Cálculo Diferencial e Integral III

Documentos relacionados
n=1 a n converge e escreveremos a n = s n=1 n=1 a n. Se a sequência das reduzidas diverge, diremos que a série

Testes de Convergência

Alexandre Nolasco de Carvalho Universidade de São Paulo São Carlos SP, Brazil

Universidade Tecnológica Federal do Paraná Câmpus Francisco Beltrão

A sequência é ordenada pois existe um primeiro termo,, um segundo termo,, e, se denota um número inteiro positivo arbitrário, um n-ésimo termo.

1 Séries de números reais

) a sucessão definida por y n

Séries Alternadas. São as séries cujos termos se alternam entre positivos e negativos. Por exemplo, ( 1) k+1 1 k =

Séries Potências II. por Abílio Lemos. Universidade Federal de Viçosa. Departamento de Matemática UFV. Aulas de MAT

Probabilidade IV. Ulisses U. dos Anjos. Departamento de Estatística Universidade Federal da Paraíba. Período

Vamos ver a demonstração deste teorema, através de um vídeo da ESCOLA VIRTUAL.

Sequências numéricas:

CURSO DE RESOLUÇÃO DE PROVAS de MATEMÁTICA da ANPEC Tudo passo a passo com Teoria e em sequência a resolução da questão! Prof.

Por menor que seja a quantidade δ > 0, há uma ordem p N tal que. x n a δ,

Sequências e Séries Infinitas. Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados.

Sucessões. Limites de sucessões O essencial

Cálculo Diferencial e Integral I

Definição: Uma série infinita (ou simplesmente uma série) é uma expressão que representa uma soma de números de uma sequência infinita, da forma:

{ 1 se x é racional, 0 se x é irracional. cos(k!πx) = cos(mπ) = ±1. { 1 se x Ak

1 kp. k=1. + Na série. 1 temos p = 2 p >1 converge. k=1 + Na série k=1. temos p = 1/7 p <1 diverge. ⁷ k. se lim u k. k +

Apresente todos os cálculos e justificações relevantes. a) Escreva A e B como intervalos ou união de intervalos e mostre que C = { 1} [1, 3].

Planificação Anual. 0,5 Geometria no plano e no espaço II. 32 Avaliações escritas e respetivas correcções. 5 Auto-avaliação

Integrais Impróprias

UNIVERSIDADE PARANAENSE - UNIPAR: 2004 Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral

Apresente todos os cálculos e justificações relevantes

Sequências e Séries Infinitas. Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados.

Capítulo 3. Séries Numéricas

ANÁLISE MATEMÁTICA II

Integral Impróprio de 1ª Espécie

Cálculo II Sucessões de números reais revisões

UFRJ - Instituto de Matemática

Lista 4. Esta lista, de entrega facultativa, tem três partes e seus exercícios versam sobre séries, funções contínuas e funções diferenciáveis em R.

Acadêmico(a) Turma: Capítulo 7: Limites

3 Limites e Continuidade(Soluções)

Produtos de potências racionais. números primos.

Universidade Federal do Pará Instituto de Tecnologia. Cálculo III. Campus de Belém Curso de Engenharia Mecânica

FEUP - MIEEC - Análise Matemática 1

Vamos revisar alguns fatos básicos a respeito de séries de potências

O Teorema de Dini. Doherty Andrade Palavras-chave: Dini. Convergência pontual. Convergência uniforme.

2.1 Sucessões. Convergência de sucessões

Cálculo Diferencial e Integral I

3 Funções reais de variável real (Soluções)

Sequências e Séries Infinitas. Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados.

Universidade Federal de Santa Maria Departamento de Matemática Curso de Verão Lista 2. Sequências de Números Reais

Cálculo Diferencial e Integral I

! " # $ % & ' # % ( # " # ) * # +

3 AULA. Séries de Números Reais LIVRO. META Representar funções como somas de séries infinitas. OBJETIVOS Calcular somas de infinitos números reais.

