Mudando conceitos uma experiência de ensino de Português para estrangeiros



Documentos relacionados
INSTRUÇÕES. Os formadores deverão reunir pelo menos um dos seguintes requisitos:

O USO DE NOVÍSSIMAS TECNOLOGIAS COMO UMA PRÁTICA DO ENSINO DE ESPANHOL NAS SÉRIES INICIAIS

OS RECURSOS TECNOLÓGICOS PARA A ÁREA DE LETRAS: UM LEVANTAMENTO DE SOFTWARES EDUCATIVOS

Edital de seleção de candidatos para o Doutorado em Matemática para o Período

TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO

POLÍTICAS PÚBLICAS E ENSINO DE ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA NA REGIÃO DE LONDRINA: DESAFIOS PARA SUA IMPLEMENTAÇÃO

Textos descritivos e aquisição de léxico em Português Língua Estrangeira por falantes hispânicos na zona fronteiriça Brasil-Venezuela

Materiais didáticos e formação de professores

I CIPLOM. Abordagem funcional da gramática na Escola Básica

A VARIAÇÃO ENTRE PERDA & PERCA: UM CASO DE MUDANÇA LINGUÍSTICA EM CURSO?

Planificação :: TIC - 8.º Ano :: 15/16

Planificação :: TIC - 7.º Ano :: 15/16

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Universidade Federal de Alfenas. UNIFAL-MG. PEDAGOGIA A DISTÂNCIA Síntese do Projeto Político Pedagógico PERFIL DO PROFISSIONAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE EDUCAÇÃO COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO MESTRADO EM EDUCAÇÃO BRASILEIRA EDITAL 2006

Reflexões sobre a formação inicial e continuada de professores de espanhol no Brasil. Katia Aparecida da Silva Oliveira - UNIFAL

Experimente. espacoprofessor.pt. espacoprofessor.pt. Manual. Manual. e-manual. e-manual

I CIPLOM O USO DO TEXTO LITERÁRIO NO ENSINO DE ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA

A IMPLEMENTAÇÃO DA LÍNGUA ESPANHOLA NAS ESCOLAS DE SERGIPE. A presença da língua espanhola no Nordeste e o caso de Sergipe

PLANO PEDAGÓGICO DE ENSINO (PPE)

Residência para coletivos na Casa do Povo. Cole tivo

UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO (UCB) Organização Didático-Pedagógica

O uso dos gêneros textuais escritos no ensino/aprendizagem de espanhol como língua estrangeira. Introdução. Lis Helene Skrzypiec (UFPR)

Implantação do Espanhol como Língua Estrangeira em Dourados MS. Angela Karina Manfio UEMS Ione Vier Dalinghaus UEMS. 1. Para início de conversa

Qual é o lugar do espanhol nas escolas de ensino médio de Minas Gerais?

O ofício de formar professores de línguas: dilemas e possibilidades de atuação

I CIPLOM A OFERTA DA LÍNGUA ESPANHOLA NAS ESCOLAS: UM ESTUDO DESSA INCLUSÃO NA CIDADE DE IRATI/PARANÁ

Período/Série: 5ª a 8ª série Turno: ( ) Matutino ( ) Vespertino ( x ) Noturno

MATRIZ DA PROVA DE EXAME A NÍVEL DE ESCOLA HISTÓRIA B 10º ANO

2. NOME DO CURSO ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DAS RELAÇÕES HUMANAS NA ORGANIZAÇÃO

A aplicabilidade do modelo de Análise de Erros ao estudo das traduções do português ao espanhol em rótulos de produtos alimentícios

Anexo 2 Projetos identificados no Plano de Desenvolvimento Institucional

Atitudes Sociolinguísticas em cidades de fronteira: o caso de Bernardo de Irigoyen. Célia Niescoriuk Grad/UEPG. Valeska Gracioso Carlos UEPG.

