) a sucessão definida por y n

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download ") a sucessão definida por y n"

Transcrição

1 aula 05 Sucessões 5.1 Sucessões Uma sucessão de números reais é simplesmente uma função x N R. É conveniente visualizar uma sucessão como uma sequência infinita: (x(), x(), x(), ). Neste contexto é usual escrever «x n» em lugar de escrever «x(n)» e dizer que x n é o termo de ordem n da sucessão x n. Dadas sucessões (x n ) e (y n ) diz-se que a segunda é uma subsucessão da primeira se existe uma função σ N N, estritamente crescente, i.e. satisfazendo a seguinte condição: m < n σ(m) < σ(n), tal que para qualquer n N se tem y n = x σ(n). (Ou seja (y n ) = (x σ(n) ).) Exemplos típicos de subsucessões de uma sucessão (x n ) são as subsucessões dos termos pares (x n ) e (x n+ ) (nestes casos estamos a considerar as funções estritamente crescentes σ(n) = n e τ(n) = n +, respectivamente.) Se (x n ) é uma sucessão então o conjunto {x n n N} diz-se o conjunto dos termos da sucessão. Deve observar-se que uma sucessão tem infinitos termos (um para cada n N) mas pode acontecer que o valor de todos os termos seja o mesmo e, nesse caso, o conjunto dos termos da sucessão é singular. Definição 5.1 (sucessão limitada). Dizemos que uma sucessão (x n ) é limitada se existe um real positivo K tal que, x n K, para qualquer n N. De forma equivalente, uma sucessão (x n ) é limitada se existem números reais L e U tais que, para qualquer n N se tem L x n U. Definição 5.2. Uma sucessão (x n ) é monótona crescente se, x n+ x n, para qualquer n N, e é monótona decrescente se x n+ x n, para qualquer n N. A sucessão (x n ) diz-se monótona se é monótona crescente ou monótona decrescente. Se (x n ) é a sucessão definida por x n = ( ) n e (y n ) a sucessão definida por y n = /n podemos observar uma «diferença de comportamento»: enquanto que a primeira oscila indefinidamente tomando os valores e -, nunca estabilizando, os termos da segunda vão-se aproximando cada vez mais de. O primeiro caso tipifica uma classe de sucessões que classificamos de divergentes enquanto que a segunda, tipifica a classe das sucessões convergentes. De modo a caracterizar estas noções de forma rigorosa temos que introduzir o conceito de limite de uma sucessão. Definição 5.3. Diremos que o limite de uma sucessão (x n ) é o número real α se, ( ε > )( p N)( n p)d(x n, α) < ε (.)

2 onde d R R + é a função distância definida por d(x, y) = x y. (Assim, uma sucessão tem por limite um real α se dada uma distância ε, os termos da sucessão ficam, a partir de certa ordem, a uma distância de α inferior a ε.) Uma vez que o conjunto {x R d(x, α) < ε} é o intervalo ]α ε, α + ε[, intervalo este que se denota por V ε (α) e designa de vizinhança aberta de centro em α e raio ε, a condição anterior pode ser escrita como ( ε > )( p N)( n p)x V ε (α). (.) Observe-se que dado ε >, quanto mais pequeno é ε maior é /ε e, em certo sentido, mais este valor fica «próximo de +». Esta observação simples motiva a definição seguinte: d(x, + ) < ε sse x > /ε e V ε (+ ) =]/ε, + [. De modo totalmente análogo definimos: d(x, ) < ε sse x < /ε e V ε ( ) =], /ε[. Feitas estas observações, dizemos que o limite de (x n ) é + ou quando se verifica (.) ou (.) com + ou no lugar de α. Ou seja, Definição 5.4. Dizemos que o limite de (x n ) é + escrevevendo neste caso lim x n = + ou (x n ) + se, dado ε > existe p N tal que, para todo o n > p se tem d(x n, + ) < ε. Analogamente com no lugar de +. É fácil constatar que se tem, (x n ) + se e só se, para qualquer número positivo K, existe p N tal que n > p implica x n > K, i.e., ( K > )( p N)( n > p) x n > K. Analogamente, (x n ) se para qualquer número positivo K existe uma ordem p a partir da qual, x n < K, i.e., ( K > )( p N)( n > p) x n < K. Se o limite de (x n ) é α R {, + } escrevemos lim x n = α ou (x n ) α. O resultado seguinte estabelece a unicidade do limite de uma sucessão (quando o limite existe). Lema 5.1. Se (x n ) é uma sucessão e α, β R {+, } são tais que (x n ) α e (x n ) β então α = β. Dem. Verificamos o caso em que α, β R, deixando ao cuidado do leitor verificar os restantes casos, onde de resto se podem considerar argumentos semelhantes aos que iremos aqui usar. Consideremos então que α, β R e que (x n ) α e (x n ) β. Consideremos ε tal que < ε < β α /. Nestas circunstâncias V ε (α) V ε (β) =. Usando a definição de limite somos forçados a concluir que existe p N tal que para valores de n > p se tem x n V ε (α) (porque (x n ) α) e x n V ε (β) (porque (x n ) β). Mas isto é absurdo por que neste caso não se teria V ε (α) V ε (β) =. Definição 5.5. Se uma sucessão (x n ) tem como limite um número real então, dizemos que é convergente, caso contrário dizemos que é divergente.

3 Uma sucessão (x n ) tal que (x n ) diz-se um infinitésimo. Se (x n ) + então (x n ) dizse um infinitamente grande positivo e diz-se um infinitamente grande negativo de (x n ). Se ( x n ) + diz-se que (x n ) é um infinitamente grande. Lema 5.2. Suponhamos que (x n ) é uma sucessão e que α R {, + }. Nestas condições (x n ) α sse (x σ(n) ) α, qualquer que seja a subsucessão (x σ(n) ) de (x n ). O resultado anterior é especialmente interessante na forma do seu contra-recíproco, ou seja, se duas subsucessões de uma dada sucessão têm limites diferentes então a sucessão não tem limite. Definição 5.6. Dizemos que α R {, + } é um sublimite de (x n ) se existe uma subsucessão de (x n ) que tem α como limite. Tendo em conta o resultado acima, uma sucessão tem limite sse o conjunto dos seus sublimites é singular, ou seja, tem um único elemento. Em certas circunstâncias podemos decidir a existência do limite de uma sucessão considerando apenas alguns sublimites. Lema 5.3. Suponhamos que (x σ(n) ) e (x τ(n) ) são duas subsucessões de (x n ) de tal modo que a união {x σ(n) n N} {x τ(n) n N} difere de {x n n N} apenas num número finito de termos e se (x τ(n) ) α e (x σ(n) ) α então, podemos concluir que (x n ) α. Dem. Dado ε >, podemos considerar uma ordem p N tal que para n > p se tem x σ(n), x τ(n) V ε (α) Como a quantidade de termos da sucessão (x n ) que não se encontram na união {x σ(n) n > p} {x τ(n) n > p} é finita, podemos concluir que a partir de certa ordem aquela união contém todos os termos da sucessão. Assim a partir dessa mesma ordem temos x n V ε (α) e, como ε é arbitrário podemos concluir que (x n ) α como se pretendia. Lema 5.4. Toda a sucessão convergente é limitada. Dem. Suponhamos que x n é uma sucessão convergente e que α R é o seu limite. Se considerarmos, por exemplo, ε =, sabemos que existe uma ordem p a partir da qual todos os termos x n estão na vizinhança V (α). Consequentemente, o conjunto dos termos da sucessão a partir da ordem p, ou seja, o conjunto {x n n > p} é limitado (os seus membros estão entre α e α + ). É agora fácil concluir que o conjunto de todos os termos da sucessão é um conjunto limitado porque é o conjunto {x, x,, x p } {x n n > p} que é um conjunto limitado porque é a união de dois conjuntos limitados (o segundo já vimos antes que é limitado, o primeiro porque é finito). O recíproco deste resultado não é em geral verdadeiro, i.e., existem sucessões limitadas que não são convergentes, e.g., a sucessão cujo termo geral é definido através da relação x n = ( ) n. Esta sucessão é evidentemente limitada, pois o conjunto dos seus termos que é {, } é finito e, consequentemente limitado. No entanto esta sucessão não converge.