Notas do Curso de SMA-333 Cálculo III. Prof. Wagner Vieira Leite Nunes. São Carlos 1.o semestre de 2007

Técnicas de. Integração

Ficha de Problemas n o 6: Cálculo Diferencial (soluções) 2.Teoremas de Rolle, Lagrange e Cauchy

TEOREMAS LIMITE EM PROBABILIDADE RENATO ASSUNÇÃO DCC - UFMG

ANÁLISE MATEMÁTICA II 2007/2008. Cursos de EACI e EB

Sucessões. , ou, apenas, u n. ,u n n. Casos Particulares: 1. Progressão aritmética de razão r e primeiro termo a: o seu termo geral é u n a n1r.

1 a data de exame. 17 de Janeiro de 2002 Licenciaturas em Engenharia do Ambiente e Engenharia Aeroespacial. Resolução e alguns comentários

Universidade Federal de Goiás Campus Catalão Departamento de Matemática Disciplina: Fundamentos de Análise

Derivadas Parciais Capítulo 14

Apostila de Cálculo Diferencial e Integral 3 Sequências e Séries

Limites de Funções. Bases Matemáticas. 2 o quadrimestre de o quadrimestre de / 57

CÁLCULO 3-1 ō Semestre de 2009 Notas de curso: Séries Numéricas e Séries de Taylor

ANÁLISE MATEMÁTICA II

Sequência divergente: toda sequência que não é convergente.

Análise Matemática I 1 o Exame (Grupos I, II, III, IV, V e VI) 2 o Teste (Grupos IV, V e VI)

Probabilidade IV. Ulisses U. dos Anjos. Departamento de Estatística Universidade Federal da Paraíba. Período

Limites infinitos e limites no infinito Aula 15

Biomatemática - Prof. Marcos Vinícius Carneiro Vital (ICBS UFAL) - Material disponível no endereço

CRONOGRAMA - CÁLCULO DIF. INT. III - MATEMÁTICA. Int. Curso - Apresentação da disciplina - ementa, metodologia, forma de 14/03/2018

A Equação da Morte Thiago de Paiva campos

Convergência de Séries de Números Complexos

1 Limites e Conjuntos Abertos

Séries de Termos Não-Negativos

Notas de curso: Séries Numéricas e Séries de Taylor

Cálculo Diferencial e Integral I

Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Departamento de Ciências Exatas

Exercícios Complementares 3.4

Análise Real. IF Sudeste de Minas Gerais. Primeiro semestre de Prof: Marcos Pavani de Carvalho. Marcos Pavani de Carvalho

Minicurso Séries Infinitas

Resumo Elementos de Análise Infinitésimal I

P L A N I F I C A Ç Ã 0 E n s i n o S e c u n d á r i o

Substituição trigonométrica hiperbólica. Esta é a última aula do segundo módulo da disciplina Cálculo II. Isso

Encontre o valor da soma da série numérica

Capítulo 5. séries de potências

Cálculo Diferencial e Integral I Mestrado Integrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores 2 o Teste (V1) - 15 de Janeiro de h00m

Teorema Do Ponto Fixo Para Contrações 1

Lista 1 - Cálculo Numérico - Zeros de funções

Lista de Exercícios da Primeira Semana Análise Real

24 a Aula AMIV LEAN, LEC Apontamentos

Limites. Slides de apoio sobre Limites. Prof. Ronaldo Carlotto Batista. 7 de outubro de 2013

Programa Analítico de Disciplina MAT147 Cálculo II

Material Básico: Calculo A, Diva Fleming

TEOREMAS LIMITE EM PROBABILIDADE RENATO ASSUNÇÃO DCC - UFMG

Cálculo Diferencial e Integral I 2 o Exame - (MEMec; MEEC; MEAmb)

ESCOLA SECUNDÁRIA DE CALDAS DAS TAIPAS

Sequências. 1 Denição, Intuição e Primeiros Exemplos. Alan Anderson. 5 de dezembro de 2015

Veja exemplos de sequências finitas e infinitas: Sequência finita: (5, 7, 9, 11, 13, 15, 17, 19) Sequência infinita (3, 5, 7, 11, 13, 17,...

