UNIDADE I INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO 1.1 NATUREZA E DEFINIÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
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- Luna da Silva Aleixo
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1 Resumo: UNIDADE I INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO 1.1 NATUREZA E DEFINIÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO Capital de giro refere-se aos recursos correntes (curto prazo) da empresa, geralmente identificados como aqueles capazes de serem convertidos em caixa no prazo máximo de um ano ressalvados os casos em que as atividades têm ciclo superior como estaleiros, empresas agropecuárias etc. A figura 1 apresenta de forma resumida, os principais itens do Balanço Patrimonial, definições necessárias para entender a Administração de Capital de Giro. Figura 1 Balanço Patrimonial Portanto, o Capital de Giro ou Capital Circulante é assim expresso:
2 Em decorrência da falta de sincronia entre os elementos do Capital de Giro e as atividades da empresa, ou seja, não há um encaixe perfeito entre o momento da venda e o recebimento (venda á vista), o momento da conclusão da produção e a venda, gerando estoques, deve-se conhecer a evolução destas atividades, visando dimensionar mais adequadamente os investimentos necessários em Capital de Giro e efetivar seu controle. O Capital de Giro, por sua vez, pode ser segmentado em Fixo (ou permanente) e Variável (ou sazonal) O Capital de Giro Permanente refere-se ao volume mínimo de Ativo Circulante necessário para manter a empresa em condições normais de funcionamento. O Capital de Giro Variável, por seu lado, é definido pelas necessidades adicionais e temporais de recursos verificados em determinados períodos e motivadas, principalmente, por compras antecipadas de estoques, maior morosidade no recebimento de clientes, recursos disponíveis em trânsito, maiores vendas em certos meses do ano etc. Estas operações promovem variações temporais no Circulante, e são, por isto, denominadas de sazonais ou variáveis. É também importante a definição do Capital de Giro (Circulante) Líquido CCL. ou Exemplo:
3 Figura 2 CCL positivo Figura 3 CCL negativo Na figura 2, observe que, do total de R$ 35 aplicados no Ativo Circulante, R$ 20 são financiados por créditos de curto prazo (Passivo Circulante), e os R$ 15 restantes, que representam o Capital de Giro Líquido da empresa, são oriundos de recursos de longo prazo (Passivo Não Circulante: exigível a Longo Prazo e Patrimônio Líquido). Na figura 3, observe que, não há folga financeira em curto prazo, pois, parte da dívida da empresa tem prazo de resgate menor que o retorno da aplicação destes recursos. Desta forma os recursos de longo prazo (PNC= ELP + PL) não são suficientes para financiar seu Ativo Permanente, restando a diferença, suprida por recursos de exigibilidade circulante. Por vezes é adotado o conceito de Capital de Giro Próprio, que é apurado pela diferença entre o Patrimônio Líquido (Passivo não circulante) e o Ativo Permanente mais o Realizável a Longo Prazo (Ativo não circulante), ou seja: Esta medida de Liquidez revela basicamente os recursos próprios da empresa que estão financiando suas atividades correntes (Ativo Circulante). É um indicador limitado, notadamente por pretender identificar (origem) dos recursos de Longo Prazo Próprios ou de Terceiros que se encontram financiando as atividades circulantes.
4 1.2 CICLO OPERACIONAL O Capital de Giro além da falta de sincronização temporal possui as seguintes características: curta duração e rápida conversão de seus elementos em outros do mesmo grupo, e a conseqüente reconversão. Por exemplo, o disponível é reduzido por compras de estoques, os estoques, por sua vez, são transformados em vendas, se as vendas forem a vista, ocorre uma elevação do disponível, se as vendas forem realizadas a prazo, a conta de valores a receber é alterada, transformando-se em disponível quando do recebimento, assim por diante. Ciclo operacional é definido por Assaf Neto (2002. p. 177), como as fases operacionais existentes no interior da empresa, que vão desde a aquisição de materiais para a produção até o recebimento das vendas efetuadas. Indicadores do Ciclo Operacional (Rotatividade ou Índices de prazos médios) representam a velocidade com que os elementos patrimoniais de relevo se renovam durante determinado período de tempo. Expressam relacionamentos dinâmicos, que acabam direta ou indiretamente, influindo na posição de liquidez e rentabilidade. É possível, apenas de posse do Balanço Patrimonial e da Demonstração de Resultados (DRE), calcular, por exemplo, quantos dias, em média, a empresa terá de esperar para receber duplicatas, ou pagar seus fornecedores e em quanto tempo são renovados seus estoques. Abaixo é representado o Ciclo Operacional de uma empresa industrial: Figura 4 Ciclo Operacional de uma empresa industrial