Plano de Estudo 5º ano - ANUAL

PARECER HOMOLOGADO(*)

QUE ESPANHOL É ESSE? Mariano Jeferson Teixeira (Grad /UEPG) Valeska Gracioso Carlos (UEPG)

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília EDITAL Nº 047/RIFB, DE 03 DE SETEMBRO DE 2014

O ensino de língua espanhola no processo de formação do aluno da educação básica. Tânia Lazier Gabardo UTP

I CIPLOM: Foz do Iguaçu - Brasil, de 19 a 22 de outubro de 2010 ISSN p. 1-17

ESTRUTURA CURRICULAR de ORIGEM: Pedagogia Licenciatura Compartilhada Noturno Estrutura Curricular 1 (Parecer CONSUNI-CONSEPE n 2.

ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO. Marcelo Sucena

As Abordagens do Lean Seis Sigma

NOTA SOBRE INDETERMINAÇÕES

SISTEMA DE PONTO FLUTUANTE

2. Nos enunciados dos testes deverá ser dada a indicação da cotação do item;

2 Mbps (2.048 kbps) Telepac/Sapo, Clixgest/Novis e TV Cabo; 512 kbps Cabovisão e OniTelecom. 128 kbps Telepac/Sapo, TV Cabo, Cabovisão e OniTelecom.

PSI-2432: Projeto e Implementação de Filtros Digitais Projeto Proposto: Conversor de taxas de amostragem

A prova tem como referência o Programa de PRÁTICAS DE CONTABILIDADE E GESTÃO do 12º Ano de Escolaridade.

GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO

A LICENCIATURA EM ESPANHOL NA REDE FEDERAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA: NOVOS ESPAÇOS DE FORMAÇÃO DOCENTE

Definição de Termos Técnicos

PALAVRAS-CHAVE: CURRÍCULO DE PEDAGOGIA, FORMAÇÃO,EDUCAÇÃO INFANTIL, IDENTIDADE PROFISSIONAL

I CIPLOM. Concepções e status da leitura em Inglês em cursos universitários em Maceió

EDITAL N.º 24/2016 EDITAL PROCESSO SELETIVO ESPECÍFICO PARA INGRESSO DE FRONTEIRIÇOS 2016

O ENSINO DO ESPANHOL EM CURSOS SUPERIORES DE TECNOLOGIA: PROPOSTAS COM O ENFOQUE POR TAREFAS

Em cada ciclo, o sistema retorna ao estado inicial: U = 0. Então, quantidade de energia W, cedida, por trabalho, à vizinhança, pode ser escrita:

ÁREAS DE INTERVENÇÂO E OPERACIONALIZAÇÃO

Melhoria contínua da qualidade do ensino

Dr. Joaquim de Carvalho Figueira da Foz

O ENSINO DA LEITURA EM ESPANHOL: RELATO DE UM PROJETO DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA EM ESCOLAS PÚBLICAS

PLANO DE OFICINA - LEITURA, ORALIDADE E ESCRITA OBJETIVOS JUSTIFICATIVA CONTEÚDOS ESTRATÉGIAS ATIVIDADES RECURSOS DIDÁTICOS

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 3º Ciclo

CONCURSO PÚBLICO Nº 001/2014 EDITAL DE PRORROGAÇÃO DAS INSCRIÇÕES E DE RETIFICAÇÃO

PSICROMETRIA 1. É a quantificação do vapor d água no ar de um ambiente, aberto ou fechado.

Projeto Incluir: Uma experiência de ensino de ELE para crianças. Introdução: Viviana Morel de Hartmann Grad/UFSC e Adriane Elisa Glasser - UFSC

Experiência n 2 1. Levantamento da Curva Característica da Bomba Centrífuga Radial HERO

XI Congresso SPCE Guarda: 30 de Junho a 2 de Julho de 2011

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

II Seminário NEPPAS: Caminhos e olhares da agroecologia nos sertões de Pernambuco Normas para envio de trabalho

RELATÓRIO DE ACOMPANHAMENTO DO TRABALHO TÉCNICO SOCIAL Dezembro/2010

O que são dados categóricos?

