Prof. Dulcelí Caires Araújo 3. ELEMENTOS DA COMPOSIÇÃO ARQUITETÔNICA
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- Vasco Estrada Alvarenga
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1 CURSO TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIARIAS DESENHO ARQUITETÔNICO E CONSTRUÇÃO CIVIL Prof. Dulcelí Caires Araújo 3. ELEMENTOS DA COMPOSIÇÃO ARQUITETÔNICA
2 ELEMENTOS DA COMPOSIÇÃO ARQUITETÔNICA
3 Atualmente o uso mais familiar e usual do termo composição se dá no contexto da música. No entanto, seu uso uma obra a qual nada pode ser acrescido ou retirado sem perda de sua totalidade está intimamente ligado à tradição arquitetônica desde a Renascença, quando a arquitetura passa a constituir de fato um ramo do conhecimento. Os tratadistas, tendo necessidade de explicar o belo, passaram a estabelecer as normas que iriam servir de base para a ação do artista e assim estabeleceram as bases da noção de composição. O conceito de composição no seu sentido contemporâneo é de origem recente, séculos XVIII / XIX, quando teóricos de escolas de arquitetura francesas, principalmente da École des Beaux Arts, passaram a influir na formulação de normas para a boa arquitetura. No entanto, o conjunto de idéias as quais se devem sua origens tem raízes na antigüidade clássica. O autor Alan Colquhoun vai definir o termo, conforme a tradição da École des Beaux Arts, da seguinte maneira: Procedimento criativo que organiza ou ordena elementos formais de acordo com príncipios universais de composição que são independentes de estilos, ou conforme leis de formação geradas a partir da própria obra, ou mesmo a partir de certos princípios de estruturação dos quais a forma resultaria automaticamente sem a participação do juízo consciente do artista.
4 A composição como técnica de projeto e como método de ensino da École des Beaux Arts se fundamenta numa interpretação conservadora das teorias renascentistas, de acordo com as quais os elementos constituintes de uma edificação, são subordinados a um aspecto principal, e tem como objetivo alcançar unidade e harmonia na obra arquitetônica. Método que é bastante claro e estabelecia precisamente quais seriam as ações necessárias para se chegar a um projeto final: o primeiro momento é o desenvolvimento do partido, que é o esquema conceitual básico definido a partir de esquemas tipólogicos tradicionais previamente catalogados; em seguida desenvolvia-se o estudo que definia com maior precisão as características gerais da edificação; finalmente preparavam-se os desenhos finais.
5 Hoje este procedimento não é tão rigoroso, já que a... participação do juízo consciente do artista passou a ser muito valorizada LeCorbusier vai defender o argumento de uma arquitetura como ato de vontade do arquiteto mas as lições da École des Beaux Art ainda influem na prática e no ensino do projeto. Em geral, antes de se iniciar um projeto ocorre uma fase preliminar em que se define um conjunto de demandas ou problemas. Esta definição resultaria da análise de informações relativas à quatro imperativos: 1. necessidades objetivas (o programa), 2. tradição cultural, 3. condicionantes locais (clima, sítio etc.) e 4. recursos materiais disponíveis. O processo projetual se iniciaria quando estas informações fossem, então, interpretadas e organizadas de acordo com uma escala de prioridades. A partir daí a operação projetual se apresenta tradicionalmente na seguinte seqüência: croquis de estudos; estudo preliminar equivalente ao projeto básico, termo que recentemente vem substituindo o anteprojeto.
6 Os seguintes elementos são os mais explorados como meio de expressão da arquitetura: FORMA TEXTURA COR CLARO X ESCURO
7 FORMA Aspecto diferente determinado por suas linhas visíveis, figura, silhueta, forma,contorno, configuração e perfil. O Aviador - Casa projetada para um piloto de avião aposentado
8 O Aviador - Casa projetada para um piloto de avião aposentado
9 O Aviador - Casa projetada para um piloto de avião aposentado
10 DIMENSÃO Dimensão tem origem do Latim dimensione, em arquitetura corresponde ao sentido em que se mede a extensão para a avaliar, sinônimo de medida ou tamanho. A partir da área disponível e da proposta da construção o arquiteto vai estudar cada cômodo, para que atendam aos objetivos. Analisado cada ambiente, vai-se estudando a circulação entre eles e como se enquadram na construção como um todo. Algumas regras arquitetônicas estabelecem medidas mínimas para cada elemento, em função do uso, ergonomia e segurança.
