AVALIAÇAO FINANCEIRA DA GRENDENE S/A



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Transcrição:

Universidade federal de Itajubá Instituto de Engenharia de Produção e Gestão IEPG AVALIAÇAO FINANCEIRA DA GRENDENE S/A EPR 30 Contabilidade Gerencial Prof: Edson de Oliveira Pamplona Equipe: - Bruno José de Souza 11451 - Daniel Ribeiro do Valle Coutinho 11454 Itajubá Junho de 2005

Índice 1. Introdução 2. 2. Objetivo 3. 3. Justificativa 3. 4. A empresa Grendene S/A 4. 5. Demonstrações Financeiras 5. 5.1 Índices de Estrutura de Capitais 10. 5.2 Índices de Liquidez 12. 5.3 Índices de Rentabilidade 13. 5.4 Analise horizontal e vertical 15. 5.5 Índices de Prazo Médio 21. 5.6 Previsão de Falência 22. 5.7 EVA 23. 6. Conclusão 24. 7. Bibliografia 25.

1. Introdução Neste relatório, será feita uma análise profunda de todos os parâmetros financeiros que envolvem a empresa Grendene S/A e com isso se chegará a conclusões que nos mostrarão como está a situação desta renomada empresa. Isto será feito por análises de índices, análises Horizontais e Verticais, de Prazos Médios e Previsão de Falência, EVA e análise das ações da empresa no mercado. Após isso ficará bem definida a vida financeira da Grendene S/A, nos anos que se passaram, e assim auxiliará na decisão do investimento ou não em ações desta empresa. Isto será possível com a utilização das ferramentas listadas acima, que se tornaram conhecidas por meio da disciplina EPR- 30 Contabilidade Gerencial, ministrada pelo Professor Edson de Oliveira Pamplona, na Universidade Federal de Itajubá - MG (UNIFEI), com o auxilio da informática como uma ferramenta auxiliar de aprendizagem TELEDUC. 2

2. Objetivo Esta análise financeira propicia as avaliações do patrimônio da empresa e das decisões tomadas, tanto em relação ao passado - retratado nas demonstrações financeiras como em relação ao futuro espelhado no orçamento financeiro. O objetivo principal deste relatório é o de fazer uma análise da situação da empresa Grendene S/A, de acordo com toda teoria explicada nas aulas do curso de Contabilidade Gerencial e verificada em livros, e depois compará - la com outras empresas do ramo para saber como está financeiramente e economicamente. 3. Justificativa Escolhemos a empresa Grendene S/A, por ser umas das grandes empresas brasileiras do ramo têxtil. É a maior empresa calçadista em número de pares, sendo o maior produtor de sandálias do mundo. Possui a mais avançada fábrica de injetados do mundo e segue as normas internacionais de produção. Possui capacidade de entrega de produtos de alta qualidade. 3

4. A empresa Grendene S/A A primeira unidade fabril da Grendene nasceu em Farroupilha, no interior do Rio Grande do Sul, em 1971. O que era uma pequena fábrica de embalagens plásticas aos poucos foi se transformando na sede do maior fabricante de calçados do país, graças ao empenho e à determinação de seus fundadores: Alexandre e Pedro Grendene Bartelle. Investir no parque industrial não é apenas uma necessidade, é a forma que a Grendene encontrou para ser tantas empresas numa só. Com tecnologia de ponta, fábricas de Primeiro Mundo e seguindo normas internacionais de produção, a Grendene tem força total para atuar nos mercados adultos, adolescentes, infantis e baby. A Grendene iniciou suas exportações em 1979, e já em 1984 estava presente nos principais mercados calçadistas do mundo com as marca Melissa e Karina. Pouco tempo depois, em 1987, ocorreu o início das exportações dos produtos Rider, que foram conquistando um importante espaço no mercado externo. Atualmente, as marcas Grendene estão tendo cada vez mais sucesso nos principais países, podendo ser encontradas hoje nas melhores vitrines dos cinco continentes. Números de Exportações 85 Países Volume de Exportações Ano R$(Milhões) Pares(Milhões) 2000 64.0 12.8 2001 107.4 14.9 2002 166.7 16.4 2003 302.7 26.9 2004 235.2 28.7 4

