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1 1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA O CONCEITO DE PULSÃO EM FREUD E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM: UM DIÁLOGO ENTRE A PSICOPEDAGOGIA E A PSICANÁLISE Por: Rosangela Koppe de Sant Anna Orientador Prof. Fabiane Muniz DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL Rio de Janeiro 2014

2 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA O CONCEITO DE PULSÃO EM FREUD E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM: UM DIÁLOGO ENTRE A PSICOPEDAGOGIA E A PSICANÁLISE Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Psicopedagogia. Por: Rosangela Koppe de Sant Anna

3 3 AGRADECIMENTOS A Deus, a minha filha, ao meu esposo e aos professores.

4 4 DEDICATÓRIA Dedico essa monografia a minha filha Ana Luísa por representar o renovo de minhas forças. Ao meu esposo Victor pelas palavras, assim bem como pelo silencio. Aos meus pais por permitirem que eu crescesse em um ambiente maravilhoso e por tamanha dedicação. Finalmente agradeço a Deus, porque sem Ele nada posso fazer.

5 5 RESUMO O homem, em sua totalidade é um ser biopsicossocial e sofre intensamente a atuação desses três fatores quando o problema gira em torno da aprendizagem. Neste trabalho, vou me ocupar apenas da parte psíquica envolvida nesse processo. Para isso, irei basear-me nos pressupostos teóricos da Psicanálise de Sigmund Freud e utilizar-me do conceito de pulsão. Compreender o conceito de pulsão é imprescindível para sabermos como se torna possível a criança ter acesso ao processo de aprender. Sendo pulsão uma energia psíquica, esta pode ser direcionada ao processo de sublimação e a aprendizagem oferece um campo para que isso aconteça. O desejo de saber, portanto, se apoia nessa pulsão que é responsável por todo o movimento de curiosidade intelectual da criança.

6 6 METODOLOGIA O recurso metodológico adotado para dar conta desse projeto será basicamente a realização de pesquisas bibliográficas. A pesquisa bibliográfica abrange a leitura, análise e interpretação de livros. Todo material recolhido deve ser submetido a uma triagem, a partir da qual é possível estabelecer um plano de leitura. Trata-se de uma leitura atenta acompanhada de anotações, que poderão servir a fundamentação teórica do estudo. Para realizar essa pesquisa, importo principalmente, conceitos desenvolvidos por Sigmund Freud.

7 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - Projeto para uma Psicologia Científica O Processo de acumulação e o Princípio de Inércia O conceito de Pulsão A experiência de satisfação 17 CAPÍTULO II - Os quatro elementos da pulsão Pressão Finalidade, objetivo ou alvo Fonte O objeto 24 CAPÍTULO III Os dois dualismos pulsionais A teoria do narcisismo e a emergência de uma nova teoria pulsional A Pulsão de saber A Sublimação 37 CONCLUSÃO 41 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42 ÍNDICE 44

8 8 INTRODUÇÃO O presente trabalho foi idealizado como monografia de conclusão do curso de Pós-graduação em Psicopedagogia da Faculdade Integrada AVM. A partir dos estudos desenvolvidos e também dos dois anos de estágio no Sistema de Psicologia Aplicada da Universidade Federal Fluminense escolhemos como tema: A Pulsão e o processo de aprendizagem: um diálogo entre a Psicanálise e a Psicopedagogia. Para isso, irei basear-me nos pressupostos teóricos da Psicanálise de Sigmund Freud. O início da obra freudiana está ligado à descrição clínica do caso de Anna O., que Freud desenvolvera juntamente com Breuer, e que seria publicado sob o título de Estudos Sobre a Histeria (1895). Após este estudo em conjunto, Freud começou cada vez mais a se convencer de que todo o conteúdo das neuroses possuía uma origem sexual, e que a hipnose e o método catártico de Breuer não apresentavam bons resultados em todos os pacientes. Passou então a utilizar o método da associação livre e foi aí que nasceu a psicanálise. A teoria psicanalítica aparece como mais uma abertura para nova forma de pensar onde o conceito de pulsão é tido como um dos conceitos fundamentais. De acordo com Lacan em: Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise (1964), o pulsional é algo irreprimível, algo que impulsiona e de que a repressão não dá conta. A partir do conceito de pulsão, sabe-se, portanto, que há uma força constante de origem somática, proveniente do interior do organismo, que representa para o psíquico como que uma excitação constante, que não é da mesma ordem da necessidade como fome ou sede. Essa excitação ou estímulo de ordem interna são produzidos de maneira contínua, independente de nossa vontade e do qual não é possível livrar-se, ao contrário dos estímulos externos, mas não podemos fugir dos internos, que só desaparecem após a realização da ação específica que possibilita a eliminação do estímulo. Desta forma, sendo pulsão uma energia psíquica, esta pode ser direcionada ao processo de sublimação e a aprendizagem oferece um campo para que isso aconteça. O desejo de saber, portanto, se apoia nessa pulsão que é responsável por

9 9 todo o movimento de curiosidade intelectual da criança. Assim, compreender o conceito de pulsão é imprescindível para sabermos como se torna possível a criança ter acesso ao processo de aprender. Hoje, mais do que em qualquer outro momento, vivemos, no Brasil, uma ampla discussão sobre as questões que envolvem educação. Segundo as últimas pesquisas o Brasil ficou em trigésimo quinto lugar no ranking com trinta e seis países. Muitas são as questões envolvidas quando nos referimos à educação. O homem, em sua totalidade é um ser biopsicossocial e sofre intensamente a atuação desses três fatores quando o problema gira em torno da aprendizagem. Neste trabalho, vou me ocupar apenas da parte psíquica envolvida nesse processo. Sendo assim, partiremos da premissa de que o corpo fornece uma fonte de estimulação constante, da qual não é possível esquivar-se. Essa estimulação sustenta toda a atividade psíquica. Este postulado encontra-se presente na obra freudiana num trecho do artigo de 1895, intitulado Projeto para uma Psicologia Científica, no qual somos informados que Ѱ (psi) está à mercê de Q, pois os estímulos endógenos se produzem de maneira contínua, ao contrário dos estímulos externos, e é assim que surge no interior do sistema o impulso que sustenta toda a atividade psíquica. Conhecemos essa força como vontade o derivado das pulsões (FREUD, 1895 (1990), p. 335).

