João Cabeçana joao.cabecana@bancobig.pt. Análise Sectorial. Construtores automóveis europeus



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Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012

Transcrição:

João Cabeçana joao.cabecana@bancobig.pt Análise Sectorial Construtores automóveis europeus Banco BiG Research Lisboa, 10 de Julho de 2012

Índice Enquadramento sectorial (pág. 2) o Peugeot (pág. 4) o Renault (pág. 6) o Daimler (pág. 7) o BMW (pág. 9) o Volkswagen (pág. 11) Conclusão (pág.13) Anexos (pág. 15) 1

Enquadramento sectorial O sector automóvel tem vindo a registar um crescimento sustentado desde o ano 2000, apenas interrompido em 2008 e 2009 como consequência da crise do subprime nos EUA. Após um crescimento médio de 17% no mercado automóvel global desde 2009, as vendas deverão recuar cerca de 3% no 2H12, com o abrandamento observado nos EUA e na China (que juntos representaram 67% das vendas globais em 2011). O mercado europeu tem registado, até Abril, uma quebra de 4,7%, o que compara negativamente com a quebra de 3% estimada. A nível mundial o sector automóvel tem registado uma quebra de 1% desde o início do ano. Evolução do mercado automóvel Fonte: Bloomberg No contexto mundial, a Europa apresenta-se como o segundo maior mercado automóvel (atrás do bloco Ásia-Pacifico e à frente do bloco norte-americano) com 25% do total do volume de veículos comercializados. No entanto, o peso que a Europa tem no mercado automóvel mundial recuou face aos 34% observados em 2000. Segundo dados de 2011, 7 países representam 78% do total de registos de novos veículos no bloco europeu. O agravamento da crise periférica na região, que tem provocado já fortes quebras nas vendas de veículos, vai conduzir a uma diminuição ainda mais significativa da importância da Europa no mercado automóvel mundial. O mercado automóvel mundial vinha a beneficiar de um crescimento bastante significativo do número de carros vendidos na China, sendo o bloco Ásia-Pacifico o mais importante para o sector a nível mundial. No entanto, os últimos dados semestrais sugerem um abrandamento na região, que poderá resultar numa performance inferior ao estimado, sendo que, desde o início do ano, a associação de produtores automóveis já reviu em baixa por duas vezes as estimativas para as vendas de veículos de passageiros. 2

Evolução unidades vendidas Var. Unidades vendidas % 1H12 2H11 1H11 2H10 1H10 China -12,6% 2,9% 4,8% 21,7% 52,3% EUA 14,9% 7,7% 12,5% 6,2% 16,7% Japão 53,6% -2,0% -29,1% -6,0% 33,4% Brasil -0,4% 3,8% 23,8% 13,4% -5,1% Russia -7,5% 27,6% 56,4% 59,9% 3,7% Índia -5,0% 0,4% 14,5% 22,5% 30,4% Coreia -5,9% -2,6% 3,9% -2,5% 14,8% Fonte: Bloomberg O mercado norte-americano parece estar a ganhar algum optimismo, em parte justificado por partir de uma base mais deprimida. As vendas médias entre 2000 e 2007 situaram-se nos 16,8 mn, tendo atingido o mínimo de 10,4 mn em 2009 e recuperado para 11,6 mn em 2010 e 12,7 mn em 2011. Ainda assim, a crise da dívida na Europa e o consequentemente resfriar do sentimento e crescimento económico pode desacelerar o movimento de recuperação encetado pelo bloco norte-americano. 3

