X CONGRESSO NACIONAL DAS OPERADORAS FILANTROPICAS DE PLANOS DE SAÚDE. Economia e Longevidade: Cenários que Precisam ser trabalhados
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- Benedicta Gomes Figueira
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1 X CONGRESSO NACIONAL DAS OPERADORAS FILANTROPICAS DE PLANOS DE SAÚDE Economia e Longevidade: Cenários que Precisam ser trabalhados
2 Mundo dos grisalhos O envelhecimento da população brasileira está relacionado a um fenômeno mundial. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), em seu último relatório técnico Previsões sobre a população mundial, nos próximos 43 anos o número de pessoas com mais de 60 anos de idade será três vezes maior do que o atual. Os idosos representarão um quarto da população mundial projetada, ou seja, cerca de 2 bilhões de indivíduos (no total de 9,2 bilhões). No critério da Organização Mundial da Saúde (OMS), é considerado idoso o habitante de país em desenvolvimento com 60 anos ou mais e o habitante de país desenvolvido com ou acima de 65 anos.
3 Mundo dos grisalhos Em 2050, a expectativa de vida nos países desenvolvidos será de 87,5 anos para os homens e 92,5 para as mulheres (contra 70,6 e 78,4 anos em 1998). Já nos países em desenvolvimento, será de 82 anos para homens e 86 para mulheres. A transição da fecundidade no Brasil teve início em meados da década de As taxas sofreram redução de 24.1% entre 1970 e 1980, de 38.6% na década seguinte e a partir daí, 11.1% entre 1991 e 2000.
4 Transição da fecundidade no Brasil Número de nascimentos por mulher , , , , , , , , ,9 7,0 6,0 5,0 Número de nascimentos por mulher 4,0 3,0 2,0 1,
5 Faixa etária, por sexo População Brasileira, por sexo 2012 Beneficiários de planos privados de assistência médica, por sexo março/ anos ou mais 1,4 2,6 70 a 79 anos 2,9 4,0 60 a 69 anos Homens 5,8 6,8 Mulheres 50 a 59 anos 10,5 10,9 40 a 49 anos 14,1 14,1 30 a 39 anos 20,1 20,4 20 a 29 anos 17,6 17,5 10 a 19 anos 12,6 11,2 0 a 9 anos (%) 14,8 12,6 (%) 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 Fonte: População - IBGE/DATASUS/2012 Caderno de Informação da Saúde Suplementar - dezembro/2014
6 Qualidade de vida A medicina preventiva e programas voltados para a qualidade de vida contribuem para ampliar a longevidade. Baixas taxas de mortalidade infantil ou prematura que aumentam a esperança de vida, devido a uma nutrição adequada, ampliação do saneamento básico e tratamento de água ou pelo uso de vacinas e antibióticos. O Brasil, até 2025, será o sexto país do mundo com o maior número de pessoas idosas, segundo dados da OMS. Até o início dos anos 1980, a estrutura etária da população brasileira, revelada pelos Censos Demográficos, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vinha mostrando traços bem marcados de uma população predominantemente jovem. Em 1996, eram 16 idosos para cada 100 crianças e, em 2000, há 30 idosos para cada 100 crianças.
7 Estamos envelhecendo antes de enriquecer Os países desenvolvidos enriqueceram e depois envelheceram. Nós, como todos os países pobres, estamos envelhecendo antes de enriquecer. Eles tiveram recursos e tempo. A França levou 115 anos para dobrar de 7% para 14% a proporção de idosos na população. O Brasil vai fazer o mesmo em 19 anos. Uma geração. Eles levaram seis.
8 Economia da Saúde Na Economia da Saúde aparecem agregados todos os assuntos relacionados à alocação de recursos financeiros e a prioridade de investimentos para garantir a sustentação do sistema de atendimento médico hospitalar. Qualidade do serviço, administração hospitalar, inovação, custos de medicamentos, prática médica, demanda por serviços. Destacamos um dos principais dados a desmentir uma catástrofe provocada pelo envelhecimento: 87,1% dos idosos do sexo masculino chefiam famílias, 72,6% trabalham 40 ou mais horas por semana e apenas 12,7% percebem rendimento inferior a um salário mínimo mensal. Cuidar de uma população idosa saudável é diferente de cuidar de uma população doente.