11 TEXTURA Origem etimológica da palavra provém do Latim: textura. Significa ato ou efeito de tecer; trama; urdidura; disposição das partes de um todo; contextura. Qualidade tátil e visual de uma superfície, distinta de sua forma ou cor, como um aspecto granulado, áspero, tátil ou dimensional, em oposição à maciez. A textura é, por isso, uma sensação visual ou tocável. Aspecto visual; Texturas naturais; Texturas artificias.
12 Biblioteca Central de Seattle
13 National Museum of the American Indian, Washington, DC.
14 COR A cor é um fenômeno óptico provocado pela ação de um feixe de fótons sobre células especializadas da retina, que transmitem através de informação pré-processada no nervo ótico, impressões para o sistema nervoso. A cor de um material é determinada pelas médias de frequência dos pacotes de onda que as suas moléculas constituintes refletem. Um objecto terá determinada cor se não absorver justamente os raios correspondentes à freqüência daquela cor. Assim, um objeto é vermelho se absorve preferencialmente as frequências fora do vermelho.considerando as cores como luz, a cor branca resulta da sobreposição de todas as cores, enquanto o preto é a ausência de luz. Uma luz branca pode ser decomposta em todas as cores (o espectro) por meio de um prisma. Na natureza, esta decomposição origina um arco-íris. O uso da cor na arquitetura não é exatamente uma novidade. Mas arquitetos contemporâneos vêm encontrando maneiras cada vez mais originais de inseri-las nos projetos.
15 Brandhorst Museum, 2009, Munique, projeto de Sauerbruch Hutton cuja fachada ostenta 23 matizes diferentes, distribuídos em 36 mil bastões verticais de cerâmica vitrificada.
16 Vemos mais cor na arquitetura comercial e residencial, design de interiores, arte e instalações, eventos, varejo e hospitalidade. Vemos também mais cor em produtos - de aeronaves para a moda a artigos diários - e em marketing e comunicação também.
17 Centro de Esportes e Lazer de St. Cloud na França, 2010, do escritório KOZ, com fachada principal de painéis laminados de vidro, que varia do verde ao vermelho
18 Grandes volumes e cor vermelha destacam projeto da Casa das Artes, em Portugal A arquitetura de linguagem contemporânea aposta no jogo de volumes, criando um contraste com a paisagem montanhosa da região.
19 Centro de Esportes e Lazer de St. Cloud na França, 2010, projeto mais colorido do escritório KOZ
20 LUZ E SOMBRA A luz na forma como a conhecemos é uma gama de comprimentos de onda a que o olho humano é sensível. Trata-se de uma radiação desenho e arquitetura electromagnética pulsante ou num sentido mais geral, qualquer radiação electromagnética que se situa entre as radiações infravermelhas e as radiações ultravioletas. As três grandezas físicas básicas da luz (e de toda a radiação electromagnética) são: brilho (ou amplitude), cor (ou frequência), e polarização (ou ângulo de vibração). Devido à dualidade onda-partícula, a luz exibe simultaneamente propriedades quer de ondas quer de partículas.um raio de luz é a representação da trajetória da luz em determinado espaço, e sua representação indica de onde a luz sai (fonte) e para onde ela se dirige. O conceito de raio de luz foi introduzido por Alhazen. Propagando-se em meio homogêneo, a luz sempre percorre trajetórias retilíneas; somente em meios não-homogêneos é que a luz pode descrever "curva".