Em um mercado competitivo como o dos EUA, por exemplo, os produtos Rider são encontrados em lojas como FootLocker, The Athlete's Foot, Finish Line, The Sports Authority e Gart Sports. A Melissa, por sua vez, tem espaço especial em grandes lojas de prestígio como Bloomingdale's, Nordstrom, Robinson May, Journey's e Dillard's. 5. Demonstrações Financeiras Agora, apresentaremos as demonstrações financeiras da empresa nos anos de 2002, 2003 e 2004. Estas demonstrações, para uma empresa séria como a Grendene S/A, é publicada anualmente e podem ser encontradas em sites de grande importância financeira como Bovespa, CVM e outros. Demonstram parâmetros que são de suma importância para quem investe, para quem empresta, para quem fornece e para quem compra produtos da empresa. A seguir, encontram-se as demonstrações do Ativo, Passivo e de resultado, respectivamente padronizadas: 5

Ativo Descrição da Conta 12/31/2004 12/31/2003 12/31/2002 Ativo Total Ativo Circulante Financeiro Disponibilidades 304,685 201,180 196 Aplicações Financeiras 281,993 189,711 0 Subsoma 586,678 390,891 196 Operacional Clientes 367,550 312,560 2,748 Estoques 126,938 146,234 0 Subsoma 494,488 458,794 2,748 Total do Ativo Circulante 1,081,166 849,685 2,944 Ativo Realizável a Longo Prazo 1,814 2,638 6,871 Ativo Permanente Investimentos 46,680 50,523 468,930 Imobilizado 169,397 172,141 21,868 Diferido 0 0 0 Total do Ativo Permanente 216,077 222,664 490,798 Total do Ativo 1,299,057 1,074,987 500,613 6

Passivo Passivo Total Passivo Circulante Operacional Fornecedores 24,059 25,525 363 Outras obrigações 79,485 9,903 266 Subsoma 103,544 35,428 629 Financeiro Empréstimos e Financiamentos 19,732 14,768 66,706 Duplicatas descontadas 0 0 0 Subsoma 19,732 14,768 66,706 Total do Passivo Circulante 123,276 50,196 67,335 Passivo Exigível a Longo Prazo 128,911 117,447 0 Capitais de Terceiros 252,187 167,643 67,335 Patrimônio Líquido Capital Social Realizado e reservas capital 737,286 228,679 157,920 Lucros e Prejuizos acumulados 2,403 461,232 276,214 Total do Patrimônio Líquido 739,689 689,911 434,134 Total do Passivo 991,876 857,554 501,469 7

Demonstração de resultados Demonstração de Resultados Padronizada Descrição da Conta 01/01/2004 a 31/12/2004 01/01/2003 a 31/12/2003 01/01/2002 a 31/12/2002 Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços 1,189,457 573,930 0 Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos -692,931-294,986 0 Resultado Bruto 496,526 278,944 0 Despesas/Receitas Operacionais -326,916-38,333 144,856 Resultado Operacional antes result financeiros 169,610 240,611 144,856 Receitas Financeiras 50,968 41,199 17,084 Despesas Financeiras -116,301-48,296-45,628 Resultado Operacional 104,277 233,514 116,312 Resultado Não Operacional 48-455 2 Resultado Antes Tributação/Participações 104,277 233,059 116,314 Provisão para IR e Contribuição Social -43,749-29,928 0 IR Diferido 9,481 0 0 Participações/Contribuições Estatutárias 0 0 0 Lucro/Prejuízo do Exercício 70,009 203,131 116,314 8

