O currículo do Curso de Medicina da UCG é desenvolvido a partir de dois grandes eixos:
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- Aurélio Molinari Lobo
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1 O currículo do Curso de Medicina da UCG é desenvolvido a partir de dois grandes eixos: Eixo Teórico-Prático Integrado Eixo do Desenvolvimento Pessoal Os eixos Teórico-Prático Integrado e de Desenvolvimento Pessoal são articulados entre si ao longo dos seis anos do curso mediante a aproximação da prática médica desde a etapa inicial do curso. Esta organização curricular proporciona uma formação teórica sólida e um desenvolvimento de habilidades e atitudes operativas necessárias à prática profissional competente, ética, humanizada e socialmente comprometida com a comunidade. No eixo teórico-prático integrado, a metodologia é baseada nas estratégias que tiveram êxito nas metodologias ativas, que envolve a aprendizagem baseada em problemas (PBL-problem-based learning) e a problematização, que se materializam em dois momentos: Caso-clínico (tutoria) e Caso-problema (CETPI), respectivamente. As discussões, desenvolvidas a partir de um caso-clínico/caso-problema, têm como metas principais, neste módulo, a aquisição dos conhecimentos das ciências básicas necessárias para a compreensão do processo saúde-doença e desenvolvimento de uma visão holística, ética, com compromisso social. As atividades são desenvolvidas com uma metodologia específica de definição de objetivos de aprendizagem, estudo auto-dirigido e um processo de avaliação contínuo. O eixo de desenvolvimento pessoal, que permeia todo o currículo, é o segmento responsável pelo alinhavo das questões sócio-históricas, psicológicas, éticas, relacionais e teológicas com o conhecimento sobre o processo saúde/doença. Este eixo é constituído por um conjunto de atividades, inseridas em programas, visando: Formação do aluno como pessoa e como cidadão Reflexão e revisão permanentes dos preceitos éticos e humanísticos que determinam as atitudes do homem enquanto ser social em suas relações Aquisições cumulativas no processo de ensino-aprendizagem. Os objetivos gerais:
2 Incorporar à formação médica a dimensão psicossocial e espiritual da pessoa, enfatizando a relação multiprofissional e interdisciplinar da equipe de saúde, usuários e comunidade; Desenvolver a consciência sobre a amplitude da relação médicopaciente; Promover reflexão sobre as responsabilidades da prática médica e sobre o significado emocional, psicológico, social e espiritual da saúde e da doença para os indivíduos nos diferentes ciclos de vida. Os objetivos específicos: Dimensão das competências políticas a) Ser agente de transformação social ao contribuir para a promoção de condições de vida saudável para a comunidade e para os indivíduos. b) Reconhecer a saúde como direito de todo cidadão e dever do Estado c) Atuar na elaboração das políticas de saúde e em sua execução, reconhecendo o papel social do médico d) Lidar criticamente com o mercado de trabalho e políticas de saúde e) Gerenciar os recursos tecnológicos disponíveis considerando a relação custobenefício e levando em conta as necessidades da população Dimensão das relações interpessoais a) Comunicar-se de maneira simples e eficaz com o paciente considerando seu universo cultural (situação clínica, procedimentos necessários, transmissão de más noticias), com a família e com os colegas b) Ter disposição para a prática educativa do paciente e da comunidade c) Integrar e/ou liderar equipes multiprofissionais com compromisso, responsabilidade, empatia, gerenciamento eficaz d) Manter postura ética e humanística em relação ao paciente, à família e à comunidade Dimensão das atitudes pessoais a) Cuidar da própria saúde física e mental e buscar seu bem-estar como cidadão e como médico
3 b) Reconhecer e respeitar as diversidades culturais c) Compreender as diferentes dimensões do humano - ética, econômica, política, estética e espiritual - e incorporá-las em sua prática profissional d) Saber trabalhar em equipe e tomar decisões com autonomia e discernimento ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Enfermaria Atendimento de pacientes internados na Enfermaria das especialidades médicas e participação em atividades de equipe, com supervisão do docente. Ambulatório Atendimento de pacientes no Ambulatório das especialidades médicas de casos novos e posteriormente aos retornos. Todos os casos deverão ser discutidos com o docente. Centro Cirúrgico Observação e participação em cirurgias eletivas, supervisionados por um profissional médico. Plantões Atendimento de pacientes em regime de plantão, supervisionados por um profissional médico. Correlação Clínica Discussão de casos clínicos enfocando os temas principais das várias especialidades médicas. ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA E COMUNIDADE NA REGIÃO NOROESTE Medicina de Família e Comunidade O Programa de Saúde da Família (PSF) em sua criação, teve por objetivo modificar e expandir o acesso da população aos serviços de saúde, tornando-se a porta de entrada do sistema vigente até então.