21 Uma sombra é uma região escura formada pela ausência parcial da luz, proporcionada pela existência de um obstáculo. Uma sombra ocupa todo o espaço que está atrás de um objeto com uma fonte de luz em sua frente. A imagem projetada pela sombra é uma silhueta bidimensional e uma projeção invertida do objeto que bloqueia a luz, se apresentando de acordo com a posição retilínea da luz. A luminosidade presente na sombra se apresenta proporcional à opacidade do objeto ao qual ela se utiliza para ser projetada.
22 Iluminação natural e jogo de luz e sombra.
23 Utilização de cobogó para criar o efeito de luz e sombra *Cobogó é a denominação dada a elementos vazados, normalmente feitos de cimento, que completam paredes e muros para possibilitar maior ventilação e luminosidade no interior de um imóvel, seja residencial, comercial ou industrial.
24 Iluminação natural e jogo de luz e sombra tornam o ambiente da piscina especial
25 Jogo de luz e sombras na estrutura
26 Os seguintes artifícios são utilizados como instrumento de composição daqueles elementos: PROPORÇÃO RITMO REPETIÇÃO CONTRASTE E HARMONIA SIMETRIA E ASSIMETRIA
27 PROPORÇÃO é a relação dimensional entre as partes de uma composição entre si e destas com relação ao todo. Um exemplo deste conceito é a proporção áurea, onde um retângulo se forma a partir da projeção do raio de um círculo a partir da diagonal de um quadrado. Este retângulo mostra uma relação visual harmoniosa entre sua altura e largura, não importando a posição em que seja colocado.
28 Parthenon, o templo grego construído pelo arquiteto e escultor Fídias (século 5 a.c.), pode ser considerado um dos exemplos emblemáticos de utilização na arte da proporção Áurea, conteúdo matemático que os alunos do ensino médio custam a assimilar. O David de Michelângelo, esculpido a partir de um bloco de mármore de mais de 5 metros de altura em 1503, também guarda informações sobre proporção e perspectiva que passam despercebidas ao olhar do leigo. E Mona Lisa, óleo sobre tela de Leonardo da Vinci, é mais um modelo de harmonia, baseado em um conjunto de cálculos denominado retângulo de ouro.
29
30 Depois isso, em uma viagem à Grécia, especificamente à Atenas, pode conhecer a aplicação da Razão Áurea na construção de diversos monumentos antigos. O mesmo elaborou o Modulor, foi um sistema de proporções baseado na razão áurea e na sequência de Fibonacci. O Modulor foi desenvolvido entre 1942 e 1948, um sistema de proporções elaboradas por Le Corbusier, baseado nas medições médias do corpo humano, tendo como medida padrão de altura 1,83 m, o qual fez o uso da proporção áurea por meio do retângulo áureo e da Sequência de Fibonacci.
31 RITMO O termo ritmo foi tomado de outras artes envolvendo o elemento tempo e baseandose no movimento, como na musica e na dança. Na arquitetura e importante que quando se observa um objeto a mudança de uma etapa para outra aconteça com uma certa regularidade que seja desnecessária recomeçar tudo de novo.essa alternação regular para advirá o trabalho (todo e qualquer espécie de exercício físico) Há algo de misterioso no efeito estimulante de um ritmo pode-se explicar o que cria ritmo, mas é preciso senti-lo para saber no que realmente consiste uma pessoa, ao ouvir musica, sente o ritmo, como algo além de toda reflexão que existe no intimo dela própria. Alguns arquitetos como Eric Mendelson e Frank loyd wright acreditam que existe obviamente uma ligação entre arquitetura e musica. Eric Mendelson costumava escutar musica quando tinha um projeto novo para trabalhar os ritmos punham-no num estado especial que parecia libertar sua imaginação criativa.... Quando vejo uma arquitetura que me impressiona e comove, escuto musica com o meu ouvido interno. Frank Loyd Wright
32 O ritmo é um recurso muito utilizado para a organização de formas e espaços, se refere a qualquer movimento caracterizado por uma repetição. Os elementos formam uma composição dinâmica. As unidades criam um todo ativo, ocasionando sensação de movimento e ação.
