CONCLUSÕES. Tendências do e-commerce. Oportunidades, desafios e modelos de negócio

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3 Tendências do e-commerce. Oportunidades, desafios e modelos de negócio o As comunicações são hoje um pilar de desenvolvimento e inclusão social e digital e nesta insere-se o e-commerce que, como vimos, surge como elemento convergente e unificador entre o mundo físico e digital. o Os operadores de Correios e Encomendas têm tido, e vão continuar a ter, um papel importante no crescimento económico, quer como grandes empregadores e garantes da prestação do serviço universal, quer pelo seu relevante contributo enquanto parceiros dos Governos, no desenvolvimento da e-sociedade e da inclusão digital. o A substituição eletrónica e consequente declínio estrutural dos volumes de correio exige uma definição mais flexível e adequada do Serviço Universal às novas necessidade de comunicações e bem-estar dos consumidores, devendo os operadores postais desenvolver redes cross-border mais eficientes com o objetivo de desenvolver o e-commerce. o O desenvolvimento das comunicações eletrónicas continuará a constituir-se como o principal desafio à evolução do negócio postal, manifestando-se segundo dois efeitos contrários: continuação do declínio do correio físico e crescimento das encomendas alavancado no desenvolvimento do e-commerce. o Os consumidores estão em profundas mudanças e o digital é um dos mais decisivos drivers de novos comportamentos. o As tendências do Digital estão a levar as empresas a adotar novos modelos de negócio, sendo o cliente o foco da sua estratégia. Como pudemos ver e ouvir na apresentação do Pedro Guasti, VP de Relações Institucionais do ebit: o O futuro das vendas a retalho (varejo) é o e-commerce. Não faz mais sentido hoje pensar-se separadamente em e-commerce; f- commerce; digital-commerce e retalho offline. 3

4 Tendências do e-commerce. Oportunidades, desafios e modelos de negócio o As pessoas estão permanentemente conectadas através de dispositivos móveis, o que está a provocar uma verdadeira (r)evolução na forma de comprar e de vender, quer entre empresas, quer entre consumidores. E como nos disse o Leandro Bassoi, Diretor Mercado Envios do Mercado Livre: o O marketplace é um elemento estratégico no e-commerce, também no brasileiro. Todos os grandes players brasileiros do e- commerce estão a construir os seus marketplaces para ganhar o cliente e a pavimentar um caminho para a rentabilidade. o Sendo fundamental e estratégico disponibilizar-se soluções de entregas para pequenos e médios vendedores de marketplaces para fazer com que pequenos vendedores possam competir com grandes empresas da internet. o E eu acrescentaria que a continuação do investimento na banda larga é o driver principal para o crescimento do e-commerce e o canal online é o canal de retalho dominante se as barreiras às compras online forem ultrapassadas. o Para isso é fundamental existirem rápidos e eficientes motores de busca; sistemas fáceis e seguros de pagamento, de devoluções e ainda novos modelos de distribuição. o Em termos de modelos de negócio, aqueles que forem os primeiros a ultrapassar essas barreiras serão os que assumirão o controlo e mais facilmente ganharão quota de mercado. 4

5 Desafios e soluções no cross border o As necessidades dos compradores online e dos e-retailers em termos de distribuição não estão hoje totalmente satisfeitas, sendo os preços, as devoluções e a informação os desafios mais importantes. o Os operadores de distribuição e os e-retailers podem e devem trabalhar em conjunto e encontrar soluções win-win para todo o ecossistema de e-commerce. o Para os consumidores não há offline vs. online. Para os consumidores não há e-commerce nem m-commerce. Para os consumidores há retalho e relações com os produtos e as marcas e estas têm-se tornado mais ricas e mais abrangentes. o O e-commerce é uma oportunidade fantástica, porque derruba fronteiras físicas, mas tem os desafios de como vamos ser relevantes na imensa web, num mundo cada vez mais globalizado Como nos disse Rafael Lavezzo dos Santos, Sales & Business Development da Worldpay Brasil: o Poucos momentos são tão oportunos quanto o que estamos hoje a viver para alcançar novos mercados a nível global no âmbito do e-commerce, que regista um forte crescimento através da atividade de cross border. o Aliás, no seu entender, e isto é muito interessante, o e-commerce já não existe como terminologia e não se distingue do regular commerce, tudo se passando eletronicamente. Hoje temos players, ferramentas e possibilidades de colocar online as necessidades atuais de cross bordering, que dada a sua larga aceitação por todos constitui um forte estímulo para economias em estagnação e para o atingir de estratégias globais de vendas e maximização de resultados. 5

