Material de apoio ao professor. Zim tam tum. O autor e ilustrador. A tradutora. Sobre o livro

Transcrição

1 Zim tam tum Categoria: 2 (Creche II) Gênero: Livro de imagens Temas: Descoberta de si; Família, amigos e escola; O mundo natural e social; Diversão e aventura I N F O R M A Ç Õ E S S O B R E A O B R A O autor e ilustrador Frédéric Stehr nasceu em Paris, França, em Cursou por um breve período a École Professionnelle Supérieure d Arts Graphiques, de Paris, mas abandonou o curso, pois preferia desenhar ao ar livre nos jardins públicos da cidade. Teve várias ocupações para ganhar a vida: de pintura de paredes a carpintaria, até que, durante um trabalho temporário em uma editora de literatura infantil, percebeu que contar e ilustrar histórias em livros de imagens era o que realmente gostava de fazer. Tornou-se então ilustrador e autor de obras para crianças e, desde então, já publicou mais de sessenta livros, que foram traduzidos para muitas línguas. A tradutora Graziela Ribeiro dos Santos nasceu na cidade de São Paulo, em É psicóloga formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), tendo trabalhado em várias áreas ligadas à infância e à adolescência. Desde 2010, atua como editora de livros infantis e juvenis. Sobre o livro O livro de imagens Zim tam tum enfoca temas indicados para a Categoria 2 (crianças de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses), como: descoberta de si (percepção corporal e as relações com o outro, por exemplo); família, amigos e escola (primeiras experiências interpessoais e sociais das crianças); diversão e aventura (indo além da realidade imediata da criança e estimulando a imaginação); e o mundo natural e social (na figura dos animais). O texto em letra bastão e as ilustrações de cores vibrantes propiciam fruição estética e comunicam de modo direto a situação narrada.

2 Na forma de brincadeiras em grupo, a narrativa valoriza a infância, ampliando as experiências corporais, sensoriais, imaginativas e relacionais. A obra explora gestos, movimentos e, especialmente, as habilidades de criar sons com objetos comuns e de utilizar diferentes fontes sonoras disponíveis no ambiente em brincadeiras cantadas, canções, músicas e melodias. Além disso, a obra incentiva a amizade, o entrosamento, a imagem positiva de si e a confiança na capacidade para enfrentar novos desafios. Também favorece o desenvolvimento de habilidades como compartilhar os objetos e os espaços com crianças da mesma faixa etária e respeitar regras básicas de convívio social nas interações e brincadeiras. O R I E N T A Ç Õ E S P A R A O T R A B A L H O E M S A L A D E A U L A Antes da leitura Como esse livro é destinado à Creche II, fase na qual as crianças ainda não foram alfabetizadas, será necessário que você leia a história para elas. Dessa forma, reserve um momento diário de leitura e conte a história em voz alta e clara. Antes de ler a história para as crianças, faça uma leitura prévia do texto para identificar as partes que merecem diferentes entonações e em quais trechos você pode pausar a história para fazer comentários ou formular perguntas. Sua mediação é fundamental para otimizar o trabalho com a escuta da narrativa e desenvolver nas crianças a habilidade de responder a perguntas sobre fatos da história narrada, identificando cenários, personagens e principais acontecimentos. Procure criar na sala de aula um ambiente acolhedor, onde as crianças sintam-se à vontade para manusear o livro, observar as imagens e os textos e, depois, ouvir e acompanhar a leitura. Escolher e folhear livros procurando orientar-se por temas e ilustrações são habilidades definidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para essa faixa etária. Veja a seguir algumas orientações para motivar as crianças para a escuta da história: Apresente o livro às crianças, mostrando a capa e lendo o título da obra. Faça perguntas como: O que vocês observam na capa? Será que a imagem da capa dá alguma pista sobre como vai ser a história? Qual será a história que este livro vai contar?

3 Deixe que as crianças expressem suas opiniões. Incentive-as a participar de situações de escuta para ampliar seu contato com a literatura e com diferentes gêneros textuais. Se julgar pertinente, leia para elas o texto da quarta capa, que ajuda a compreender o tema da obra, e também o texto sobre o autor, na página 33. Comente as ilustrações com as crianças de modo a estimular atividades de desenho e pintura, que podem ser desenvolvidas depois da leitura. Oriente as crianças a manusear o livro com cuidado, pois ele será reaproveitado por outras crianças. A hora da contação Organize a turma confortavelmente em um círculo. Procure criar uma ambientação diferente da usual para que as crianças percebam que o momento da contação de histórias é agradável e divertido. Leia o texto em voz alta, com expressividade e clareza, fazendo pausas a cada dupla de páginas para que todos tenham tempo de observar as ilustrações. Uma técnica muito interessante para a contação de histórias é a de representação. Faça perguntas para explorar as imagens e ajudar a turma a compreender a história. Veja algumas sugestões a seguir: Páginas 6 e 7 O que está acontecendo aqui? Que animais são esses? O que a corujinha está fazendo? O que ela está segurando? É possível que nem todas as crianças conheçam as aves representadas no livro. Se esse for o caso, aproveite a ocasião para apresentar estas espécies a elas: canário e coruja (nessa dupla de páginas), pardal, corvo e pintinho (que virão mais adiante). Páginas 8 e 9 TIM TAM TIM TAM. De que cor são as letras que aparecem aqui? Qual é a cor do cabo da panela?