4 De facto, nem sequer tem limite já que as subsucessões (x n ) e (x n+ ) são constantes de valor e, respectivamente. Como qualquer sucessão constante de valor α tem limite α (ver o lema.), temos que x n e x n+ e, assim, x n não tem limite. No entanto uma sucessão limitada possui sempre subsucessões que convergem. Teorema 5.1 (Weierstrass). Suponhamos que (x n ) é uma sucessão limitada. Nestas condições existe uma subsucessão de (x n ) que converge. Dem. A demonstração não é essencial, contudo será apresentada na secção final. Ao contrário da característica de ser limitada, que não é por si só suficiente para garantir a existência de limite, a monotonia implica sempre a existência de limite. Lema 5.5. Se x n é monótona crescente e não é limitada então, x n +. Se x n é monótona decrescente e não é limitada então, x n. Dem. Exercício. Exemplo 1. A sucessão cujo termo geral é x n = n + que é obviamente monótona crescente não é limitada. Com efeito a soma +/+ +/n torna-se maior que qualquer número positivo dado. Se fixarmos K > então existe m N tal que m > K. Considerando agora n > m tem-se n > m m mas a soma da direita é maior que, m m = m > K. O resultado do lema anterior mostra que a monotonia não assegura, por si só, a convergência de uma sucessão. Tem-se contudo o resultado seguinte. Teorema 5.2. Se (x n ) é monótona e limitada então (x n ) é convergente. Dem. Demonstraremos que uma sucessão monótona crescente, limitada, converge para o supremo do conjunto dos seus termos. (A demonstração de que uma sucessão monótona decrescente, limitada, converge para o ínfimo do conjunto dos seus termos é totalmente análoga, pelo que a omitiremos.) Fixemos uma sucessão (x n ), monótona crescente e limitada. Seja α = sup{x n n N} (o supremo existe pois este conjunto é não vazio e majorado, já que a sucessão é limitada). Vamos então mostrar que lim x n = α. Fixemos ε >. Temos que sendo α o supremo do conjunto dos termos de x n, tem-se que para qualquer n N se tem que x n α. Por outro lado, tem que existir um termo da sucessão, digamos x p no intervalo ]α ε, α+ε[= V ε (α), caso contrário todos os termos seriam menores ou iguais a α ε, contrariando o facto de α ser o supremo do conjuntos

5 dos termos de x n. Como x n é monótona crescente tem-se que x n x p, para qualquer n > p. Logo, x n V ε (α), para qualquer n > p. Como ε é arbitrário, acabámos de mostrar que, ( ε > )( p N)( n > p)x n V ε (α), ou seja, que lim x n = α. Lema 5.6. Se α R então, (x n ) α sse (x n α) é um infinitésimo. Dem. Basta observar que x n α = (x n α). Lema 5.7. A sucessão (x n ) é um infinitésimo sse o mesmo sucede com ( x n ). Dem. Basta observar que x n = x n. Lema 5.8. Uma sucessão da forma (c), i.e., uma sucessão em que os seus termos são todos iguais a um dado c R, diz-se constante. Toda a sucessão constante converge, tem-se (c) c. Dem. Exercício. No que se segue denotamos por R o conjunto R {, + }. Lema 5.9. Se (x n ) α, (y n ) β com α, β R e se a partir de certa ordem se tem x n < y n (resp. x n y n ) então, α β. Em particular, (x n ) é convergente e se a partir de certa ordem a x n b então a lim x n b. Dem. Lema 5.10 (sucessões enquadradas). Suponhamos que, a partir de certa ordem, se tem que x n z n y n e que (x n ) α e (y n ) α então, (z n ) α. Dem. Lema Tem-se que:. Se k > então, ( n k).. ( n).. Se r < então, (r n ) ; se r > então, (r n ) + ; se r < então (r n ) é infinitamente grande sem sinal definido; se r = então (r n ) não tem limite e, se r = então (r n ).

6 Dem. Para demonstrar (), dividiremos a demonstração em dois casos k > e k < (o caso k = é trivial). Assim, se k > consideramos a sucessão (x n ) onde x n = n k. Neste caso a sucessão (x n ) é uma sucessão de termos positivos. Tem-se então, usando a fórmula do binómio de Newton que p = ( + x n ) n > + nx n. Daqui resulta que p < x n < n concluindo-se que (x n ), ou seja que ( n p). O outro caso pode estabelecer-se passando ao inverso. Para estabelecer () consideremos x n = n. Uma vez mais, recorrendo à fórmula do binómio de Newton, obtemos que n = ( + x n ) n n(n ) x n. Daqui resulta que, x n n o que nos permite concluir que (x n ) ou seja que ( n). () Exercício. O resultado seguinte é útil em muitos contextos importantes em particular, na determinação de limites de sucessões do tipo ( n x n). Em casos deste tipo, permite eliminar a raíz o que, do ponto de vista da manipulação algébrica das expressões, introduz uma simplificação. Teorema 5.3. Suponhamos que (x n ) é uma sucessão de termos positivos. Tem-se. Se (x n+ /x n ) α R então ( n x n) α.. Se (x n+ /x n ) α e α < então (x n ).. Se (x n+ /x n ) α e α > então (x n ) +. Dem. Para demonstrar () vamos considerar o caso em que < α < +. O argumento para estabelecer o resultado nas outras circunstâncias pode ser facilmente adaptado a partir da situação que vamos considerar. Fixemos r > tal que V r (α) =]α r, α + r[ R +. Tendo em conta a definição de limite de uma sucessão podemos concluir que existe uma ordem N N tal que para n N se tem: x n+ /x n V r (α). Tem-se assim que, (α r) < x N+ /x N < (α + r), logo x N (α r) < x N+ < x N (α + r); continuando, (α r) < x N+ /x N+ < (α + r), logo x N (α r) < x N+ < x N (α + r) ; e, de uma maneira geral, x N (α r) N (α r)n+n xn (α r) n < x N+n < x N (α + r) n x N = (α + r) N (α + r)n+n. (.)