Com as demonstrações acima, podemos começar a análise. Para isso primeiramente calcula-se os índices, que trazem a relação entre contas ou grupo de contas das demonstrações financeiras, e visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou financeira da empresa, sua característica fundamental é fornecer uma visão ampla da situação econômica ou financeira da empresa. Os índices a serem calculados são Estrutura de Capitais, Liquidez e Rentabilidade. Através destes índices tentaremos determinar aspectos da situação econômica e financeira desta empresa. Iremos utilizar 11 índices para que seja possível ser feito um estudo profundo sobre a situação da empresa. Estes índices estão listados na tabela abaixo com suas respectivas formulas: Índices Fórmula 2004 2003 2002 Estrutura de Capital Participação de Capitais de Terceiros CT/PL= 34.1% 24.3% 15.5% Composição do endividamento PC/CT= 48.9% 29.9% 100.0% Imobilização do Patrimônio Líquido AP/PL= 29.2% 32.3% 113.1% Imobilização de recursos não correntes AP/(PL+ELP)= 24.9% 27.6% 113.1% Liquidez Liquidez Geral (AC+RLP)/CT= 4.29 5.08 0.15 Liquidez Corrente (circulante) AC/PC= 8.77 16.93 0.04 Liquidez Seca (AC-EST)/PC= 7.74 14.01 0.04 Rentabilidade Giro do Ativo V / AT= 0.92 0.53 0.00 Margem líquida LL / V= 5.9% 35.4% #DIV/0! Rentabilidade do Ativo LL / AT= 5.4% 18.9% 23.2% Rentabilidade do Patrimônio Líquido LL / PL = 9.5% 29.4% 26.8% 9

5.1 Índices de Estrutura de Capitais O índice de Participação de Capitais de Terceiros, índice que mostra o grau de endividamento da empresa por capitais de terceiros, vem aumentando nestes três últimos anos na Grendene. Em 2002 este índice estava em torno de 15,5%, subindo para 24,3% em 2003 e em 2004 aparecendo com 34,1%. Apesar do aumento deste índice ser considerado ruim para a empresa, pois esta estará aumentando a sua dependência de capitais de terceiros e seu nível de endividamento, este aumento pode não ser muito assustador, pois quando comparado com 10 das mais importantes empresas do mesmo ramo estes números apresentaram - se estáveis sendo o melhor índice do ramo ou o segundo melhor. O próximo índice analisado é aquele que indica a Composição de Endividamento da empresa. Após conhecermos o grau de endividamento por capitais de terceiros da empresa, se faz necessário sabermos qual é a composição dessas dívidas. Estas dívidas podem ser de curto prazo e de longo prazo. Quanto menor este índice melhor será pois estará nos dizendo que a maioria das dívidas da empresa são de longo prazo, tendo mais tempo para empresa gerar recursos para quitá - las. Na Grendene ocorreu a diminuição deste índice que se apresentava em 100% em 2002 para 29,9% em 2003, e em 2004 voltou a subir um pouco para a faixa de 48,9%, porém um número muito abaixo de 2002, mostrando que a composição das dividas se apresentam mais em longo prazo, sendo bom para a empresa. E quando se comparamos estes índices com os índices padrões de outras 10 empresas do ramo nestes três anos vimos que melhorou muito a posição da empresa, já que em 2002 ela aparecia em 9 lugar e em 2004 caiu para o 5 lugar. O Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido nos mostra qual é a parcela de patrimônio líquido foi destinada para o Ativo Permanente da empresa. Assim como os outros índices de Estrutura de Capitais, quanto 10

menor o índice encontrado melhor será para a empresa, já que quanto menor o índice menor será a dependência a capitais de terceiros para o financiamento do Ativo Circulante. E na Grendene ocorreu a diminuição deste índice de 113,1% em 2002 para 32,3% em 2003 e para 29,2% em 2004 mostrando que grande parte do Patrimônio Líquido da empresa (+/- 70%) é destinado ao Ativo Circulante da empresa mostrando um pequeno grau de endividamento em relação a capitais de terceiros. E quando comparado este índice aos índices de outras empresas do ramo observa - se que em 2002 a Grendene ocupava a 7 posição, indo para 1 em 2003 e estando e 2 em 2004. Com o Índice de Imobilização dos Recursos Não-Correntes terminamos a análise dos índices de Estrutura de Capitais. Este índice nos mostra o quanto de Recursos Não-Correntes (Exigível à Longo Prazo+Patrimônio Líquido) foi destinado ao Ativo Permanente. Estes recursos são responsáveis pela folga financeira da empresa, ou seja, o montante que a empresa possui que não é circulante para que possa quitar suas dívidas. Assim mesmo não possuindo recursos circulantes, a empresa pode pedir financiamentos à curto prazo e depois pagar estes com os recursos não-correntes. Na Grendene, ocorreu a queda destes índices. Em 2002, este apresentava em 113,1%, em 2003 caiu para 27,6% e em 2004 caiu novamente para 24,9%, mostrando a queda na imobilização de recursos não-correntes, melhorando a situação da empresa. Isto foi comprovado quando se comparou com os índices de outras empresas e mostrou que a posição da Grendene melhorou bastante, saindo do 10 lugar em 2002, indo para 1 em 2003 e depois em 2004 ficando em 2 lugar. 11