Peugeot (UG FP) Performance operacional pouco animadora Os lucros operacionais em 2011 situaram-se nos EUR 1,32 mil mn, acima dos EUR 1,26 mil mn estimados pelos analistas. Também as vendas superaram as estimativas ao situarem-se nos EUR 59,9 mil mn, acima dos EUR 58,7 mil mn estimados. A dívida líquida situou-se nos EUR 3,4 mil mn. A empresa enfrenta uma pressão significativa nos números relativos ao 1H12, motivada pelo fraco comportamento do mercado automóvel europeu, sendo que para o 2H12 podem existir catalisadores como a vendas de activos (a empresa planeia vender 50% da Gefco até ao inicio de Setembro), reestruturações e aumento das sinergias com a GM. A empresa tem em curso um plano de redução de custos de EUR 1 mil mn e pondera o encerramento de uma das suas fábricas, uma vez que enfrenta uma falta de competitividade significativa, com algumas fábricas a funcionarem abaixo dos 50%. Como consequência, anunciou recentemente que irá dispensar mais trabalhadores do que o inicialmente previsto. Forte dependência europeia conduz a quebra significativa nas vendas Em 2011 a empresa registou uma quebra de 6,1% das vendas na Europa e a sua quota de mercado recuou 0,9 pontos para 13,3%. As vendas globais recuaram 1,5% para 3,5 mn de veículos, mesmo com a expansão de 3% do mercado a nível global. Ao nível dos 27 países da EU a venda de novos veículos recuou 8,4% em Maio, totalizando uma quebra nos primeiros 5 meses do ano de 7,3%. O Grupo PSA, detentor da Peugeot, registou uma quebra de 19,6% em Maio e 14,9% nos primeiros 9 meses do ano. Em Junho a empresa registou uma quebra na venda de novos veículos no mercado francês de 9,5%, quando o mercado apenas recuou 0,9% e o seu concorrente registou um aumento significativo. Contudo, os mercados emergentes como a Rússia e América Latina têm ajudado a conter o evidente declínio do mercado na Europa. Aliança com a GM poderá ter contributo positivo mas ainda assim reduzido A GM adquiriu 7% da Peugeot através da emissão de EUR 1 mil mn em direitos, algo que pode aliviar a empresa ao nível da pressão sobre o capital mas que precisa de mostrar mais para poder resultar no turnaround que a empresa procura. Recentemente, e como parte da jointventure com a GM, foi anunciado que a Gefco irá ser a responsável pela logística da empresa norte-americana na Europa no início do próximo ano, sendo este o primeiro passo da aliança entre as empresas. Mix de produto e estratégia operacional não convence O mix de produto mostra-se mais fraco que o das restantes empresas europeias e a crescente concorrência no segmento de veículos pequenos como VW Up! (que registam maior interesse na Europa) pode penalizar o lançamento do Peugeot 208. A empresa procura aumentar o valor da sua marca focando-se em veículos mais exclusivos, após ter aumentado o peso dos veículos 4

premium para 18% em 2011 face aos 13% registados em 2010, estratégia que colide com a actual exposição geográfica que é caracterizada pela forte dependência do mercado europeu. Perspectivas futuras O grande driver do sector continuará a ser os reportes mensais de vendas de automóveis. A equipa de gestão espera que o mercado automóvel continue a deteriorar-se na Europa, o que tem levado a empresa a procurar reduzir a dependência deste mercado, estimando que em 2015 cerca de metade das vendas provenham de outros continentes (em 2011 situaram-se em 42%). 5

Renault (RNO FP) Resultados operacionais mostram alguma resiliência A construtora automóvel francesa apresentou um EBIT 2011 de EUR 1,09 mil mn, o que representa uma quebra de 0,7%, em linha com as estimativas dos analistas. Também as vendas se revelaram sensivelmente em linha nos EUR 42,6 mil mn vs EUR 41,1 mil mn estimados. A empresa pretende distribuir um dividendo de EUR 1,16 por acção, enquanto a sua principal concorrente não deverá distribuir dividendos no presente ano. O outlook anual estima uma quebra do volume da indústria na Europa entre 3% a 4% e o objectivo de aumentar o numero de veículos comercializados em 2012. A construtora automóvel prevê na melhor das hipóteses mais 3-4 anos de estagnação, sendo o melhor cenário um crescimento entre 0% a 1%. Dácia tem-se mostrado como estratégia acertada O potencial de crescimento da marca Dácia afigura-se francamente elevado, representando cerca de 25% das receitas, com um target de crescimento de 50% a curto/médio prazo para cerca de 1 mn de veículos em 2012. Actualmente a plataforma suporta vendas de 1,2 1,3 mn de veículos sem investimento adicional. Esta estratégia de expansão tem sido sobretudo direccionada para a Europa e Euromed, numa altura em que apenas o mercado de veículos utilitários, pequenos, de baixos consumos e a preços reduzidos conseguem contornar as quebras significativas do sector. Nesta linha, a construtora francesa planeia acelerar o lançamento de novos modelos low-cost, que representam 1/3 das vendas e 3/4 do target de crescimento. Evolução das vendas afigura-se mista A Renault registou uma quebra de 12,8% das vendas em Maio, uma quebra superior ao recuo de 8,4% registado ao nível dos 27 países da EU durante o mesmo mês. Já em Junho as vendas da Renault contrariaram a quebra ligeira registada pelo mercado em França tendo avançado 9,5%, impulsionadas pelo aumento das vendas da marca low-cost Dacia em 43,7%. Perspectivas futuras Paralelamente ao sucesso da Dácia a empresa procura colocar a Renault como o principal concorrente da VW, ao mesmo tempo que equaciona a possibilidade de criar uma marca para veículos desportivos e veículos de luxo. Recentemente os estímulos anunciados de USD 8,8 mil mn ao mercado automóvel brasileiro deverão ter um impacto positivo no volume de vendas da empresa (região representa 7%). A empresa francesa anunciou que pode vir a introduzir uma taxa sobre os veículos de luxo com o intuito de favorecer o ambiente e canalizar a procura para veículos mais pequenos e fabricados no país. 6

