DECISÃO MONOCRÁTICA. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAÍBA GAB. DES. ROMERO MARCELO DA FONSECA OLIVEIRA REMESSA OFICIAL N. 200.2010.034-761-21001. ORIGEM : 2.a Vara da Fazenda Pública da Comarca da Capital. RELATOR : Tércio Chaves de Moura, Juiz de Direito Convocado para substituir o Des. Romero Marcelo da Fonseca Oliveira. PROMOVENTE : Maria da Luz Vasconcelos Bezerra e outros. ADVOGADO : Cláudio Oliveira de Albuquerque. PROMOVIDO : PBPREV Paraíba Previdência. ADVOGADO : Euclides Dias de Sá Filho. EMENTA: REMESSA OFICIAL. AÇÃO DECLARATÓRIA C/C PETITÓRIA. IMPLANTAÇÃO DE GRATIFICAÇÃO. COTAS DE PRODUTIVIDADE PARA AGENTES FISCAIS. EXTENSÃO AOS SERVIDORES INATIVOS E PENSIONISTAS DA SECRETARIA DE FINANÇAS DO ESTADO. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. NEGAR SEGUIMENTO À REMESSA OFICIAL. As cotas a que se referem o Art. 2 da Lei Estadual n 2.684/61, são distribuídas às diversas classes das carreiras de Agentes Fiscais de Renda e aos demais funcionários que percebem pelo sistema de remuneração. Vistos etc. Maria da Luz Vasconcelos Bezerra e outros ajuizaram Ação Declaratória com Pedido de Antecipação dos Efeitos da Tutela contra a PBPREV Paraíba Previdência, com objetivo de verem reconhecido o direito à percepção da Gratificação de Produtividade na forma que atualmente é paga aos servidores administrativos da Secretaria de Finança do Estado da Paraíba. Inicialmente, a Demanda foi ajuizada somente por Maria da Luz Vasconcelos Bezerra, e posteriormente 'foram juntados cinco pedidos de aditamento à inicial para inclusão de seis Promoventes no polo ativo, tendo sido deferido no despacho de f. 183. Alegaram que são funcionários da Secretaria de Finanças do Estado da Paraíba, uns aposentados e outros pensionistas, com direito ao recebimento da retribuição dos cargos pelo sistema de remuneração concedida aos Agentes Fiscais e Auxiliares da Fiscalização, conforme preceituam os Arts. 136, da Lei n. 952/53, Art. 4., da Lei 2.684/61 e Art. 3. 0, da Lei n. 2.769/62. Argumentaram que foram equiparados aos Agentes Fiscais com a Lei Estadual n. 2.684/61, tanto no que se refere ao desempenho das atividades funcionais como em relação à remuneração por cotas. Aduziram que as cotas de produtividades foram transformadas em gratificação de produtividade e incorporadas aos subsídios de cada servidor, conforme Art. 3., da mencionada Lei, contudo, foram preteridos do recebimento, embora o direito à percepção tenha sido garantido no Art. 3, 'd', da Lei n. 2.769/62. Requereram a procedência dos Pedidos para declarar a existência da relação jurídica apontada e condenar a PBPREV a implantar a gratificação equivalente a
setecentos pontos, igualmente paga aos Agentes Fiscais. A PBPREV Paraíba Previdência, citada à f. 204, ofereceu Contestação, f.184/197, argumentando a vedação constitucional de vinculação de remuneração, a inobservância dos padrões do sistema remuneratório, e que somente lei de iniciativa do chefe do executivo pode dispor sobre aumento de remuneração, e, no caso de condenação, a aplicação de juros de mora deve observar o Art. 1 -F, da Lei 9.494/97. Na Sentença, f. 509/515, o Juízo a quo julgou procedentes os Pedidos para determinar à PBPREV Paraíba Previdência a implantação da Gratificação de Produtividade nos proventos das aposentadorias e pensões dos Promoventes, e quanto aos atrasados, determinou o pagamento nos últimos cinco anos anteriores à propositura da Demanda, tudo com correção monetária e juros de mora na forma da lei, arbitrando