a requerida, embora ré no processo, não foi previamente citada. Ademais, no caso, se há sentença do juiz no Brasil sobre o mesmo tema, não há como se dar prevalência a sentença norte-americana, sob pena de incorrer-se em ofensa à soberania nacional, o que contraria o art. 216 do R.I.S.T.F."(SEC 5526-STF, Rel. Min. Celso de Mello, DJ de 11.06.99) Pedido indeferido" (SEC n. 841-EX, relator Ministro José Arnaldo da Fonseca, DJ de 29.8.2005). Precedentes estes que emprestaram fundamento ao acórdão produzido na SEC 840, acima referida, a qual, por unanimidade de votos, indeferiu o pedido de homologação, face a irregularidade da citação da requerida, citada por edital, quando era conhecido o endereço da mesma no Brasil. Ainda, que diversa a forma de citação, só a circunstância de ser a requerida residente no Brasil, como ocorre no presente caso, pode ser chamada a defender-se no juízo estrangeiro através de procedimento judicialforma de carta rogatória. Colho, ainda, da sentença proferida no incidente de excursão de declinatória de foro proferida pelo Tribunal da Relação de Lisboa: Documento: 888591 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2009 Página 6 de 8

"A ordem jurídica brasileira estabelece para conversão prazos mais longos e obstáculos mais longos e obstáculos mais gravosos do que a ordem jurídica portuguesa, pelo que não é imoral nem ilícito que o agravante recorra ao Tribunal de Família de Lisboa, pelo que o seu direito só pode tornar-se efectivo através deste Tribunal, existindo entre o agravante e o território português fortíssimos elementos de conexão, nacionalidade portuguesa das partes, casamento celebrado em Portugal, revisão e confirmação do desquite na Relação de Lisboa,. 2º residência do agravante em Lisboa, factos que se enquadram na alínea d), do N 1, do art. 65 do CPC". (... ) Não foram apresentadas as alegações pela R." (fl. 169). De igual forma por importante ao deslinde da questão, transcrevo excerto do Acórdão proferido no Tribunal de Relação de Lisboa, ao qualificar o autor na ora requerente, a qual reconheceu a sentença de separação consensual proferida no Brasil, verbis: "Antonio Fernando Conceição Alegre, casado, cirurgião dentista, residente na R. Flórida, nº 891, S. Caetano do Sul, Estado de S. Paulo, Brasil, e acidentalmente em Lisboa, no Beco da Caridade, nº 4, 1 Dtº, intenta contra sua mulher Maria Alice da Conceição Brás de Souza, secretária, residente na Av. Lemos Monteiro, nº 208, em São Caetano do Sul" (fl. 175). Determina o art. 7 da Lei de Introdução ao Código Civil que "a lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família". Temos, pois, como inegável a competência exclusiva do juiz brasileiro. Os textos acima transcritos, sem maior esforço comprovam que as pessoas que contendem neste feito são residentes no Brasil, razão suficiente para comprovar a competência da justiça brasileira para processar o feito, sendo oportunista a ação intentada no juízo português. Pelo exposto, opino pelo indeferimento do pedido. Nada a acrescer, senão acolher, in totum, as judiciosas considerações do Parquet. Ante o exposto, restando desatendidos os requisitos e em consonância com a fundamentação supratranscrita, voto pelo indeferimento do pedido de homologação da sentença estrangeira em apreço. Sem custas, nos termos do parágrafo único do art. 1º da Resolução nº 9/STJ. Honorários advocatícios arbitrados em R$3.000,00 (tres mil reais), a cargo do requerente. É o voto. Documento: 888591 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2009 Página 7 de 8

CERTIDÃO DE JULGAMENTO CORTE ESPECIAL Número Registro: 2007/0133333-7 SEC 1763 / PT Número Origem: 200600534441 PAUTA: 15/04/2009 JULGADO: 28/05/2009 SEGREDO DE JUSTIÇA Relator Exmo. Sr. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro CESAR ASFOR ROCHA Subprocuradora-Geral da República Exma. Sra. Dra. DELZA CURVELLO ROCHA Secretária Bela. Vânia Maria Soares Rocha REQUERENTE ADVOGADOS REQUERIDO ADVOGADO ASSUNTO: Civil - Família - Divórcio AUTUAÇÃO : A F C A : CLAUDINEI JOSÉ FIORI TEIXEIRA E OUTRO(S) RIVALDO LOPES E OUTRO(S) : M A DA C B DE S : FLÁVIO FERNANDES CERTIDÃO Certifico que a egrégia CORTE ESPECIAL, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Corte Especial, por unanimidade, indeferiu o pedido de homologação, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Nilson Naves, Fernando Gonçalves, Felix Fischer, Aldir Passarinho Junior, Eliana Calmon, Paulo Gallotti, Nancy Andrighi, Laurita Vaz, Luiz Fux e João Otávio de Noronha votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Ari Pargendler, Gilson Dipp, Hamilton Carvalhido e Francisco Falcão. Brasília, 28 de maio de 2009 Vânia Maria Soares Rocha Secretária Documento: 888591 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/06/2009 Página 8 de 8