CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO NA PRODUÇÃO DE CIRCUITOS ELETRÔNICOS
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- Camila Custódio Carlos
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1 XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente. São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO NA PRODUÇÃO DE CIRCUITOS ELETRÔNICOS Hugo Hissashi Miyata (FECILCAM) hugomiyata7@hotmail.com Alisson Barreto (FECILCAM) alisson_barreto2@hotmail.com Ariana Carla Siqueira Gomes (FECILCAM) aricsgomes@hotmail.com Márcia de Fátima Morais (FECILCAM) marciafmorais@yahoo.com.br Rony Peterson da Rocha (FECILCAM) petersonccbpr@hotmail.com O controle estatístico do processo (CEP) constitui uma ferramenta da qualidade que possibilita monitorar as características de interesse de um processo, assegurando sua manutenção dentro de limites preestabelecidos e indicando quando adotarr ações de correção e melhoria. Dentre as ferramentas do CEP estão as cartas de controle podem ser divididas em Variáveis e por Atributos. Este trabalho teve por objetivo aplicar cartas de controle por atributos, no processo de montagem de circuitos eletrônicos da empresa MGE do Brasil. A carta de controle adotada neste trabalho foi a carta de controle por atributos da fração defeituosa (carta p). O referencial teórico para realização do estudo e a revisão de literatura são apresentados. Metodologicamente, a pesquisa classifica-se, quanto aos fins, como aplicada e descritiva e, quanto aos meios, como bibliográfica, estudo de caso e documental. O método de abordagem utilizado foi o quantitativo-qualitativo. Verificou-se com a aplicação da carta p, que o processo de produção do Componente Eletrônico Ultrasom Flex e do Circuito Eletrônico Quality 1 está sobre controle, todavia, a análise separada dos dados indicou problemas. Os principais problemas encontrados na empresa que originaram esses resultados fora de controle foram a utilização de componentes danificados, manuseio inadequado dos componentes e o processo de soldagem, sendo solucionados com a aplicação de inspeção 100%, manuseamento correto dos componentes e máquina de solda. Palavras-chaves: Controle Estatístico da Qualidade, Cartas de Controle por Atributos, Montagem de Circuitos Eletrônicos..
2 1 Introdução A velocidade das informações e as novas tecnologias estabeleceram um ambiente globalizado e altamente competitivo, em que as dimensões preço, prazo, qualidade, confiabilidade e flexibilidade precisam ser atendidos. A qualidade, foco desta pesquisa, pode ser definida como o atendimento o atendimento das expectativas do consumidor, das normas e das especificações, bem como adequação ao uso, segundo Laugeni & Martins (2005). Segundo Juran (1993) apud Carpinetti (2003), a qualidade de um produto pode ser desdobrada em dois componentes básicos: Presença de Atributos; e Ausência de Defeitos. Os produtos oferecidos por uma empresa são resultantes de uma série de processos realizados por diferentes pessoas e departamentos dentro da empresa, e controlar as variáveis envolvidas no processo de produção, de modo a torná-lo mais eficiente, é uma das grandes preocupações das empresas. Neste contexto, as empresas necessitam de um controle maior dos seus processos, garantindo assim a satisfação de seus clientes, buscando sempre minimização de seus custos. O Controle Estatístico de Processo (CEP) constitui uma ferramenta da qualidade que possibilita monitorar as características de interesse de um processo, assegurando sua manutenção dentro de limites preestabelecidos e indicando quando adotar ações de correção e melhoria. O uso desta ferramenta pode trazer grandes benefícios para a empresa, como a satisfação de seus clientes e menor custo de produção. De acordo com Paeses (1998) apud Silva; Ribeiro & Mélo (2008) o principal objetivo do CEP é possibilitar o controle em tempo real, feito pelo próprio operador, de forma a aumentar o comprometimento com a qualidade dos produtos, bem como o atendimento dos sistemas de qualidade adotados pelas empresas. A pesquisa aqui relatada, segundo a ABEPRO (2010), enquadra-se na grande da área de conhecimento da Engenharia de Produção, Engenharia da Qualidade, sub-área Planejamento e Controle da Qualidade. (ABEPRO, 2010). A Engenharia da Qualidade é a grande área de conhecimento da Engenharia de Produção que trata do Planejamento, projeto e controle de sistemas de gestão da qualidade que