10 10 CAPÍTULO I O PROJETO PARA UMA PSICOLOGIA CIENTÍFICA A partir do Projeto para uma Psicologia Científica (1895), Sigmund Freud vai desenvolver as primeiras hipóteses sobre o funcionamento do aparelho psíquico. Nele, Freud postula que o corpo fornece uma fonte de estimulação constante que sustenta toda a atividade psíquica e da qual não é possível esquivar-se. Nesta obra somos informados que Ѱ (psi) está à mercê de Q (quantidade da ordem de magnitude externa), pois os estímulos endógenos se produzem de maneira contínua, ao contrário dos estímulos externos, e é assim que surge no interior do sistema o impulso que sustenta toda a atividade psíquica. Conhecemos essa força como vontade o derivado das pulsões (Freud, 1895 (1990), p. 335). Ainda no Projeto, Freud vai falar que os neurônios estão investidos de uma quantidade de excitação constante da qual tendem a se livrar. Esse mecanismo é denominado princípio da inércia neuronal e tem a função primordial do sistema nervoso. Entretanto, existem dois tipos de quantidade de excitação: Q (quantidade da ordem de magnitude externa) e Qή (quantidade da ordem de magnitude interna ou intercelular) (Freud, 1895 (1990)0, v. 1, p. 346). Ao tratar da acumulação dos estímulos internos, Freud afirma que o enchimento dos neurônios nucleares em Ψ 1 terá como resultado uma propensão à descarga, uma urgência que é liberada pela via motora. A experiência demonstra que, aqui, a primeira via a ser seguida é a que conduz a alteração interna (expressão das emoções, gritos, inervação vascular). (Freud, 1895 (1990), v. 1, p. 370). Entretanto, os estímulos de ordem interna são produzidos de maneira contínua, independente de nossa vontade e dos quais não é possível esquivar-se, ao contrário dos estímulos de ordem sensorial externa. Eles só desaparecem após a realização da ação específica que possibilita a eliminação do estímulo. 1 Esse símbolo se refere a um dos componentes da arquitetura do sistema nervoso que depois foi chamado de sistemas neuronais pensado por Freud no Projeto. Ψ se refere ao sistema de neurônios impermeáveis, ou seja, oferecem resistência à passagem de Q.

11 11 Neste ponto de sua produção teórica, Freud concebe um aparato psíquico que é regulado pelo princípio de inércia neuronal, funcionando no sentido de se ver livre dos estímulos, e isso só é possível através da descarga de Q que ele recebe. Ocorre, porém, que se o sistema nervoso, em função do princípio de inércia, se livrasse de toda a quantidade de excitação investida nele, não haveria energia suficiente para a satisfação das necessidades impostas pelos estímulos endógenos como, por exemplo, a fome, a respiração e a sexualidade. Desta forma, o sistema nervoso tolera um acúmulo constante de Q em um nível o mais baixo possível para tais finalidades. Temos, então, que o aparelho neuronal vai funcionar a partir de um sistema de economia psíquica, ou seja, seu funcionamento estará condicionado a um controle do aumento de Q e, ao mesmo tempo, ao acúmulo da mesma energia, com o objetivo de mantê-la constante. Esse processo é chamado de princípio de constância. No entanto, nenhuma descarga pode produzir um alívio completo da excitação recebida, uma vez que o estímulo endógeno se processa de maneira contínua, restabelecendo a tensão em Ψ. Contudo, as quantidades de excitação, no seu caminho de condução para Ψ, chocam-se com resistências que só são superadas pelo aumento da quantidade. Esse aumento da quantidade chama-se processo de soma e, a partir dele, chega-se a um nivelamento de condução que permite que os neurônios efetivem novo acúmulo de Qή. Nos termos do Projeto, é possível perceber que a relação prazer/desprazer encontra-se na base do funcionamento do psiquismo humano, onde o princípio de constância aparecerá como possibilidade de regulagem do excesso de excitação que invade o aparelho psíquico. Assim, o curso seguido pelos eventos mentais gira em torno da eliminação do excesso de excitação, uma vez que o aumento dessa energia provoca a sensação de desprazer, enquanto que a descarga provoca sensação de prazer. (Freud, 1895 (1990), v.1 p. 370). Portanto, a regulagem do excesso de excitação no aparelho psíquico nos mostra que há outro princípio em jogo, princípio este que estabelece uma relação com o princípio de constância: o princípio do prazer. Segundo Laplanche e Pontalis, O princípio de constância está estreitamente relacionado com o princípio de prazer, na medida em que o desprazer pode ser considerado, numa perspectiva econômica, como a percepção subjetiva de um

12 12 aumento de tensão, e o prazer como traduzindo a diminuição dessa tensão. (LAPLANCHE e PONTALIS, 2012, p. 355). Freud, em Além do Princípio do Prazer, irá dizer que: Na teoria da psicanálise não hesitamos em supor que o curso tomado pelos eventos mentais está automaticamente regulado pelo princípio de prazer, ou seja, acreditamos que o curso desses eventos é invariavelmente colocado em movimento por uma tensão desagradável e que toma uma direção tal, que seu resultado final coincide com uma redução dessa tensão. Isto é, com uma evitação de desprazer ou uma produção de prazer. ( (1996), p.17) O Processo de acumulação e o Princípio de Inércia No Projeto para uma psicologia científica, escrito em 1895, Freud vai falar que os neurônios estão investidos de uma quantidade de excitação constante da qual tendem a se livrar. Esse mecanismo de livrar-se da excitação é denominado princípio da inércia neuronal e tem a função primordial do sistema nervoso. Entretanto, existem dois tipos de quantidade de excitação: Q (quantidade da ordem de magnitude no mundo externo) e Qή (quantidade da ordem de magnitude intercelular). (Freud, 1895 (1990), v. 1, p. 346). Os estímulos de ordem interna são produzidos de maneira contínua, independente de nossa vontade, e não é possível esquivar-se deles, ao contrário dos estímulos de ordem sensorial externa. Isto significa que podemos fugir dos estímulos externos, mas não dos internos. Eles só desaparecem após a realização da ação específica que possibilita a eliminação do estímulo. Ocorre, porém, que se o sistema nervoso, em função do princípio de inércia, se livrasse de toda a quantidade de excitação investida nele, não haveria energia necessária para a satisfação das necessidades impostas pelos estímulos endógenos como, por exemplo, a fome, a respiração e a sexualidade. Desta forma, o sistema nervoso tolera um acúmulo constante de Q em um nível mais baixo possível para tais finalidades.

