a ISO 9001:2015 Anexos A1 à A4
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- Luciana Vilalobos Alcântara
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1 Entendendo a ISO 9001:2015 Anexos A1 à A4 Por: Bruno Leonardo Rosa e Marcio Pimenta Palavras-chave: ISO 9001:2015, Anexos e Transição. Como muitos já sabem, a NBR ISO 9001 teve sua versão mais recente, a 2015, publicada no último dia 30 de setembro, porém desde o início do ano, quando a versão DIS (Draft International Standard) se popularizou, muito já vem se especulando sobre eventuais dificuldades no atendimento da nova versão da Norma. Começaremos hoje uma série de artigos que visam desmistificar essa dita dificuldade de migração. Forneceremos conselhos, dicas e recomendações sobre as evidências objetivas que devem ser geradas, as ferramentas mais recomendadas para o atendimento de cada requisito e a informação documentada necessária para o atendimento pleno da Norma. Em nosso primeiro artigo, trataremos do Anexo A, itens A1 à A4. Iniciar o estudo de uma norma por um anexo não auditável e que se encontra disposto fisicamente no final da Norma já deve ter feito metade de nossos leitores abandonarem o artigo. Quando descobrirem então que esse anexo será dividido em duas partes e que depois destas, ainda trataremos do item 0 (outro item não auditável ), tenho a certeza de que as próximas linhas serão escritas para ninguém ou quase ninguém... Bem, aos sobreviventes, espero que a leitura seja proveitosa e explico o porquê disto. O Anexo A, talvez seja a forma mais fácil para os estudiosos da norma entenderam as mudanças ocorridas e principalmente, a causa raiz destas. Entendendo a causa raiz das mudanças, fica sem dúvidas, muito mais fácil aplicá-las em nossos sistemas de gestão de qualidade e complementarmente visualizar os verdadeiros impactos destas mudanças em todos os processos e rotinas associadas. Isto posto e dando início ao estudo do anexo propriamente dito, falemos sobre o item A.1 Estrutura e terminologia. Este item tem como principal função esclarecer os motivos da nova itemização da norma ou de sua "Estrutura de Alto Nível" como foi chamado. Na versão 2015, a ISO 9001 apresenta uma itemização idêntica à estabelecida para outras normas de sistema de gestão como a NBR ISO e para a futura norma ISO (sim, a ISO finalmente terá uma norma de Sistemas de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional).
2 As mudanças na itemização visam facilitar as ações referentes aos sistemas de gestão que busquem a harmonização entre os sistemas de Qualidade, Saúde, Segurança e Meio Ambiente. Adicionalmente, o item A.1 apresenta algumas terminologias que por mais que já possuíssem consenso dentro do meio acadêmico, ainda não haviam sido devidamente registradas em norma e por isso não eram tão difundidas. Por exemplo: Produto adquirido = Produtos e Serviços providos externamente O item A.2 Produtos e Serviços enfatiza a inclusão específica do termo serviço (já reconhecido como aplicável a muitos requisitos), porém, mais do que isso, apresenta o entendimento de que:... A característica de serviços é que pelo menos parte da saída é realizada na interface com o cliente. Isso significa, por exemplo, que a conformidade com requisitos não pode necessariamente ser confirmadaa antes da entrega do serviço. (Trecho extraído da norma NBR ISO 9001:2015; Anexo A A.2 Produtos e Serviços) Dentro desse entendimento, para alguns casos, a avaliação da satisfação do cliente pode e deve ser utilizada como evidências complementar ao atendimento pleno do escopo contratado. O Item A.3 Entendendo as necessidades e expectativas de partes interessadas é categórico quanto a autoridade da própria organização em estabelecer a amplitude das partes interessadas no que tange ao seu sistema de gestão: Não há requisito nesta Norma para a organização considerar partes interessadas onde ela decidiu que aquelas partes não são pertinentes para seu sistema de gestão da qualidade. (Trecho extraído da norma NBR ISO 9001:2015; Anexo A A.3 Entendendo as necessidades e expectativas de partes interessadas) Ou seja, não é função de qualquer auditor, de qualquer organismo certificador, em qualquer tempo, lugar ou empresa estabelecer que esta ou aquela parte deve ser considerada como interessada no seu sistema de gestão. Ações deste tipo, caso ocorram, devem ser veementemente combatidas pelas empresas certificadas e pelos profissionais responsáveis por conduzir o sistema de gestão destas. Cabe ressaltar apenas a recomendação de uma releitura no escopo de certificação de cada empresa. Em uma análise rápida, lembrem-se que as partes interessadas são, geralmente, os impactados de primeiro nível dentro das atividades contempladas no escopo. A ampliação deste espectro deve obrigatoriamentee apenas cobrir as restrições e premissas legais. Demais coberturas ficam a cargo da empresa. O item A.4 Mentalidade de risco é sem dúvidas o que mais tem gerado polêmica desnecessária visto que: O conceito de mentalidade de risco tem estado implícito nas edições anteriores desta Norma...