7 De (.) resulta que x N α r N+n N+n (α + r) < N x N + n < N+n (α + r) α + r. N (α + r) (α + r) (.) x N Somos assim forçados a concluir que ( n x n) α, uma vez que r pode ser tomado tão pequeno quanto se queira. Para estabelecer () e (), basta observar no primeiro caso que a partir de certa ordem N N se tem x n+ /x n < r < e no segundo, igualmente a partir de certa ordem N N, se tem x n+ /x n > k >. Usando agora argumentos semelhantes aos utilizados no caso precedente podemos concluir que, no caso de () se tem x N+n < x N r N+n e, no caso de (), x N+n > x N k n. Basta agora usar o facto de (r n ) se r < e (r n ) + se r >.

2.1 Sucessões. Convergência de sucessões

2.1 Sucessões. Convergência de sucessões Capítulo 2 Sucessões reais Inicia-se o capítulo introduzindo os conceitos de sucessão limitada, sucessão monótona, sucessão convergente e relacionando estes conceitos entre si. A análise da convergência

Leia mais

Cálculo II Sucessões de números reais revisões

Cálculo II Sucessões de números reais revisões Cálculo II Sucessões de números reais revisões Mestrado Integrado em Engenharia Aeronáutica António Bento bento@ubi.pt Departamento de Matemática Universidade da Beira Interior 2012/2013 António Bento

Leia mais

Notas Sobre Sequências e Séries Alexandre Fernandes

Notas Sobre Sequências e Séries Alexandre Fernandes Notas Sobre Sequências e Séries 2015 Alexandre Fernandes Limite de seqüências Definição. Uma seq. (s n ) converge para a R, ou a R é limite de (s n ), se para cada ɛ > 0 existe n 0 N tal que s n a < ɛ

Leia mais

Por menor que seja a quantidade δ > 0, há uma ordem p N tal que. x n a δ,

Por menor que seja a quantidade δ > 0, há uma ordem p N tal que. x n a δ, DEFINIÇÃO DE CONVERGÊNCIA E LIMITE Seja (x n ) uma sucessão de números em R ou pontos em R 2. Dizemos que (x n ) converge para a, ou que a é o limite de x n, e escrevemos x n a quando n ou lim x n = a

Leia mais

Produtos de potências racionais. números primos.

Produtos de potências racionais. números primos. MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA n o 4 Dezembro/2006 pp. 23 3 Produtos de potências racionais de números primos Mário B. Matos e Mário C. Matos INTRODUÇÃO Um dos conceitos mais simples é o de número natural e

Leia mais

1 Séries de números reais

1 Séries de números reais Universidade do Estado do Rio de Janeiro - PROFMAT MA 22 - Fundamentos de Cálculo - Professora: Mariana Villapouca Resumo Aula 0 - Profmat - MA22 (07/06/9) Séries de números reais Seja (a n ) n uma sequência

Leia mais

3 AULA. Séries de Números Reais LIVRO. META Representar funções como somas de séries infinitas. OBJETIVOS Calcular somas de infinitos números reais.

3 AULA. Séries de Números Reais LIVRO. META Representar funções como somas de séries infinitas. OBJETIVOS Calcular somas de infinitos números reais. LIVRO Séries de Números Reais META Representar funções como somas de séries infinitas. OBJETIVOS Calcular somas de infinitos números reais. PRÉ-REQUISITOS Seqüências (Aula 02). Séries de Números Reais.

Leia mais

n=1 a n converge e escreveremos a n = s n=1 n=1 a n. Se a sequência das reduzidas diverge, diremos que a série

n=1 a n converge e escreveremos a n = s n=1 n=1 a n. Se a sequência das reduzidas diverge, diremos que a série Séries Numéricas Nosso maior objetivo agora é dar um sentido a uma soma de infinitas parcelas, isto é, estudar a convergência das chamadas séries numéricas. Inicialmente, seja (a n ) uma sequência e formemos

Leia mais

1.3 Conjuntos de medida nula

1.3 Conjuntos de medida nula 1.3 Conjuntos de medida nula Seja (X, F, µ) um espaço de medida. Um subconjunto A X é um conjunto de medida nula se existir B F tal que A B e µ(b) = 0. Do ponto de vista da teoria da medida, os conjuntos

Leia mais

Sucessões. , ou, apenas, u n. ,u n n. Casos Particulares: 1. Progressão aritmética de razão r e primeiro termo a: o seu termo geral é u n a n1r.

Sucessões. , ou, apenas, u n. ,u n n. Casos Particulares: 1. Progressão aritmética de razão r e primeiro termo a: o seu termo geral é u n a n1r. Sucessões Definição: Uma sucessão de números reais é uma aplicação u do conjunto dos números inteiros positivos,, no conjunto dos números reais,. A expressão u n que associa a cada n a sua imagem designa-se

Leia mais

Cálculo Diferencial e Integral I

Cálculo Diferencial e Integral I Cálculo Diferencial e Integral I Texto de apoio às aulas. M. Amélia Bastos, António Bravo 200 O texto apresentado tem por objectivo ser um texto de apoio ao curso de Cálculo Diferencial e Integral I do

Leia mais

Matemática I. 1 Propriedades dos números reais

Matemática I. 1 Propriedades dos números reais Matemática I 1 Propriedades dos números reais O conjunto R dos números reais satisfaz algumas propriedades fundamentais: dados quaisquer x, y R, estão definidos a soma x + y e produto xy e tem-se 1 x +

Leia mais

Resumo Elementos de Análise Infinitésimal I

Resumo Elementos de Análise Infinitésimal I Apêndice B Os números naturais Resumo Elementos de Análise Infinitésimal I Axiomática de Peano Axioma 1 : 1 N. Axioma 2 : Se N, então + 1 N. Axioma 3 : 1 não é sucessor de nenhum N. Axioma 4 : Se + 1 =

Leia mais

Universidade Federal de Goiás Campus Catalão Departamento de Matemática Disciplina: Fundamentos de Análise

Universidade Federal de Goiás Campus Catalão Departamento de Matemática Disciplina: Fundamentos de Análise Universidade Federal de Goiás Campus Catalão Departamento de Matemática Disciplina: Fundamentos de Análise Professor: André Luiz Galdino Gabarito da 1 a Lista de Exercícios 1. Prove que para todo x 0 IR

Leia mais

Concluímos esta secção apresentando alguns exemplos que constituirão importantes limites de referência. tan θ. sin θ

Concluímos esta secção apresentando alguns exemplos que constituirão importantes limites de referência. tan θ. sin θ aula 08 Funções reais de variável real Limites e continuidade (Continuação) A definição de limite segundo Heine permite, como já vimos anteriormente no caso da álgebra de limites, transpor quase imediatamente

Leia mais

Dízimas e intervalos encaixados.