13 13 Sendo assim, o aparelho neuronal vai funcionar a partir de um sistema de economia psíquica, ou seja, seu funcionamento estará condicionado a um controle do aumento de Q e, ao mesmo tempo, ao acúmulo da mesma energia com o objetivo de mantê-la constante. Esse processo é chamado de princípio de constância. Pode-se perceber, portanto, que a urgência do aparelho psíquico gira em torno da eliminação do excesso de excitação uma vez que o aumento dessa energia provoca a sensação de desprazer, enquanto a descarga provoca a sensação de prazer. Ao tratar da acumulação dos estímulos internos, Freud afirma que o enchimento dos neurônios nucleares em Ψ 2 terá como resultado uma propensão à descarga, uma urgência que é liberada pela via motora. A experiência demonstra que, aqui, a primeira via a ser seguida é a que conduz a alteração interna (expressão das emoções, gritos, inervação vascular). (Freud, 1895 (1990), v. 1, p. 370). Entretanto, nenhuma descarga pode produzir um alívio completo da excitação recebida, uma vez que o estímulo endógeno se processa de maneira contínua restabelecendo a tensão em Ψ. Contudo, as quantidades de excitação, no seu caminho de condução para Ψ, chocam-se com resistências que só são superadas pelo aumento da quantidade. A esse aumento da quantidade, chama-se processo de soma e, a partir dele, chega-se a um nivelamento de condução que permite que os neurônios efetivem novo acúmulo de Qή. Desta forma, como já exposto acima, Ψ está abandonado à Q e se origina, no interior do sistema, o impulso que sustenta toda a atividade psíquica e que será o derivado das pulsões O conceito de Pulsão O termo pulsão já aparece nas primeiras publicações de Freud, ditas prépsicanalíticas, mas só vai ganhar um estatuto conceitual em 1905 no artigo Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade, quando Freud vai defini-la: O conceito de pulsão é assim um dos que se situam na fronteira entre o psíquico e físico. A mais simples e mais provável suposição sobre a natureza das pulsões, pareceria ser que, em si uma pulsão não tem qualidade, e no que concerne a vida psíquica deve ser considerada apenas como 2 Esse símbolo se refere a um dos componentes da arquitetura do sistema nervoso que depois foi chamado de sistemas neuronais pensado por Freud no Projeto. Ψ se refere ao sistema de neurônios impermeáveis, ou seja, oferecem resistência à passagem de Q.

14 14 uma medida da exigência de trabalho feita a mente. O que distingue as pulsões umas das outras e as dota de qualidades específicas é sua relação com suas fontes somáticas e com seus objetivos. A fonte de uma pulsão é um processo de excitação que ocorre num órgão e o objetivo imediato da pulsão consiste na eliminação deste estimulo orgânico (1905 (1997), p. 171). Até então, a teoria pulsional de Freud não teria sofrido grandes mudanças, o que ocorre a partir de Para esclarecer a mudança na teoria das pulsões por Freud faremos aqui um resumo do que significava a primeira e quais foram as implicações e modificações presentes na segunda teoria. Reconhecemos em Freud duas teorias sobre as pulsões. Na primeira etapa da elaboração freudiana sobre as pulsões, a teoria pulsional foi abordada no quadro do conflito entre o Eu e a sexualidade. Freud distingue dois grupos de pulsões: as pulsões sexuais e as pulsões de autoconservação, ou pulsões do Eu. Foi em 1910, num artigo sobre as perturbações psicogênicas da visão, que Freud introduziu o termo pulsões do Eu, identificando-as de um lado com as pulsões de autoconservação, e por outro com a função repressiva, cujo objetivo seria defender o Eu, ameaçado pelas exigências da sexualidade. Neste texto ele afirma que existiriam dois grupos de pulsões: aquelas que favorecem a sexualidade, a conservação da satisfação sexual, e as demais pulsões que têm por objetivo a autopreservação do indivíduo as pulsões do ego (Freud, 1910, p.219). A ideia central deste trabalho é a de que as perturbações psicogênicas da visão podem ser explicadas a partir do conflito pulsional. Freud explica que o prazer sexual em olhar é uma erogenização do aparelho da visão, e as exigências excessivas da pulsão sexual acabam por convocar as defesas do Eu que, ao sentirse ameaçado pelas exigências da sexualidade, as desvia através de repressões. De um lado se fazem sentir as exigências da pulsão sexual e, de outro, as pulsões de autoconservação, que fornecem a energia para que o Eu opere a repressão. A consequência é uma cegueira histérica ou uma paralisia histérica da mão. No caso da cegueira histérica, encontramos em Freud: (...) é como se a repressão houvesse sido exagerada pelo ego, e como se tivesse despejado a criança com a água do banho: o ego se recusa a ver outra coisa qualquer, agora que o interesse sexual em ver se tornou predominante (Freud, 1910 (1996), p.226).

15 15 A novidade, neste texto, é que ao Eu é designado um suporte pulsional. Desta forma, o conflito subjacente às neuroses aparece como resultado do embate entre as pulsões sexuais e as pulsões do Eu. No entanto, certo número de problemas conduz ao abandono da dicotomia sexualidade/autoconservação e à sua substituição pela dupla vida/morte. Contudo, estas teorias sobre a pulsão se complementam. A segunda vem modificar e reequilibrar a primeira, e o eixo em torno do qual ocorre esta evolução, e a consequente emergência na teoria psicanalítica de uma nova teoria pulsional, é o conceito de narcisismo. Como já exposto, a teoria pulsional de Freud mantém um dualismo inicialmente entre as pulsões do ego ou pulsões de autoconservação e as pulsões sexuais. As pulsões do ego são as pulsões relativas à preservação do organismo e a satisfação das necessidades da vida. Já as pulsões sexuais são aquelas que possuem caráter libidinal e tem por objetivo o prazer do órgão. No entanto, a passagem do dualismo pulsão de autoconservação/pulsão sexual para pulsão de vida/pulsão de morte não ocorreu sem que o conceito de narcisismo surgisse. Quatro aspectos caracterizam a primeira teoria freudiana de pulsão. Assim, a primeira teoria pulsional se refere a uma força que contém quatro elementos principais: a) é uma pressão que ativa a mente; b) utiliza-se de uma fonte somática para chegar à mente; c) possui um objeto variável; e d) sua finalidade é obter satisfação, apesar de conseguir apenas parcialmente. Sendo assim, Freud postula a ideia de que o organismo possui uma tendência a reduzir completamente a carga de tensões e, junto a isso, a ideia de que o objeto utilizado para que isso ocorra pode ser variável. Segundo ele, portanto, o objeto da pulsão não é fixo, e o alvo dela pode ser alcançado pelas mais diversas vias. Desta forma, desde que o objeto pode ser atingido das mais diferentes formas, pode-se concluir que a pulsão pode encontrar caminhos socialmente úteis. Eis o ponto que interessa à educação. A sublimação seria o aproveitamento desta energia pulsional em atividades socialmente significativas como o processo de criação, as artes, a produção científica, dentre outras. Dessa forma, a pulsão poderia encontrar um alvo