9 Economia da Saúde Aumento da chamada população na quarta idade ou muito idosos (acima de 80 anos) não obrigatoriamente significará pressão sobre os gastos de saúde, caso ocorram políticas preventivas. A maior longevidade da população, em especial, vem modificando o perfil epidemiológico no país, com aumento da mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis em detrimento das doenças infecto-parasitárias. Pode-se presumir que as mudanças demográficas e epidemiológicas terão significativa relevância para os gastos públicos com saúde e previdência. Em 2010, o governo federal gastou 44,7% de suas despesas com esses dois itens. O envelhecimento dos brasileiros também vai afetar o setor de saúde suplementar, que atende a, aproximadamente, 25% da população.
10 Economia da Saúde As despesas assistenciais dos planos de saúde cresceram, em termos reais, 106,5% entre 2001 e 2011, o que pode estar relacionado, entre outros fatores, ao maior crescimento, no período, do grupo de beneficiários com 59 anos ou mais (60,7%) em relação à totalidade da população coberta (55,4%). Nas últimas décadas, os gastos com saúde aumentaram como fração do Produto Interno Bruto (PIB) e em termos per capita em todo o mundo. Segundo relatório da OMS (2012), em 2010, os 193 países associados alocaram, em média, 7,0% do PIB em saúde. O gasto brasileiro foi de 9,0% do PIB, superior aos dos países de renda média alta (6,1%), mas inferior aos dos países desenvolvidos (12,5%). Em termos per capita, o gasto com saúde no país dobrou entre 2000 e 2010, atingindo US$ 1.028, valor semelhante à média mundial, de US$ 1.024, mas inferior ao de outras economias de nível similar de renda, como a Argentina (US$ 1.286).
11 Crescimento dos gastos com saúde Crescimento dos gastos com saúde, públicos ou privados, tem diversas causas: - do lado da oferta, tem-se a inflação no setor saúde; - o efeito da tecnologia e as políticas de aumento na cobertura e na variedade dos serviços disponíveis; e - do lado da demanda, tem-se o envelhecimento populacional e as mudanças no perfil epidemiológico da população.
12 Crescimento dos gastos com saúde Segundo a literatura, dessas causas, a principal responsável pelo crescimento nos gastos, do lado da oferta, é a tecnologia. Do ponto de vista da demanda, o envelhecimento populacional.
13 Desafio do envelhecimento frente à assistência à saúde Idosos que apresentam maior expectativa de vida, acompanhada de melhor estado de saúde, apresentaram menores despesas com cuidados de saúde no acumulado de anos até a morte, em comparação àqueles com pior estado de saúde. Para uma pessoa sem limitação funcional com 70 anos de idade, com expectativa de vida de mais 14,3 anos, estimam-se gastos em saúde de US$ (em dólares de 1998). Para uma pessoa com uma limitação em pelo menos uma atividade de vida diária, com expectativa de vida de mais 11,6 anos, estimam-se gastos de US$
14 Novas formas de tratamento para a população idosa Em vários países, o envelhecimento populacional vem sendo acompanhado pelo surgimento de novas formas de tratamento que melhor se ajustem ao perfil da população idosa, de forma a evitar internações desnecessárias e, consequentemente, elevação nos gastos. A diminuição da internação como principal opção de tratamento para pessoas com 65 anos ou mais é uma tendência verificada em países em processo avançado de envelhecimento da população. No Brasil, a atenção domiciliar está prevista no SUS desde a Lei , de 15 de abril de No entanto, somente em 2011, pela Portaria nº 2.029, foi instituído o Serviço de Atenção Domiciliar (SAD), um serviço substitutivo ou complementar à internação hospitalar, destinado a idosos e pacientes com necessidades de reabilitação motora e doenças crônicas.
15 Preocupação se concentra principalmente nos planos individuais Em projeção de 2010 a 2030, para planos individuais de uma operadora de planos de saúde, foi estimado que o processo de envelhecimento levará a prejuízos que aumentam exponencialmente ao longo do período projetado para as carteiras analisadas. Estimativas do impacto do envelhecimento sobre os gastos com saúde constituem insumos relevantes para a discussão vigente sobre a transição demográfica que ocorre no país e a sustentabilidade fiscal da saúde pública e do setor privado de planos de saúde.