5 Onde: Assim, o Ciclo Operacional, o ciclo financeiro e o ciclo econômico correspondem às seguintes expressões: A seguir são apresentados os principais índices de rotatividade ou ciclo operacional. a) PRAZO MÉDIO DE ESTOCAGEM DE MATÉRIA-PRIMA PME(MP) Estoque Médio de MP PME(MP) = X 360 dias Consumo Anual b) PRAZO MÉDIO DE FABRICAÇÃO PMF Estoque Médio de Produtos em Elaboração PMF = X 360 dias Custo de Produção c) PRAZO MÉDIO DE VENDA PMV Estoque Médio DE Produtos Acabados PMV = X 360 dias Custo dos Produtos Vendidos d) PRAZO MÉDIO DE COBRANÇA PMC Duplicatas a Receber (média) PMC = X 360 dias Vendas
6 e) PRAZO MÉDIO DE DESCONTO DE DUPLICATA PMDD Duplicatas Descontadas (média) PMDD = X 360 dias Vendas f) PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO A FORNECEDORES PMPF Fornecedores a Pagar (média) PMPF = X 360 dias Compras g) OUTROS PRAZOS DE ESTOCAGEM Prazo médio de Estocagem Total em uma empresa Industrial Estoques Totais (média) PME Total = X 360 dias Custos da Produção Vendida Prazo médio de Estocagem Total em uma empresa Comercial Estoques de Mercadorias (média) PME Total = X 360 dias Custo da Mercadoria Vendida O giro pode ser encontrado aplicando-se a fórmula: 360 Prazo Médio A necessidade Média de investimento em Caixa pode ser encontrada a partir do Giro de Caixa da seguinte forma: Desembolso de Caixa X Giro de Caixa EQUILÍBRIO FINANCEIRO O conceito de equilíbrio financeiro de uma empresa é verificado quando suas obrigações financeiras se encontram lastreadas em ativos com prazos de conversão em caixa similares aos dos passivos. Em outras palavras, o equilíbrio financeiro exige vinculação entre a liquidez dos ativos e os desembolsos demandados pelos passivos. Exemplos de estruturas de financiamento e seus riscos:
7 Figura 5 Estrutura de risco mínimo Figura 6 Estrutura alternativa de menor risco
8 Figura 7 Estrutura alternativa de maior risco 1.4 INDICADORES DE LIQUIDEZ Como vimos o CCL é um importante indicador para determinação do risco da empresa, porém, o crescimento absoluto ou percentual não fornece base totalmente adequada para conclusões a respeito da liquidez de uma empresa. É importante que se trabalhe completamente com índices financeiros de liquidez, que relacionam também valores correntes compatíveis entre si. Exemplo: A seguir, são identificados os principais índices de liquidez que medem, através de relações entre valores afins, a folga financeira da empresa. a) Quociente de Liquidez Imediata, Absoluta ou Instantânea (LI) Revela a porcentagem das dívidas de curto prazo (circulante) em condições de serem liquidadas imediatamente. Normalmente é baixo, pelo pouco interesse das empresas em manter recursos monetários em caixa (ativo operacionalmente de reduzida rentabilidade). Disponível Liquidez Imediata = Passivo Circulante b) Quociente de Liquidez Seca (LS) Demonstra a porcentagem das dívidas de curto prazo que podem ser saldadas mediante utilização de itens monetários de maior liquidez do Ativo Circulante (Disponível e valores a Receber).
9 Ativo Circulante Estoques Despesas Antecipadas Liquidez Seca = Passivo Circulante Autores como Iudícibus, Matarazzo, Silvério das Neves, consideram como numerador AC Estoques apenas, enquanto que Assaf Neto deduz do Ativo Circulante expõem conforme a fórmula acima. c) Quociente de Liquidez Corrente (LC) Demonstra a capacidade da empresa em financiar suas necessidades de capital de giro, pois para evidencia quanto existe de ativos realizáveis em curto prazo (AC) para cada R$ 1,00 de dívidas, também de curto prazo (PC). Ativo Circulante Liquidez Corrente = Passivo Circulante Tema para Discussão Risco versus Retorno diante do volume do CCL. Pode uma empresa com CCL alto ter dificuldades de caixa? Leitura Complementar Capítulo 1 da obra: ASSAF NETO, Alexandre; SILVA, César Augusto Tibúrcio. Administração do capital de giro. 3. ed. São Paulo: Atlas, Capítulo 12 da obra: ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanços: um enforque econômico-financeiro. 7. ed. São Paulo: Atlas, Exercício de Fixação 1) A empresa PAMPLONA & CAMPOS apresentou os seguintes dados: em (R$ mil)
10 Pede-se: a) Calcular os Ciclos Operacional, Financeiro e Econômico. b) Calcular a Necessidade Média de Investimento em Caixa, considerando que a empresa estima em $ 37,8 milhões seus desembolsos anuais de caixa. c) Fazer uma breve análise utilizando os indicadores encontrados nas alíneas a e b. 2) Considerando os dados do exercício seguinte conforme quadro abaixo, responda às mesmas questões solicitadas no comando 1, sabendo-se que empresa estima em $ 42,3 milhões seus desembolsos anuais de caixa.. 3) Considere os dados das questões 1 e 2 além dos abaixo apresentados:
11 Pede-se, calcular: a) Liquidez Imediata b) Liquidez Seca c) Liquidez Corrente d) Capital Circulante Líquido Após traçar o perfil da liquidez da empresa através de relatório analítico.
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