16 16 e a satisfação, Pode-se dizer que a sublimação está na base dos ideais educacionais e a pulsão ou a energia psíquica pulsional pode ser investida na construção de saberes ou no processo de aprendizagem. Nos termos do Projeto, é possível perceber que a relação prazer/desprazer encontra-se na base do funcionamento do psiquismo humano, onde o princípio de constância aparecerá como possibilidade de regulagem do excesso de excitação que invade o aparelho psíquico. Assim, o curso seguido pelos eventos mentais gira em torno da eliminação do excesso de excitação, uma vez que o aumento dessa energia provoca a sensação de desprazer, enquanto que a descarga provoca sensação de prazer. (Freud, 1895 (1990), v.1 p. 370). Portanto, a regulagem do excesso de excitação no aparelho psíquico nos mostra que há outro princípio em jogo, princípio este que estabelece uma relação com o princípio de constância: o princípio do prazer. Segundo Laplanche e Pontalis, O princípio de constância está estreitamente relacionado com o princípio de prazer, na medida em que o desprazer pode ser considerado, numa perspectiva econômica, como a percepção subjetiva de um aumento de tensão, e o prazer como traduzindo a diminuição dessa tensão. (LAPLANCHE e PONTALIS, 2012, p. 355). Freud, em Além do Princípio do Prazer, irá dizer que: A experiência de satisfação Na teoria da psicanálise não hesitamos em supor que o curso tomado pelos eventos mentais está automaticamente regulado pelo princípio de prazer, ou seja, acreditamos que o curso desses eventos é invariavelmente colocado em movimento por uma tensão desagradável e que toma uma direção tal, que seu resultado final coincide com uma redução dessa tensão. Isto é, com uma evitação de desprazer ou uma produção de prazer. ( (1996), p.17). Como podemos observar já no Projeto para uma Psicologia Científica, o termo Pulsão vai aparecer, mas só vai ganhar um estatuto conceitual em 1905, no artigo Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade, quando Freud vai defini-la: (...) o representante psíquico de uma fonte endossomática e contínua de excitação em contraste com um estímulo, que é

17 17 estabelecido por excitações simples vindas de fora. O conceito de pulsão é assim um dos que se situam na fronteira entre o psíquico e o físico. A mais simples e mais provável suposição sobre a natureza das pulsões, pareceria ser que, em si uma pulsão não tem qualidade, e no que concerne à vida psíquica deve ser considerada apenas como uma medida de exigência de trabalho feita à mente. O que distingue as pulsões uma das outras e as dota de qualidades específicas é sua relação com suas fontes somáticas e com seus objetivos. A fonte de uma pulsão é um processo de excitação que ocorre num órgão e o objetivo imediato da pulsão consiste na eliminação deste estímulo orgânico (1905 (1997), p.171). No texto citado, Freud tematiza o conceito de pulsão sexual, e não de instinto sexual, entendido como uma conduta cujos padrões são fixados hereditariamente. Ele diz que a pulsão sexual é independente de seu objeto e é justamente essa variabilidade do objeto, ou seja, a independência da pulsão em relação ao mesmo, que vai permitir diferenciá-la da noção de instinto. A contingência do objeto e as diferentes formas de realização sexual, tal como proposto por Freud em seu artigo de 1905, são precisamente aquilo que distingue a natureza humana dos outros animais. Nos Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade, fica caracterizado o autoerotismo como um estado original da sexualidade infantil. Segundo Freud, num primeiro momento a sexualidade humana é autoerótica e o funcionamento pulsional se dá da seguinte forma: as pulsões parciais (pulsões relacionadas com excitações de determinadas partes do corpo) ocorrem sem recorrer a um objeto externo e o funcionamento pulsional se dá de forma não unificada. As pulsões parciais, portanto, são anárquicas e inorganizadas. Durante o processo de desenvolvimento libidinal, que vai do autoerotismo passando pelo narcisismo, até chegar ao estágio da escolha objetal, as pulsões parciais vão, pouco a pouco, se unificando em torno da zona genital. É isso o que caracteriza a fase do autoerotismo. O termo autoerotismo foi empregado pela primeira vez por Freud numa carta a Fliess datada de nove de dezembro de 1899, como podemos observar na seguinte frase: a camada sexual mais inferior é o autoerotismo, que age sem qualquer objetivo psicossexual e exige somente sensações locais de satisfação (1895 (1990), v. 1 ( ), p. 331). Freud aponta o ato de sugar o seio materno não só como