5.2 Índices de Liquidez O índice de Liquidez Geral nos mostra o quanto à empresa possui no Ativo Circulante e Realizável à Longo Prazo para pagar suas dívidas totais. Ao contrário dos índices de Estrutura de Capitais que quanto menor o número encontrado melhor para empresa, nos índices de Liquidez, quanto maior o número encontrado melhor será para a empresa, pois ela terá mais recursos para quitar suas dívidas. Um número maior que um quer dizer que a empresa possui recursos para pagar tanto as dívidas à curto prazo quanto as de longo prazo com estes recursos disponíveis no momento, porém um número menor que 1 não quer dizer que a empresa esteja em insolvência, pois a empresa pode não ter o montante total para pagar sua dívidas mas como as dívidas a longo prazo ainda vão vencer a empresa pode ainda conseguir estes recursos. A Grendene em 2002 apresentava um número muito baixo 0,15, e quando comparado com índices de outras 10 empresas, aparecia no 10 lugar. Já em 2003, os índices melhoram bastante indo para 5,08 em 2003 e depois para 4,29 em 2004, melhorando também a colocação da empresa na comparação com os índices das outras empresas, ficando agora em 1 lugar, melhorando a liquidez da empresa. Isto ocorreu devido ao grande aumento de ativo circulante de 2002 que era R$ 2944,00 e que em 2004 foi para R$ 1081166,00 e também pelo aumento do Patrimônio Liquido que em 2002 era de R$ 434134,00 e em 2004 passou a ser R$ 739689,00. Este índice de Liquidez Corrente, visto agora, nos mostra o quanto a empresa possui no Ativo Circulante para pagar sua dividas de curto prazo. E como ocorreu com o índice de Liquidez Geral, na Grendene também houve uma melhora neste índice nos últimos anos. Em 2002 ele se apresentava baixo em 0,04, e quando se comparado aos índices padrões de outras empresas do ramo ele ficava na 9 posição. Já em 2003 o índice foi para 12

16,93 e em 2004 para 8,77 ficando sempre em na 1 colocação na comparação com outras empresas. Isto ocorreu, devido ao aumento do Ativo Circulante e Patrimônio Líquido em 2003 e 2004, e também devido ao aumento do Exigível à Longo Prazo que foi de R$ 0,00 em 2002 para R$ 128911,00 em 2004, ou seja, uma boa parte das dívidas que eram somente à curto prazo passaram a ser de longo prazo em 2004 melhorando assim a Liquidez Corrente da empresa. O índice de Liquidez Seca mostra quanto a empresa possui de Ativo Liquido para pagar suas dívidas à curto prazo, ou seja, mede o grau de excelência da situação financeira da empresa. Este índice é usado mais como coadjuvante pois suas conclusões não são muito precisas, serve mais para confirmar que a empresa apresenta boa liquidez depois de cálculos de Liquidez já realizados. Em 2002 a Grendene apresentava um número baixo de 0,04 ficando em 8 lugar na comparação com outras empresas do ramo. Já em 2003 o índice estava em 14,01 e em 2004 em 7,74, indo para o 1 lugar dos índices padrões. Com a análise destes índices de Estrutura de Capitais e Liquidez foi observada a situação financeira da empresa. Agora partiremos para a análise da situação econômica da empresa com o estudo dos índices de rentabilidade da Grendene, que nos mostrará o quanto renderam os investimentos da empresa. 5.3 Índices de Rentabilidade O índice Giro do Ativo nos mostra o volume de vendas da empresa em relação capital investido total, já que o volume de vendas tem ligação direta com o ativo. O índice na Grendene vem subindo nos últimos anos já que em 2002 apresentava 0,0 estando no 10 lugar na comparação de índices de outras empresas. Mas já em 2003 o índice foi para 0,53 devido ao aumento das vendas levando a empresa para o 8 lugar. Em 2004, com duplicação do 13