Dízimas e intervalos encaixados. Dízimas e intervalos encaixados. Recorde que uma dízima com n casas decimais é um número racional da forma a 0.a a 2...a n = a 0 + a 0 + a 2 0 2 + + a n n 0 n = a j 0 j em que a 0,a,...,a n são inteiros

Leia mais

Convergência em espaços normados

Convergência em espaços normados Chapter 1 Convergência em espaços normados Neste capítulo vamos abordar diferentes tipos de convergência em espaços normados. Já sabemos da análise matemática e não só, de diferentes tipos de convergência

Leia mais

s Gabarito da 1. a Prova de PMA Fundamentos de Cálculo Prof. Wagner - 3 de maio de a PARTE

s Gabarito da 1. a Prova de PMA Fundamentos de Cálculo Prof. Wagner - 3 de maio de a PARTE 1 s Gabarito da 1. a Prova de PMA56 - Fundamentos de Cálculo Prof. Wagner - 3 de maio de 019 1.a PARTE 1. a Questão: Sejam f : X Y e g : Y Z funções dadas. Mostre que: (a) se a função f é injetora, então

Leia mais

Topologia e Análise Linear. Maria Manuel Clementino, 2013/14

Topologia e Análise Linear. Maria Manuel Clementino, 2013/14 Maria Manuel Clementino, 2013/14 2013/14 1 ESPAÇOS MÉTRICOS Espaço Métrico Um par (X, d) diz-se um espaço métrico se X for um conjunto e d : X X R + for uma aplicação que verifica as seguintes condições,

Leia mais

3 Limites e Continuidade(Soluções)

3 Limites e Continuidade(Soluções) 3 Limites e Continuidade(Soluções). a) Como e é crescente, com contradomínio ]0, + [, o contradomínio de f é ]e, + [. Para > 0 e y ] e, + [, temos Logo, a inversa de f é f () = y e = y = log y = log y

Leia mais

24 a Aula AMIV LEAN, LEC Apontamentos

24 a Aula AMIV LEAN, LEC Apontamentos 24 a Aula 2004.11.10 AMIV LEAN, LEC Apontamentos (Ricardo.Coutinho@math.ist.utl.pt) 24.1 Método de Euler na aproximação de EDO s Métodos numéricos para a determinação de soluções de EDO s podem ser analisados

Leia mais

ANÁLISE MATEMÁTICA II 2007/2008. Cursos de EACI e EB

ANÁLISE MATEMÁTICA II 2007/2008. Cursos de EACI e EB ANÁLISE MATEMÁTICA II 2007/2008 (com Laboratórios) Cursos de EACI e EB Acetatos de Ana Matos 1ª Parte Sucessões Séries Numéricas Fórmula de Taylor Séries de Potências Série de Taylor DMAT Ana Matos - AMII0807

Leia mais

Então (τ x, ) é um conjunto dirigido e se tomarmos x U U, para cada U vizinhança de x, então (x U ) U I é uma rede em X.

Então (τ x, ) é um conjunto dirigido e se tomarmos x U U, para cada U vizinhança de x, então (x U ) U I é uma rede em X. 1. Redes Quando trabalhamos no R n, podemos testar várias propriedades de um conjunto A usando seqüências. Por exemplo: se A = A, se A é compacto, ou se a função f : R n R m é contínua. Mas, em espaços

Leia mais

Resumo das aulas dos dias 4 e 11 de abril e exercícios sugeridos

Resumo das aulas dos dias 4 e 11 de abril e exercícios sugeridos MAT 1351 Cálculo para funções uma variável real I Curso noturno de Licenciatura em Matemática 1 semestre de 2016 Docente: Prof. Dr. Pierluigi Benevieri Resumo das aulas dos dias 4 e 11 de abril e exercícios

Leia mais

Lista 4. Esta lista, de entrega facultativa, tem três partes e seus exercícios versam sobre séries, funções contínuas e funções diferenciáveis em R.

Lista 4. Esta lista, de entrega facultativa, tem três partes e seus exercícios versam sobre séries, funções contínuas e funções diferenciáveis em R. UFPR - Universidade Federal do Paraná Departamento de Matemática CM095 - Análise I Prof José Carlos Eidam Lista 4 INSTRUÇÕES Esta lista, de entrega facultativa, tem três partes e seus exercícios versam

Leia mais

Apresente todos os cálculos e justificações relevantes. a) Escreva A e B como intervalos ou união de intervalos e mostre que C = { 1} [1, 3].

Apresente todos os cálculos e justificações relevantes. a) Escreva A e B como intervalos ou união de intervalos e mostre que C = { 1} [1, 3]. Instituto Superior Técnico Departamento de Matemática 1. o TESTE DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I - Versão A LEAN, LEMat, MEQ 1. o Sem. 2016/17 12/11/2016 Duração: 1h0m Apresente todos os cálculos e

Leia mais

Sequências e Séries Infinitas. Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados.

Sequências e Séries Infinitas. Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados. 11 Sequências e Séries Infinitas Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados. 11.3 O Teste da Integral e Estimativas de Somas Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados. O Teste

Leia mais

Cálculo Diferencial e Integral III

Cálculo Diferencial e Integral III Cálculo Diferencial e Integral III Profª Ma. Polyanna Possani da Costa Petry Sequências e Séries Breve contextualização Para x R, podemos em geral, obter sen x, e x, ln x, arctg x e valores de outras funções

Leia mais

x B A x X B B A τ x B 3 B 1 B 2

x B A x X B B A τ x B 3 B 1 B 2 1. Definição e exemplos. Bases. Dar uma topologia num conjunto X é especificar quais dos subconjuntos de X são abertos: Definição 1.1. Um espaço topológico é um par (X, τ) em que τ é uma colecção de subconjuntos

Leia mais

Universidade do Algarve, Portugal

Universidade do Algarve, Portugal Universidade do Algarve, Portugal Faculdade de Ciências e Tecnologia ANÁLISE MATEMÁTICA I Cursos de EI, ESI, I, B, EA, EB Professor Stefan Samko Pontos fundamentais do programa da disciplina Análise Matemática

Leia mais

d(t x, Ty) = d(x, y), x, y X.

d(t x, Ty) = d(x, y), x, y X. Capítulo 6 Espaços duais 6.1 Preliminares A análise funcional foi nos seus primórdios o estudo de funcionais. Assim, nos dias de hoje um princípio fundamental da análise funcional é a investigação de espaços

Leia mais

Capítulo 5. séries de potências

Capítulo 5. séries de potências Capítulo 5 Séries numéricas e séries de potências Inicia-se o capítulo com a definição de série numérica e com oção de convergência de séries numéricas, indicando-se exemplos, em particular o exemplo da