18 18 uma das primeiras exteriorizações da sexualidade infantil, mas também de satisfação para o ser humano. Em Freud, a experiência de satisfação está ligada à concepção de um estado de desamparo original do ser humano, que nasce despreparado para realizar, sozinho, as ações específicas destinadas a satisfazer as exigências dos estímulos endógenos. O que ocorre, então, é a necessidade de alguém para reprimir este estado de tensão. Contudo, a vivência de satisfação fica ligada à imagem do objeto que proporcionou a descarga da tensão. Assim, quando surgir de novo um estado de urgência, surge um impulso psíquico que procura reinvestir a imagem mnêmica deste objeto, com a finalidade de repetir a satisfação inicial. Entretanto, embora no ato de sugar o seio materno possamos perceber o fato de o bebê satisfazer uma necessidade (a fome), há nele outra função que não somente a nutrição: o prazer do sugar. Lacan diz que A esse seio, na sua formação de objeto, de objeto a causa do desejo, tal como eu trago sua noção devemos dar uma função tal que pudéssemos dizer seu lugar de satisfação da pulsão. A melhor fórmula nos parece ser esta que a pulsão o contorna. ( , p. 166). Contudo, este ato de sugar pode ocorrer também quando o bebê chupa o dedo, por exemplo. Aqui o objeto faz parte do próprio corpo, independente do objeto externo e também da finalidade da nutrição. A ação de sugar o dedo, por parte do bebê, é regida pela busca de uma satisfação primária já vivenciada e agora recordada: o sugar o seio. O sexual constitui-se nessa repetição infindável, numa série cujo alegado primeiro termo é a experiência primeira de satisfação. (GARCIA ROZA, 2008, p. 55). É importante dizer que com a experiência primária de satisfação instaura-se o diferencial prazer/desprazer. Diante disso, o aparato psíquico, que busca o prazer, realiza uma ação específica com a finalidade de reencontrar o objeto que originalmente produziu a satisfação. Contudo, vimos que esta ação específica será fundamental à presença de outro ser humano, e é aí, nesta relação com o outro, que o desejo irá se constituir. Esta intervenção do outro é intermediada pela linguagem, sem a qual a condição de desejo não se constitui. Esse modo de entender a experiência de satisfação nos ajuda a concluir que esses acontecimentos que ocorrem a partir das primeiras experiências de prazer e desprazer são o que depois se chamou de circuitos pulsionais.

19 19 Passaremos agora a examinar os elementos utilizados com referência ao conceito de pulsão. CAPÍTULO II OS QUATRO ELEMENTOS DA PULSÃO Podemos dizer, então, que a pulsão é uma força de pressão constante, que alcança a mente a partir de uma fonte somática. Ela tem um objeto variável, através do qual realiza a finalidade de obter satisfação, embora não completamente, apenas de modo parcial, justamente porque não há uma ação adequada que elimine o estado de estimulação na fonte. Passemos, portanto, a analisar os quatro elementos que compõem a pulsão. São eles: a pressão, a finalidade, a fonte e o objeto Pressão Freud diz que: Por pressão (Drang) de uma pulsão, compreendemos seu fator motor, a quantidade de força, ou a medida da exigência de trabalho que ela representa. A característica de exercer pressão é comum a todas as pulsões; é de fato sua própria essência (1950, p. 24). Esta definição diferencia a pulsão de qualquer outro estímulo endógeno de impacto momentâneo, como a fome ou a sede, que podem cessar ou diminuir, desde que haja uma ação específica. É exatamente esta característica da pulsão de pressão permanente que nos faz deduzir que ela não está a serviço de nenhuma função biológica, que é marcada pela possibilidade de satisfação através da eliminação na fonte, diferentemente da pressão contínua que define o impulso pulsional Finalidade, Objetivo ou Alvo A finalidade (Ziel) de uma pulsão é sempre satisfação, que só pode ser obtida eliminando-se o estado de estimulação na fonte da pulsão. Mas, embora a finalidade última de cada pulsão permaneça imutável, poderá ainda haver diferentes

20 20 caminhos conducentes à mesma finalidade última, de modo que se pode verificar que uma pulsão possui várias finalidades próximas ou intermediárias, que são combinadas ou intercambiadas umas com as outras (1895 (1990), p. 24). Por decorrência de estímulos internos, há um aumento de tensão no aparelho psíquico, um aumento de energia que deve ser regulado de forma a manter esta energia constante. Como já vimos, o aumento dessa energia causa desprazer. Fazse necessário, portanto, regular essa energia de forma a mantê-la constante, devido à necessidade do organismo de realizar ações específicas e necessidades - como a fome, a respiração ou a sexualidade. Freud nos adverte, porém, que nenhuma descarga pode ser suficiente para reduzir a tensão do sistema psíquico, pois o estímulo endógeno continua atuando. É exatamente a eliminação desse estado de tensão na fonte, decorrente dos estímulos internos, que Freud irá chamar de experiência de satisfação. A primeira vez que a expressão experiência de satisfação aparece na obra freudiana, é em 1895, no artigo intitulado Projeto para uma psicologia Científica. É interessante observar que essa satisfação vem precedida de uma experiência de desapontamento. Mas, o que isso significa? Recapitulando o que já vimos, sabemos que o sistema psi conecta-se diretamente com a fonte somática de excitação, e que retém Q endógena até certo ponto. Vimos também que essa estimulação é constante e dela não é possível fugir. A certa altura do processo, os neurônios psi que estão carregados de Q vão se encontrar num estado de urgência e vão apresentar uma propensão à descarga através das vias motoras. A primeira via a ser seguida é a que conduz à alteração interna (expressão das emoções, grifos inervação vascular) (1895 (1990), v. 1, p. 370). O objetivo da descarga motora é o alívio da tensão em psi. No entanto, Freud nos adverte que nenhuma descarga motora (alteração interior) pode ser suficiente para reduzir a tensão do sistema Ψ, pois o estímulo endógeno continua atuando. Como já vimos também, esta estimulação interna está ligada às necessidades corporais, urgências da vida - fome, respiração e sexualidade. Entretanto, esta urgência não pode ser atendida com uma simples descarga motora. Por exemplo, um recém-nascido ao sentir fome, chorar e espernear, não vai conseguir eliminar o estado de estimulação na fonte somática. Isto significa que