valor de vendas líquidas, o índice passou para 0,92, deixando a Grendene em 4 lugar na comparação dos índices padrões. Estes aumentos nas vendas estão relacionados ao aumento das exportações da empresa que vem aumentando muito nestes últimos anos. O índice de Margem Líquida nos mostra o quanto a empresa obtém de lucro para um quantidade de produtos vendidos. Na Grendene (em 2002 não foi calculado este índice) o índice caiu bastante de 2003 para 2004. Em 2003 ele se apresentava em 35,4% e caiu para 5,9% em 2004, e quando comparado á outros índices padrões de outras empresas, caiu da 2 em 2003 para o 6 lugar em 2004. Isso nos mostra que apesar de aumentar o número de vendas nos últimos anos o lucro por peça vendido diminuiu, talvez seja uma estratégia da empresa, de diminuir um pouco a margem de lucro dos produtos para conseguir ganhar mercado, que pode ser comprovado com o aumento das exportações. A empresa pode estar vendendo para o exterior por um preço menor mas que consiga ter um mercado maior e assim que o produto estiver consolidado poderá aumentar novamente preço do produto e junto a margem de lucro. O próximo índice analisado é o de Rentabilidade do Ativo, que nos mostra o quanto a empresa obteve de Lucro Líquido em relação ao Ativo. É uma medida da capacidade da empresa em gerar lucro líquido e assim poder capitalizar - se. Na Grendene, este índice apresentou queda nestes últimos anos. Em 2002 estava em 23,4% e a empresa aparecia em 1 lugar na comparação com outras empresas do ramo. Em 2003 o índice caiu para 18,9% levando a empresa para a 2 colocação. Em 2004 ocorreu uma queda mais acentuada, ficando em 5,4% e a empresa caindo para a 5 colocação. Esta queda ocorreu devido a queda do Giro do Ativo e da Margem Líquida simultaneamente, diminuindo assim o poder de capitalização da empresa. O último dos 11 índices a ser analisado é o de Rentabilidade do Patrimônio Líquido, que nos mostra quanto a empresa obteve de lucro em relação ao capital próprio investido, ou seja, mostra a taxa de rendimento do 14

Capital Próprio. Comparando estes índices a outros como Caderneta de Poupança, CDBs, Ações, Fundos de Investimentos, etc, avaliando se a rentabilidade da empresa é melhor ou pior que destas outras opções. Na Grendene, este índice em 2002 estava em 26,8% e ocupava a 2 posição quando comparada a outras empresas do ramo. Em 2003, o índice aumentou para 29,4%, e a empresa foi para o 3 lugar. Porém em 2004, ocorreu uma queda muito grande deste índice, indo para 9,5% e a empresa passou a ocupar a 6 posição. Com todos estes índices mostrados e analisados, podemos verificar que na maioria dos índices a empresa Grendene S/A, quando comparadas a outras 10 empresas do ramo têxtil, apresenta melhoras de 2002 para 2004. 5.4 Analise horizontal e vertical Uma vez efetuada a avaliação geral da empresa, pode-se aprofundar a analise com o uso de técnicas adicionais. Através da analise vertical e horizontal, pode-se conhecer pormenores das demonstrações financeiras que escapam á analise genérica através de índices. A análise de balanços deve-se partir do geral para o particular. Assim, inicia-se a análise propriamente dita com o calculo dos índices. Em seguida se aplica a análise horizontal e vertical. Os índices podem informar, por exemplo, que uma empresa esta com alto endividamento. A análise V/H aponta qual o principal credor e como se alteraram a participação de cada credor nos últimos dois exercícios. Assim, o percentual de cada conta mostra sua real importância no conjunto, e é isso que a análise V/H faz. Ela baseia-se em valores percentuais das demonstrações financeiras, para isso se calcula o percentual de cada conta em relação a um valor-base. 15