Leia mais

3 Funções reais de variável real (Soluções)

3 Funções reais de variável real (Soluções) 3 Funções reais de variável real (Soluções). a) Como e é crescente, com contradomínio ]0, + [, o contradomínio de f é ]e, + [. Para > 0 e y ] e, + [, temos Logo, a inversa de f é f () = y e = y = log y

Leia mais

Cálculo Diferencial e Integral I

Cálculo Diferencial e Integral I Cálculo Diferencial e Integral I Texto de apoio às aulas. Amélia Bastos, António Bravo Dezembro 2010 Capítulo 1 Números reais As propriedades do conjunto dos números reais têm por base um conjunto restrito

Leia mais

Probabilidade IV. Ulisses U. dos Anjos. Departamento de Estatística Universidade Federal da Paraíba. Período

Probabilidade IV. Ulisses U. dos Anjos. Departamento de Estatística Universidade Federal da Paraíba. Período Probabilidade IV Ulisses U. dos Anjos Departamento de Estatística Universidade Federal da Paraíba Período 2015.2 Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade IV Período 2015.2 1 / 60 Sumário 1 Apresentação

Leia mais

Apresente todos os cálculos e justificações relevantes

Apresente todos os cálculos e justificações relevantes Análise Matemática I 2 o Teste e o Exame Campus da Alameda 9 de Janeiro de 2006, 3 horas Licenciaturas em Engenharia do Ambiente, Engenharia Biológica, Engenharia Civil, Engenharia e Arquitectura Naval,

Leia mais

Alexandre Nolasco de Carvalho Universidade de São Paulo São Carlos SP, Brazil

Alexandre Nolasco de Carvalho Universidade de São Paulo São Carlos SP, Brazil Seqüências Alexandre Nolasco de Carvalho Universidade de São Paulo São Carlos SP, Brazil 12 de Abril de 2013 Primeiro Semestre de 2013 Turma 2013104 - Engenharia de Computação Seqüências Consideraremos

Leia mais

[À funç~ao d chama-se métrica e aos elementos de X pontos do espaço métrico; a condiç~ao (3) designa-se por desigualdade triangular.

[À funç~ao d chama-se métrica e aos elementos de X pontos do espaço métrico; a condiç~ao (3) designa-se por desigualdade triangular. Aula I - Topologia e Análise Linear 1 Espaços Métricos ESPAÇO MÉTRICO Um par (X, d) diz-se um espaço métrico se X for um conjunto e d : X X R + for uma aplicação que verifica as seguintes condições, quaisquer

Leia mais

! " # $ % & ' # % ( # " # ) * # +

!  # $ % & ' # % ( #  # ) * # + a Aula 69 AMIV ' * + Fórmula de De Moivre Dado z = ρe e Concluímos por indução que = ρ cos θ + i sen θ C temos z = ρe ρe = ρ e z = zz = ρe ρ e = ρ e z = ρ e para qualquer n N e como ρ e ρ e = ρ e pôr n

Leia mais

Vamos revisar alguns fatos básicos a respeito de séries de potências

Vamos revisar alguns fatos básicos a respeito de séries de potências Seção 4 Revisão sobre séries de potências Vamos revisar alguns fatos básicos a respeito de séries de potências a n (x x ) n, que serão úteis no estudo de suas aplicações à resolução de equações diferenciais

Leia mais

Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática. O Teorema de Arzelá. José Renato Fialho Rodrigues

Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática. O Teorema de Arzelá. José Renato Fialho Rodrigues Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática O Teorema de Arzelá José Renato Fialho Rodrigues Belo Horizonte - MG 1994 José Renato Fialho Rodrigues O Teorema

Leia mais

DANIEL V. TAUSK. se A é um subconjunto de X, denotamos por A c o complementar de

DANIEL V. TAUSK. se A é um subconjunto de X, denotamos por A c o complementar de O TEOREMA DE REPRESENTAÇÃO DE RIESZ PARA MEDIDAS DANIEL V. TAUSK Ao longo do texto, denotará sempre um espaço topológico fixado. Além do mais, as seguintes notações serão utilizadas: supp f denota o suporte

Leia mais

Lista de Exercícios da Primeira Semana Análise Real

Lista de Exercícios da Primeira Semana Análise Real Lista de Exercícios da Primeira Semana Análise Real Nesta lista, a n, b n, c n serão sempre sequências de números reais.. Mostre que todo conjunto ordenado com a propriedade do supremo possui a propriedade

Leia mais

Sequencias e Series. Exemplo 1: Seja tal que. Veja que os dez primeiros termos estão dados por: ,,,,...,, ou seja que temos a

Sequencias e Series. Exemplo 1: Seja tal que. Veja que os dez primeiros termos estão dados por: ,,,,...,, ou seja que temos a Sequencias e Series Autor: Dr. Cristian Novoa MAF- PUC- Go cristiancalculoii@gmail.com Este texto tem como objetivo principal, introduzir alguns conceitos de Sequencias e Series,para os cursos de Engenharia,

Leia mais

Universidade Federal do Pará Instituto de Tecnologia. Cálculo III. Campus de Belém Curso de Engenharia Mecânica

Universidade Federal do Pará Instituto de Tecnologia. Cálculo III. Campus de Belém Curso de Engenharia Mecânica Universidade Federal do Pará Instituto de Tecnologia Cálculo III Prof. Dr. Jorge Teófilo de Barros Lopes Campus de Belém Curso de Engenharia Mecânica Universidade Federal do Pará Instituto de Tecnologia

Leia mais

{ 1 se x é racional, 0 se x é irracional. cos(k!πx) = cos(mπ) = ±1. { 1 se x Ak

{ 1 se x é racional, 0 se x é irracional. cos(k!πx) = cos(mπ) = ±1. { 1 se x Ak Solução dos Exercícios Capítulo 0 Exercício 0.: Seja f k : [0, ] R a função definida por Mostre que f k (x) = lim j (cos k!πx)2j. { f k (x) = se x {/k!, 2/k!,..., }, 0 senão e que f k converge pontualmente

Leia mais

Questão 3. a) (1,5 pontos). Defina i) conjunto aberto, ii) conjunto

Questão 3. a) (1,5 pontos). Defina i) conjunto aberto, ii) conjunto DM IMECC UNICAMP Análise I Prof. Marcelo M. Santos Prova de Segunda Chamada, 08/07/2009 Aluno: Assinatura: RA: Observações: Tempo de prova: 100min; Justifique sucintamente todas as suas afirmações; Disponha

Leia mais

Lista 1. 9 Se 0 < x < y e n N então 0 < x n < y n.