6 Desafios e soluções no cross border E também vimos com o Jaakko Elovaara, CEO e Co-Fundador da Youredi, que: o Uma tecnologia de dados ágil, eficiente a nível de custos e escalável globalmente, possibilita o comércio global, bem como as suas modificações constantes nos sistemas e processos. o A integração de dados internacionais exige uma tecnologia moderna capaz de suportar qualquer método de conetividade (REST, FTP, WS, etc.) e em qualquer formato, incluindo o suporte para os Standards UPU (EPPML, ITMATT, EDIFACT/X.12, etc.), de forma a que a interconetividade dos dados nos standards da industria logística possam ser harmonizados em todo o mundo. E em termos do Standards UPU, como ouvimos do Vantuyl Barbosa Junior, Gerente Corporativo de Relações Internacionais dos Correios do Brasil e Vice-Presidente do COP da UPU: o Os correios são, a par dos grandes integradores, as únicas organizações que podem gerir, em âmbito internacional, todo o processo de comércio eletrónico (da compra até a entrega, passando pelo encaminhamento, tratamento, desembaraço aduaneiro / desalfandegamento e pagamento) de forma totalmente integrada e em conformidade com as normas internacionais de segurança. o A União Postal Universal, por intermédio de seu Conselho de Operações Postais (COP), tem implementado soluções que permitem aos correios de todo o mundo responder às exigências do mercado, mantendo o foco nas necessidades dos clientes para que a rede postal mundial continue a ser o canal preferencial para o comércio eletrónico. 6

7 Do retalho físico para o retalho electónico. Casos de estudo de e-retailers Como ouvimos do Thibaud Lecuyer, Sócio Administrador da Dafiti, e do Carlos Eduardo Curioni, Sócio-Diretor da Elo7: o O equilíbrio entre um front-end web em complemento com a prestação de serviço no mundo físico é uma das soluções para o desafio de um e-commerce de sucesso ao alcance de todos. o A escolha de um segmento muito claro numa solução integrada de e-commerce é outra das receitas possíveis a seguir. No final do dia nada se altera em termos de necessidades de identificação de fatores diferenciadores que se tornem críticos para o sucesso. O e-commerce tem representatividade crescente no retalho e o retalho multicanal gera valor acrescentado. o Inovação e tecnologia fazem parte do vocabulário diário das empresas e é nesse sentido que as empresas procuram oferecer o melhor e democratizar o comércio eletrónico por forma a torná-lo acessível a todos o A substituição do Papel pelo Digital implica alterações profundas nas empresas, que vão desde o marketing, ao contato com cliente, sem esquecer a logística e os sistemas de informação. o O e-commerce é viabilizador de pequenos negócios ainda que com grande dispersão geográfica, permitindo, por um lado, aos e-retailers oferecer aos seus clientes soluções de entregas de mesmo dia para cidades grandes, bem como soluções económicas que minimizam ao máximo o tempo gasto para envio dos produtos (recolha, nível de serviço das agências e abrangência das mesmas) e, por outro, aumentar a cobertura dos serviços mais baratos (por ex., esedex) para mais localidades, permitindo aos vendedores remotos não serem tão prejudicados por conta do custo de frete. o O e-commerce é igualmente viabilizador de negócios internacionais, com mais serviços; mais informação disponibilizada virtualmente aos clientes (Web Services e APIs) e melhores níveis de serviço, designadamente em termos de tempo de resposta. 7

8 Posicionamento dos operadores postais face ao e-commerce. Que respostas aos desafios do last mile e do cross border? Como nos disse o Alberto Pimenta, Diretor de e Commerce dos CTT - Correios de Portugal: o O e-commerce é o driver mais importante do crescimento das encomendas, em particular no segmento B2C, constituindo a maior oportunidade dos operadores postais para o seu desenvolvimento numa economia cada vez mais digital. o Os processos de compra online são comandados por quem compra. O desenho da oferta de soluções que visa a entrega de encomendas geradas pelo e-commerce tem de estar focado nas necessidades e exigências do cliente final, no sentido de lhe propiciar a melhor experiência de compra (e.g., opções de entrega, track & trace, previsibilidade, interatividade mobile, easy return solutions, etc.). o A integração entre sistemas de informação, processos e operações, na ligação a retalhistas, compradores online e alfândegas (no caso do cross border), é a questão mais crítica no sucesso da afirmação dos operadores postais como atores de referência no e-commerce. E também ouvimos o José Furian Filho, Vice-Presidente de Logística dos Correios do Brasil dizer que: o Os clientes (e-consumidores brasileiros) exigem maior velocidade, maior visibilidade (tracking) e menor custo total (produto + frete + imposto). Assim, é necessário melhorar o canal de importação de objetos do e-commerce cross-border atendendo a essa exigência dos clientes. o Os Correios podem e devem oferecer soluções logísticas customizadas para o e-commerce (lojas virtuais) doméstico e internacional, especialmente às pequenas médias empresas. 8

9 Posicionamento dos operadores postais face ao e-commerce. Que respostas aos desafios do last mile e do cross border? E eu terminaria, acrescentando que: o Não basta ter produtos ou áreas específicas para e-commerce. A indústria postal precisa preparar-se para ser a rede logística preferencial do e-commerce nacional e internacional, de forma a continuar a ser imbatível na distribuição porta a porta no segmento B2C, o que mais irá crescer nos próximos anos. 9

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