Elaboração de atividades para a educação continuada a distância

PLUGUES E TOMADAS. Padrão NBR Painel Setorial INMETRO 11 abr 2006

Desta maneira um relacionamento é mostrado em forma de um diagrama vetorial na Figura 1 (b). Ou poderia ser escrito matematicamente como:

PROJETO DE EDUCAÇÃO AFETIVO - SEXUAL E REPRODUTIVA

I CIPLOM. 1. Introdução

P L A N I F I C A Ç Ã O A M É D I O P R A Z O

A ferramenta de planeamento multi

Planejamento de capacidade

Breve histórico do projeto Escola Intercultural Bilingue de Fronteira. Flores, Olga Viviana (PG-UNIOESTE) INTRODUÇAO

NR-35 TRABALHO EM ALTURA

Desse modo, podemos dizer que as forças que atuam sobre a partícula que forma o pêndulo simples são P 1, P 2 e T.

PROGRAMAÇÃO SEMANA UEMG Escola de Design. 3 de junho segunda-feira

Terminologia em agropecuária: elaboração de glossários no par linguístico português-espanhol, voltados para o ensino da tradução técnica

OFICINAS - Cronograma e Descrição

Leitura em E/LE e TICs: a questão de sua inserção na formação de professores. Cristina Vergnano-Junger UERJ

DIVERSAS ESTRATÉGIAS E COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS AO FUTURO PROFESSOR DE ITALIANO. Olaga Alejandra Mordente - USP ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM

PROJETO DE PROMOÇÃO E EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE

CAPACITAÇÃO DE RECURSOS INFORMAÇÃO A EXPERIÊNCIAS COM EDUCAÇÃO A DISTÂNICIA 1 INTRODUÇÃO

CUSTOS IRREVERSÍVEIS, LEIS DE CUSTOS E GERÊNCIA DE PROJETOS - A VIABILIDADE DE UM PROCESSO DE MUDANÇA

O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA EM UM CONTEXTO MULTILÍNGUE

Proposições sobre a psicanálise { TC "6.1 Uma releitura da microscopia relacional de W. Bion" \l 2 }relacional de W. Bion Olga Perazzolo

CONTINUIDADE A idéia de uma Função Contínua

PROGRAMA DE REESTRUTURAÇÃO DA UNIDADE

Departamento Curricular do 1º Ciclo - Critérios Específicos de Avaliação pág - 1

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 2º Ciclo

Escola Secundária Ferreira Dias, Agualva-Sintra

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS PRÓ-REITORIA ACADÊMICA

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS PRO-REITORIA DE GRADUAÇÃO ESCOLA DE DIREITO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS CURSO DE DIREITO

OFICINA 9-2ºSementre / MATEMÁTICA 3ª SÉRIE / QUESTÕES TIPENEM Professores: Edu Vicente / Gabriela / Ulício

EDITAL Abertura de inscrições para a seleção de candidatos ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da UNIP

Transcrição:

Congrsso Intrnacional d Profssors d Línguas Oficiais do MERCOSUL Mudando concitos uma xpriência d nsino d Português para strangiros Luana Rnata Pinhiro Dias (Instituto Crvants SP) Schirli Schustr (Univrsidad ORT) Est trabalho prtnd rlatar a xpriência d nsino d Português para Estrangiros (PLE) dsnvolvida na maior univrsidad particular do Uruguai. Contxto O nsino d Português Língua Estrangira (PLE) no Uruguai dsd os sus primórdios, há mais d 70 anos, s caractriza pla falta d formação docnt a prdominância d concpçõs docnts qu prmancm no âmbito implícito. Nst contxto s consolidou uma cultura d nsino ond é comum ncontrar cursos instituiçõs ond discurso prática pouco nada têm m comum. Além disso, a abordagm adotada plas difrnts instituiçõs ond s ditam cursos d PLE vm imprgnada por fators mais intuitivos qu tóricos. Os primiros cursos d português ofrcidos no Uruguai foram por iniciativa do Ministério d Rlaçõs Extriors brasiliro, ram gratuitos tinham como objtivo divulgar a cultura brasilira. Hoj m dia st cnário é bastant difrnt, atualmnt o conhcimnto do idioma é um difrncial qu facilita o ingrsso ao mrcado d trabalho. A ncssidad d capacitação lvou a scolas univrsidads públicas privadas a incluir o português como disciplina obrigatória m sus currículos. Em 1996 a Univrsidad ORT Uruguai comçou a ofrcr para sus studants das licnciaturas m Grência Administração Estudos Intrnacionais cursos d português como altrnativa ao inglês. A partir d uma prova d nivlação aquls qu comprovassm um nívl avançado m inglês, podiam optar plo curso d português. Os cursos ram d 96 horas distribuídas m 3 horas smanais durant dois smstrs ltivos. Cumpridas stas horas os studants d Grência Administração ncrravam sua carga horária d idiomas, nquanto os d Estudos Intrnacionais dviam cursar mais dois smstrs d inglês. I CIPLOM: Foz do Iguaçu - Brasil, d 19 a 22 d outubro d 2010 ISSN - 2236-3203 - p. 1-6 660

Congrsso Intrnacional d Profssors d Línguas Oficiais do MERCOSUL Em 2003 assumimos os cursos qu s ddicavam apnas a dsnvolvr a habilidad d comprnsão litora tinham como programa a transcrição do índic d uma publicação ddicada ao nsino d PLE. Naqul msmo ano imprimimos as primiras mudanças, passando a trabalhar m class não só a comprnsão litora, mas também as habilidads linguísticas comunicativas ncssárias para qu nossos studants pudssm ftivamnt comunicar-s m português. Durant os dois anos sguints ralizamos mudanças com o objtivo d lvar para a sala d aula contúdos transcndnts para o dsmpnho das futuras atividads profissionais dos studants. No final d 2005 a univrsidad iniciou um procsso d mudanças d currículo qu implicava acrscntar novos idiomas à ofrta, também qu os cursos d Estudos Intrnacionais passavam a tr os quatro smstrs do msmo idioma. Estas mudanças coincidiram com o término d uma spcialização qu nos havia grado um procsso d rflxão sobr nossas práticas docnts. Quando nos solicitaram qu aprsntássmos uma proposta d cursos d português plasmamos na msma as mudanças qu havíamos vivido m nossas concpçõs docnts. 2. Proposta Educativa O primiro passo na laboração da nova proposta ducativa foi slcionar tmáticas ligadas à ralidad qu nossos studants ncontrariam no mrcado d trabalho. Ao starmos insridos dntro d um contxto ond muitos studants chgam à univrsidad tndo algum conhcimnto d português adquirido m cursos ministrados m instituiçõs d nsino médio, a scolha dos tmas a srm abordados também considrou a ncssidad d qu o curso d português não foss visto como mais do msmo. Ao slcionar tmas rlacionados ao dsmpnho profissional dos studants, buscávamos mostrar o valor imdiato d aprndr português. Sgundo Widdonwson (1991) st aspcto, além d sr rlvant como lmnto motivacional imdiato, gra nos studants uma prcpção d rlvância prática do português como mio d comunicação. Para dfinir os nívis d proficiência sprados ao final d cada módulo do curso rcorrmos ao Quadro Europu Comum d Rfrência (QECR). A partir do I CIPLOM: Foz do Iguaçu - Brasil, d 19 a 22 d outubro d 2010 ISSN - 2236-3203 - p. 1-6 661