Lista 1. 9 Se 0 < x < y e n N então 0 < x n < y n. UFPR - Universidade Federal do Paraná Departamento de Matemática CM095 - Análise I Prof. José Carlos Eidam Lista 1 Em toda a lista, K denota um corpo ordenado qualquer. Corpos ordenados 1. Verifique as

Leia mais

1. Funções Reais de Variável Real Vamos agora estudar funções definidas em subconjuntos D R com valores em R, i.e. f : D R R

1. Funções Reais de Variável Real Vamos agora estudar funções definidas em subconjuntos D R com valores em R, i.e. f : D R R . Funções Reais de Variável Real Vamos agora estudar funções definidas em subconjuntos D R com valores em R, i.e. f : D R R D x f(x). Uma função é uma regra que associa a cada elemento x D um valor f(x)

Leia mais

Análise Matemática I 1 o Exame (Grupos I, II, III, IV, V e VI) 2 o Teste (Grupos IV, V e VI)

Análise Matemática I 1 o Exame (Grupos I, II, III, IV, V e VI) 2 o Teste (Grupos IV, V e VI) Análise Matemática I o Exame (Grupos I, II, III, IV, V e VI) 2 o Teste (Grupos IV, V e VI) Campus da Alameda 5 de Janeiro de 2003 LEC, LET, LEN, LEM, LEMat, LEGM Apresente todos os cálculos e justificações

Leia mais

Cálculo Diferencial e Integral I

Cálculo Diferencial e Integral I Cálculo Diferencial e Integral I Complementos ao texto de apoio às aulas. Amélia Bastos, António Bravo Julho 24 Introdução O texto apresentado tem por objectivo ser um complemento ao texto de apoio ao

Leia mais

Técnicas de. Integração

Técnicas de. Integração Técnicas de Capítulo 7 Integração TÉCNICAS DE INTEGRAÇÃO f ( xdx ) a Na definição de integral definida, trabalhamos com uma função f definida em um intervalo limitado [a, b] e supomos que f não tem uma

Leia mais

Capítulo 3. Séries Numéricas

Capítulo 3. Séries Numéricas Capítulo 3 Séries Numéricas Neste capítulo faremos uma abordagem sucinta sobre séries numéricas Apresentaremos a definição de uma série, condições para que elas sejam ou não convergentes, alguns exemplos

Leia mais

Probabilidade IV. Ulisses U. dos Anjos. Departamento de Estatística Universidade Federal da Paraíba. Período

Probabilidade IV. Ulisses U. dos Anjos. Departamento de Estatística Universidade Federal da Paraíba. Período Probabilidade IV Ulisses U. dos Anjos Departamento de Estatística Universidade Federal da Paraíba Período 2014.2 Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade IV Período 2014.2 1 / 20 Sumário 1 Apresentação

Leia mais

Construção dos Números Reais

Construção dos Números Reais 1 Universidade de Brasília Departamento de Matemática Construção dos Números Reais Célio W. Manzi Alvarenga Sumário 1 Seqüências de números racionais 1 2 Pares de Cauchy 2 3 Um problema 4 4 Comparação

Leia mais

Teoria da Medida e Integração (MAT505)

Teoria da Medida e Integração (MAT505) Teoria da Medida e Integração (MAT505) Modos de convergência V. Araújo Mestrado em Matemática, UFBA, 2014 1 Modos de convergência Modos de convergência Neste ponto já conhecemos quatro modos de convergência

Leia mais

Notas do Curso de SMA-333 Cálculo III. Prof. Wagner Vieira Leite Nunes. São Carlos 1.o semestre de 2007

Notas do Curso de SMA-333 Cálculo III. Prof. Wagner Vieira Leite Nunes. São Carlos 1.o semestre de 2007 Notas do Curso de SMA-333 Cálculo III Prof. Wagner Vieira Leite Nunes São Carlos.o semestre de 7 Sumário Introdução 5 Seqüências Numéricas 7. Definições.................................... 7. Operações

Leia mais

Introdução à Análise Funcional

Introdução à Análise Funcional Introdução à Análise Funcional José Carlos de Sousa Oliveira Santos Departamento de Matemática Pura Faculdade de Ciências Universidade do Porto Porto Julho de 2010 Índice Índice Introdução i iii 1 Teoria

Leia mais

No que segue, X sempre denota um espaço topológico localmente compacto

No que segue, X sempre denota um espaço topológico localmente compacto O TEOREMA DE REPRESENTAÇÃO DE RIESZ PARA MEDIDAS DANIEL V. TAUSK No que segue, sempre denota um espaço topológico localmente compacto Hausdorff. Se f : R é uma função, então supp f denota o{ suporte (relativamente

Leia mais

Probabilidade IV. Ulisses U. dos Anjos. Departamento de Estatística Universidade Federal da Paraíba. Período

Probabilidade IV. Ulisses U. dos Anjos. Departamento de Estatística Universidade Federal da Paraíba. Período Probabilidade IV Ulisses U. dos Anjos Departamento de Estatística Universidade Federal da Paraíba Período 2015.2 Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade IV Período 2015.2 1 / 49 Sumário 1 Apresentação

Leia mais

ANÁLISE E TOPOLOGIA. 1 o semestre. Estudaremos neste curso alguns dos conceitos centrais da análise matemática: números reais, derivadas,

ANÁLISE E TOPOLOGIA. 1 o semestre. Estudaremos neste curso alguns dos conceitos centrais da análise matemática: números reais, derivadas, ANÁLISE E TOPOLOGIA 1 o semestre Estudaremos neste curso alguns dos conceitos centrais da análise matemática: números reais, derivadas, séries e integrais. 1. Espaços topológicos e métricos Todos estes

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA. Medida e Probabilidade

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA. Medida e Probabilidade UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA Medida e Probabilidade Aluno: Daniel Cassimiro Carneiro da Cunha Professor: Andre Toom 1 Resumo Este trabalho contem um resumo dos principais

Leia mais

ANÁLISE MATEMÁTICA II

ANÁLISE MATEMÁTICA II ANÁLISE MATEMÁTICA II Acetatos de Ana Matos Séries Numéricas DMAT Séries Numéricas Definições básicas Chama-se série numérica a uma expressão do tipo a a 2, em geral representada por, ou, onde é uma sucessão

Leia mais

Séries Potências II. por Abílio Lemos. Universidade Federal de Viçosa. Departamento de Matemática UFV. Aulas de MAT

Séries Potências II. por Abílio Lemos. Universidade Federal de Viçosa. Departamento de Matemática UFV. Aulas de MAT Séries Potências II por Universidade Federal de Viçosa Departamento de Matemática-CCE Aulas de MAT 147-2018 26 e 28 de setembro de 2018 Se a série de potências c n (x a) n tiver um raio de convergência

Leia mais

Cálculo Diferencial e Integral I

Cálculo Diferencial e Integral I Cálculo Diferencial e Integral I LEE, LEIC-T, LEGI e LERC - o semestre - / de Junho de - 9 horas I ( val.). (5, val.) Determine o valor dos integrais: x + (i) x ln x dx (ii) (9 x )( + x ) dx (i) Primitivando

Leia mais

Análise I. Notas de Aula 1. Alex Farah Pereira de Novembro de 2017

Análise I. Notas de Aula 1. Alex Farah Pereira de Novembro de 2017 Análise I Notas de Aula 1 Alex Farah Pereira 2 3 22 de Novembro de 2017 1 Turma de Matemática. 2 Departamento de Análise-IME-UFF 3 http://alexfarah.weebly.com ii Conteúdo 1 Conjuntos 1 1.1 Números Naturais........................