Daimler (DAI GY) Evolução dos resultados tem sido francamente positiva A construtora automóvel alemã registou um EBIT de EUR 2,18 mil mn no 4Q11, acima dos EUR 2,17 mil mn estimados, enquanto o resultado líquido se situou nos EUR 1,79 mil mn, superando igualmente os EUR 1,39 mil mn estimados. As vendas avançaram 10% no período para EUR 29,1 mil mn. A empresa propõe a distribuição de um dividendo de EUR 2,2 por acção relativo ao exercício de 2011, acima dos EUR 1,85 por acção observados em período homólogo, aumento justificado pelo avanço de 29% do resultado líquido em 2011. O valor do dividendo superou as estimativas do mercado. A equipa de gestão acrescentou que prevê um EBIT para 2012 da mesma magnitude do registado em 2011. No 1Q12 a Daimler reportou um aumento inesperado dos resultados, tendo atingido um número recorde de vendas. O EBIT totalizou EUR 2,13 mil mn, acima dos EUR 1,94 mil mn estimados e as receitas situaram-se nos EUR 27 mil mn. Perspectivas futuras são ambiciosas A empresa reiterou o target para a margem EBITDA de 10% nos veículos ligeiros e 8% nos veículos pesados em 2013, ao mesmo tempo que procura aumentar a margem operacional de 9% para 10% em 2013. A Mercedes registou um aumento do preço médio dos veículos no último exercício e espera que o mesmo aconteça em 2012. A Daimler pretende atingir o primeiro lugar nas vendas de veículos premium em 2020. Recentemente a construtora alemã revelou um outlook bastante favorável para o segmento de veículos pesados e acordou uma parceria com a Nissan no segmento de veículos comerciais no Japão. Alguns riscos no horizonte ao nível operacional A empresa está numa fase de expansão de CAPEX, estimando um crescimento de 18% YoY para 2012, motivado pelo investimento na expansão da produção na China e em fábricas nos EUA e na Hungria, com o intuito de captar o mercado premium. O CAPEX deverá permanecer elevado em 2013 sendo que em 2014 deverá começar a recuar. Adicionalmente a margem EBIT está algo deprimida devido sobretudo às reduzidas vendas na América Latina, com especial foco no Brasil, onde se prevê um abrandamento nos resultados relativos ao 2Q12, sendo que para o 2H12 o outlook se revela mais positivo. Contudo, no campo dos veículos não poluentes a construtora automóvel alemã adiantou-se ao seu rival BMW e iniciou a comercialização e produção do seu primeiro modelo totalmente eléctrico, o Smart Fortwo electric drive. Vendas devolvem liderança nos EUA Em Abril a Daimler voltou a recuperar a liderança nas vendas de veículos nos EUA, sendo que em termos globais, de Janeiro a Abril as vendas avançaram 9,4%. No último mês (Junho) as vendas da Mercedes nos EUA avançaram 7,6%, continuando a registar um número superior de 7

veículos vendidos face à BMW, nos melhores resultados de sempre da marca no bloco norteamericano, ao nível semestral. Perspectivas futuras A empresa mantem-se confiante quanto à performance na China e não espera que a proposta do Governo de limitar a compra de veículos a marcas chinesas a penalize. Apesar da existência de alguma pressão ao nível dos custos laborais, extensível a todas as empresas alemãs, tal não deverá ter um efeito significativo nas contas da Daimler. 8