4 Mesmo proporcionando um novo mercado de trabalho aos formados, recémformados e médicos generalistas, sofre com a falta de profissionais com perfil adequado, com boa formação geral, que possam atuar em equipes multiprofissionais e que sejam capazes de lidar com questões individuais e de saúde coletiva. Com a crescente expansão do PSF cuja estratégia pressupõe tornar-se a porta de entrada para o sistema de saúde vigente no país, incorporando-se às práticas de saúde de muitas comunidades e procurando modificar o modelo assistencial existente é necessário que também as escolas médicas estejam preparadas a formarem profissionais bem preparados e com perfil adequado a essa nova realidade. REGIÃO NOROESTE A região noroeste de Goiânia é uma das mais importantes e crescentes da capital. Está distante mais de 15 km do centro da cidade. É composta por 46 bairros e com quase habitantes. Alguns bairros como Curitiba, Vitória, Jardim Colorado e Vila Mutirão, são recentes e, com isso sofrem com a falta de infra-estrutura básica. O Distrito Sanitário Noroeste é composto por 18 UBASF totalizando 47 equipes da ESF. OBJETIVO GERAL Capacitar os internos de Medicina a desenvolverem atividades de promoção e prevenção da saúde conjuntamente com o cronograma de atividades de cada equipe realizadas na Unidade de Saúde da Estratégia de Saúde da Família, devidamente articulado com outras áreas de atuação. Através do treinamento básico nas áreas e o conhecimento dos problemas de maior complexidade, a formação do médico com perfil generalista pode ser alcançada, vindo ao encontro das necessidades e anseios da sociedade. OBJETIVO ESPECÍFICO
5 Tornar o interno habilitado a atender em todos os programas preconizados para a Estratégia de Saúde da Família, utilizando as diversas metodologias e os equipamentos sociais existentes na região envolvida. Expostos a esta experiência, com uma postura ética e espírito crítico e reflexivo, participarão do processo educativo que permeia as relações entre os estudantes, os profissionais da área de saúde e os usuários dos serviços onde eles atuam. Com isso aprimorarão o próprio serviço e a Estratégia, enquanto são formados profissionais da área de saúde e cidadãos. DINÂMICA DO INTERNATO Serão distribuídos de 12 a 15 internos de Medicina em 6 unidades da ESF na região noroeste, de acordo com o número total a cada período de oito semanas, referentes ao tempo de rodízio do internato, totalizando 160 horas, sendo 150 horas correspondentes a exigência do internato e 10 horas referentes a necessidade do serviço. As primeiras quatro semanas ocorrerão no período matutino e as quatro últimas no período vespertino. A cada 15 dias, ocorrerá atividade científica no horário oposto ao qual o rodízio se encontra. UNIDADES ENVOLVIDAS Vila Mutirão - 04 internos Parque Tremendão - 02 internos Primavera - 03 internos Brisas da Mata - 02 internos Barra Vento - 02 internos Estrela Dalva - 02 internos (esta unidade será uma unidade curinga que participará somente no caso de um total de 15 internos) ATIVIDADES GERAIS Cada interno identificará um problema pontual e deverá no final do rodízio buscar uma solução para tal. Participarão de todos os Dias D de campanhas. Participarão de reuniões dos Conselhos Locais de Saúde e Fórum de Saúde.