Leia mais

Números Reais. Víctor Arturo Martínez León b + c ad + bc. b c

Números Reais. Víctor Arturo Martínez León b + c ad + bc. b c Números Reais Víctor Arturo Martínez León (victor.leon@unila.edu.br) 1 Os números racionais Os números racionais são os números da forma a, sendo a e b inteiros e b 0; o conjunto b dos números racionais

Leia mais

Sequências e Séries Infinitas. Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados.

Sequências e Séries Infinitas. Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados. 11 Sequências e Séries Infinitas Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados. 11.1 Sequências Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados. Pode-se pensar numa sequência como uma

Leia mais

2.3- Método Iterativo Linear (MIL)

2.3- Método Iterativo Linear (MIL) .3- Método Iterativo Linear (MIL) A fim de introduzir o método de iteração linear no cálculo de uma raiz da equação (.) f(x) = 0 expressamos, inicialmente, a equação na forma: (.) x = Ψ(x) de forma que

Leia mais

Sucessões. Limites de sucessões O essencial

Sucessões. Limites de sucessões O essencial Sucessões Limites de sucessões O essencial Limite de uma sucessão Dada uma sucessão (u n ), um número real l designa-se por limite da sucessão (u n ) ou limite de u n quando n tende para + quando, para

Leia mais

Cálculo Diferencial e Integral I

Cálculo Diferencial e Integral I Cálculo Diferencial e Integral I LEA, LEM, LEAN, MEAer, MEMec o Semestre de 006/007 6 a Aula Prática Soluções e algumas resoluções abreviadas. a) Como e é crescente, com contradomínio ]0, + [, o contradomínio

Leia mais

A incompletude do espaço das funções integráveis segundo Riemann

A incompletude do espaço das funções integráveis segundo Riemann A incompletude do espaço das funções integráveis segundo Riemann José Carlos Santos Boletim da Sociedade Portuguesa de Matemática, Maio de 26 Introdução Considere-se o seguinte teorema clássico de Topologia,

Leia mais

RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO

RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PIBIC : CNPq, CNPq/AF, UFPA, UFPA/AF, PIBIC/INTERIOR,

Leia mais

Teoria da Medida e Integração (MAT505)

Teoria da Medida e Integração (MAT505) Modos de convergência Teoria da Medida e Integração (MAT505) Modos de convergência. V. Araújo Instituto de Matemática, Universidade Federal da Bahia Mestrado em Matemática, UFBA, 2014 Modos de convergência

Leia mais

Polinômios de Legendre

Polinômios de Legendre Seção 5: continuação do método de resolução por séries de potências Na Seção foi exposto informalmente, através de exemplos, o método de resolução de equações diferenciais ordinárias por séries de potências.

Leia mais

Vamos, primeiro recordar, alguns conceitos importantes para esta unidade. MAJORANTES E MINORANTES DE UM CONJUNTO DE NÚMEROS REAIS

Vamos, primeiro recordar, alguns conceitos importantes para esta unidade. MAJORANTES E MINORANTES DE UM CONJUNTO DE NÚMEROS REAIS FICHA DE TRABALHO N.º 4 (GUIA DE ESTUDO SUCESSÕES 1) TURMAS:11.ºA/11.ºB 2017/2018 Vamos, primeiro recordar, alguns conceitos importantes para esta unidade. MAJORANTES E MINORANTES DE UM CONJUNTO DE NÚMEROS

Leia mais

LCC 2006/2007 Ana Jacinta Soares. Notas sobre a disciplina

LCC 2006/2007 Ana Jacinta Soares. Notas sobre a disciplina Cálculo LCC 2006/2007 Ana Jacinta Soares Notas sobre a disciplina Programa Resumido Capítulo I Capítulo II Capítulo III Capítulo III Capítulo IV Tópicos sobre o corpo dos números reais. Sucessões e séries

Leia mais

Vamos ver a demonstração deste teorema, através de um vídeo da ESCOLA VIRTUAL.

Vamos ver a demonstração deste teorema, através de um vídeo da ESCOLA VIRTUAL. FICHA DE TRABALHO N.º 7 (GUIA DE ESTUDO SUCESSÕES 4) TURMAS:11.ºA/11.ºB 2017/2018 Começamos por recordar o conceito de Vizinhança r de x 0 «Dados um número real x 0 e um número real positivo r, designa-se

Leia mais

(versão preliminar) exceto possivelmente para x = a. Dizemos que o limite de f(x) quando x tende para x = a é um numero L, e escrevemos

(versão preliminar) exceto possivelmente para x = a. Dizemos que o limite de f(x) quando x tende para x = a é um numero L, e escrevemos LIMITE DE FUNÇÕES REAIS JOSÉ ANTÔNIO G. MIRANDA versão preinar). Revisão: Limite e Funções Continuas Definição Limite de Seqüências). Dizemos que uma seqüência de números reais n convergente para um número

Leia mais

A sequência é ordenada pois existe um primeiro termo,, um segundo termo,, e, se denota um número inteiro positivo arbitrário, um n-ésimo termo.

A sequência é ordenada pois existe um primeiro termo,, um segundo termo,, e, se denota um número inteiro positivo arbitrário, um n-ésimo termo. MATERIAL DIDÁTICO Professora Sílvia Victer CÁLCULO 2 SEQUÊNCIAS INFINITAS A importância de sequências infinitas e séries em cálculo surge da ideia de Newton de representar funções como somas de séries

Leia mais

Capítulo 1 Como motivação para a construção dos números complexos aconselha-se o visionamento do quinto do capítulo do documentário Dimensions, disponível em http://www.dimensions-math.org/ Slides de apoio

Leia mais

Ficha de Problemas n o 6: Cálculo Diferencial (soluções) 2.Teoremas de Rolle, Lagrange e Cauchy

Ficha de Problemas n o 6: Cálculo Diferencial (soluções) 2.Teoremas de Rolle, Lagrange e Cauchy Ficha de Problemas n o 6: Cálculo Diferencial soluções).teoremas de Rolle, Lagrange e Cauchy. Seja f) = 3 e. Então f é contínua e diferenciável em R. Uma vez que f) = +, f0) = conclui-se do Teorema do

Leia mais

MAT Cálculo Avançado - Notas de Aula

MAT Cálculo Avançado - Notas de Aula bola fechada de centro a e raio r: B r [a] = {p X d(p, a) r} MAT5711 - Cálculo Avançado - Notas de Aula 2 de março de 2010 1 ESPAÇOS MÉTRICOS Definição 11 Um espaço métrico é um par (X, d), onde X é um

Leia mais

CAPÍTULO II NOÇÕES TOPOLÓGICAS EM R

CAPÍTULO II NOÇÕES TOPOLÓGICAS EM R CAPÍTULO II NOÇÕES TOPOLÓGICAS EM R 1. Distância e vizinhanças Ao número real não negativo d(x, y) = x y chama-se distância entre os números reais x e y. São imediatas as seguintes propriedades: P1 : d(x,

Leia mais

Operadores em espaços normados

Operadores em espaços normados Capítulo 7 Operadores em espaços normados Neste capítulo vamos introduzir uma série de operadores em espaços normados os quais são muito úteis, nomeadamente, na resolução de equações envolvendo operadores.