BMW (BMW GY) Resultados recorde justificam outperformance A empresa reportou um lucro recorde em 2011, suportado pela procura do SUV X3 na China e nos EUA. O EBIT avançou 57% para EUR 8,02 mil mn, o que compara com os EUR 8,04 mil mn estimados pelos analistas. As vendas avançaram 14% para EUR 68,8 mil mn. A BMW propôs um dividendo de EUR 2,3 por acção, significativamente acima dos EUR 1,3 por acção distribuídos no ano anterior, aumento justificado pela evolução do resultado líquido. No 1T12 a construtora automóvel alemã reportou resultados que superaram as previsões dos analistas impulsionados pela procura do renovado Série 1. O EBITDA registou um incremento de 19% para os EUR 2,13 mil mn enquanto as vendas aumentaram 14% para os EUR 18,3 mil mn. A guidance anual foi confirmada, ainda que seja importante realçar que a equipa de gestão da BMW não tem por hábito avançar com dados muito específicos em termos de guidance e tende a ser bastante conservadora. A empresa estima atingir uma margem EBIT do segmento automóvel entre 8% a 10%. China desempenha papel chave Recentemente a empresa veio anunciar, em linha com a Volkswagen, que o crescimento das vendas no mercado chines poderá ficar aquém do estimado com o abrandamento económico da região, sendo este mercado, juntamente com os EUA, o mais relevante em termos de crescimento do segmento de veículos de luxo. Adicionalmente, e ao nível do mercado interno, a empresa não prevê um crescimento do mercado alemão de automóveis. O abrandamento observado no mercado chinês, com as empresas a realizarem descontos significativos nos veículos, tem penalizado de forma mais significativa a BMW. Contudo, a equipa de gestão espera que as vendas na China tenham um crescimento entre 25% a 30% em 2012. Lançamento de novos modelos essencial para combater a concorrência A empresa iniciou a comercialização do seu novo série 3 na China (numa versão que é maior em tamanho face à versão clássica do série 3) numa altura em que procura reduzir o diferencial para a unidade de luxo da Volkswagen, Audi. Em antecipação a este lançamento a empresa despendeu EUR 500 mn no 2H11 para introduzir a nova versão do série 3 sedan e série 1. O construtor automóvel espera que o lançamento de novos modelos ajude a empresa a superar as vendas recorde registadas em 2011 de 1,67 mn de veículos. Adicionalmente, e no âmbito dos veículos menos poluentes e amigos do ambiente, a BMW aumentou a cooperação com a Toyota no âmbito das pilhas de combustível e componentes para veículos eléctricos, o que levou a empresa a finalizar a sua cooperação com a GM na mesma matéria, numa altura em o construtor norte-americano firmou uma parceria com a Peugeot. Contudo, a BMW está atrás do seu principal concorrente, a Daimler, no campo dos veículos eléctricos. 9

Vendas mostram-se robustas A marca BMW registou um avanço das vendas de 30,8% e a Mini 40,3% no mês de Maio, apesar da empresa ter perdido a liderança das marcas de luxo nos EUA para a Mercedes no início deste ano. Perspectivas futuras A empresa planeia investir USD 900 mn numa fábrica nos EUA para a construção do seu SUV X4, investimento que deverá estar concluído em 2014 10

