VIVÊNCIA NO SETOR DE TRIAGEM E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO NO PRONTO SOCORRO DE ALTA COMPLEXIDADE
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- Natália Palhares Mendes
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1 VIVÊNCIA NO SETOR DE TRIAGEM E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO NO PRONTO SOCORRO DE ALTA COMPLEXIDADE EXPERIENCE IN THE SECTOR SCREENING AND CLASSIFICATION OF RISK IN READY TO HELP HIGH COMPLEXITY Rebeca Barbosa Piemonte Henriques Acadêmica do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Uberlândia André Luis de Moraes Carvalho Enfermeiro triador do Pronto Socorro do Hospital de Clinicas de Uberlândia Camila Alves Mello Acadêmica do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Uberlândia RESUMO Introdução: O Pronto Socorro do Hospital de Clínicas de Uberlândia utiliza como modelo classificatório de risco o protocolo de Manchester, que tem como finalidade humanizar o atendimento nas redes de urgência e emergência e de separar ou classificar cada paciente de acordo com sua real necessidade estabelecendo tempo de espera para atendimento médico e construindo fluxos nas redes de serviço de assistência. O trabalho a ser descrito foi elaborado a fim de promover maior informação aos usuários sobre a rotina do Pronto Socorro e o método de atendimento sendo utilizadas abordagens diretas e indiretas para alcançar o público-alvo. Objetivo: Relatar a vivência de estudantes ao realizar um projeto de extensão. Descrição da experiência: Este trabalho trata de um relato, cujo objetivo é descrever a experiência dentro do setor de Classificação de Risco do Pronto Socorro de um Hospital Universitário na cidade de Uberlândia, por meio do projeto de extensão realizado por duas acadêmicas de enfermagem com a supervisão e orientação do enfermeiro chefe do setor. As acadêmicas participantes deste projeto tiveram a oportunidade de vivenciar os 1
2 problemas prévios ao atendimento médico, possibilitando-lhes interagir com o paciente, e a desenvolver um olhar crítico, de forma a terem ações rápidas diante de dificuldades. Além destes pontos citados, há ainda o aprendizado sobre o funcionamento do pronto socorro deste hospital, que adotou o protocolo Manchester como modelo de triagem. Conclusão: Durante este período de trabalho conseguimos alcançar um público-alvo de aproximadamente usuários da rede pública de saúde, proporcionando aos pacientes maiores informações sobre os serviços prestados não apenas no hospital de alta complexidade, mas também nos setores de atenção básica. A inserção das acadêmicas no setor de classificação de risco favoreceu o processo ensinoaprendizagem e a autonomia na obtenção de conhecimentos das competências e habilidades necessárias para o exercício profissional, e ainda confrontá-los com os conteúdos da formação acadêmica. Foi uma vivência da práxis profissional capaz de integrar o ensino, a pesquisa e a extensão. Palavras-Chave: Classificação de Risco. Triagem. Manchester ABSTRACT The Emergency Room of the Hospital de Clinicas of Uberlândia uses the Manchester protocol as a model for the risk classification, which aims to humanize care networks and emergency and to separate or classify each patient according to their actual need setting time Waiting for medical care and building flows in networks of support service. The work to be described was designed to promote greater information to users about the Emergency and routine service method being used direct and indirect approaches to reach the target audience. Objective: To report the experience of students in undertaking an extension project. Description of experience: This paper is a report, which aims to describe the experience within the risk rating sector of the emergency department of a university hospital in the city of Uberlândia, through the extension project carried out by two nursing students with supervision and guidance of the head nurse in the sector. The academic participants in this project had the opportunity to experience the problems prior to medical care, allowing them to interact with the patient and develop a critical eye, so that they were able to take quick action in the face of difficulties. Besides these mentioned points, there 2
3 is still learning about the operation of the emergency department of this hospital, which has adopted the Manchester protocol as screening model. Conclusion: During this work we have achieved an audience of approximately 60,000 users of public health, providing patients with more information on the services provided in the hospital not only highly complex, but also in the areas of primary care. The insertion of the nursing academic in the risk rating sector favored the teachinglearning process and the autonomy of obtaining knowledge of the skills and abilities required for professional practice, and even confront them with the contents of academic training. It was an experience in professional praxis capable of integrating teaching, research and