considerem o gerenciamento por processos, a abordagem factual para a tomada de decisão e a utilização de ferramentas da qualidade, enquanto a subárea Planejamento e Controle da Qualidade trata de problemas relacionados ao planejamento, controle e projeto de sistemas de gestão de qualidade. O objetivo deste trabalho consiste em avaliar o processo de produção de circuitos eletrônicos através da aplicação de cartas de controle por atributos em uma unidade da Empresa MGE do Brasil, localizada no município de Campo Mourão-PR. É importante ressaltar que, embora existam inúmeros trabalhos publicados cujo propósito consiste na aplicação de ferramentas orientadas para a qualidade de produtos e processos, na revisão de literatura realizada, foi encontrado somente um trabalho que apresenta aplicação em empresas de montagem e projetos de circuitos eletrônicos. O presente artigo está dividido em seis seções. Após a introdução, que contextualiza o assunto, apresenta a pesquisa e seus objetivos, o referencial teórico utilizado no estudo é brevemente apresentado. Na terceira seção têm-se as considerações da revisão de literatura realizada. A seguir a descrição da metodologia utilizada para desenvolver a pesquisa é 2
3 apresentada. Na quinta seção, a aplicação das cartas de controle por atributos é descrita. Por último, estão as considerações finais da pesquisa apresentada neste artigo. 2 Referencial Teórico 2.1 Ferramentas Orientadas para a Qualidade de Processos e Produtos As ferramentas orientadas para a melhoria e controle da qualidade de processos e produtos constituem um conjunto de métodos e técnicas que buscam auxiliar o pesquisador na coleta, organização e analise de dados gerados por um determinado processo ou produto. De acordo com Faesarella; Sacomano & Carpinetti (2004), as principais ferramentas orientadas para a melhoria e controle da qualidade de processo e de produto são: - Sete Ferramentas Estatísticas da Qualidade: Conjunto de ferramentas básicas da Estatística aplicáveis à descrição, análise e correlação de dados da produção. Essas ferramentas são: Folha de Verificação; Estratificação; Diagrama de Pareto; Histograma; Diagrama de Causa e Efeito; Gráfico de Controle; e Diagrama de Correlação. - Controle Estatístico do Processo (CEP): Entendido atualmente como uma abordagem de gerenciamento (princípios de gerenciamento) de processos e um conjunto de técnicas, originárias da Estatística e da Engenharia de Produção, que visam garantir a estabilidade e a melhoria contínua de um processo. O CEP visa ao controle e à melhoria do processo. Suas ferramentas incluem: Cartas de Controle (Atributos e Variáveis); Capacidade do Processo; Sistemas de Medição; e Inspeção por Amostragem. - Análise do Efeito e do Modo de Falhas (FMEA): Método para análise de falhas em produtos e processos em uso ou ainda na fase de projeto. Objetiva prever os problemas associados a um produto ou um processo e permitir a adoção de medidas preventivas, antes que tais problemas aconteçam. - Planejamento e Experimentos e Método Taguchi: Auxilia no planejamento de experimentos visando identificar a configuração (parâmetros e tolerâncias) mais adequada para um produto, que maximize seu desempenho ou torne sua qualidade robusta. Essas ferramentas podem ser usadas isoladamente, ou como parte de um programa de gestão da qualidade. 2.2 Controle Estatístico do Processo (CEP) O controle estatístico do processo (CEP) que consiste na coleta, análise e interpretação de dados para utilização de técnicas que objetivam a melhoria do controle de qualidade dos produtos e serviços. De acordo com Ritzman & Krajewski (2004) o CEP aplica técnicas estatísticas para determinar se o resultado de um processo esta em conformidade ou não com o que foi planejado para o produto ou serviço. Para Martins & Laugeni (2005) duas causas podem representar variação do processo: a primeira delas, denominada causas comuns, acontece de forma inevitável e aleatória e somente pode ser eliminada com melhorias no sistema; e a segunda é denominada de causas especiais acontece por motivos que estão ao alcance das pessoas envolvidas no processo, podendo assim ser eliminadas. As principais ferramentas de Controle Estatístico do Processo são a seguir descritas Cartas de Controle 3