Leia mais

Cálculo Diferencial e Integral I 2 o Exame - (MEMec; MEEC; MEAmb)

Cálculo Diferencial e Integral I 2 o Exame - (MEMec; MEEC; MEAmb) Cálculo Diferencial e Integral I o Exame - MEMec; MEEC; MEAmb) 7 de Julho de - 9 horas I val.). i) Sendo u n n do teorema das sucessões enquadradas, dado que n, tem-se u n. Como a sucessão u n é convergente,

Leia mais

Análise Real. IF Sudeste de Minas Gerais. Primeiro semestre de Prof: Marcos Pavani de Carvalho. Marcos Pavani de Carvalho

Análise Real. IF Sudeste de Minas Gerais. Primeiro semestre de Prof: Marcos Pavani de Carvalho. Marcos Pavani de Carvalho IF Sudeste de Minas Gerais Prof: Primeiro semestre de 2014 Proposição: É uma afirmação que pode ser classificada em verdadeira ou falsa, mas que faça sentido. Exemplo: Sejam as proposições: A: A soma dos

Leia mais

Teoremas fundamentais dos espaços normados

Teoremas fundamentais dos espaços normados Capítulo 9 Teoremas fundamentais dos espaços normados 9.1 Teorema de Hahn-Banach O próximo teorema, conhecido como teorema de Hahn-Banach, é uma generalização do Teorema 4.12, o qual, recordamos para conveniência

Leia mais

Notas Para o Curso de Medida e. Daniel V. Tausk

Notas Para o Curso de Medida e. Daniel V. Tausk Notas Para o Curso de Medida e Integração Daniel V. Tausk Sumário Capítulo 1. Medida de Lebesgue e Espaços de Medida... 1 1.1. Aritmética na Reta Estendida... 1 1.2. O Problema da Medida... 6 1.3. Volume

Leia mais

Alexandre L. Madureira

Alexandre L. Madureira Introdução à Análise Real em Uma Dimensão Pós-graduação da EPGE FGV 1 Alexandre L. Madureira Laboratório Nacional de Computação Científica LNCC, Brasil URL: http://www.lncc.br/ alm URL: http://www.lncc.br/

Leia mais

P1 de Análise Real ou Análise I Data: 16 de abril de 2008

P1 de Análise Real ou Análise I Data: 16 de abril de 2008 P1 de Análise Real ou Análise I 2008.1 Data: 16 de abril de 2008 Serão contadas as quatro melhores questões. 1. Seja (a n ) uma seqüência de números reais. Prove que se (a n ) 2 converge então a nn também

Leia mais

Análise Complexa e Equações Diferenciais Guia 6 João Pedro Boavida. 19 a 28 de Outubro

Análise Complexa e Equações Diferenciais Guia 6 João Pedro Boavida. 19 a 28 de Outubro 19 a 28 de Outubro Nestas teóricas, estamos a falar das últimas ideias de análise complexa. Veremos algumas aplicações do teorema dos resíduos e algumas propriedades das funções holomorfas. No livro, falta-vos

Leia mais

UFRJ - Instituto de Matemática

UFRJ - Instituto de Matemática UFRJ - Instituto de Matemática Programa de Pós-Graduação em Ensino de Matemática www.pg.im.ufrj.br/pemat Mestrado em Ensino de Matemática Seleção 9 Etapa Questão. Determine se as afirmações abaio são verdadeiras

Leia mais

ELEMENTOS DE TOPOLOGIA ANO LECTIVO JOSÉ CARLOS SANTOS

ELEMENTOS DE TOPOLOGIA ANO LECTIVO JOSÉ CARLOS SANTOS ELEMENTOS DE TOPOLOGIA ANO LECTIVO 1999 2000 JOSÉ CARLOS SANTOS Observações Estes apontamentos são dirigidos aos alunos de Elementos de Topologia e são parcialmente baseados nos apontamentos redigidos

Leia mais

Um espaço métrico incompleto 1

Um espaço métrico incompleto 1 Universidade Estadual de Maringá - Departamento de Matemática Cálculo Diferencial e Integral: um KIT de Sobrevivência anos c Publicação Eletrônica do KIT http://www.dma.uem.br/kit Um espaço métrico incompleto

Leia mais

Os números reais. 4.1 A incompletude da recta racional. aula 04

Os números reais. 4.1 A incompletude da recta racional. aula 04 aula 04 Os números reais 4.1 A incompletude da recta racional Os números racionais constituem um sistema numérico mais completo que o dos números naturais. Uma variedade mais geral de situações pode ser

Leia mais

ANÁLISE MATEMÁTICA II

ANÁLISE MATEMÁTICA II ANÁLISE MATEMÁTICA II Acetatos de Ana Matos Séries de Potências DMAT Séries de Potências As séries de potências são uma generalização da noção de polinómio. Definição: Sendo x uma variável e a, chama-se

Leia mais

Decimasegunda áula: Conexidade por caminhos, local, e sequências

Decimasegunda áula: Conexidade por caminhos, local, e sequências Decimasegunda áula: Conexidade por caminhos, local, e sequências A definição de espaço conexo traduz matemáticamente a intuição de conjunto feito por um pedaço só. Também podemos considerar um espaço conexo

Leia mais

1 Limites e Conjuntos Abertos

1 Limites e Conjuntos Abertos 1 Limites e Conjuntos Abertos 1.1 Sequências de números reais Definição. Uma sequência de números reais é uma associação de um número real a cada número natural. Exemplos: 1. {1,2,3,4,...} 2. {1,1/2,1/3,1/4,...}

Leia mais

Demonstração. Ver demonstração em [1]. . Para que i j se tem µ i µ j? Determine a derivada no sentido de Radon-Nikodym em cada caso.

Demonstração. Ver demonstração em [1]. . Para que i j se tem µ i µ j? Determine a derivada no sentido de Radon-Nikodym em cada caso. Proposição 2.39 (Propriedades de e.). Sejam µ, λ, λ 1, λ 2 medidas no espaço mensurável (X, F). Então 1. se λ 1 µ e λ 2 µ então (λ 1 + λ 2 ) µ. 2. se λ 1 µ e λ 2 µ então (λ 1 + λ 2 ) µ. 3. se λ 1 µ e λ

Leia mais