PLANEJAMENTO DE CAIXA: ORÇAMENTO DE CAIXA



Documentos relacionados
PLANEJAMENTO E CONTROLE DE VENDAS

Basicamente, o relatório de fluxo de caixa deve ser segmentado em três grandes áreas:

Prof. Cleber Oliveira Gestão Financeira

Gestão Financeira. Prof. Eduardo Pozzi

FTAD - Formação técnica em Administração de Empresas Módulo de Contabilidade e Finanças. Prof. Moab Aurélio

Projeções dos Demonstrativos Contábeis. Prof. Isidro

FLUXO DE CAIXA. Administração Financeira aplicação de recursos. distribuição CONCEITOS. Fluxo de caixa previsão de: ingressos desembolsos

REDE DE ENSINO LFG AGENTE E ESCRIVÃO PF Disciplina: Noções de Contabilidade Prof. Adelino Correia Aula nº09. Demonstração de Fluxo de Caixa

DETALHES RELEVANTES NA APRESENTAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA ELABORADO COM BASE NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

IESP - MBA EM GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLADORIA ORÇAMENTO EMPRESARIAL - PROF. MANUEL SOARES DA SILVA Aluno (a):...matr.:...

segundo o processo de tomada de decisões:

Administração Financeira: princípios,

A Projeção de Investimento em Capital de Giro na Estimação do Fluxo de Caixa

Luciano Silva Rosa Contabilidade 03

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária

- Gestão Financeira 1 -

ATIVO Notas

Aula 1 - Montagem de Fluxo de Caixa de Projetos

PLANEJAMENTO OPERACIONAL - MARKETING E PRODUÇÃO MÓDULO 3 O QUE É PLANEJAMENTO DE VENDAS E OPERAÇÕES?

UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PRIAD ADMINISTRAÇÃO DE CUSTOS. Nome: RA: Turma: Assinatura:

Correção da Prova. Questões: 7, 8, 12, 20, 21, 22, 24, 34, 45 e 46

AULA 3 Assunto: ORIGENS DOS RECURSOS PARA INVESTIMENTOS

Unidade I FINANÇAS EM PROJETOS DE TI. Prof. Fernando Rodrigues

TRABALHO AVALIATIVO Curso: Ciências Contábeis Disciplina: Contabilidade Financeira e Orçamentaria II Turma: 7º Periodo

INDICADORES ECONÔMICOS PARA ANÁLISE DE CONJUNTURA. Fernando J. Ribeiro Grupo de Estudos de Conjuntura (GECON) - DIMAC

ESTUDO DE CASO HIGIENEX SRL (Solução Parcial)

CNPJ / CET - BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE MAIO DE 2015 (Em R$ Mil)

Resumo Aula-tema 04: Dinâmica Funcional

ORÇAMENTO ESTÁTICO x ORÇAMENTO FLEXÍVEL ORÇAMENTO

ANALISANDO A ESTRATÉGIA ENTRE O APORTE DE CAPITAL E EMPRÉSTIMOS DE ACIONISTAS

Análise Financeira II

REALINHAMENTO DE EMPRESAS


1.1 Demonstração dos Fluxos de Caixa

Fluxo de Caixa método direto e indireto

TELECONFERÊNCIA DE RESULTADOS 1T15

UM GLOSSÁRIO PARA O DIA A DIA DO EXECUTIVO

PROJEÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Análise Dinâmica do.capital de Giro

Conceitos e princípios básicos de Matemática Financeira aplicada à vida cotidiana do cidadão

PDV: DE OLHO NA RENTABILIDADE

FLUXO DE CAIXA. Dinâmica: O que faço de diferente ou estranho. (Objetivo: Conhecer um pouco cada participante)

Administração Financeira a Curto Prazo

ANÁLISE FINANCEIRA VISÃO ESTRATÉGICA DA EMPRESA

Projeção do Fluxo de Caixa Caso Prático

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL REGIONAL JARAGUAENSE - FERJ BALANÇOS PATRIMONIAIS EM 31 DE DEZEMBRO DE Valores expressos em Reais. ATIVO Notas

SOLUÇÃO EXERCÍCIO CASO HIGIENEX

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 12 Ajuste a Valor Presente.

SUCESSO EM ALGUMAS EM OUTRAS... XXXXX. Salário para boa condição de vida. Leva à PRODUTIVIDADE que é buscada continuamente

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (DFC)

FINANÇAS A B C D A R$ ,00. B R$ ,00. C R$ 2.000,00. D R$ 0,00.

ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO

Teleconferência de Resultados 3T de outubro de 2015

FCPERJ UCAM Centro. Contabilidade Empresarial DFC. Prof. Mônica Brandão

Prof. Cleber Oliveira Gestão Financeira

FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA

MODELO PLANO DE NEGÓCIO

4º E 5º PERIODOS CIENCIAS CONTABEIS PROF NEUSA. 1- A empresa Brasil S/A apresenta inicialmente os seguintes saldos contábeis:

EXERCÍCIO: R: / 12,00 = quotas

Imediatas: parcelas pagas em 30, 60 e 90 dias Antecipadas: sendo a primeira parcela paga no ato

EXERCÍCIO. A Industrial Chardos S/A projetou as seguintes transações para o período de outubro a dezembro de 20X0 e janeiro a junho de 20X1:

Balanço de Pagamentos

DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA - DFC

SEM0531 Problemas de Engenharia Mecatrônica III

RAZÃO DAS CONTAS CONTÁBEIS E NÃO FINACEIRAS DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO, EXAUSTÃO, REC/DESP. EQUIV. PATRIMONIAL

2ª edição Ampliada e Revisada. Capítulo 10 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos

Cenário Econômico para 2014

Francisco Paulo Pimenta Maria Tereza de Araújo Serra

AVALIAÇÃO DE EMPRESAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA, CONTABILIDADE E SECRETARIADO DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO

AGÊNCIA ESPECIAL DE FINANCIAMENTO INDUSTRIAL FINAME RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO 31 DE DEZEMBRO DE 2008

Projeto Teleporto. Modelo de Estudo de Viabilidade Econômica de Terrenos. Nota Técnica 04. Diretoria de Investimentos Previ-Rio 09/2010

CONTABILIDADE SOCIETÁRIA AVANÇADA Revisão Geral BR-GAAP. PROF. Ms. EDUARDO RAMOS. Mestre em Ciências Contábeis FAF/UERJ SUMÁRIO

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,

Objetivos da Adm. de Estoque 1. Realizar o efeito lubrificante na relação produção/vendas

29/04/2013 ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS PARA ENGENHARIA. Professor: Luis Guilherme Magalhães (62) CAPITAL DE GIRO

Módulo 4 PREVISÃO DE DEMANDA

PROVA ESPECÍFICA Cargo 06

1. Note que a Bolsa apresentou uma queda de 18% em O que faltou aos dirigentes do Fundo de aplicação? Um acompanhamento mais rente aos cenários

Programas de Auditoria para Contas do Passivo

4 Fatos Contábeis que Afetam a Situação Líquida: Receitas, Custos, Despesas, Encargos, Perdas e Provisões, 66

prestação. Resp. $93.750,00 e $5.625,00.

O QUE É ATIVO INTANGÍVEL?

PASSO 8 IMPLANTANDO OS CONTROLES

EXERCÍCIOS IV SÉRIES DE PAGAMENTOS IGUAIS E CONSECUTIVOS 1. Calcular o montante, no final de 2 anos, correspondente à aplicação de 24 parcelas iguais

MATEMÁTICA FINANCEIRA - FGV

Melhores práticas no planejamento de recursos humanos

COMO CALCULAR E ANALISAR A CAPACIDADE DE

PLANEJAR, ELABORAR E CUMPRIR METAS

Classificação dos Sistemas de Informação


SEQÜÊNCIA DE DEPÓSITOS

INTRODUÇÃO A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA. Prof. Eric Duarte Campos

CARTA TÉCNICA. Orientação para elaboração de Orçamento

DFC Demonstração dos Fluxos de Caixa. Professor: Eduardo José Zanoteli, M.Sc.

Entrada > Saída. Simples!

ELABORAÇÃO DE UM ORÇAMENTO DE CAPITAL

Interpretando a Variação da Necessidade de Capital de Giro

OS IMPACTOS DA FILOSOFIA JIT SOBRE A GESTÃO DO GIRO FINANCIADO POR CAPITAL DE TERCEIROS

Transcrição:

PLANEJAMENTO DE CAIXA: ORÇAMENTO DE CAIXA O orçamento de caixa, ou projeção de caixa, é uma demonstração das entradas e saídas de caixa previstas da empresa. Serve para estimar as necessidades de caixa no curto prazo, dando especial atenção ao planejamento de superávits e déficits de caixa. Normalmente, o orçamento de caixa visa abranger o período de um ano, dividido em intervalos menores. O número e o tipo de intervalos dependem da natureza da atividade da empresa. Quanto mais sazonais e incertos os fluxos de caixa, maior o número de intervalos. Como muitas empresas se deparam com um padrão sazonal de fluxo de caixa, o orçamento de caixa é muitas vezes elaborado mensalmente. Empresas com padrões de fluxo de caixa estáveis podem usar intervalos trimestrais ou anuais. A projeção de vendas A principal informação de base para o processo de planejamento financeiro é a previsão de vendas da empresa. Essa previsão das vendas ao longo de um dado período costuma ser elaborada pelo departamento de marketing. Com base na projeção de vendas, o administrador financeiro estima os fluxos de caixa mensais decorrentes das vendas previstas e dos desembolsos ligados à produção, aos estoques e às vendas. O administrador também determina o nível de ativo imobilizado necessário e o montante de financiamento, caso haja, para sustentar o nível previsto de vendas e produção. Na prática, a obtenção de dados confiáveis é o aspecto mais complicado da projeção. A projeção de vendas pode se basear em uma análise de dados externos, dados internos, ou uma combinação de ambos. Uma previsão externa baseia-se nas relações observadas entre as vendas da empresa e determinados indicadores econômicos externos fundamentais, como produto interno bruto (PIB), construção de novos imóveis residenciais, confiança do consumidor e renda pessoal disponível. Não há dificuldade em obter previsões que contenham esses indicadores. As previsões internas baseiam-se em previsões consensuais de vendas dos canais da própria empresa. Normalmente, pede-se aos vendedores que estimem quantas unidades de cada tipo de produto esperam vender no ano vindouro. Essas previsões são coletadas e totalizadas pelo gerente de vendas, que pode ajustá-las com base no conhecimento que tem de mercados específicos ou da capacidade de previsão dos vendedores. Finalmente, alguns ajustes podem ser feitos com base em fatores internos, como capacidade de produção. As empresas costumam usar uma combinação de dados projetados internos e externos para realizar suas previsões finais de vendas. Os dados internos fornecem informações sobre as expectativas de vendas, enquanto os externos fornecem meios de ajustar essas expectativas a fatores econômicos gerais. A natureza do produto da empresa também afeta, com freqüência, o mix e os tipos de métodos de projeção empregados. Elaboração do orçamento de caixa conforme dados a seguir:

ORÇAMENTO DE CAIXA Previsão - Projeção (Necessidades de Caixa no Curto Prazo) Entradas de Caixa Receitas de Venda ( AVista e a Prazo); Outras Receitas Saídas de Caixa Compras (A Vista e a Prazo); Salários; Impostos; Dividendos; Juros; Recompra de Ações; ETC. Exemplo Prático: Elaboração de um Orçamento de Caixa (mensal), pelo período de seis meses (janeiro a junho).

Informações: 1. Política de recebimento de vendas: 10% A Vista 60% 30 D.D. 30% 60 D.D. 2. Outras receitas de janeiro a junho = $ 2.000,00 p/ mês. 3. O Custo das Mercadorias Vendidas representa 60% das vendas mensais. 4. O Estoque deverá ser de 1,5 vezes o volume de vendas, o que representa 50% de reserva. 5. As Compras para Formação de Estoque, são feitas no mês anterior as vendas e pagas no mesmo mês. 6. As Despesas com Salários representam 10% das Vendas mensais (previsão de vendas) e pagas no mesmo mês. 7. As Despesas de Vendas representam 20% das vendas mensais (previsão de vendas) e pagas no mesmo mês. 8. As Despesas Extras serão $ 40.000,00 em Jan/ e $ 5.000,00 em Fev/. 9. A Empresa pretende um Saldo Mínimo de Caixa de $ 2.500,00. 10. Os Empréstimos necessários, serão feitos pelo prazo de 30 dias, com juros de 10% ao mês, pagos juntamente com o pagamento do empréstimo. 11. O Saldo de Caixa do mês de Dezembro do ano anterior deverá ser $ 20.000,00.

Quadro I - Recebimento de Vendas Meses Vendas $ 36.000,00 $ 38.000,00 $ 40.000,00 $ 20.000,00 $ 26.000,00 $ 24.000,00 $ 26.000,00 $ 28.000,00 $ 24.000,00 Quadro II - Compras - Pagamento de Compras Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Previsão Vendas Outubro $ 36.000,00 Novembro $ 38.000,00 Dezembro $ 40.000,00 Janeiro $ 20.000,00 Fevereiro $ 26.000,00 Março $ 24.000,00 Abril $ 26.000,00 Maio $ 28.000,00 Junho $ 24.000,00 Julho $ 30.000,00 Estoque Necessário Estoque Desejado Saldo Estoque Compras Pagamento de Compras Legenda: Coluna 1 = Previsão de Vendas (ponto de partida); Coluna 2 = Coluna 1 x 0,60 inf. 3; Coluna 3 = Coluna 2 x Índice de inf. 4 - (1.5); Coluna 4 = Coluna 3 - Coluna 2; Coluna 5 = Coluna 3 do mês seguinte - Coluna 4 do mês (inf. 5); Coluna 6 = Valor igual ao da Coluna 5 ou (conforme informação)

Quadro III - Orçamento de Caixa Janeiro/Junho Itens Meses 1. Recebimento de Vendas 2. Outras Receitas 3. Total Recebimentos 4. Pagamento de Compras 5. Pagamento de Salário 6. Pagamento Despesa Venda 7. Pagamento Despesa Extra 8. Total Pagamento 9. Variação Liquida de Caixa 10. Saldo Inicial Caixa 11. Empréstimo 12. Pagto. Empréstimo+Juros 13. Saldo Final de Caixa Legenda: 1. Recebimento Vendas = Quadro I 2. Outras Receitas = Inf. 2 3. Total Recebimentos = (I+2) 4. Pagamento de Compras = Quadro II 5. Pagamento de Salários = Inf. 6 6. Pagamento Despesa Vendas = Inf. 7 7. Pagamento Despesas Extras = inf. 8 8. Total de Pagamentos = (4 + 5 + 6 + 7) 9. Variação Liquida de Caixa = (3-8) 10. Saldo Inicial de Caixa = Inf. - 11 (jan/ ) 11. Empréstimos 12. Pagamento Empréstimo e Juros 13. Saldo Final de Caixa