Volkswagen Pref. (VOW3 GY) Evolução operacional suporta ambição de ser o maior construtor automóvel mundial A empresa reportou um lucro recorde em 2011, beneficiando de um aumento da procura por SUVs da Audi e Volkswagen. O EBIT avançou 58% para EUR 11,3 mil mn, em linha com as estimativas dos analistas. As receitas avançaram 26% para EUR 159 mn. A empresa continua a investir em fábricas com o intuito de destronar a GM como o maior produtor automóvel mundial. A empresa aumentou os dividendos relativos ao exercício de 2011 de EUR 2,26 por acção para EUR 3,06 por acção. A empresa reduziu a sua posição de liquidez para EUR 17 mil mn, um recuo de 8,6%, para o qual contribui o reforço da participação na MAN. No 1Q12 a empresa reportou um lucro que superou as estimativas dos analistas beneficiando da performance da unidade Audi. O resultado operacional avançou 10% para EUR 3,21 mil mn, acima dos EUR 2,66 mil mn estimados. As vendas avançaram 26% para EUR 47,3 mil mn. Mix de produto afigura-se como um dos mais completos A empresa apresenta o mix de produto mais diversificado, possibilitando-a de abarcar diversos públicos-alvo. As marcas mais económicas do Grupo (Skoda e Seat), juntamente com o lançamento do novo utilitário Up! ajudaram a combater a quebra do mercado automóvel no bloco europeu, ainda que este mercado continue a revelar riscos significativos. A marca detém uma plataforma de produção que lhe permite obter maiores economias de escalar, partilhando diversos componentes entre diversos veículos e marcas. No entanto, a construtora automóvel continua a procurar optimizar a sua estrutura industrial, tendo em curso uma reorganização que deverá resultar numa redução de custos de EUR 18 mil mn nos próximos anos. Incorporação da Porsche e aumento da participação na MAN alargam influência do Grupo A empresa anunciou a intenção de pagar EUR 4,46 mil mn pelos 50,1% do capital social da Porsche que ainda não detém, encerrando assim um história de 7 anos em torno da tomada de controlo da Porsche por parte da Volkswagen. A incorporação da Porsche vai ter um impacto positivo nos lucros da empresa. Adicionalmente, e no campo dos veículos pesados, a empresa aumentou para 75,03% a sua participação no capital social da MAN, procurando assim uma posição de maior relevo neste mercado de forma a combater o seu principal rival, Daimler. Vendas nos EUA em destaque As vendas nos EUA no 1H12 avançaram 35,4%, para o maior numero de veículos vendidos desde 1973. Perspectivas futuras A empresa planeia aumentar a capacidade de produção na China para 4 mn de veículos em 2018 depois do objectivo de 3 mn de veículos em 2016 como parte do seu 11

plano de investimento de EUR 14 mil mn para o mercado chinês. Em 2011 a empresa a empresa produziu 2,3 mn de veículos. Alguns analistas defendem que a empresa tem maiores riscos ao nível dos resultados devido ao excesso de capacidade na Europa e na China. 12

Conclusão A Peugeot afigura-se claramente como o título mais penalizado pelo abrandamento do mercado europeu, tendo em conta a sua dependência da região, tendo registado a performance mais fraca ao nível das vendas entre as empresas analisadas. Adicionalmente, a estratégia seguida pela construtora automóvel francesa ao nível do mix de produto não parece ser a mais correcta para evitar quebras superiores no bloco europeu. Refira-se que a empresa apresenta uma quota de mercado reduzida na China, tendo-se mantido inalterada no último ano. Por fim, realce para a margem EBITDA que se afigura como a mais reduzida do sector ao nível europeu e tem evoluído em sentido negativo. Apesar da Renault ser, a par da Peugeot, consideravelmente dependente do mercado europeu, a marca Dácia tem contribuído de forma bastante relevante para algum aliviar da pressão negativa ao nível da Europa, ao mesmo tempo que prossegue uma politica de expansão ao nível dos mercados asiáticos e busca uma reorganização ao nível do mix de produto. A Daimler continua a evidenciar uma evolução extremamente positiva ao nível dos resultados, sendo as perspectivas futuras ambiciosas, quer ao nível dos veículos ligeiros quer ao nível dos veículos pesados, segmento onde enfrenta a concorrência da Volkswagen que opera com as marcas Scania e MAN. Os eventuais riscos ao nível da guidance e o elevado CAPEX esperado para 2012 e 2013 deverão ser compensados pela performance francamente positiva observada ao nível do mercado chinês e norte-americano, onde a empresa recuperou a liderança à BMW. A BMW tem igualmente reportado resultados bastante positivos ao nível anual e trimestral, sendo o newsflow relativo à guidance mais curto dado o perfil mais conservador da equipa de gestão. A empresa tem experimentado um crescimento bastante significativo na China, sendo por isso o construtor automóvel que deverá ser mais penalizado por um eventual abrandamento do mercado chinês. Já no bloco norte-americano, apesar da tendência continuar a ser animadora, a empresa viu a sua posição de liderança fugir para a Daimler. Refira-se que o mix de produto é o mais fraco quando comparado com a Daimler e Volkswagen. A Volkswagen apresenta-se como um dos maiores produtores automóveis mundiais e busca mesmo tornar-se o maior, destronando a GM. Os resultados anuais e trimestrais têm permitido à empresa continuar a evoluir nesse sentido. O mix de produto apresenta-se como um dos mais completos a nível mundial, abarcando todo o tipo de consumidores ao nível dos veículos ligeiros, estando igualmente presente no segmento de veículos pesados. Detém, a maior quota de mercado nos diversos blocos geográficos e apresenta a melhor performance ao nível das vendas. Em termos de avaliação relativa evidencia-se como o player mais a desconto ao nível europeu. 13