16 Com o envelhecimento, as necessidades geram maiores taxas de utilização nos serviços de saúde. Taxas de utilização por idade: SUS e Saúde Suplementar (PNAD 2005)
17 O envelhecimento e a economia da saúde Variáveis Básicas Implicações Implicações de Segunda Ordem Necessidades de Saúde Cobertura ampla e judicialização Dificuldade de preparação de RH. Utilização dos Serviços Necessidades de Financiamento Perdas Econômicas Custos da Saúde Gastos em Saúde Sustentabilidade Econômica Trabalhos técnico atuarial mostram que para ter sustentabilidade econômica deveria se corrigir após inflação do setor entre 3,0 e 3,5% real, nas demais faixas etárias a.a.
18 Um Case de Sucesso REG_ANS OPERADORA PREVENT SENIOR PRIVATE OPERADORA DE SAÚDE MODALIDADE Medicina de Grupo BENEF Liquidez Corrente 1,17 Liquidez Geral 0,88 Grau de Endividamento 4,12 Endividamento 0,75 Grau de Imobilização 1,00 RESULTADO BRUTO 13,03% Rentabilidade do Patrimônio (Bruto) 57,62% SINISTRALIDADE Ticket médio R$ 407,20 índice combinado 0,81 Índice combinado ampliado 0,77 % Desp. Financeira 1,59% % Desp. Administrativa 11,11% % Desp. Comercialização 7,81% % Desp. Operacionais ñ relac. + Ajuste de Provisões 4,68% 61,78% Atividade verticalizada
19 Talvez o Maior Desafio do Sistema É importante gastar mais com promoção e prevenção e responsabilizar financeiramente os indivíduos pela proteção de sua saúde. Saúde é direito e dever de todos (não somente do Estado). É de suma importância que os profissionais de saúde sejam capacitados, em caráter permanente, para saber lidar com as limitações do idoso (visuais, auditivas, etc.), comunicando-se e relacionando-se da melhor forma, utilizando vocabulário e tom de voz adequados. O idoso deve ser acolhido desde a recepção das unidades até o interior das salas de enfermagem e dos consultórios médicos. Há uma carência muito grande de profissionais treinados, com formação específica e cursos reconhecidos pela qualidade acadêmica e, no Brasil, ainda existem poucos gerontólogos, que são profissionais capazes de identificar e gerenciar as demandas da população idosa. Contando com o trabalho desses profissionais, é possível dar respostas mais rápidas e otimizar recursos, através da sua atuação em hospitais, centros especializados, em atendimentos domiciliares, dentre outros.
20 3º maior desejo dos brasileiros Atendimento rápido e de qualidade é a principal justificativa para o desejo. Ter um plano de saúde é o terceiro maior desejo dos brasileiros, de acordo com uma pesquisa divulgada, pelo Ibope Inteligência. O estudo mostra que a prioridade com o convênio médico fica atrás apenas da educação e da casa própria. Os números da pesquisa apontam que 74% dos entrevistados que não têm um plano de saúde gostariam de ter e 86% consideram importante ou muito importante ter um convênio médico. A principal justificativa para o desejo de contar com um plano de saúde, apontada por 84% dos entrevistados, é a qualidade do atendimento, avaliado como rápido e de qualidade. Para 95% dos brasileiros, ter um plano de saúde é essencial. 29/6/2015 Exame.com
21 Receita de contraprestações, segundo modalidade da operadora (Brasil ) (R$) Modalidade da operadora Total Operadoras m édico-hospitalares Autogestão (1) Cooperativa médica Filantropia Medicina de grupo Seguradora especializada em saúde Operadoras exclusivam ente odontológicas Cooperativa odontológica Odontologia de grupo Fontes: DIOPS/ANS/MS - 26/05/2015 e FIP - 12/2006 Nota: 1. Dados preliminares, sujeitos à revisão 2. Dados 2015 referente ao primeiro trimestre
22 Reclamações (Brasil 2014 e 1º trimestre 2015) Total de reclamações 1ºtrim/2015: Diferença de -1,6% em relação ao 1ºtrim/ Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez ,8 milhões de consumidores Plano de Saúde. 21,4 milhões em planos exclusivamente odontológicos. Ano 2014 foram realizadas: 56 milhões de terapias; 280,3 milhões consultas médicas; 9,7 milhões de internações; e 763 milhões de exames complementares Total de procedimentos bilhões Aprox. 3 milhões/dia Fonte: SIF/ANS/MS Data da Extração: 24/06/2015
23 Wagner Barbosa de Castro E mail: wagner@somatoria.com.br Fones: (11) SOMATORIA S/A - CONSULTORIA EM SAÚDE
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