Congrsso Intrnacional d Profssors d Línguas Oficiais do MERCOSUL qual dfinimos qu ao trminar português 1 2, os studants sriam utilizadors lmntars (A2) finalizando os smstrs 3 4, sriam utilizadors indpndnts (B2). Com bas nst objtivo considramos qu ao término dos quatro smstrs nossos studants stariam m condiçõs d prstar o xam para obtr o Crtificado d Proficiência m Língua Portugusa para Estrangiros (Clp-Bras). 3. Matrial didático Um dos stímulos para o curso é a possibilidad d qu o studant possa prstar, no final dos 4 módulos, o xam d proficiência Clp-Bras, qu é o único tst dst tipo rconhcido oficialmnt plo govrno do Brasil. Portanto o matrial usado durant o curso foi adaptado para o dsnvolvimnto gradual dos studants, utilizando ssncialmnt o nfoqu por tarfas. O xam Clp-Bras prioriza st nfoqu qu convida o studant a intragir com o mundo, usando a linguagm com um propósito social (Clp-Bras, 2006, p.4). A ênfas não staria, portanto, no conhcimnto sobr a língua sim na capacidad d uso. Nst ponto rsgatamos Littlwood, qu considra qu um comunicador mais ficaz m uma língua strangira não é ncssariamnt a pssoa qu mlhor manja as struturas, mas aqula qu tm mais habilidad m uma situação comunicativa. Como aconslha o msmo autor as propostas d atividads d aula têm como objtivo, fazr com qu os studants usm a língua para transmitir significados d forma ficint. Sgundo o manual qu srv d guia para o candidato um xam d proficiência é aqul qu tm objtivos d avaliação d contúdo dfinidos com bas nas ncssidads d uso da língua-alvo (Clp-Bras, 2006, p.3). Essas ncssidads priorizam a comunicação m situaçõs do dia-a-dia: lr rdigir txtos, intragir oralmnt ou por scrito m atividads do contxto scolar xtrnas a l (fazr rlatos, fazr compras, obtr informaçõs, rclamar, tc.). Para adaptar-s a sta proposta as atividads (tarfas) dsnvolvidas m aula visam basicamnt uma ação (scrita ou oral), com um propósito, dircionada a um ou mais intrlocutors. I CIPLOM: Foz do Iguaçu - Brasil, d 19 a 22 d outubro d 2010 ISSN - 2236-3203 - p. 1-6 662

Congrsso Intrnacional d Profssors d Línguas Oficiais do MERCOSUL Ao conciliar os objtivos do Clp-Bras com a visão d Nunan, qu sugr qu na ralização d tarfas o foco d atnção dv star mais no significado qu na forma, dsnvolvmos uma abordagm ond a gramática é vista avaliada durant as aulas, mas não rcb a maior part da atnção na hora da corrção. Esta abordagm conforma-s m uma novidad para os alunos, qu na maioria das vzs contam com xpriências antriors d aprndizagm d idiomas m cursos ond a gramática é o ponto principal da língua. Os primiros nívis (1 2) aprsntam uma procupação maior com a gramática, para a assimilação das novas struturas qu são aprsntadas m contxto, com txtos orais ou scritos, na maioria dos casos autênticos. Após a discussão sobr o tma (m nívis básicos pod-s dar na língua matrna do aluno) aprsntam-s as struturaçõs alguns xrcícios d fixação. Gralmnt, a scolha dos txtos prioriza tmas qu mostram a ralidad atual do Brasil, assuntos qu possibilitm qu os alunos possam comparar analisar as ralidads conhcidas. Ess tipo d rflxão faz com qu o aluno dsnvolva uma snsibilidad para a acitação d uma nova cultura (não basada m strótipos, datas ou txtos clássicos). A cultura é um ponto d colisão ntr a manira conhcida do aluno d vr o mundo o novo. Discutir o novo, a partir daí, rpnsar sua própria cultura é um trabalho d acitação do difrnt, tão valorizada nos dias d hoj, ligada a valors d rspito tolrância. Essa habilidad s xpandirá para sua vida (pssoal profissional) não só para a aprndizagm do português. Já nos nívis 3 4 o curso tm a procupação d ofrcr-lhs txtos discussõs mais complxas. As aulas focam-s mais na produção oral os txtos são laborados m casa. No nívl 3, o profssor corrig as produçõs scritas dos alunos somnt marcando os rros comtidos plos alunos. Considramos dois tipos d rros, a partir d Rigamonti (1998): o primiro grado por um conhcimnto inadquado d uma rgra da língua, o sgundo qu ocorr simplsmnt por distração, cansaço ou outros fators (produzido no nívl da xcução da tarfa não da comptência). I CIPLOM: Foz do Iguaçu - Brasil, d 19 a 22 d outubro d 2010 ISSN - 2236-3203 - p. 1-6 663