extension. Keyword: Risk Classification. Triage System. Manchester INTRODUÇÃO Com o objetivo, de humanizar o atendimento nas redes de urgência e emergência e de separar ou classificar cada paciente de acordo com sua real necessidade estabelecendo tempo de espera para atendimento médico e construindo fluxos nas redes de serviço de assistência, foi organizado o protocolo para a Classificação de Risco. De acordo com a Portaria 2048 do Ministério de Saúde, o processo de triagem classificatória de risco, deve ser realizado por um profissional de saúde, de nível superior, mediante treinamento específico e utilização de protocolos pré-estabelecidos e tem por objetivo avaliar o grau de urgência das queixas dos pacientes, colocando-os em ordem de prioridade para o atendimento (BRASIL, 2002). O enfermeiro tem sido o profissional indicado para avaliar e classificar o risco dos pacientes que procuram os serviços de urgência, devendo ser orientado por um protocolo direcionador. De forma geral, tem sido recomendada a utilização de protocolos que mostrem o verdadeiro risco, apresentando validade e confiança na avaliação do paciente. Dentre as escalas/ protocolos, pode-se citar: a escala norteamericana - Emergency Severity Index (ESI), escala australiana Australasian Triage Scale (ATS), o protocolo canadense Canadian Triage Acuity Scale (CTAS ) e o protocolo inglês - Manchester Triage System protocolo de Manchester (Souza C.C, Toledo A.D, Tadeu L.F.R, Chianca T.C.M). 3
4 Todo o paciente que procurar atendimento de urgência dever ser acolhido e classificado pelo triador responsável da unidade. Caso a queixa do cliente não necessite de assistência médica urgente, ou sua história clinica seja de responsabilidade de um setor especifico/especializado para o tratamento, este poderá ser encaminhado a uma unidade de saúde de referência. O Pronto Socorro do Hospital de Clínicas de Uberlândia MG utiliza como modelo classificatório de risco o protocolo de Manchester, criado em novembro de 1994, o qual trabalha por meio de algoritmos e determinantes, associados ao tempo de espera utilizando cores para determinar a urgência de cada cliente. RELATO DE EXPERIÊNCIA A Universidade Federal de Uberlândia possibilita ao acadêmico a construção de projetos de extensão como processo educativo, cultural e cientifico o qual atua na produção, no incentivo e na veiculação das múltiplas dimensões culturais para a comunidade universitária e a sociedade. Além disso, os projetos possibilitam o ingresso e permanência do aluno na universidade, contribuindo assim para a formação acadêmica, ética, cidadã e para sua qualidade de vida. Os autores deste relato ficaram no setor de Classificação de Risco, no período de 09/05/2012 à 09/11/2012, onde ficaram motivados a compartilhar a experiência e vivência do setor. Neste hospital, o setor de triagem é composto por 1 enfermeiro e 1 técnico em enfermagem por turno. O consultório de triagem possui materiais para aferição de sinais vitais como: aparelho digital para aferir pressão arterial, oxímetro de pulso, glicosímetro, termômetro timpânico. Neste protocolo, que abrange todas as especialidades é apenas aferido sinais vitais, solicitados pelo discriminador do fluxograma próprio, não contemplando realização de exame físico. Em um primeiro momento, faz-se a abertura do prontuário do paciente na recepção do hospital e todos os seus dados são enviados para o computador do triador por meio do sistema Alert Triage. O enfermeiro então realiza uma análise do paciente a fim de identificar a sua queixa e realizar a triagem de acordo com a sua necessidade, sendo posteriormente encaminhado ao setor relacionado à sua história. 4
5 A Classificação utiliza de cores para a divisão da gravidade do paciente. Estas estão exemplificadas no quadro 1 abaixo. Quadro 1: Cores utilizadas como determinantes de prioridades no atendimento por classificação de risco de acordo com o Protocolo de Manchester. Cor Prioridade Tempo de espera Vermelho Emergência Atendimento imediato Laranja Muito urgente 10 minutos Amarelo Urgente 60 minutos Verde Pouco urgente 120 minutos Azul Não urgente 240 minutos Branco Encaminhamentos (pacientes sem queixas) Indeterminado Fonte: Grupo Português de Triagem. O sistema Alert Triage, padronizado no Estado de Minas Gerais para quem utiliza do sistema de Manchester de Triagem, fornece os fluxogramas e discriminadores para agilizar o processo de trabalho. O paciente recebe uma pulseira com a cor da classificação recebida e seu atendimento é encaminhado para o sistema Alert EDIS (Alert Emergency Departament Information System) da respectiva área médica que fará o atendimento ao paciente. Após essa classificação o paciente aguarda pelo atendimento na sala de espera, que não tem ambiência adequada, ou seja, todos os pacientes, com exceção da obstetrícia e ginecologia, ficam juntos, sem distinção, a não ser pela cor da pulseira. Em casos de clientes em emergência (vermelhos) trazidos por algum serviço de resgate, ou encaminhados através de uma UTI móvel de outro serviço, estes não passam pela sala de triagem, são encaminhados diretamente para as salas vermelhas, seja de clinica ou cirurgia, sendo a classificação realizada pelo enfermeiro do local, ou pelo deslocamento do enfermeiro lotado na triagem até a respectiva sala. Este protocolo tem processos rápidos que visa o menor tempo de espera do paciente, visando diminuir a quantidade de pessoas aguardando pelo atendimento. 5