6 Participarão de discussões de artigos científicos relacionados à ESF, assim como assistirão com posterior discussão de filmes ou documentários relacionados à prática médica. Além das metas propostas pelo Internato, o aluno deverá cumprir as PALESTRAS Para os pacientes dos programas da ESF e os grupos de atendimento. Deverão ser realizadas em conjunto, ou seja, todos os envolvidos deverão ser recrutados na unidade e não por equipe. atividades da equipe em que está inserido, mesmo que ocorram nos finais de semana e/ou feriados. CONSULTA DE CD E PEDIATRIA Realizar medição do peso e altura das crianças que serão consultadas, assim como avaliar o crescimento e desenvolvimento das mesmas dentro da faixa etária, de acordo com as normas do MS. Assegurar o cumprimento do calendário vacinal preconizado pelo MS. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O INTERNATO GINECOLOGIA OBSTETRÍCIA CLÍNICA MÉDICA VISITA DOMICILIAR Realizar 30 exames de prevenção. Elaborar 3 palestras para a comunidade, sendo o primeiro tema voltado para Câncer de Mama, o segundo para Câncer de Colo de Útero e o último para DSTs. Realizar cinco exames de prevenção em gestantes. Realizar 4 palestras referentes aos temas mais pertinentes ao pré-natal (grupo de gestantes). Realizar 4 palestras para a comunidade, de acordo com o diagnóstico de área. Realizar 20 consultas domiciliares, apresentando relatório dos pacientes visitados, destacando os procedimentos realizados em cada visita, assim como o levantamento das necessidades de cada um. Cada interno deverá realizar 3 palestras para a comunidade com o tema a ser definido pela equipe da ESF de acordo com o diagnóstico de área. Duas destas deverão estar voltadas para os pais e/ou responsáveis das crianças e uma deverá ser no colégio da região, voltada para o público infantil. BIBLIOGRAFIA BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual técnico para o controle da tuberculose: cadernos de atenção básica/ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde Departamento de Atenção Básica. 6. ed. rev. e atual. Brasília: Ministério da Saúde, p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos; n. 148) de Atenção Básica. Diretrizes do NASF: Núcleo de Apoio a Saúde da Família/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, p.(série A. Normas e Manuais Técnicos) (Caderno de Atenção Básica, n. 27)
7 de Atenção Básica. Obesidade/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, p. (Cadernos de Atenção Básica, n. 12) (Série A. Normas e Manuais Técnicos) BRASIL. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama/secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, (Cadernos de Atenção Básica; n. 13) (Série A. Normas e Manuais Técnicos) de Atenção Básica. Hipertensão arterial sistêmica para o Sistema Único de Saúde/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, p. (Cadernos de Atenção Básica; n. 16) (Série A. Normas e Manuais Técnicos) de Atenção Básica. Diabetes Mellitus/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, p. (Cadernos de Atenção Básica, n. 16) (Série A. Normas e Manuais Técnicos) de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa/ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica, n. 19) BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção À Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. 4. ed. Brasília: Ministério da Saúde, p. (Série E. Legislação de Saúde) (Série Pactos pela Saúde 2006; v. 4) BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Diretoria Técnica de Gestão. Dengue: diagnóstico e manejo clínico Adulto e Criança. Brasília: Ministério da Saúde, p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos). de Atenção Básica. Vigilância em Saúde: Dengue, Esquistossomose, Hanseníase, Malária, Tracoma e Tuberculose/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção a Saúde, Departamento de Atenção Básica. 2. ed. rev. Brasília: Ministério da Saúde, p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica, n. 21)
8 de Atenção Básica. Saúde da criança: nutrição infantil: aleitamento materno e alimentação complementar/ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, p.(série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica, n. 23) de Atenção Básica. Saúde na escola/ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, p. (Série B. Textos Básicos de Saúde) (Cadernos de Atenção Básica, n. 24) de Atenção Básica. Saúde sexual e saúde reprodutiva/ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica, n. 26) DUNCAN, B.B. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseada em evidências. Porto Alegre: Artmed, p. LUNA, R.L & SABRA, A. Medicina de Família: saúde do adulto e do idoso. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. McWHINNEY, I.R. & FREEMAN, T. Manual de Medicina de Família e Comunidade. Porto Alegre: Artmed, p. PENDLETON, D.; SCHOFIELD, T.; TATE, P. & HAVELOCK, P. A nova consulta: desenvolvendo a comunicação entre médico e paciente. STEWART, M.; BROWN, J.B.; WESTON, W.W.; McWHINNEY, I.R.; McWILLIAM, C.L. & FREEMAN, T. Medicina centrada na pessoa: transformando o método clínico. Porto Alegre: Artmed, p.
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