Na análise vertical da demonstração do resultado calcula-se o percentual da conta em relação as vendas, igualando esse a 100, já na do balanço, quem é tomado como base de 100 é o total do ativo e do passivo. No caso da análise horizontal, baseia-se na evolução de cada conta de uma série de demonstrações financeiras em relação á demonstração anterior e/ou em relação a uma demonstração financeira básica, no nosso caso tomamos a mais recente. Nas próximas paginas encontram-se as tabelas do ativo, do passivo e das demonstrações financeiras com as respectivas analises vertical e horizontal: 16

Ativo 2004 2003 2002 Descrição da Conta AV AH AV AH AV AH Ativo Total Ativo Circulante Financeiro Disponibilidades 23.5% 100 18.7% 66.0% 0.04% 0.1% Aplicações Financeiras 21.7% 100 17.6% 67.3% 0.00% 0.0% Subsoma 45.2% 100 36.4% 66.6% 0.04% 0.1% Operacional Clientes 28.3% 100 29.1% 85.0% 0.55% 0.9% Estoques 9.8% 100 13.6% 115.2% 0.00% 0.0% Subsoma 38.1% 100 42.7% 92.8% 0.55% 0.6% Total do Ativo Circulante 83.2% 100 79.0% 78.6% 0.59% 0.3% Ativo Realizável a Longo Prazo 0.1% 100 0.2% 145.4% 1.37% 260.5% Ativo Permanente Investimentos 3.6% 100 4.7% 108.2% 93.67% 928.2% Imobilizado 13.0% 100 16.0% 101.6% 4.37% 12.7% Diferido 0.0% 100 0.0% #DIV/0! 0.00% #DIV/0! Total do Ativo Permanente 16.6% 100 20.7% 103.0% 98.04% 220.4% Total do Ativo 100.0% 100 100.0% 82.8% 100.00% 46.6% 17

Passivo 2004 2003 2002 Passivo Total Passivo Circulante Operacional Fornecedores 2.4% 100 3.0% 106.1% 0.1% 1.4% Outras obrigações 8.0% 100 1.2% 12.5% 0.1% 2.7% Subsoma 10.4% 100 4.1% 34.2% 0.1% 1.8% Financeiro Empréstimos e Financiamentos 2.0% 100 1.7% 74.8% 13.3% 451.7% Duplicatas descontadas 0.0% 100 0.0% #DIV/0! 0.0% #DIV/0! Subsoma 2.0% 100 1.7% 74.8% 13.3% 451.7% Total do Passivo Circulante 12.4% 100 5.9% 40.7% 13.4% 134.1% Passivo Exigível a Longo Prazo 13.0% 100 13.7% 91.1% 0.0% 0.0% Capitais de Terceiros 25.4% 100 19.5% 66.5% 13.4% 40.2% Patrimônio Líquido Capital Social Realizado e reservas capital 74.3% 100 26.7% 31.0% 31.5% 69.1% Lucros e Prejuizos acumulados 0.2% 100 53.8% 19194.0% 55.1% 59.9% Total do Patrimônio Líquido 74.6% 100 80.5% 93.3% 86.6% 62.9% Total do Passivo 100.0% 100 100.0% 86.5% 100.0% 58.5% 18