21 21 este comportamento não vai, por si mesmo, trazer-lhe o alimento necessário para aplacar-lhe o desprazer. O choro será ouvido pelo outro como um sinal de que algo não vai bem. Quando a pessoa responsável pelo bebê atende a esse sinal fazendo dele uma demanda, amparando-o de alguma forma através da realização da ação específica, o resultado é a eliminação do estado de estimulação na fonte. Freud interpretou este fato como experiência de satisfação e vai dizer que: o organismo humano é, a princípio, incapaz de promover essa ação específica. Ela se efetua por ajuda alheia, quando a atenção de uma pessoa experiente é voltada para um estado infantil por descarga através da via de alteração interna. Essa via de descarga adquire, assim, a importantíssima função secundária da comunicação e o desamparo inicial dos seres humanos é a fonte primordial de todos os motivos morais. A partir daí, a vivência de satisfação gera uma facilitação. Em Freud aprendemos que: facilitação é um processo no qual há uma passagem parcial de Q, pelas barreiras de contato, que ficam marcadas ou alteradas. Esta alteração é uma diminuição da resistência, de maneira que, doravante, a excitação tende a percorrer o mesmo caminho, através do qual houve facilitação ou menor resistência das barreiras. A maior ou menor facilitação vai caracterizar a memória neurônica, e o grau de facilitação depende da quantidade (Q) com a qual o neurônio tem que lidar. (FREUD, 2006, p ). Como podemos observar, o processo de facilitação ocorre entre duas imagens mnêmicas (a do objeto que causou satisfação e a da descarga pela ação específica). Com o reaparecimento do estado de urgência, as duas imagens mnêmicas são reativadas, com a ressalva de que essa reativação não é acompanhada pela presença real do objeto, uma vez que, para a pulsão, esse objeto já foi perdido. A esse objeto perdido, Lacan chama objeto a e o relaciona com um lugar de captura de gozo. Gozo este que é a recuperação de uma perda. O que ocorre, portanto, é uma alucinação, sobrevindo assim uma frustração e um desapontamento. Não tenho dúvida de que na primeira instância essa ativação do desejo produz algo idêntico a uma percepção a saber, uma alucinação. Quando uma ação reflexa é introduzida em seguida a esta, a consequência inevitável é o desapontamento. (FREUD, 1895 (1990), v. 1, p. 372).

22 22 É importante ressaltar que mesmo a satisfação original ou primária não pôs fim à estimulação, já que esta flui continuamente, o que nos remete à ideia de que não há satisfação total, e sim, parcial. Em Lacan vimos que essa satisfação é paradoxal. Quando olhamos de perto para ela, apercebemo-nos de que entra em jogo algo de novo a categoria do impossível, (...) a função do princípio do prazer é a de se satisfazer pela alucinação. ( , p ). Sendo assim, a experiência primária de satisfação irá instaurar o diferencial prazer/desprazer, e se constitui como modelo para as vezes seguintes em que se instaurar o estado de urgência. No Projeto encontramos que o reaparecimento do estado de urgência ou de desejo, a catexia também passa para as duas lembranças, reativando-as. É provável que a imagem mnêmica do objeto seja a primeira a ser afetada pela ativação do desejo. (FREUD, 1895 (1990) v. 1, p.371) Fonte Por fonte de uma pulsão entendemos o processo somático que ocorre num órgão ou parte do corpo, e cujo estímulo é representado na vida mental por uma pulsão (FREUD,1915, v. 15, p. 128). Esta definição de fonte de uma pulsão como sendo um processo somático cujo estímulo é representado na vida mental nos faz indagar como se dá essa representação na vida psíquica. Conforme a teoria freudiana, só há possibilidade de esta representação ocorrer a partir da presença de seus representantes no psiquismo: a ideia e o afeto. Em Freud temos que: uma pulsão nunca pode passar a ser objeto da consciência; somente pode sê-lo a representação que é seu representante (...) e que tão pouco no interior do inconsciente pode estar representada a não ser pela representação (1895 (1990), v. 1, p. 173). Outra questão que aparece também na definição de fonte da pulsão é a questão relativa ao corpo. Quando falamos de corpo cabe ressaltar que, para a psicanálise, supõe um corpo submetido à linguagem, não podendo ser reduzido a um corpo puramente biológico. Garcia Roza em O Mal radical em Freud afirma que o corpo pulsional é de outra ordem. Não é representável, não é atravessado pela linguagem, não se constitui como sentido, não é da ordem do acontecimento. O

23 23 corpo pulsional distingue-se, portanto, do corpo do simbólico como do corpo biológico. (2008, p.60) O objeto O objeto de uma pulsão é a coisa em relação à qual ou através da qual a pulsão é capaz de atingir sua finalidade. É o que há de mais variável numa pulsão e, originalmente, não está ligado a ela, só lhe sendo destinado por ser peculiarmente adequado a tornar possível a satisfação (FREUD, 1915, v. 15, p. 128). Para Freud é somente através do objeto que a satisfação pode ser obtida, ainda que parcialmente. No entanto, apesar da pulsão pedir um objeto, isso não significa que esse seja específico, sendo variável. No artigo Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade, Freud afirma que objeto sexual é a pessoa de quem procede à atração sexual. Entretanto, mais adiante, ele sugere que os laços que unem pulsão e objeto sejam afrouxados. Sendo assim, Freud faz a seguinte advertência: Parece provável que a pulsão sexual seja, em primeiro lugar, independente de seu objeto; (...) (1905, p.140). Como dito anteriormente, esse objeto é variável, mas deve ser adequado para obter-se satisfação. Entre a escolha do objeto e a adequação ao mesmo, encontram-se a própria história do sujeito, seu desejo e sua fantasia. Segundo Garcia Roza: o objeto de investimento pulsional, assim como o objeto do desejo, é uma representação e não um objeto externo no sentido de uma coisa do mundo. (2008, p. 94). Sendo assim, podemos dizer que não se trata de um objeto em si, mas da representação e peculiaridades que determinado objeto adquire para um determinado sujeito que irá desenvolver uma relação com o mesmo. Como foi dito, a pulsão não tem objeto específico que a satisfaça. Em Lacan temos que a pulsão apreendendo seu objeto, aprende de algum modo que não é justamente por aí que ela se satisfaz (...) é justamente porque nenhum objeto de nenhum Not, necessidade, pode satisfazer a pulsão ( , p. 165). Assim, o objeto da pulsão caracteriza-se por ser variável e por ser escolhido a partir da história do sujeito, seu desejo ou sua fantasia.