33 A escola portuguesa EB1
34 Cada anel (patamar) do Coliseu representa uma das 5 ordens, que através da repetição, desenvolve um ritmo
35 Palácio da Alvorada. Arquiteto Oscar Niemeyer
36 Basílica de São Pedro Vaticano
37 REPETIÇÃO A repetição de formas simples pode ser usada pra criar movimento, atividade e direção. O uso repetido de formas regulares pode aparentar harmonia, unidade e ritmo. Pode-se ainda repetir somente a cor, o formato, o tamanho, a textura, a direção ou a posição de elementos na composição de padrões, que se agruparão por similaridade. A repetição de objetos pode ser feita de forma linear ou em círculos, quadrados ou configurações geométricas compostas. Elas podem ainda variar em direção ou arranjo espacial. Podem ser refletidas, inversas (imagens espelhadas) ou rotacionadas. No caso da inversão, a repetição se dá somente com arranjos assimétricos, pois a No caso da inversão, a repetição se dá somente com arranjos assimétricos, pois a forma simétrica vem ser a mesma forma quando invertida, ou espelhada. A intenção principal deste mecanismo seria unificar as formas no âmbito visual, dependendo da proximidade dos elementos.
38 Parte da colunata dentro do Ramesseum, parte da necrópolis tebana em Luxor, Egito
39 O Partenon, em Atenas
40 Programa social de habitação -Chile
41 Ginger and fred building
42 Mcgregor Memorial Conference Center
43 One Center Plaza, City Hall Plaza
44 CONTRASTE E HARMONIA Em matéria de contrastes arquitetônicos, o americano Frank Gehry é um bom exemplo. Mas apesar da ousadia das suas peles de titânio retorcidas, já expandiu a fórmula mágica de Bilbao à outras cidades, como no Hotel Marqués de Riscal, onde as emprega coloridas pela primeira vez. Harmonia A harmonia é a disposição formal bem organizada entre todos os elementos do objeto, trazendo regularidade de forma simples e clara. A harmonia por ordem traz uniformidade entre as unidades e a harmonia por regularidade traz elementos absolutamente nivelados em termos de equilíbrio visual. Contraste O contraste tem uma grande importância, é onde através da luz ou de sua ausência, traz as formas dos objetos. A partir de diferentes cores também pode se notar o contraste realçando ou não diversos elementos. O contraste também pode ser vertical ou horizontal, pode ser a partir de movimentos e dinamismo.
45 Frank Gehry: Hotel Marqués de Riscal - Espanha A ilusão do movimento é muito mais forte nas canoplas de titânio, que simbolizam uma dança flamenca. A homenagem aos vinhos se dá através do uso das cores vermelha e dourada, em folhas mais espessas, mas com superfícies suaves.
46 Museu do Louvre - Paris
47 O Hotel ESO ( ) possui m² e está situado a uma altitude de m na zona montanhosa do deserto de Atacama, no Chile. A intenção de tamanha integração com a natureza circundante (inclusive na escolha da tonalidade do revestimento) foi oferecer simultaneamente um refúgio e observatório da natureza.
48 SIMETRIA E ASSIMETRIA O balanço da composição é obtido quando existem eixos de equilíbrio da configuração. Os arranjos simétricos tendem a ser formais, estáveis e equilibrados, além de serem facilmente 'decifrados'. Os arranjos assimétricos são informais e tendem a ser mais atrativos. Uma composição assimétrica também pode estar equilibrada, por compensação de forças e pesos visuais.
49 Simetria Taj Mahal - India
50 Simetria Projeto para Aeroporto
51 Assimetria Museu Guggenheim - Barcelona
52 Assimetria Igreja Santa Maria dos Azougues, em Betanzos
53 CONCLUSÃO Após o aprendizado de todas essas técnicas, o que fará do observador um bom leitor da forma visual será sua sensibilidade e seu repertório cultural, técnico e profissional. As dificuldades vão desaparecendo a medida que o observador faça exercícios práticos de acordo com a metodologia de leitura.
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