Demonstração de resultados 2004 2003 2002 Descrição da Conta AV AH AV AH AV AH Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços 100.0% 100 100.0% 48.3% 100.0% 0.0% Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos -58.3% 100-51.4% 42.6% #DIV/0! 0.0% Resultado Bruto 41.7% 100 48.6% 56.2% #DIV/0! 0.0% Despesas/Receitas Operacionais -27.5% 100-6.7% 11.7% #DIV/0! -377.9% Resultado Operacional antes result financeiros 14.3% 100 41.9% 141.9% #DIV/0! 60.2% Receitas Financeiras 4.3% 100 7.2% 80.8% #DIV/0! 41.5% Despesas Financeiras -9.8% 100-8.4% 41.5% #DIV/0! 94.5% Resultado Operacional 8.8% 100 40.7% 223.9% #DIV/0! 49.8% Resultado Não Operacional 0.0% 100-0.1% -947.9% #DIV/0! -0.4% Resultado Antes Tributação/Participações 8.8% 100 40.6% 223.5% #DIV/0! 49.9% Provisão para IR e Contribuição Social -3.7% 100-5.2% 68.4% #DIV/0! 0.0% IR Diferido 0.8% 100 0.0% 0.0% #DIV/0! #DIV/0! Participações/Contribuições Estatutárias 0.0% 100 0.0% #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! Lucro/Prejuízo do Exercício 5.9% 100 35.4% 290.1% #DIV/0! 57.3% 19

Analisando as tabelas acima, com relação a analise vertical, primeiramente no ativo, percebemos que o ativo circulante cresceu muito, passando de 0,59% em 2002 para 83,2% em 2004, notamos que o grande aumento se teve de 2002 para 2003, e depois de 2003 para 2004 os valores se mantiveram quase que estáveis. Sendo que os itens do ativo circulante financeiro não variaram muito, um relacionado ao outro, ou seja, a disponibilidades se mantiveram quase que no mesmo patamar das aplicações financeiras. No operacional, o que mais teve importância foram os clientes, sendo que sua participação foi maior que os estoques. Já no caso do ativo permanente, ocorreu o inverso, passando de 98,04% em 2002 para apenas 16,6% em 2004. O grande responsável por isso foram os investimentos, que caíram de 93,67% para 3,6%. No passivo, vemos que a maior participação é do patrimônio liquido, que fica em torno, nos 3 anos, de 80%. O passivo circulante também não muda muito nos 3 anos, porém sua participação é reduzida, ficando ao redor de 10%. Na demonstração de resultados, pode-se ver que a maior parcela fica com o Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos, que é em torno de 55% nos anos de 2003 e 2004, em 2002 não foi demonstrado. Analisando agora com base na análise horizontal, lembrando que nesta foi tomado como base o ano mais recente, ou seja, 2004. Assim, como dito anteriormente, do ano de 2002 para o de 2004, houve um grande aumento do ativo circulante, porém o realizável à longo prazo caiu de 260,5% para 100 %. O mesmo acontecendo com o ativo permanente. No caso do passivo, o circulante diminui de 134,1% para 40,7%, aumentando depois para os 100 %. O exigível à longo prazo aumentou de 0% para 100%. O mesmo acontecendo com o patrimônio liquido que passou de 62,9% para 100%. 20

Nas demonstrações de resultado, a receita liquida sempre aumentou, levando com ela o lucro bruto. As despesas aumentaram de 378% para 100% no período. O resultado operacional cresceu de 50% para 224%, e depois caiu para 100%. O lucro também cresceu e depois teve uma queda, passou de 57,3% em 2002 para 290% em 2003, e depois caiu para 100% em 2004. 5.5 Índices de Prazo Médio A conjugação dos 3 índices de prazo médio leva a análise dos ciclos operacional e de caixa, elementos fundamentais para a determinação de estratégias empresariais, tanto comerciais quanto financeiras, geralmente vitais para a determinação do fracasso ou sucesso de uma empresa. Basicamente existem 3 tipos de prazos médios que podem ser encontrados a partir das demonstrações financeiras: - Prazo médio de recebimento de vendas, que é o volume de investimentos em duplicatas a receber.: PMRV = 360*(DR / V) - Prazo médio de pagamentos de contas.: PMPC = 360*(F / C) - Prazo médio de renovação de estoques.: PMRE = 360* ( E / CMV). Abaixo os prazos da empresa Grendene S/A: 2004 2003 2002 Índices de prazo médio PMRV 111 196 #DIV/0! PMRE 66 178 #DIV/0! PMPC 12 62 #DIV/0! Assim, para os anos de 2004 e 2003, temos os respectivos ciclos de caixa: 2004: 111 + 66 12 = 165 dias 2003: 196 + 178 62 = 312 dias 21