4 As cartas de controle permitem identificar causas de variações que são prejudiciais a qualidade do produto, evitando assim custos desnecessários e frustrações. Melhorando o processo, tem-se o aumento da qualidade dos produtos satisfazendo os clientes, aumentando a produção e diminuindo os custos. (TOLEDO & ALLIPRANDINI, 2006) Montgomery (2004) complementa que a carta possui uma linha horizontal denominada linha central (LC), que representa o valor médio da característica da qualidade a ser analisada. Há também os limites do processo denominados limite de controle superior (LSC) e limite de controle inferior (LIC). Estes limites de controle são usados para determinar se o processo está sob controle ou não. As cartas de controle, descritas na seção seguinte, são subdivididas em: Cartas de Controle por Variáveis; e Cartas de Controle por Atributos Cartas de Controle por Variáveis Variável é tudo aquilo que pode ser medido como comprimento, diâmetro e altura, segundo Martins & Laugeni (2005) e Aquilano; Davis & Chase (2001). De acordo com Ritzman & Krajewski (2005) as cartas de controle por variáveis são utilizadas para monitorar a média e a variabilidade do processo. A Carta X e R são utilizadas em par para identificar variações no processo através da análise da média e da amplitude. Monks (1987) afirma que esta carta de controle por variáveis, são utilizadas para controle de dados que sejam medidos (pesos e altura de um produto, por exemplo). Siqueira (1997) relata que esta carta utiliza a média e amplitude para verificar se as variações no processo estão saindo fora dos limites de controle calculados, com o intuito de otimizar o processo eliminando as causas dessas variações. Segundo Siqueira (1997) a Carta X e S é semelhante à Carta X e R, seu único diferencial é que a carta s é mais precisa, pois utiliza o valor do desvio padrão de todos dados dos subgrupos Carta de Controle por Atributos Outro tipo de carta de controle ou gráfico de controle utilizado no controle estatístico do processo são as cartas de controle por atributos. Segundo Davis; Aquilano & Chase (2001) dados de tipo atributo são dados que são contados, ou como Martins e Laugeni (2005) citam são características da qualidade do produto que não tem necessidade de serem medidas. Para Siqueira (1997) a carta de controle por atributos é utilizada quando é dito que a característica do produto pode estar conforme ou não conforme com as especificações, ou seja, bom ou defeituoso. Um ponto importante a ser destacado é que a carta p é normalmente menor que 0,15. Outro ponto relevante ao estudo é a de que o limite inferior de controle muitas vezes pode resultar em valores negativos. Na prática, não existem valores negativos a serem avaliados pelas cartas de controle. Sendo assim, pode-se adotar estes resultados como zero. A carta p possui variações como a carta np. A Carta de controle do numero de defeituosos, ou carta np, possui algumas diferenças em relação à carta p. Na carta np, os resultados da inspeção são plotados diretamente na mesma, sem qualquer calculo. Outra carta por controle de atributos muito utilizada é a carta de controle do Numero de defeitos, ou carta c, cujo principal objetivo é encontrar numero de defeitos por unidade. Ritzman & Krajewski (2004) citam que quando há interesse em reduzir o numero de defeitos 4
5 por unidade, utiliza-se a carta c. Já para Martins & Laugeni (2001) a carta c busca saber o numero de defeitos na amostra seja qual for o seu defeito. Siqueira (1997) relata que por fim, a carta de controle do número de defeitos por unidade (carta u) é como se fosse uma variação da carta c. A única diferença entre as duas é que o tamanho do subgrupo para a carta u é maior do que um. Uma das cartas de controle utilizadas para o controle do processo por atributos é a carta de controle da fração defeituosa. Para Siqueira (1997, p.66) A carta p é usada para reportar a fração defeituosa de um produto, de uma característica de qualidade ou de um grupo de características de qualidade Inspeção Existem três alternativas de inspeção que podem ser adotadas quando do fornecimento de materiais entre produtor e consumidor: Nenhuma Inspeção, Inspeção 100% e Inspeção por Amostragem.Segundo Vieira (1997) em nenhuma inspeção nenhum lote é inspecionado e são diretamente usados na produção. Logo, devido ao processo de itens defeituosos, ocorrerá algumas falhas nos processos seguintes. Davis; Achilano & Chase (2001) a inspeção 100% é justificada quando o custo de perda por não inspecionar é maior do que o custo da inspeção. Siqueira (1997) apresenta que na inspeção 