Congrsso Intrnacional d Profssors d Línguas Oficiais do MERCOSUL As marcaçõs são rfitas plos alunos. Para isso, incntivamos o uso d dicionários, sits d intrnt consulta a livros da bibliotca. Tntamos promovr a autonomia do aluno, mas, nss stágio ainda ofrcmos apoio à corrção das struturas nas quais os alunos mostram mais dificuldad. Rtomamos os tmas mais rcorrnts para uma xplicação gral os rros spcíficos das tarfas são rfitos plos próprios alunos. Já no nívl 4, os studants continuam trabalhando com txtos suas tarfas são corrigidas d acordo com os parâmtros d avaliação do Clp-Bras (nos nívis antriors, ss tipo d corrção já ra fito, mas não na totalidad dos xrcícios ntrgus). Para sua corrção o xam lva vários fators m considração, todos vistos com quivalência d importância. Na nota dada lva-s m considração a qualidad da ação a sr dsnvolvida (tarfa), dividindo-a ntr: adquação discursiva (nvolvndo aspctos d cosão corência), adquação lingüística (léxico gramática) adquação ao contxto. A partir da xplicitação dos problmas ncontrados no txto, os alunos são convidados a rscrvr os txtos na íntgra, rfazndo as inadquaçõs (no nívl antrior só corrigiam a strutura marcada na corrção). Na rlaboração dos txtos os alunos dsnvolvm uma procupação pla forma, tornando-a conscint, ajudando inclusiv na mlhora dos txtos m su idioma d origm. Considraçõs finais O curso atualmnt tm grand prstígio na univrsidad inclusiv é visto como um ponto d rfrência para o planjamnto dos dmais idiomas nsinados. Aumntou, também, o númro d alunos qu s inscrvm na matéria os qu s aprsntam para o xam ao final do curso. Rfrências: CONSELHO DA EUROPA (2001). Quadro comum d rfrência para as línguas: Aprndizagm, Ensino avaliação. União Europia. Disponívl m: I CIPLOM: Foz do Iguaçu - Brasil, d 19 a 22 d outubro d 2010 ISSN - 2236-3203 - p. 1-6 664

Congrsso Intrnacional d Profssors d Línguas Oficiais do MERCOSUL http://www.dgicd.min-du.pt/linguas_strangiras/paginas/qecr.aspx m 10/08/2010. acssado LITTLEWOOD, William (1998). La nsñanza comunicativa d idiomas: introducción al nfoqu comunicativo. Madrid, Cambridg Univrsity Prss. MEC. Crtificado d proficiência m Língua Portugusa para strangiros: Manual do candidato (2003) Brasília: MEC. (vrsão 2006 disponívl m www.mc.gov.br/clpbras) NUNAN, David (2002). El disño d taras para la clas comunicativa. Madrid, Cambridg Univrsity Prss. RIGAMONTI, Danila (1998). La corrcción dl rror n la producción scrita: l caso d studiants italófonos d E/LE m: Carabla Sgunda Etapa - Exprsión scrita n l aula d E/LE. Madrid: Socidad Gnral Española d Librría, S.A WIDDOWSON, H.G. (1991). O nsino d línguas para a comunicação. Campinas: Ponts. I CIPLOM: Foz do Iguaçu - Brasil, d 19 a 22 d outubro d 2010 ISSN - 2236-3203 - p. 1-6 665