honorários de sucumbência em 15% do valor da condenação. É o relatório. Buscam os Promoventes a implantação da Gratificação de Produtividade aos proventos das suas aposentadorias e pensões, nos moldes que são pagos aos Agentes Fiscais do Estado da Paraíba. Os Promoventes João Paiva da Silva e Gláucia Maria Interaminense de Santana não anexaram provas de que foram aposentados pela Secretaria de Finanças do Estado da Paraíba, mas a PBPREV Paraíba Previdência não alegou na Contestação a inexistência da relação jurídica, ônus que lhe incumbia nos termos do Art. 333, II, do CPC. Os Demandantes são aposentados e pensionistas da Secretaria de Finanças do Estado dá Paraíba e alegaram direito adquirido constituído na legislação estadual anterior à vigente Constituição Federal. Deve ser considerado que os funcionários da Secretaria de Finanças do Estado obtiveram o direito ao recebimento de suas remunerações na mesma forma estabelecida para os Agentes Fiscais e auxiliares de Fiscalização, nos termos das Leis n 952/53 e 2.684/61. Dispõe o Art. 3 0 da Lei Estadual n 2.684/61: As cotas na forma do artigo anterior serão distribuídas às diversas classes das carreiras de Agentes Fiscal de Renda, bem assim aos demais funcionários que percebem pelo sistema de remuneração, na seguinte proporção: Classe E 10 quotas Classe F 12 quotas Classe G 14 quotas Classe H 16 quotas Classe I 18 quotas Classe J 20 quotas O direito ao recebimento de suas remunerações na mesma forma estabelecida para os Agentes Fiscais, foi reconhecido no Decreto N. 2.769 de 02/03/1962, in verbis: Art. 5 São sujeitos ao regime de remuneração a que alude o art. 136 da Lei 952 de 01/11/1953, por influírem diretamente na arrecadação dos tributos estaduais: (...) 1 d) e os que, por Lei Especial tem atualmente direito a percepção pelo mesmo sistema de remuneração. Resta evidente, assim, que não se trata de equiparação ou vinculação como afirmam os Apelantes, mas sim, de cotas e produtividade, instituídas pelo Art. 3 0, da D. 'ereto Chaves aelbura )01. de svektocco-woc,ado
mencionada Lei, pois os servidores influem ria arrecadação do Estado. A implantação das referidas cotas de produtividade nos contracheques dos Promoventes deveria ser feita pelas autoridades administrativas, com fundamento nas normas acima citadas, e efetivamente não ocorreu, ferindo assim os dispositivos legais referidos, que amparam o direito pleiteado, inclusive com proteção na garantia constitucional do direito adquirido, inserto na atual Constituição Federal e demais Magnas Cartas Brasileiras, não sendo o caso de vedação de equiparação ou vinculação de vencimentos, porquanto é a própria lei que prevê. A jurisprudência deste Tribunal de Justiça é firme nesse sentido. ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL Remessa Oficial Remuneração Cotas de produtividade estabelecidas para os Agentes Fiscais do Estado Extensão aos servidores estaduais da Secretaria de Finanças que percebem por idêntico sistema remuneratório Inteligência do art. 3 da Lei Estadual n 2.684/61 Omissão da Administração na implantação das referidas verbas salariais Não caracterização de vinculação ou equiparação de vencimentos Uniformidade da sistemática salarial Desprovimento da Remessa. - Não é apanhada pela vedação constitucional da equiparação ou vinculação de vencimentos (art.37, XIII) a implantação de cotas de produtividade, quando determinada pela própria lei que as prevê para os servidores públicos que percebem pelo mesmo sistema