24 24 Em Garcia Roza encontramos que: A pulsão não tem objeto próprio (ou objeto natural), seu objeto será oferecido pela fantasia, o que implica a submissão da pulsão à articulação significante. A satisfação é sempre parcial e constante porque, na verdade, o objeto nunca está presente e o fato dele ter sido perdido é que produz o movimento pulsional. Cabe dizer que caberá a fantasia transformar o objeto a ou objeto absoluto falta em significação criando um anteparo ao real. Por objeto absoluto devemos entender aquele que tornaria possível a satisfação plena e, portanto, a extinção temporária da falta (2008, p. 65). Podemos observar, portanto, que entre a pulsão e o objeto, há o desejo e a fantasia. A fantasia ocupa o mesmo lugar da pulsão, ou seja, onde está a pulsão é que se constrói a fantasia. É pela fantasia que o objeto se articula com o desejo, ela é a mediação necessária entre a pulsão e o objeto. A fantasia faz uma interpretação que aponta para o desejo de um objeto e no momento em que esse objeto (parcial) é alcançado está o gozo. Sendo assim, a fantasia sinaliza uma possibilidade de completude, um ponto de real de gozo e transforma o objeto a, causa do desejo, em objeto condição do desejo. No Seminário VI, A ética da psicanálise, Lacan irá definir esse movimento de busca de satisfação da pulsão como gozo, ou seja, o gozo fixa o sujeito no movimento pulsional da repetição, e a esse mesmo movimento Lacan chamará de gozo. O gozo como satisfação da pulsão remete a um corpo atravessado pelo significante. (RABINOVICH, 2004, p. 10). O gozo atinge um estatuto de verdade, de sentido total, absoluto, como se isso fosse possível de se obter. Neste sentido, o gozo se confunde com a verdade e o sujeito tenta forjar a lei da castração através do imaginário. Aqui, cabe dizer que o Nome-do-Pai (uma operação que diz respeito à castração simbólica e que constitui a criança como sujeito, elevando o falo de objeto a estatuto de significante) não é suficiente para barrar o gozo. Sendo assim, existem restos de gozo que passam através da lei paterna. Há um resto de gozo que a pulsão vai contornar do qual o simbólico não dá conta. Há uma defasagem entre o sujeito e a cadeia simbólica, onde o que escapa ao simbólico é o real da pulsão. Como já vimos, sobre o gozo vai se construir uma fantasia e por ela o sujeito do desejo se torna sujeito desejante, recuperando um pouco o que lhe falta.

25 25 Desta forma, temos que a pulsão é uma força de pressão constante, que alcança a mente a partir de uma fonte somática. Ela tem um objeto variável, através do qual realiza a finalidade de obter satisfação, embora não completamente, apenas de modo parcial, justamente porque não há uma ação adequada que elimine o estado de estimulação na fonte. O passo seguinte na construção da teoria pulsional é dado em 1910, num artigo sobre as perturbações psicogênicas da visão. Aqui Freud formula a oposição entre as pulsões sexuais e as pulsões do eu. Passaremos agora ao dualismo pulsional.

26 26 CAPÍTULO III OS DOIS DUALISMOS PULSIONAIS Reconhecemos em Freud duas teorias sobre as pulsões. Na primeira etapa de elaboração sobre as pulsões, Freud distingue dois grupos de pulsões: as pulsões sexuais e as pulsões de autoconservação. No texto de 1910, Freud introduziu o termo pulsões do eu, identificando-as, por um lado, com as pulsões de autoconservação e, por outro, com a função repressiva, cujo objetivo seria defender o eu ameaçado pelas exigências da sexualidade. Neste texto, ele afirma que existiriam dois grupos de pulsões: aquelas que favorecem a sexualidade, a conservação da satisfação sexual, e as demais pulsões que têm por objetivo a autopreservação do indivíduo as pulsões do ego (1910, p. 219). A ideia central deste artigo é a de que as perturbações psicogênicas da visão podem ser explicadas a partir do conflito pulsional. Freud explica que o prazer sexual em olhar é uma erogenização do aparelho da visão, e as exigências excessivas da pulsão sexual acabam por convocar as defesas do eu que, ao sentirse ameaçado pelas exigências da sexualidade, as desvia através de repressões. De um lado, se fazem sentir as exigências da pulsão sexual e, de outro, as pulsões de autoconservação que fornecem a energia para que o eu opere a repressão. A consequência é uma cegueira histérica ou uma paralisia histérica da mão. No caso da cegueira histérica, Freud diz: (...) é como se a repressão houvesse sido exagerada pelo ego, e como se tivesse despejado a criança com a água do banho: o

27 27 ego se recusa a ver outra coisa qualquer, agora que o interesse sexual em ver se tornou predominante (1910, p.226). Como vimos anteriormente, a energia da pulsão sexual é a libido e seu objetivo é a satisfação. Entretanto, as pulsões do eu colocariam sua energia a serviço do eu, visando a autoconservação do indivíduo e opondo-se, dessa forma, às pulsões sexuais. Segundo Marco Antônio Coutinho Jorge: Nesse momento da elaboração freudiana, as pulsões sexuais são concebidas como se apoiando nas de autoconservação e, desse modo, o ato de sugar o dedo ou a chupeta revelaria o apoio de uma atividade puramente prazerosa, da mucosa oral, sobre uma atividade de cunho vital, como a ingestão do leite materno. (2011, v. 1, p. 48). Somente a partir da introdução do conceito de Narcisismo é que a oposição entre pulsão sexual e pulsões do ego irá se desfazer. Isso ocorre porque a noção do narcisismo torna claro o fato de que as pulsões sexuais podiam retirar a libido investida nos objetos e fazê-la voltar sobre o próprio ego. O narcisismo, então, é a condição de formação do eu e forma necessária para a constituição da subjetividade. Inicialmente, portanto, o eu se configura como o lugar privilegiado de investimento libidinal. Freud vai chamar este momento de narcisismo primário. Num segundo momento, a libido será posta em objetos externos e logo depois reinvestida no eu. A esse segundo momento Freud denominou de narcisismo secundário. Em Além do princípio do prazer encontramos que: o ego é o verdadeiro e original reservatório da libido, sendo apenas desse reservatório que ela se estende para os objetos. ( (1996), v. 18, p. 62). A libido é concebida por Freud como uma energia psíquica, a expressão anímica da pulsão sexual. Segundo Freud, a libido que assim se alojara no ego foi descrita como Narcisista. Essa libido narcisista era também, naturalmente, uma manifestação da força do instinto sexual, no sentido analítico dessas palavras, e necessariamente tinha de ser identificada com os instintos de autoconservação. ( (1996), v.18, p. 62). No mesmo texto Freud afirma que: O instinto reprimido nunca deixa de esforçar-se em busca de satisfação completa, que consistiria na repetição de uma experiência primária de satisfação. Formações reativas e substitutivas, bem como sublimações, não bastarão para remover a tensão persistente do instinto reprimido, sendo que a