Notas Sobre Sequências e Séries Alexandre Fernandes

ESCOLA SECUNDÁRIA DE CALDAS DAS TAIPAS

Derivadas e suas Aplicações

Introdução Operações de diferença finita Aproximações de ordem superior. Derivação numérica. Leonardo F. Guidi DMPA IM UFRGS.

Fundamentos de Estatística

COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA MÓDULO 1. Equações Diferenciais com Derivadas Parciais

Transcrição:

Cálculo Diferencial e Integral III Profª Ma. Polyanna Possani da Costa Petry

Sequências e Séries Breve contextualização Para x R, podemos em geral, obter sen x, e x, ln x, arctg x e valores de outras funções transcendentes utilizando uma calculadora ou uma tabela. Um problema fundamental consiste em determinar como as calculadoras calculam esses números, ou como se constrói uma tabela.

Sequências e Séries Breve contextualização As séries numéricas infinitas (somas infinitas) podem ser usadas para obter valores funcionais de uma certa função f x, ou seja, valores aproximados para f c, c R. Portanto, temos que interpretar essas somas infinitas e saber o seu significado preciso.

Sequências e Séries Breve contextualização Lidar com o infinito sempre foi um problema difícil e os matemáticos sabem disso há mais de dois milênios. E para que nós tenhamos uma ideia das dificuldades que podem surgir, vamos logo dar um exemplo simples e bastante esclarecedor.

Sequências e Séries Breve contextualização S = 1 1 + 1 1 + 1 1 + 1 1 + 1 1 + 1 1 + 1 1 + Se escrevermos S = (1 1) + (1 1) + (1 1) + (1 1) +, teremos S = 0. Mas podemos também escrever S = 1 (1 1) (1 1) (1 1) (1 1) e agora concluímos que S = 1.

Sequências e Séries Breve contextualização Ainda há uma terceira possibilidade, tão legítima como as anteriores: S = 1 (1 1 + 1 1 + 1 1 + 1 1 + 1 1 + ) = 1 S 2S = 1 S = 1/2. Afinal, S = 0, S = 1 ou S = 1/2? Por que três respostas diferentes?

Sequências e Séries Breve contextualização Claro que não podemos aceitar nenhuma delas em detrimento das outras. Este exemplo aponta para a necessidade de se conceituar o que significa soma infinita. Como veremos, essa conceituação excluirá a possibilidade de somas infinitas do tipo que acabamos de considerar.

Sequências e Séries Breve contextualização E para chegar a essa conceituação devemos primeiro estudar as chamadas sequências numéricas.

Sequências Numéricas Informalmente, sequência é uma sucessão interminável de números, chamados termos. Entende-se que os termos têm uma ordem definida, isto é, há um primeiro termo a 1, um segundo termo a 2 e assim por diante. Tipicamente uma sequência é escrita como a 1, a 2, a 3,, a n,

Sequências Numéricas Definição 1: Sequência é uma função cujo domínio é o conjunto de todos os números inteiros positivos {1, 2, 3,, n, }. Nesse contexto, os números que representam a imagem de uma sequência são chamados elementos da sequência.

Sequências Numéricas Exemplo: Seja a função f n = 1 n A função f n tem como domínio os números naturais: D = {1, 2, 3,, n, } E como imagem: I = {1, 1 2, 1 3,, 1 n, }

Sequências Numéricas A figura ao lado mostra o gráfico da função f n.

Sequências Numéricas Observações: 1. Uma sequência pode ser representada identificando seu elemento genérica a n. 2. A sequência a 1, a 2, a 3,, a n, é igual à sequência b 1, b 2, b 3,, b n, se e somente se a i = b i para todo i inteiro e positivo, isto é, se apresentam a mesma imagem.