100%, o lote é totalmente inspecionado, com objetivo de separar os itens defeituosos para reparo. Machline et al. (1977) relata que a inspeção 100% envolve vários riscos, porém podem ser calculados e amostras pequenas ainda que não tenham tanta significância quanto a amostras grandes, são úteis e representativas. De acordo com Vieira (1997), na inspeção por amostragem, um plano de inspeção por amostragem é utilizado para inspecionar os lotes fornecidos. Logo os lotes podem ser aceitos ou rejeitados, podendo também, ocorrer erros Capacidade do Processo Um processo só pode ser considerado capaz quando além estar sob controle, possibilita atender as especificações do cliente ou seja não adianta o processo estar sob controle quando analisado os gráficos de controle se ele não conseguir atender as especificações do cliente, de acordo com Martins & Laugeni (2005) Capacidade do processo é uma técnica que permite avaliar se um processo é capaz de atender as especificações, conforme descrevem Faesarella; Sacomano & Carpinetti (2004). Para avaliar se o processo é capaz ou não, são utilizados os índices de capacidades Cp, Cp k e Cp m Sistemas de Medição O sistema de medição ideal seria aquele em que as medidas realizadas coincidissem com o valor real do item medido, mas na prática isto não ocorre, pois ocorrem variações no processo e na medição que é composta decomposta em duas outras variações analisadas pelo estudo reprodutibilidade e repetitividade, segundo Costa; Epprecht & Carpinetti (2005) A repetitividade corresponde como o grau de concordância entre sucessivas medições de um mesmo item sob as mesmas condições as quais são: mesmo procedimento de medição, mesmo observador, mesmo instrumento de medição utilizado sob as mesmas condições, mesmo local e repetição em curto período de tempo, de acordo Costa; Epprecht & Carpinetti (2005). Já a 5
6 reprodutibilidade é o grau de concordância dos resultados das medições levando em consideração que ocorre a variação das condições citadas anteriormente. (Costa; Epprecht & Carpinetti, 2005) 3. Revisão de Literatura Foi encontrada apenas uma obra relacionada com o controle estatístico da qualidade em empresas de montagem e projetos de circuitos eletrônicos, sendo ela uma dissertação sobre garantia de qualidade em empresas montadoras de placas circuitos impressos. Doro (2004) utilizou o controle estatístico do processo, além de outras ferramentas de qualidade como folha de verificação e inspeção para verificação de garantia de qualidade na fase de produção de montagem de placas de circuitos impressos. Logo com o controle estatístico do processo, o autor pode acompanhar com a carta de controle por atributos auxiliado pelas folhas de verificação o número de defeitos no produto, indicando se o nível de defeitos encontra-se sob controle, assim como pode inspecionar a matéria-prima a partir de uma amostra pela inspeção 100%. O autor pode constatar ao final da aplicação das ferramentas de qualidade os pontos críticos do processo, identificação dos defeitos mais incidentes, conhecimento do nível de qualidade da empresa, eliminação de problemas mais evidentes, além de implantar rastreabilidade em placas e informações sobre qualidade. 4. Procedimentos Metodológicos A pesquisa classifica-se, quanto aos fins, como aplicada e descritiva e, quanto aos meios, como bibliográfica, estudo de caso e documental. O método de abordagem utilizado foi o quantitativo-qualitativo. Para a composição das amostras foram utilizadas folhas de verificação, que visam registrar a freqüência com que os problemas ocorrem, de acordo com Achilano; Chase & Davis (2001). Em um período de quatro semanas, os funcionários da fábrica, que exerciam as atividades no setor de produção anotavam a quantidade de produtos acabados, testavam os produtos e anotavam a quantidade de produtos defeituosos. A porcentagem de produtos defeituosos foi determinada através da equação (1), extraída de Martins & Laugeni (2005), com base em uma amostra aleatória. (1) Onde: p = porcentagem de defeituosos; n = numero de total de peças; e np = número de peças com defeito. Para a construção da carta de controle por atributos, do tipo fração defeituosa (carta p), com base na porcentagem de produtos defeituosos, foram calculados, com base nas equações extraídas de Davis; Aquilano & Chase (2001), a porcentagem média de peças defeituosas (equação 2), o desvio-padrão (equação 3), o limite de controle superior (equação 4), o limite de controle inferior (equação 5) e a linha central da carta de controle (equação 6). (2) 6