Tendo em conta a pressão sofrida pelo sector no momento actual, com quebras significativas nas vendas ao nível europeu e abrandamento do mercado na China e nos EUA, pensamos que a Volkswagen se apresenta como o construtor automóvel mais sólido, dado o seu mix de produto, presença no mercado de veículos pesados, distribuição geográfica e performance operacional recente. Adicionalmente, entre os restantes construtores automóveis alemães, menos afectados pela quebra das vendas na Europa, preferimos a Daimler à BMW, tendo em conta o mix de produto e a posição mais solida que a empresa apresenta na China, apesar da pressão ao nível do CAPEX ser superior na Daimler e a guidance se revelar ambiciosa. Ao nível dos construtores automóveis mais dependentes da Europa, Renault e Peugeot, preferimos a primeira pela sua estratégia operacional (resiliência demonstrada através da marca Dácia) e maior fôlego financeiro. 14

Anexos 15

Quota de mercado a nível mundial 2011 2010 2009 2008 Peugeot 4,6% 4,8% 5,0% 4,8% Renault-Nissan 9,8% 9,3% 8,7% 9,7% Daimler 2,7% 2,5% 2,1% 1,2% BMW 2,2% 2,0% 2,0% 2,1% Volkswagen 10,6% 9,7% 9,9% 9,3% Evolução quota de mercado a nível mundial 2011 2010 2009 2008 Peugeot -4,8% -3,0% 2,9% -0,5% Renault-Nissan 6,1% 6,8% -10,9% -3,5% Daimler 7,5% 4,9% -21,3% 3,8% BMW 10,3% -2,5% -5,7% 0,1% Volkswagen 9,4% -2,4% 6,5% 5,8% Quota de mercado Europa 2011 2010 2009 2008 PSA 12,4% 13,4% 13,0% 12,6% Renault 9,5% 10,2% 9,3% 8,7% Daimler 4,9% 4,9% 4,7% 5,4% BMW 6,0% 5,5% 4,9% 5,6% Volkswagen 23,3% 21,3% 20,3% 20,6% Evolução quota de mercado - Europa 2011 2010 2009 2008 PSA -7,5% 3,1% 3,2% -1,6% Renault -6,9% 9,7% 6,9% 1,2% Daimler 0,0% 4,3% -13,0% 3,8% BMW 9,1% 12,2% -12,5% 5,7% Volkswagen 9,4% 4,9% -1,5% 4,0% 16

Quota de mercado - Ásia-Pacífico 2011 2010 2009 2008 Peugeot 1,0% 1,0% 0,8% 0,7% Renault-Nissan 5,2% 4,9% 2,8% 3,0% Daimler 5,2% 5,0% 4,8% 7,9% BMW 0,9% 0,8% 0,6% 0,6% Volkswagen 16,8% 16,0% 16,4% 19,8% NOTA: China representa 62% do total da Ásia Pacífico Evolução quota de mercado - Ásia-Pacífico 2011 2010 2009 2008 Peugeot 0,0% 22,5% 23,7% -14,1% Renault-Nissan 7,7% 73,3% -7,2% -5,4% Daimler 3,4% 4,0% -39,1% -0,6% BMW 21,7% 33,1% -10,1% 4,1% Volkswagen 5,3% -2,5% -17,2% 1,4% NOTA: China representa 62% do total da Ásia Pacífico Evolução unidades vendidas China (YoY) Evolução unidades vendidas China (QoQ) Fonte: Bloomberg 17