4 Note que há uma correspondência entre a cor do objeto e a cor das palavras que descrevem o som que ele produz. Leve as crianças a fazer essa relação, existente em todas as cenas representadas. É interessante também fazê-las perceber as onomatopeias, ou seja, as reproduções escritas de sons. Essa noção pode ser trabalhada de várias maneiras, por exemplo, pedindo às crianças que nomeiem ruídos de objetos em movimento, falas de animais, etc. Páginas 10 e 11 Nessa dupla de páginas, chame a atenção das crianças para um novo som: ZIM ZIM ZIM. Quem está fazendo esse som (o canário)? De onde ele vem? Qual é a cor das palavras que descrevem esse som? ZIM ZIM ZIM é diferente de TIM TAM TIM TAM TIM? Por quê? Qual é mais fininho? Aqui, você pode começar a trabalhar noções de som agudo (fininho) e grave, ainda que essa nomenclatura não seja explicitada. Páginas 12 e 13 Nessa dupla de páginas, surge uma nova personagem: o pardal. O que será que ele está perguntando às outras duas personagens? E agora, o que vai acontecer? Conforme a resposta e o interesse da turma, você pode avaliar se as crianças já perceberam que se trata de uma história com acumulação. Para saber mais, leia o Caderno de orientações: histórias com acumulação. Disponível em: < (acesso em: 4 maio 2018). Páginas 14 e 15 Nessa dupla de páginas, aparece a palavra MÚSICA, logo, revela-se aí o tema principal da narrativa, depois do suspense inicial. Aproveite esse momento para ampliar o trabalho com o tema de acordo com as características de sua turma e com o projeto pedagógico da escola. Questione: Quem gosta de ouvir música? De qual música cada um de vocês gosta mais? Onde ouviu essa música? Você sabe quem toca/canta essa música?

5 É provável que as respostas sejam diversas, pois se baseiam na vivência de cada criança. Retome esse ponto em outro momento, explorando a imensa variedade e diversidade musical do Brasil. Para saber mais, você pode consultar sites como A Barca, um projeto que, desde 1998, pesquisa diferentes aspectos da rica cultura popular brasileira. Disponível em: < (acesso em: 4 maio 2018). Páginas 16 e 17 Nessas páginas, a noção de repetição/acumulação é retomada. O que o pardal vai fazer? Onde será que ele vai? O que vocês acham que ele vai trazer? Aqui, você pode avaliar se as crianças já perceberam que os objetos que os animais estão trazendo para produzir sons vêm da cozinha. Se julgar pertinente, amplie o tema com perguntas como: Que outros objetos podemos encontrar na cozinha? E aqui na sala de aula, o que poderia servir para fazer música? Páginas 18 e 19 As imagens favorecem o trabalho com a diversidade de objetos. Que objeto é esse que o pardal trouxe? Talvez nem todos saibam nomear esse objeto (uma tigela). Não tem problema, pois aqui não se trata de respostas certas ou erradas. Trata-se de explorar os conhecimentos prévios das crianças, estimular a imaginação e deixar que todas se expressem livremente. Páginas 20 e 21 Nessa dupla de páginas, surgem mais dois filhotes de aves: um corvo e um pintinho. É provável que nem todas as crianças conheçam o corvo ou saibam nomeá-lo. Você pode começar perguntando: O que vocês veem nessa cena? Deixe-se guiar pelas respostas das crianças. Ao se posicionar assim, sem fazer induções, você vai incentivar a turma a se expressar e poderá avaliar os conhecimentos prévios de cada criança. Cabe a você conduzir a conversa e garantir que todas tenham a oportunidade de falar e respeitem as opiniões dos colegas. Se julgar interessante falar mais sobre cada animal, você pode mostrar para a turma o site da Britannica Escola. Disponível em: < (acesso em: 4 maio 2018). O site traz informações, imagens e vídeos de animais. Para encontrar o animal que deseja conhecer melhor, digite o nome dele no campo de pesquisa.