7 (3) (4) (5) LCp = (6) Onde: = porcentagem média de peças defeituosas; n = numero de elementos da amostra; e s p = desvio padrão Com o auxílio do software Microsoft Excel foram armazenados os dados coletados e geradas as cartas de controle necessárias para a análise do processo de produção de circuitos eletrônicos. 5. Controle Estatístico do Processo (CEP) na Produção de Circuitos Eletrônicos da Empresa MGE do Brasil 5.1. Processo de Produção dos Produtos Eletrônicos da Empresa MGE do Brasil O processo de produção de eletrônicos na MGE do Brasil inicia-se após a inspeção da matéria-prima. Todos os lotes de componentes utilizados na produção de circuitos eletrônicos são inspecionados por amostragem. A primeira etapa do processo de produção é a pré-formação de componentes que serão utilizados para composição do produto. Logo após isso, as peças pré-formadas são encaminhadas para o setor de montagem que fixam as placas nos palets. A nova composição do produto sai do setor de montagem e vai para uma verificação, com o objetivo de analisar se a montagem foi realizada de modo correto. O circuito vai para o setor de solda, onde as placas são soldadas nos palets. Por fim ocorre finalmente o teste de qualidade para verificar se o produto está conforme ou não às especificações. Se os produtos estivem em conformidade, ou seja, funcionando ou não-funcionando, o novo circuito eletrônico é embalado e vai para o estoque, caso contrário, volta para o setor de produção para retrabalho. Na fase de testes, vários tipos de defeitos são identificados devido ao processo de montagem e/ou de solda. Durante a fase de montagem pode acontecer o caso de inverter alguns componentes na placa como capacitores e diodos e também a introdução de componentes defeituosos como displays quebrados internamente. Já na fase de soldagem, o principal tipo de defeito é causado pela solda fria, feita pelo equipamento de ponta de arame de soldagem e pela máquina de soldagem, que não reforça a soldadura o suficiente durante a fixação das placas nos palets Aplicação da Carta da Fração Defeituosa no Processo de Montagem de Circuitos Eletrônicos da Empresa MGE do Brasil Durante as análises de testes foram identificados itens defeituosos em lotes de dois produtos: Componente eletrônico Ultrasom Flex e o Circuito Eletrônico Quality 1. 7
8 Fração Defeituosa (p) Todos os testes do circuito eletrônico Quality 1 foram realizados com 15 amostras como pode ser verificado na tabela 1. N de Subgrupo N de Inspecionados N de Defeituosos Fração Defeituosa (p) , , , ,13333 Total Tabela 1 Testes do Circuito Eletrônico Quality Os resultados para a carta p para o processo de produção do circuito eletrônico Quality 1 podem ser vistos na tabela 2. 0, , ,483 0 Tabela 2 Cálculos da Carta p para Circuito Eletrônico Quality 1 Com base nos limites de controle, a linha central e os valores das frações defeituosas individuais tem-se o gráfico de Fração Defeituosa (Gráfico 1). 0,5 UCL=0,4831 LSC = 0,4 0,3 0,2 _ P=0,1833 0,1 0,0 LCL=0 LIC = N de Subgrupo Figura 1 - Carta p para Circuito eletrônico Quality 1 4 Conforme visto no gráfico 1, pode-se perceber que o processo de produção do circuito eletrônico Quality 1 está sob controle, pois a variação que existe dentro desses quatro pontos está dentro dos limites de tolerância, oscilando sempre para cima da linha central e para baixo 8
9 Fração Defeituosa da linha central e nunca saindo do Limite Inferior de Controle (LIC) e Limite Superior de Controle (LSC). Porém, pelos cálculos apresentados anteriormente, pode-se dizer que o processo apresenta algum tipo de problema, pois a o resultado da carta p para este processo é no geral. Se fossem avaliadas individualmente, exatamente metade do processo não estaria normal, enquanto a outra metade estaria. Os testes do circuito eletrônico Ultrasom Flex foram realizados com diferentes tamanhos de amostras. Foi necessário padronizar todas as amostras, onde os números de defeitos se modificaram para facilitar os cálculos. Os resultados podem ser vistos na tabela 3. As setas indicam a padronização, logo o resultado de antes da seta é o valor verdadeiro e o depois da seta é o valor padronizado. N De Subgrupo N de Inspecionados N de Defeituosos Fração Defeituosa , , , ,16667 Total Tabela 3 Testes no Circuito Eletrônico Ultrasom Flex Os resultados da aplicação da carta p para o Circuito Ultrasom Flex podem ser vistos na tabela 4. 0,151 0, , Tabela 4 - Cálculos da Carta p para Circuito Eletrônico Ultrasom Flex A análise dos resultados pode ser vista no gráfico 2. 0,30 48 UCL=0,3061 LSC = 0,25 0,20 0,15 _ P=0,1510 0,10 0,05 0,00 LCL=0 9