Capitalização bolsista e distribuição geográfica Renault Peugeot Cap. Bolsista (EUR mn) 9464,6 Cap. Bolsista (EUR mn) 2657,1 Renault Peugeot Resto da Europa 36% Europa 67% França 28% China 14% Américas 12% América Latina 11% Ásia-África 12% Resto do mundo 6% Euromed-Eurasia 12% Rússia 3% 100% 100% Daimler BMW Volkswagen Cap. Bolsista (EUR mn) 39198,4 Cap. Bolsista (EUR mn) 37467,7 Cap. Bolsista (EUR mn) 56539,3 Daimler BMW Volkswagen Asia 21% Europa 30% Europa 30% EUA 21% EUA 17% EUA 17% Europa 19% Resto América 4% Resto América 4% Resto do Mundo 18% Alemanha 19% Alemanha 19% Resto América Norte 11% China 17% China 17% * Antiga Chrysler 10% Outros 13% Outros 13% 100% 100% 100% Fonte: Bloomberg Resultados 2011 Renault (EUR mn) Observado Estimado Dif. Resultado Líquido Ajust. 1998 1987 0,6% EBITDA 3922 4003-2,0% Vendas 42628 41364 3,1% Peugeot (EUR mn) Observado Estimado Dif. Resultado Líquido Ajust. 864,05 696,933 24,0% EBITDA 4261 4201 1,4% Vendas 59912 58716 2,0% Daimler (EUR mn) Observado Estimado Dif. Resultado Líquido Ajust. 5632 5426 3,8% EBITDA 12216 12569-2,8% Vendas 106540 105601 0,9% BMW (EUR mn) Observado Estimado Dif. Resultado Líquido Ajust. 4872 5083-4,2% EBITDA 11660 13544-13,9% Vendas 68821 68478 0,5% Fonte: Bloomberg Volkswagen (EUR mn) Observado Estimado Dif. Resultado Líquido Ajust. 15371 9584 60,4% EBITDA 21365 19608 9,0% Vendas 159337 156143 2,0% 18

Evolução dívida líquida (EUR mn) Evolução das vendas (%) EBITDA (EUR mn) Margem EBITDA (%) Fonte: Bloomberg 19