3 Um dos propósitos-chave de um sistema de gestão da qualidade é atuar comoo uma ferramenta preventiva. O conceito de ação preventiva é expresso por meio do uso da mentalidade de risco... (Trechos extraídos da norma NBR ISO 9001:2015; Anexo A A.4 Mentalidade de risco) Os textos extraídos deixam claro que a análise de risco sempre existiu na norma e consequentemente já era realidade em sistemas de gestão mais maduros. Desta forma, as diversas ferramentas que estão sendo apresentadas como a solução paraa atendimento a mentalidade de risco, por mais que possam ser usadas, e muitas vezes podem, de forma alguma são obrigatórias. É importante aqui, salientarmos o fato de que mesmo a NBR ISO Gestão de riscos - Princípios e diretrizes não se configura como uma norma obrigatória para o atendimento aos requisitos especificados na nova ISO Atentem-se ao texto abaixo: Apesar de 6.1 especificar que a organização deve planejar ações para abordar riscos, não há requisito para métodos formais para gestão de riscos ou um processo de gestão de risco documentado. E de forma definitiva a norma conclui: Sob os requisitos de 6.1, a organização é responsável pela sua aplicação de mentalidade de risco e pelas ações que ela toma paraa abordar riscos, incluindo reter ou não informação documentada como evidência de sua determinação de risco. Ou seja, a identificação de riscoss é importante e deve atingir o cerne da organização, no entanto, o estabelecimento dos mecanismos necessários a sua identificação, incluindo-se aí as formas de documentação das evidências devem ser definidas pela própria organização e uma analogia direta ao conceito anterior de não conformidade potencial de forma alguma estará equivocada. Sendo assim, é fácil presumir que, para os sistemas mais maduros, a cultura necessária a adequação já se encontra implementada e pode transcorrer sem maiores problemas. No próximo artigo, trataremos sobre os anexos A.5 a A.8. Um forte abraço e até lá.
4 Referências NBR ISO 9000:2015. Sistemas de gestão da qualidade Fundamentos e Vocabulário. Rio de Janeiro: ABNT. NBR ISO 9001:2015. Sistemas de gestão da qualidade Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT. MARSHALL JR, Gestão da Qualidade. Rio de Janeiro: FGV,
5 Os Autores Marcio Pimenta é Diretor e Consultor Sênior da PMQ e acumula experiência em implantação de PMOs (Project Management Office) voltados a vários segmentos e em especial os de geração hidrelétrica no país e na América do Sul. É especialista em modelagem de processos e responsável pela implantação de diversas estruturas de gestão de documentos. Participou de alguns dos principais empreendimentos do país, dentre eles as Usinas Hidrelétricas de Estreito, Santo Antônio e Teles Pires e atualmente desenvolve projetos no setor de energia e gestão de processos. Bruno Leonardoo é Coordenador Acadêmico da PMQuality, Auditor Líder e responsável pela Unidade de Desenvolvimento Pessoal da empresa. Com experiência em empresas nacionais e multinacionais como líder, membro de equipe ou consultor ele desenvolveu e acompanhou a implantação de Sistemas de Gestão de Qualidade em diversas empresas no país. Atualmente desenvolve projetos no setor portuário e de energia atuando em alguns dos principais empreendimentos do país, dentre eles as Usinas Hidrelétricas Teles Pires e Belo Monte e o Gerenciamento do ramal ferroviário da Embraport. A PMQuality Gestão de Projetos A PMQuality Gestão de Projetos é uma empresa especialista no desenvolvimento de soluções individualizadas em: Gestão de Projetos; Administração Contratual; Gestão e Elaboração de Pleitos Contratuais; Treinamentos; Consultoria Empresarial. Atuando hoje no país e no exterior a PMQuality oferece um amplo espectro de serviços buscando atender sempre as necessidadess de seus clientes de forma eficaz e integrada. O principal objetivo da PMQuality é oferecer serviços de qualidade e que conduzam a uma relação ética e duradoura com seus clientes e parceiros. Entre em contato conosco para obter maiores informações sobre a PMQuality, nossos produtos ou serviços. Será um prazer atendê-lo (a) ou responder sua mensagem. contato@pmquality.com.br Telefone: (21) Website:
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