10 LIC = 0 Figura 2 - Carta p para Circuito eletrônico Ultrasom Flex Conforme visto no gráfico 2, pode-se perceber que o processo de produção do circuito eletrônico Ultrasom Flex está sob controle, pois a variação que existe dentro desses quatro pontos está dentro dos limites de tolerância, oscilando sempre para cima da linha central e para baixo da linha central e nunca saindo do Limite Inferior de Controle (LIC) e Limite Superior de Controle (LSC). Porém, pelo mesmo motivo do circuito eletrônico Quality 1 pode-se dizer que o processo apresenta algum tipo de problema, pois o resultado da carta p para este processo é no geral. Se fossem avaliadas individualmente, exatamente metade do processo não estaria normal, enquanto a outra metade estaria. 5 Considerações Finais Com base nos estudos da teoria vistos, conclui-se que o controle estatístico da qualidade é uma ferramenta que deve ser utilizada para detectar problemas mais precisamente na produção. O controle do processo permite que sejam identificados de forma mais prática a detecção de problemas no processo de produção, permitindo assim calcular a capacidade do processo e prevenindo ajustes desnecessários. Com relação ao estudo de caso, quanto ao problema encontrado pelo resultado da aplicação da carta da fração defeituosa, pode-se dizer que esses problemas são causados pela utilização de componentes danificados, pelo manuseio inadequado dos componentes e pelos problemas causados pelo processo de soldagem (máquina de solda). Logo, como forma de solução para problemas encontrados na carta de controle da fração defeituosa, pode-se dizer que é necessário aplicar um plano de inspeção 100% para identificar componentes danificados e repará-los, instruir os operadores a manusear corretamente os componentes e a máquina de solda, fazendo assim que o processo esteja normal (menor que 0,15) e que o controle esteja sempre dentro dos limites de tolerância. Referências AQUILANO, N. J.; JACOBS, F.R. & CHASE, R.B. Administração Da Produção para vantagem competitiva. 10. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006, 724 p. COSTA, A.B.C.; EPPRECHT, E.K. & CARPINETTI, L. C.R. Controle Estatístico de Qualidade, 2. Ed. São Paulo: Atlas, DORO, M.M. Sistemática para implantação da garantia da qualidade em empresas montadoras de placas de circuito impresso. Dissertação (Mestrado em Metrologia) Universidade Federal de Santa Catarina UFSC, Florianópolis, Disponível em:< Acesso em 21 Abr FAESARELLA, I.S.; SACOMANO, J.B. & CARPINETTI, L.C.R. Gestão da Qualidade: Conceitos e Ferramentas. Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo. São Carlos, Apostila. 10
11 JUNIOR, L.F.S. & OLIVEIRA V.C. A Aplicação do Controle Estatístico de Processo numa Indústria de Beneficiamento de Camarão Marinho no Estado do Rio Grande do Norte. Gestão Industrial, Paraná, v. 1 n. 3, p , Disponível em: < >. Acessado em 01 Abr MACHLINE, C.; MOTTA, I.S.; SCHOEPS, W. & WEIL, K.E. Manual de Administração da Produção. 4 Ed. Vol. 2. Rio de janeiro: FGV, MARTINS, P. G. & LAUGENI, F. P. Administração da Produção. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2006, 562 p. MONKS, J. G. Administração da Produção. São Paulo: Mcgraw-Hill, p. MONTGOMERY, D. C. Introdução ao Controle Estatístico da Qualidade, 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2004, 513 p. RITZMAN, L. P. & KRAJEWSKI, L. J. Administração da Produção e Operações. São Paulo: Pearson Prentice Hall, p. SILVA, W.L. Experiência na implantação da rotina de análise de sistemas de medição em uma indústria de auto peças. Educação Tecnológica, Belo Horizonte, v.7, n.2, p.17-22, jul./dez Disponível em: < Acessado em: 20 setembro de 2009 SILVA, G.C.S.; RIBEIRO, F.C & MÉLO, M.A.N. Aplicação do controle estatístico do processo para Análise de Sobrepeso de uma linha de desorantes em uma industria de higiene pessoal. In: XXVIII ENEGEP, 2008, Rio de Janeio, Anais. SIQUEIRA, L.G.P. Controle Estatístico da Qualidade. São Paulo: Pioneira, TOLEDO, J.C. & ALLIPRANDINI D.H. Controle Estatístico da Qualidade. São Paulo, Disponível em: < Acesso em: 01 abr
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