Avaliação relativa P/E 2012E (IBES) P/E 2013E (IBES) P/BV YTD % Dividend Yield BETA ROE ROA D/E EV/EBITDA 2011 EV/Sales 2011 FORD MOTOR CO 7,20 6,03 2,21-11,06 1,05 1,34 n.d. 11,72 663,36 8,24 0,82 GENERAL MOTORS C 6,16 4,73 1,11 1,33 n.d. n.d. 28,35 6,48 48,08 2,35 0,22 DAIMLER AG 6,91 6,14 0,93 5,94 6,12 1,24 14,91 3,99 181,35 9,12 1,05 VOLKSWAGEN AG 5,87 5,35 0,97 22,48 2,36 1,08 29,77 6,80 162,56 6,30 0,84 BAYER MOTOREN WK 7,14 6,97 1,32 10,39 4,03 1,08 19,16 4,18 251,41 8,39 1,42 PORSCHE AUTO-PRF 4,25 3,67 0,59-1,50 1,87 1,16 0,19 0,12 27,56 n.d. n.d. RENAULT SA 4,36 3,26 0,39 21,47 3,56 1,22 9,03 2,93 131,00 7,63 0,70 PEUGEOT SA 19,77 3,60 0,13-31,90 n.d. 1,25 4,25 0,86 231,75 6,65 0,47 AUDI AG 8,99 n.d. 1,86 0,18 0,55 0,54 36,76 12,95 9,39 2,05 0,33 FIAT SPA 6,15 4,17 0,58 16,79 n.d. 1,17 13,16 1,73 306,11 3,19 0,31 TOYOTA MOTOR 11,80 9,68 0,97 25,34 1,56 1,11 2,72 0,94 114,00 14,69 1,13 HONDA MOTOR CO 9,31 8,03 1,11 15,25 2,37 1,21 4,78 1,81 93,38 11,36 1,09 NISSAN MOTOR CO 7,47 6,26 0,99 7,80 2,68 1,15 11,21 3,13 121,56 6,20 0,74 SUZUKI MOTOR 12,22 11,03 0,92 2,26 0,92 1,04 5,51 2,38 60,88 3,77 0,33 MAZDA MOTOR 27,62 9,81 0,66-23,53 n.d. 1,31-23,98-5,84 165,86 24,56 0,36 MITSUBISHI MOTOR 14,84 9,47 n.d. -13,19 n.d. 1,06 n.d. 1,82 n.d. 368,21 24,54 HYUNDAI MOTOR 6,53 6,07 1,50 7,98 0,76 1,16 8,40 10,38 12,26 6,21 0,91 KIA MOTORS CORP 6,49 5,99 2,28 10,49 0,81 0,97 15,89 8,59 28,36 10,77 1,01 média 9,62 6,49 1,09 3,70 2,20 1,12 11,26 4,16 153,46 29,39 2,13 Fonte: Bloomberg CP/Act. (Estrutura Financeira) Pass./Activo (Endividamento) Div. Liq- /Activo Div. Liq./EBITDA EBITDA/Enc. Financ. FORD MOTOR CO 8% 92% 36% 4,68 16,68 GENERAL MOTORS C 27% 73% -13% -1,28 26,46 DAIMLER AG 28% 72% 41% 4,99 8,18 VOLKSWAGEN AG 25% 75% 27% 3,23 18,64 BAYER MOTOREN WK 22% 78% 46% 4,84 12,36 PORSCHE AUTO-PRF 66% 34% 16% n.d. n.d. RENAULT SA 34% 66% 30% 5,52 9,52 PEUGEOT SA 21% 79% 36% 5,88 12,80 AUDI AG 35% 65% -24% -1,25 23,15 FIAT SPA 15% 85% 11% 1,56 3,77 TOYOTA MOTOR 36% 64% 30% 6,38 62,10 HONDA MOTOR CO 38% 62% 24% 3,76 73,44 NISSAN MOTOR CO 31% 69% 27% 2,65 34,24 SUZUKI MOTOR 48% 52% -10% -1,05 46,83 MAZDA MOTOR 25% 75% 16% 9,97 2,42 MITSUBISHI MOTOR 20% 80% 5% 0,58 8,79 HYUNDAI MOTOR 65% 35% -12% -0,98 21,78 KIA MOTORS CORP 56% 44% 5% 0,41 20,65 média 33% 67% 16% 2,93 23,63 20

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CONTACTOS Sala de Mercados Ricardo Pinho ricardo.pinho@bancobig.pt Trading João Vaz Velho joao.velho@bancobig.pt Sérgio Magalhães sergio.magalhaes@bancobig.pt André Veloso andre.veloso@bancobig.pt Fernando Quadros fernando.quadros@bancobig.pt João Henrique joao.henrique@bancobig.pt Carlos Martins carlos.martins@bancobig.pt Clientes Institucionais Diogo Costa diogo.costa@bancobig.pt Tel: +351 21 330 53 00 Fax: +351 21 315 26 08 Research João Lampreia joao.lampreia@bancobig.pt Maria Almaça maria.almaca@bancobig.pt João Cabeçana joao.cabeçana@bancobig.pt Filipa Almeida filipa.almeida@bancobig.pt Gestão de Activos Rui Broega rui.broega@bancobig.pt Isabel Soares isabel.soares@bancobig.pt Tiago Miranda tiago.miranda@bancobig.pt Pedro Henriques pedro.henriques@bancobig.pt Tel: +351 21 330 53 27 Fax: +351 21 31 26 08 Corretora Diogo Cunha diogo.cunha@bancobig.pt Trading e Vendas Luís Vital luis.vital@bancobig.pt Diogo Rodrigues diogo.rodrigues@bancobig.pt Ricardo Seabra ricardo.seabra@bancobig.pt Bruno Janeiro Bruno.janeiro@bancobig.pt Lino Tudela lino.tudela@bancobig.pt Tel: +351 21 330 53 82 Fax: +351 21 315 26 08 Banco de Investimento Global, S.A.. 2012.