remuneratório. (Remessa Oficial n 2003.009.028-0, 2 Câmara Cível, julgado em 16.12.2003. REMESSA OFICIAL - AÇÃO DECLARATÓRIA CUMULADA COM PETITÓRIA - SERVIDORES PÚBLICOS INATIVOS DA SECRETARIA DAS FINANÇAS DO ESTADO DA PARAÍBA - GRATIFICAÇÃO DE PRODUTIVIDADE PARA AGENTES FISCAIS ESTADUAIS - EXTENSÃO AOS DEMAIS SERVIDORES QUE PERCEBEM PELO MESMO SISTEMA REMUNERATÓRIO - PREVISÃO DO ARTIGO 3 DA LEI ESTADUAL N 2.68,4/61 C/C DECRETO ESTADUAL N 2.769/62 - EXIGÊNCIA DE LEI ESPECIAL - NÃO COMPROVAÇÃO - AUSENCIA DE FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO DOS AUTORES - PROVIMENTO. - O ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito Art. 333, inciso 1, do CPC. Dessa maneira, não tendo os autores se desincumbido do ônus que lhes cabia, inviável o acolhimento de sua pretensão, visto que, para a percepção da gratificação em discussão, é imprescindível a prova da existência de lei especial que conceda o direito ao mesmo regime de remuneração dos agentes fiscais, já que os autores não influem diretamente na arrecadação dos tributos estaduais. TJPB - Acórdão do processo n 20020077473441001 - Órgão (3' Câmara Cível) - Relator DES. MARCIO MURILO DA CUNHA RAMOS - j. em 09/12/2008 EMENTA. REMESSA OFICIAL. AÇÃO DECLARATÓRIA CUMULADA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA COTAS DE PRODUTIVIDADE PARA AGENTES FISCAIS ESTADUAIS -EXTENSÃO AOS SERVIDORES DA SECRETARIA DE FINANÇAS DO ESTADO INTELIGÊNCIA DO ART. 3 DA LEI ESTADUAL N 2.684/61 OMISSÃO DA ADMINISTRAÇÃO NA IMPLANTAÇÃO DAS REFERIDAS VERBAS SALARIAIS NÃO CARACTERIZAÇÃO DE VINCULAÇÃO OU EQUIPARAÇÃO DE VENCIMENTOS UNIFORMIDADE DA SISTEMÁTICA SALARIAL. NEGAR PROVIMENTO À REMESSA. Não é apanhada pela vedação constitucional da equiparação ou vinculação de vencimentos (art. 37, XIII da CF) a implantação de cotas de produtividade, quando determinada pela própria lei que as prevê para os servidores públicos que percebem pelo mesmo sistema remuneratório. Remessa oficial n. 200.2008.038.220-9/001. Quarta Câmara Cível. Relator Flávio Teixeira de Oliveira. Juiz e Direito Convocado. Data do julgamento: 03/08/2010.
PREVIDENCIÁRIO. SERVIDOR INATIVO DA SECRETARIA DAS FINANÇAS DO ESTADO. IMPLANTAÇÃO DO REGIME DE COTAS DE PRODUTIVIDADE EM CONTRACHEQUE. GRATIFICAÇÃO DE PRODUTIVIDADE. Previsão no Decreto n. 2.769/62 c/c o art. 136 da Lei Estadual n. 952/53. Direito adquirido sob a égide do art. 34 3 0, da Constituição Estadual, com vigência até a Emenda Constitucional n. 18/2003. Implantação que se impõe. Desprovimento da Remessa Oficial. Manutenção do Decisum. 1- Os servidores da Secretaria das Finanças do Estado fazem jus à implantação em seus contracheques da gratificação de produtividade atribuída aos Agentes Fiscais do Estado. Isso em razão de perceberem seus salários pelo sistema de remuneração e de cotas, sem que importe, todavia, em equiparação ou vinculação de vencimentos, de acordo com o que dispõe as Leis n. 952/53 e n..2684/61. TJPB - Acórdão do processo n 20020080432277001 - Órgão (la Câmara Cível) - Relator DR. JOÃO BATISTA BARBOSA - JUIZ CONVOCADO - j. Em 10/12/2009. Portanto, a matéria foi enfrenta em todas as Câmaras Cíveis deste Egrégio Tribunal de Justiça, estando pacificado o entendimento jurisprudencial, o que autoriza ao Relator, nos )rmos do Art. 557, do CPC, negar seguimento ao Recurso. Posto i to, neg i uimento à Remessa Oficial. Gabin o TJ João Pessoa-PB, 16 de agosto de 2011. Tércio Caves de Moura - Juiz de Direito Convocado Relator
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