6 Porém em alguns casos isolados este sistema também apresenta problemas, ficando demasiadamente lento ou fora do ar, prejudicando o atendimento de quem já tinha sido triado ou de quem estava aguardando atendimento, sendo necessário recorrer à máquina de crise (sistema de resgate de todos os pacientes que lançados no sistema Alert) e inicio de sistema de classificação manual (seguindo sempre o protocolo de Manchester), onde se gasta muito tempo de deslocamento, levando a ficha manuscrita, contendo a classificação até a sala médica da respectiva área de atendimento. O Hospital de Clínica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) é referência em média e alta complexidade para uma população superior a 3 milhões de habitantes, de várias cidades, inclusive Uberlândia. Este fato gera uma alta demanda pelo serviço, aliado a este fato deve-se considerar a cultura do modelo curativista ainda presente na população, que permanece procurando o serviço de urgência/emergência para atendimento que seria ambulatorial. Neste panorama, visando encaminhar os pacientes classificados em menor prioridade, estabeleceu-se um Termo de Assentada (entre a Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal de Uberlândia e o Pronto Socorro do Hospital de Clínicas da UFU), onde se firmou via Ministério público, que os pacientes de classificados com Azul e Verde eram de responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde, porém somente os pacientes da Clínica Médica estavam sendo encaminhados, por pedido da própria Secretaria de Saúde. Levando em consideração toda esta rotina do setor, foram levantados pontos a serem discutidos com os pacientes que aguardavam pelo atendimento. Foram utilizadas abordagens diretas e indiretas para alcançar o público-alvo. A abordagem direta se dava por meio de entrevistas individuais onde o paciente relatava sua maior dificuldade ou insatisfação com o serviço prestado, durante este diálogo eram mostradas as reais condições do hospital e informado ao usuário sobre outros serviços públicos de saúde (atendimentos primários e secundários). As abordagens indiretas eram por meio de vídeos apresentados na televisão da sala de espera do Pronto Socorro e folhetos informativos que por problemas com a gráfica do hospital, não foram disponibilizados em grande quantidade. Durante este período de trabalho conseguimos alcançar um público-alvo de aproximadamente usuários da rede pública de saúde, proporcionando aos 6
7 pacientes maiores informações sobre os serviços prestados não apenas no hospital de alta complexidade, mas também nos setores de atenção básica. A população tendo maior conhecimento sobre estas questões relatadas, a demanda de pacientes foi melhor distribuída pelos outros setores de saúde possibilitando melhora no atendimento e diminuição no tempo de espera no hospital de alta complexidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS A inserção das acadêmicas no setor de classificação de risco favoreceu o processo ensino aprendizagem e a autonomia na obtenção de conhecimentos das competências e habilidades necessárias para o exercício profissional, e ainda confrontálos com os conteúdos da formação acadêmica. Foi uma vivencia da práxis profissional capaz de integrar o ensino, a pesquisa e a extensão. Contribuiu para a melhor percepção da atuação de sua área de formação, despertando a capacidade de solucionar, de forma prática e ágil, os problemas identificados. Os resultados desta atividade foram positivos e muito contribuíram para a formação de um profissional generalista, que reconhece o usuário do serviço de saúde com uma visão holística, considerando o contexto social e cultural no qual está inserido como parte do processo saúde doença. 7
8 REFERÊNCIAS ABBÊS, C.; MASSARO, A. Acolhimento com Classificação de Risco. Campinas, Hospital Municipal Mário Gatti, s.d. ACOLHIMENTO COM AVALIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO. Ministério da Saúde [2004].Disponível em: < Acesso em: 01 out BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 2048 de 02 de novembro de Dispões sobre o Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência. Brasília: DOU, DIOGO, S.C.; Impacto da relação cidadão - Sistema de triagem Manchester na requalificação das urgências do SNS. 2007, Dissertação. Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa, PINTO, MCT. Avaliação de uma implementação do Sistema de Triagem de Manchester: Que realidade? 2010, Dissertação (Mestrado de Informática Médica)- Faculdade de Ciências. Faculdade de Medicina Universidade do Porto,
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