ÀREA TEMÁTICA: RESUMO
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- Caio Eger Madeira
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1 TÍTULO: A FORMAÇÃO DO LEITOR: A LITERATURA INFANTIL NA PEDAGOGIA HOSPITALAR AUTORES: Cinthya Vernizi Adachi de Menezes; Sandra Guimarães Sagatio; Leila Mainardes Silva; Regiane Firszt de Almeida; Larissa Elias Cardoso; Michele Wormsbecker ÀREA TEMÁTICA: Educação RESUMO A Formação do Leitor: a Literatura Infantil na Pedagogia Hospitalar é um projeto de extensão universitária da Universidade Federal do Paraná que discute os espaços de atuação do licenciado de Pedagogia no âmbito da Pedagogia Hospitalar, objetivando investigar a expectativa e o interesse das crianças hospitalizadas no Hospital de Clínicas a respeito da leitura e da literatura infanto- juvenil. O referido projeto desenvolve a ação pedagógica para a formação do leitor voluntário, autônomo e crítico em internamento hospitalar, evidenciando o planejamento e a prática pedagógica da leitura prazerosa em relação à leitura obrigatória. A literatura infantil é utilizada como instrumento de relaxamento de tensões, enriquecimento do imaginário infantil e desenvolvimento do gosto pela leitura literária e expressão criativa, ensinando a refletir criticamente a realidade e influir na história. TEXTO O projeto "A Formação do Leitor: A Literatura Infantil na Pedagogia Hospitalar" existe há seis anos e visa dar atendimento as crianças de dois a quatorze anos internadas no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, sendo que estas permanecem por períodos diferenciados de internação, decorrentes do tipo de enfermidade apresentada. Entretanto, a permanência no hospital sempre gera ansiedade, tensão e, até mesmo, depressão, devido ao fato de estarem doentes e longe do convívio social. Segundo MATOS (2001, p. 49) este tipo de trabalho procura amenizar as tensões naturais do próprio ambiente, estimulando a criança a desenvolver a imaginação, o gosto pela leitura-literária e expressão criativa. Neste sentido o referido projeto procura desenvolver uma metodologia alternativa, adequada às condições da criança hospitalizada, objetivando incentivar o gosto pela literatura e formar o leitor autônomo e crítico, pois o acesso à leitura se perpetua nas desigualdades
2 sociais e o ambiente hospitalar pode contribuir para o desenvolvimento do ato de ler, aproveitando o tempo dos enfermos, que muitas vezes, é ocioso. O projeto conta com a participação de quatro alunas bolsistas-extensão do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Paraná e três voluntárias do mesmo curso que utilizam a literatura como instrumento de relaxamento de tensões, enriquecimento do imaginário infantil e desenvolvimento do gosto pela literatura enquanto fruição. Existe a preocupação em selecionar os melhores livros e autores de literatura infantil, e histórias que tragam em seu contexto mensagens positivas, que possam encantar tanto crianças, quanto adolescentes e adultos. No desenvolvimento do trabalho, não apenas as crianças participam, mas também adolescentes internados e acompanhantes.as histórias são contadas pelas bolsistas e voluntárias na sala de recreação ou individualmente nos leitos. porque em alguns momentos estão impossibilitadas de sair. Dessa forma, a metodologia é alternativa na medida em que é necessário compreender a situação e encontrar meios para que a criança possa participar das atividades propostas, sem que se sinta excluída., respeitando os limites e as condições fisiológicas, psicoemocionais e comportamentais de cada enfermo, que se encontram, em alguns casos, com a mão imobilizada devido ao uso do catéter, crianças com deficiência auditiva ou visual e em algumas vezes precisam ser medicadas durante a atividade ou contação de histórias. Contribui na abordagem de conteúdos escolares em diversos níveis, tentando minorar as conseqüências do internamento prolongado, que afasta as crianças do ambiente escolar. São utilizados vários recursos lúdicos para a caracterização dos personagens como fantasias, fantoches, dedoches e dramatizações. A leitura é complementada com a realização de atividades pré-planejadas, que envolvem colagens, recorte, dobradura, pintura e construção de brinquedos com sucata, buscando despertar nas crianças a criatividade e o desenvolvimento da psicomotricidade. Os textos trabalhados incluem narração, contos de fadas, poesias, fábulas, músicas e cantigas de roda. Além do objetivo educativo, a leitura proporciona momentos prazerosos indispensáveis a qualquer criança e... é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas, muitas histórias... Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e compreensão do mundo. (ABRAMOVICH, 1991, p. 16), sendo assim uma criança hospitalizada não perde suas características infantis, tendo necessidades de brincar, conversar e descobrir o mundo a qual faz parte. O projeto busca oferecer recursos de interação com a situação desconhecida da hospitalização, instigando a criança a desenvolver uma conduta ativa ao exercitar a transformação da realidade à sua volta por meio das atividades propostas. Uma das melhores