6 Páginas 22 e 23 Nessa dupla de páginas, o corvo e o pintinho saem em busca de novos objetos. O que será que eles vão trazer? Aqui, você pode trabalhar as características físicas dos animais que aparecem na história. O que todos esses bichos têm em comum? Quantas pernas eles têm? O corpo deles é coberto de quê? Como eles se comunicam uns com os outros? Estimule a turma a dar exemplos de outros animais semelhantes a esses que aparecem na história. Nessas páginas, há a possibilidade de trabalhar a diversidade e valorizar as diferenças, de modo a estimular o convívio e o respeito. Perceber características físicas diferentes, respeitando essas diferenças, é uma habilidade definida pela BNCC para a Educação Infantil. Há muitas possibilidades de ampliação do tema, conforme o interesse e a curiosidade da turma. Essa linha de trabalho também pode render atividades como desenho e pintura após a leitura do livro. Páginas 24 e 25 Epa! Quem apareceu aqui? A ilustração traz ricas possibilidades, e o texto convida a viajar na imaginação. Quem é esse bicho grandão? O que será que ele vai fazer? Incentive as crianças a se manifestar, dando chance para que todas expressem o que pensam. É possível que elas reconheçam a coruja como a mãe da corujinha. Cabe a você conduzir a conversa, sempre de modo a garantir o respeito entre as crianças e evitar qualquer tipo de preconceito. Explore também os novos sons que apareceram (TEC TEC e ZIG ZIG), os objetos que os produzem e as cores que os identificam. Aqui também podem ser explorados temas ligados à contagem com números, por exemplo: Quantos animais há nesta imagem? E quantos objetos? Páginas 26 e 27 Aqui, acontece uma mudança na situação das personagens. Pergunte: O que aconteceu? O que vocês acham que os bichos estão sentindo? A ilustração permite explorar sentimentos de expectativa e um pouco de tristeza. As crianças mais tímidas podem ter dificuldade de se expressar. Deixe todas livres para dizer o que acham que está acontecendo e ajude-as com perguntas como: Por que será que os filhotes estão com essa expressão? Eles estão tristes ou felizes? Por quê? O que vocês acham que vai acontecer agora?

7 Páginas 28 e 29 Ufa! Que alívio! Que delícia de bolo a mamãe coruja está trazendo! Quem aqui gosta de bolo? Os filhotes ficaram felizes ou tristes ao ganhar o bolo? Convide as crianças a descrever a cena e chame a atenção delas para os detalhes e para as expressões das aves. Como podemos saber que todos ficaram contentes? Incentive a turma a observar detalhes da imagem, como as expressões das aves, que revelam seus sentimentos. Essa linha de trabalho possibilita atividades complementares, como fazer caretas e outras expressões faciais para demonstrar sentimentos. Exercícios desse tipo são importantes para a descoberta de si, a comunicação e a expressão não verbais e sua identificação. Páginas 30 e 31 A última dupla de páginas do livro fecha a história mas abre novas possibilidades. Qual será a ideia da corujinha para fazer pinturas? O que vocês acham que ela está pensando em usar como material? Você pode ampliar o assunto falando de pinturas e outros tipos de expressão artística feitos com materiais inusitados (colagens com macarrão, botões, folhas, pedrinhas, etc.) e até mesmo apresentar o artista brasileiro Vik Muniz, que usa geleia e outros materiais incomuns em suas obras. No site da Enciclopédia Itaú Cultural, você encontra a biografia de Vik Muniz, reproduções de suas obras e uma entrevista com o artista. Disponível em: < (acesso em: 4 maio 2018). Depois da leitura Durante a contação da história, foram sugeridas diferentes orientações para explorar e problematizar alguns aspectos do texto e das ilustrações. Agora, é a vez de levantar e esclarecer eventuais dúvidas das crianças e incentivá-las a manifestar opiniões a respeito do livro. Faça perguntas como: De que parte do livro vocês mais gostaram? Por quê? De que parte do livro vocês não gostaram? Por quê? Vocês gostariam de mudar alguma coisa nesse livro? O que vocês mudariam? foi lida. As respostas da turma podem sugerir novos encaminhamentos com base na história que

8 Veja a seguir outras atividades que podem ser desenvolvidas depois da leitura do livro, de acordo com o interesse das crianças e com o projeto pedagógico da escola. Montar um painel com fotos e desenhos dos animais que aparecem na história. Em grupo, produzir sons a exemplo da história lida. Você pode organizar as crianças em uma banda e permitir que explorem tipos de som produzidos por objetos que existem na sala de aula e na creche. Desenvolver com a turma atividades de arte, como colagens, modelagens e pinturas, realizadas com base nas ideias e possibilidades sugeridas pela leitura do livro. Contudo, para evitar acidentes, cuide para que as crianças não tenham acesso a objetos pequenos, como grãos e pecinhas de todo tipo. Você pode trabalhar também alguns temas transversais que permeiam o livro. Por exemplo, organizar uma roda de conversa para comentar com as crianças as atitudes e os comportamentos delas durante a leitura. Essas conversas permitem à turma começar a ter contato com situações de autoavaliação e também favorecem seu trabalho: por meio delas, você poderá ajustar ou mesmo redefinir os encaminhamentos. Para estimular a conversa, lance questões como: Vocês acham importante conversar sobre a história com os colegas e o professor? Por quê? Durante a leitura do livro, todos souberam ouvir e respeitar as opiniões dos colegas?