Sequências Numéricas Por exemplo, Considere os termos da sequência geral a n da sequência? 1, 1, 1, 1,. Qual o termo 2 4 8 16

Sequências Numéricas 1. Obtenha o termo geral das sequências abaixo: a) 2, 4, 8, 16, 32, b) 1, 4, 9, 16, 25, c) 0, 2, 0, 2, d) 3 4, 9 10, 27 28, 81 82, e) 0, 1, 0, 1, 0, 1, f) 0, 1, 0, 1, g) 3, 4, 5, 6, 5 25 125 625

Sequências Numéricas h) Sequência de Fibonacci f n : Esta sequência surgiu quando o matemático italiano conhecido como Fibonacci resolveu, no século XIII, um problema envolvendo a reprodução de coelhos. 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21,

Sequências Convergentes e divergentes Algumas sequências apresentam uma propriedade de que quando n cresce arbitrariamente, a n se aproxima de um número real L, ou seja, a diferença a n L é tão pequena quanto se deseja, desde que n seja suficientemente grande.

Sequências Convergentes e divergentes Definição 2: Seja {a n }uma sequência numérica e L um número real. Dizemos que: i. lim n a n = L ε > 0; N N: n > N a n L < ε. ii. iii. lim a n = + M > 0; N N: n > N a n > M. n lim a n = M > 0; N N: n > N a n < M. n

Sequências Convergentes e divergentes

Sequências Convergentes e divergentes Definição 3: Se existe um número real (finito) L tal que lim n a n = L a sequência a n é dita convergente. Caso contrário, a sequência é dita divergente.

Alguns Teoremas para convergência de sequências + Teorema 1 : Teorema do Confronto Sejam a n, b n e c n sequências tais que lim n a n = L = lim n c n. Se existe n 1 N tal que a n b n c n, para todo n > n 1, então lim n b n = L

Alguns Teoremas para convergência de sequências Exemplo: Determine o limite da sequência cos 2 n 3 n + Teorema 2: Se lim n a n = 0 então lim n a n = 0.

Alguns Teoremas para convergência de sequências Exercícios: 1. Discuta a convergência da sequência a n = n! n n, onde n! = 1 2 3 n. 2. Determine se as sequências convergem ou divergem. a) 4n 2 2n 2 +1 b) 1 n n c) 1 n d) ln n n

Alguns Teoremas para convergência de sequências + Teorema 3: A sequência r n é convergente para 1 < r 1 e diverge para todos os outros valores de r. Demonstração: f aremos em sala.

Sequência Crescente e Decrescente Definição 4: Uma sequência a n é denominada crescente se a n < a n+1 para todo n 1 e é denominada decrescente se a n > a n+1 para todo n 1. A sequência é dita monótona se for crescente ou decrescente.

Sequência Crescente e Decrescente Exemplos: 1. A sequência n 2n+1 é crescente ou decrescente? 2. Mostre que a sequência 3 n+5 é decrescente.

Sequência Limitada Exemplos: Definição 5: Uma sequência a n é limitada superiormente se existir um número M tal n que a n M para todo n 1. É limitada 1. A sequência é crescente ou 2n+1 inferiormente se existir um número m tal que m a n para todo n 1. Se ela for limitada superiormente e inferiormente, então a n é uma sequência limitada.

Sequência Limitada Exemplos: 1. a n = n (limitada inferiormente, pois 0 < a n ). 2. a n = n n+5 (limitada, pois 0 < a n < 1).

Sequência Limitada Observação + Nem toda sequência limitada é convergente. Por exemplo, a sequência a n = 1 n é limitada pois 1 a n 1), porém divergente. + Nem todo sequência monótona é convergente Por exemplo a n = n.

Sequência Limitada + Teorema 4: Teorema da Sequência Monótona Toda sequência a n monótona e limitada é convergente. Exemplo: Mostre que a sequência 2 n n! é monótona e limitada e portanto, convergente.