3 formas de auxiliar a criança doente é reconhecer a dificuldade do momento e ir além, transformando a experiência da hospitalização em uma oportunidade de desenvolvimento contínuo em sua vida. Semanalmente as bolsistas e voluntárias se reúnem com as coordenadoras para discutir e refletir sobre os aspectos teórico-práticos relacionados ao projeto. Também é reservado um momento para o planejamento das atividades e escolha dos livros que serão utilizados durante a semana. O projeto conta com uma grande aceitação por parte dos profissionais atuantes no hospital que reconhecem o valor e a importância da literatura na rotina das crianças internadas, assim como destacam a melhora do quadro clínico e psicológico que as atividades desencadeiam. Para a professora Rosângela Paiva do Nascimento, responsável pelas atividades pedagógicas desenvolvidas na ala pediátrica, houve um grande progresso do projeto através do tempo, aumentando assim, a credibilidade dentro do estabelecimento e o comprometimento da equipe de bolsistas com a causa. Gilda Cardoso de Melo, pedagoga, há cinco anos atuando no Hospital de Clínicas, considera o projeto válido no sentido de amenizar as situações dolorosas enfrentadas pelas crianças no hospital. Através das histórias elas podem trabalhar a imaginação que fica mais restrita no ambiente hospitalar, que acaba sendo, algumas vezes, um ambiente de exclusão social, é muito importante a interação das bolsistas com os enfermos, pois estas resgatam vivências das crianças fazendo com que elas se sintam aceitas. Já a enfermeira Ana Kosan percebe que as histórias acalmam as crianças com mais facilidade, aceitando melhor o tratamento médico, refletindo na melhora do quadro clínico dos enfermos. Dessa forma a contribuição da Pedagogia no ambiente hospitalar permite que as crianças criem, sonhem, imaginem, amenizando as conseqüências da enfermidade e do internamento hospitalar, auxiliando-as em seu processo de recuperação. Em relação à função do profissional da educação dentro do ambiente hospitalar, destaca-se o seguinte parecer: Se o Pedagogo, hoje, conta com espaços de atuação em hospitais, é porque houve reconhecimento da necessidade e conveniência da sua presença. Esse novo papel compreende, pois, os procedimentos necessários à educação de criança/adolescentes enfermos, de modo a desenvolver uma singular atenção pedagógica aos escolares doentes que se encontram em atendimento hospitalar e, por extensão, ao próprio hospital na concretização de seus objetivos. (MATOS, 2001,p. 45)
4 Segundo HELD (1980), a leitura tem um papel muito importante na formação de homens críticos, e a literatura infantil é uma poderosa arma a ser usada na infância para desenvolver um hábito pela leitura. Não só com este objetivo, mas também o de incentivar a imaginação, a criatividade, a viagem pelo mundo da fantasia e a identificação de si mesmo com o mundo pelo qual é cercada, bem como compreensão dos conflitos internos e perguntas que a rodeiam. Um dos motivos de se trabalhar a literatura é desenvolver o imaginário infantil, favorecendo a construção do real, contribuindo para a realização harmoniosa de um ser equilibrado e completo. As bolsistas participantes do projeto sentem-se realizadas e satisfeitas com o trabalho que vem sendo feito e percebem a importância das atividades, a gratidão e felicidade dos envolvidos. Além disso, compreendem a importância da atuação da pedagogia no ambiente hospitalar, bem como seus limites e possibilidades. A experiência adquirida enriquece o saber pedagógico, possibilita a percepção das desigualdades sociais e da fragilidade humana, modifica a visão de mundo, levando-as a valorizar a vida e o ser humano visto de forma integral. O projeto conta com o apoio da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura na concessão de bolsas- extensão e a comunidade demonstra satisfação pelo trabalho desenvolvido, sempre com a expectativa de continuidade do mesmo; possibilita ainda um campo de estágio para as alunas do 3 ano do curso de Pedagogia, na modalidade Prática de Docência.
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ABRAMOVICH, Fany. Literatura Infantil: gostosuras e bobices. Rio de Janeiro: Scipione, BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, FOUCAMBERT, Jean. A leitura em questão. Porto Alegre: Artes Médicas, GONZALES-SIMANCAS, José Luis; POLAINO-LORENTE, Aquilino. Pedagogia Hospitalar: atividade educativa em ambientes clínicos. Madrid: Narcea, HELD, Jacqueline. O imaginário do poder. SP: Cortez, 1998, 36ª ed. LAJOLO, Marisa. O que é literatura. São Paulo: Brasiliense, 1983 MATOS, Elizete Lúcia Moreira; MUGGIATI, Margarida Maria Teixeira de Freitas. Pedagogia Hospitalar. Curitiba: Champagnat, YUNES, Eliana. A leitura e a formação do leitor: questões culturais e pedagógicas. Antares, ZILBERMAN, Regina. A leitura e o ensino da literatura. Contexto. Cinthya Vernizi Adachi de Menezes Assessora Pedagógica do Centro de Assessoramento Pedagógico/UFPR cinthyav@ufpr.br Sandra Guimarães Sagatio Professora de Prática de Ensino, do Departamento de Teoria e Prática de Ensino/UFPR sgsagatio@netpar.com.br Leila Mainardes Silva Bolsista do 3º ano do Curso de Pedagogia UFPR - leilamai@yahoo.com.br Regiane Firszt de Almeida Bolsista do 3º ano do Curso de Pedagogia UFPR firszt@bol.com.br Larissa Elias Cardoso Bolsista do 2º ano do Curso de Pedagogia UFPR larissa@educacao.ufpr.br Michele Wormsbecker Bolsista do 4º ano do Curso de Pedagogia UFPR m_wormsbecker@yahoo.com.br
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