28 28 diferença de quantidade entre o prazer da satisfação que é exigida e a que é realmente conseguida, é que fornece o fator impulsionador que não permite qualquer parada em nenhuma das proibições alcançadas. ( (1996), v. 18, p. 52/53). Assim, o que observamos é que, no cerne mesmo da operação de subjetivação, se instala um mal-estar inevitável. A subjetivação aponta necessariamente para uma espécie de perda, perda essa relacionada ao objeto relativo à primeira experiência de satisfação. Essa perda causará, nesse sujeito que se constitui, um movimento de procura desse objeto, movimento esse alucinado por se tratar de um objeto que já fora perdido. Como já vimos, o princípio de constância que rege o sistema tem a finalidade de dominar os estímulos que aportam à mente, seja livrando-se deles ou mantendoos tão baixos quanto possível. O fato é que, em se tratando das pulsões, não há nada que faça cessar o estímulo. Cabe lembrar que com relação ao estímulo, no texto de 1915, somos advertidos por Freud que, ainda que possamos afirmar que uma pulsão é um estímulo aplicado à mente, não devemos confundir a pulsão com qualquer estímulo fisiológico que atua na mente, uma vez que a pulsão caracterizase por ser uma força de impacto constante, que incide não a partir de fora, mas de dentro do próprio organismo. Ou seja, a pulsão caracteriza-se de saída por ser uma força que pressiona constantemente, contra a qual não há nenhuma ação motora que a elimine. Desta forma, em Os instintos e suas vicissitudes, Freud diz que: (...) a pulsão nos aparecerá como sendo um conceito situado na fronteira entre o mental e o somático, como sendo o representante psíquico dos estímulos que se originam dentro do organismo e alcançam a mente, como uma medida da exigência feita à mente no sentido de trabalhar em consequência de sua ligação com o corpo. (1915, v. 16, p. 127). Como já dito, a pulsão é uma força de pressão constante, que alcança a mente a partir de uma fonte somática. Ela tem um objeto variável, através do qual realiza a finalidade de obter satisfação, embora não completamente, apenas de modo parcial, justamente porque não há uma ação adequada que elimine o estado de estimulação na fonte.

29 29 Entretanto, haverá a emergência de uma nova teoria pulsional a partir do conceito formulado por Freud e conhecido como narcisismo. A seguir veremos como esse processo ocorreu a partir do conceito de narcisismo A teoria do narcisismo e a emergência de uma nova teoria pulsional O tema do narcisismo é apontado por Freud a partir de 1914 como um estágio de desenvolvimento da libido necessário à constituição da subjetividade. Ele declara que o narcisismo é uma fase intermediária entre o autoerotismo e o amor objetal. Antes, porém, da constituição do eu, na fase do autoerotismo, o funcionamento pulsional ocorria de forma anárquica. As pulsões estariam produzindo satisfação local em diferentes partes do corpo, na tentativa de reeditar a experiência primária de satisfação. O que fica evidente a partir do conceito de narcisismo é que o próprio eu transforma-se em objeto de investimento libidinal. Mas como Freud chega a essa conclusão? Quanto à origem do narcisismo, as correspondências entre Freud e Jung, iniciadas em 1906, oferecem-nos importantes elementos. Nessas correspondências consta-se um debate a respeito da hipótese da teoria da sexualidade nas psicoses. Levando em conta a hipótese da teoria da libido, Jung questionava Freud quando ao fato dos pacientes parafrênicos (termo utilizado por Freud para designar pacientes acometidos por demência precoce ou esquizofrenia) retirarem sua libido de pessoas e coisas do mundo externo. Freud estabelece que, a respeito desse assunto, a introversão da libido (termo junguiano) deveria ser aplicada exclusivamente às neuroses, pois, a análise demonstra que esses pacientes de nenhuma maneira cancelam o vínculo erótico com pessoas e coisas (1915 (2006), v. 16, p. 82). Esse vínculo será mantido através da fantasia que seria responsável pela substituição de objetos reais por objetos imaginários. Portanto, na parafrenia teríamos um processo diverso dos observados nas neuroses, pois não haveria a substituição de objetos do mundo real por outros

30 30 imaginários, mas sim um abandono completo dos objetos por parte da libido: É outro o caso dos parafrênicos. Eles parecem haver retirado realmente sua libido das pessoas e das coisas do mundo exterior mas sem substituí-las por outras na sua fantasia. (1915 (2006), v. 16, p. 82). Diante disso, Freud se depara com a seguinte questão: o que acontece com a libido que foi afastada dos objetos externos na esquizofrenia? Ele conclui que: A libido afastada do mundo externo é dirigida para o ego e assim dá margem a uma atitude que pode ser chamada de narcisismo. (1915 (2006), v. 16, p. 82). Freud irá subdividir o narcisismo em primário e secundário: formamos a idéia de que há uma catexia libidinal original do ego, parte da qual é posteriormente transmitida a objetos, mas que fundamentalmente persiste e está relacionada com as catexias objetais, assim como o corpo de uma ameba está relacionado com os pseudópodes que produz (1915 (2006), p. 83). Tal referência permite elaborar, segundo Freud, um conceito de narcisismo primário e narcisismo secundário. Quanto à catexia libidinal do ego, que está inteiramente voltada para o ego, o sujeito encontra-se na fase do narcisismo primário. A partir do momento em que parte dessa libido é transmitida para objetos, o sujeito inicia a fase do narcisismo secundário. Com a introdução do conceito de narcisismo em 1914, a oposição entre pulsões sexuais e pulsões do eu sofre um abalo, na medida em que o conceito de narcisismo torna patente que as pulsões sexuais podiam retirar a libido investida nos objetos e fazê-la voltar sobre o próprio eu, constituindo-se em libido narcísica. Ora, se o eu é também objeto de investimento das pulsões sexuais, e esta é a referência central do conceito de narcisismo, como distinguir entre as pulsões do eu e as pulsões sexuais, já que o próprio amor ao eu é também da ordem do sexual? Podemos observar, portanto, que a partir do conceito de narcisismo é o próprio eu que se transforma em objeto de investimento libidinal; logo, a distinção entre pulsões sexuais e pulsões do eu perde seu sentido, uma vez que o conceito de narcisismo aponta para uma sexualização do eu A Pulsão de saber

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