Assim notamos que, apesar de diminuir o ciclo de caixa da empresa, esta se encontra um pouco alta, e o tempo de utilização de financiamento da empresa é grande, isto sendo ruim, pois traz maior custo. 5.6 Previsão de Falência Na análise da Previsão de Falência da empresa foi utilizada a Fórmula de Kanitz, que é a seguinte:fi = 0,05 x1 + 1,65 x2 + 3,55 x3 1,06 x4 0,33 x5, onde: FI = fator de insolvência x1= Lucro liquido/patrimomio liquido x2= Ativo circulante + realizável a longo prazo/exigível total x3= Ativo circulante Estoques/Passivo Circulante x4= ativo circulante/passivo circulante x5= Exigível Total/Patrimônio Líquido E de acordo com este modelo a empresa estará insolvente se FI for inferior a -3, se FI estiver entre -3 e 0 sua situação estará indefinida, e se FI for maior que 0 a empresa estará na faixa de solvência. Nos três anos analisados a empresa apresenta FI maior que 0. Em 2002 foi de 0,31, em 2003 foi de 40,13 e em 2004 foi de 25,16, sendo assim, a empresa Grendene apresenta - se na faixa de solvência. Previsão de Falência Kanitz(FI) 25,16 40,13 0,31 É de se observar que os modelos de cálculo de previsão de falências não substituem a análise através dos índices tradicionais e devem ser usados apenas em complementação às conclusões destes últimos. 22

5.7 EVA O Eva, que indica o valor agregado da empresa em determinado em determinado tempo, leva em conta a taxa obtida para obtenção e capitais de terceiros e a taxa de do capital próprio junto com a porcentagem de cada uma destas contas no balanço. O EVA da Grendene nos mostra que a empresa agrega valor nos três últimos anos. Em 2002, seu EVA era 92.760, em 2003 subiu para 113.800 e em 2004 baixou bastante e foi de 31.110. Ao contrario de algumas empresas que tiveram seus EVAs num valor negativo. Cálculo do EVA NOPAT (Lucro operacional depois dos impostos) 135.342 210.683 144.856 WACC (Custo de Capital) 12% 12% 12% Patrimônio Líquido + Exigível à longo prazo 868.600 807.358 434.134 WACC x (PL + ELP) 104.232 96.883 52.096 EVA = NOPAT - WACC * Capital Investido 31.110 113.800 92.760 23

6. Conclusão Após feita a análise das demonstrações da empresa Grendene S/A, pode-se perceber que a empresa encerrou o ano de 2004 com um lucro de R$ 70 057 000, inferior aos R$ 203 131 000 referentes ao ano de 2003 e R$116 314 000 referentes ao ano de 2002 e analisando as receitas nota-se que ela aumentou nesse período, de R$ 688 000 em 2003, para R$ 1 500 000 em 2004. Esta diminuição no lucro da Grendene em oposição ao aumento das receitas ocorreu devido ao aumento das despesas com marketing, que em 2004 representou 8% da Receita Líquida da empresa e foi parte da estratégia da empresa para reforçar o posicionamento das marcas no período que se seguiu a abertura do capital, e devido aos investimentos que foram feitos em 2004 para a expansão da capacidade da produção em 10% em uma planta localizada em Sobral que é responsável por 85% de toda produção da empresa. E com toda esta análise, podemos verificar que a empresa Grendene se encontra em uma posição favorável frente ao mercado, depois de sua abertura econômica acontecida em 2004. Em todos os anos analisados, a sua taxa de crescimento foi sempre positiva, sendo que em 2004 o crescimento foi o maior que a média do setor de calçados do Brasil, e os investimentos feitos nestes anos serão responsáveis para sustentar o crescimento ainda maior da empresa, com a conquista de mais pontos de mercado e consolidação ainda maior das marcas da Grendene. 24

7. Bibliografia Matarazzo, Dante C. Análise Financeira de Balanços.São Paulo:Atlas, 2003. www.bovespa.com.br www.cvm.gov.br www.grendene.com.br www.yahoo.com.br 25