10 ações que não têm medo de chuva (#6_CIEL3)

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1 5.fev.2014.:. Edição 6 10 ações que não têm medo de chuva (#6_CIEL3) Antecipe seus recebíveis antes que a tempestade caia Com a Tempestade Perfeita se acirrando, está mais do que na hora de adicionarmos nossa sexta componente às dez ações sem medo de chuva. Cielo é uma empresa bastante acostumada a enfrentar desafios setoriais, mas nunca se sensibilizou muito com as vicissitudes macroeconômicas. Não porque fosse indiferente ao macro, mas simplesmente porque outras coisas importavam (e importam) mais. Agora que as ameaças setoriais estão amenizadas tanto no front de regulação quanto no de concorrência, o balanço de riscos se torna bem mais favorável à adquirente. Ela passa a conviver naturalmente com desafios intrínsecos ao negócio, ao mesmo tempo em que não se deixa intimidar por Pibinho de 2%, IPCA de 6% ou câmbio a R$ 2,40. Enquanto tem muito varejo reclamando de contração nas vendas, as receitas de Cielo avançam na ordem de 25% YoY. Não por acaso, ela fez questão de ser a primeira empresa a apresentar suas cifras na temporada de resultados do 4T13, abrindo as cortinas sob aplausos do mercado.

2 Mostrou logo de cara que não tem medo de tempestade. Já computado o quarto trimestre exemplar, Cielo fez um lucro de R$ 2,674 bilhões em 2013, 15% maior que o de um ano antes. Sua margem líquida continua próxima a 40% - rentabilidade raríssima a qualquer companhia listada, seja no Brasil ou lá fora. Nesse ritmo, a empresa nos parece posicionada para adentrar o nível R$ 3,000 bilhões em 2014, o que representaria um crescimento de 12% na comparação anual. Falamos, portanto, de um múltiplo de 16,8x earnings, mais atrativo que praticamente todas as blue chips de varejo. E de quebra, a ação também tende a pagar um dividend yield de circa 4% em Sim, CIEL3 pode ser considerada uma vaca leiteira. Seu conselho administrativo decidiu distribuir 70% dos lucros sob a forma de dividendos e juros sobre capital próprio. Além disso, de quando em quando são feitas bonificações para melhorar a liquidez, maximizar o pagamento de JCP e amenizar o efeito psicológico de uma cotação nominalmente elevada. Aliás, ao final de março, teremos uma bonificação de 100%. Isso significa que o acionista ganha uma nova ação para cada ação que já tiver, e o valor de tela cai pela metade. Os bancos ao seu lado Sabe como Cielo vai lhe deixar rico? Deixando os bancos igualmente ricos. Isso mesmo, Bradesco e BB são os principais acionistas da adquirente, cada um com participação de 28,65% no capital. Isso explica, por exemplo, porque Cielo é tão forte no contato com pequenas e médias empresas. A maior franquia bancária do Brasil está por trás da adquirente, fomentando a captação de clientes nos quatro cantos do país. Combos comerciais entre adquirentes e bancos parceiros representam a chave do market share, principalmente porque são montados na base do ganha-ganha. Quanto mais o banco cresce, mais ele é remunerado. Tanto como acionistas quanto do ponto de vista operacional, Bradesco e BB possuem total interesse no progresso de Cielo. Esse é um tipo de parceria que apenas a dulpa Rede-Itaú consegue imitar, e que os demais concorrentes dificilmente serão capazes de replicar.

3 Tabu Por conhecermos o CEO de Cielo, Rômulo Dias, podemos afirmar com segurança que ele é um sujeito que preza pela honestidade metodológica. Rômulo sabe que as previsões quantitativas exatas de mercado existem para confundir, e não para elucidar. Por isso, a Cielo não publica guidance formal. Alternativamente, os caras passam uma visão qualitativa do que estão esperando para o ano, uma espécie de soft guidance. E justamente por ser soft, acaba sendo mais útil. Nesse sentido, a meta para 2014 é crescer receitas nas três linhas - seja MDR (a taxa cobrada do lojista), antecipação de recebíveis ou aluguel de maquininhas POS. Para MDR, achamos que o grosso da correção já passou. Com o acirramento da concorrência, é natural que o desconto continue caindo, mas não projetaríamos qualquer recuo extremista aqui. A queda tende a ser gradual, e mais do que compensada pelo crescimento pujante dos volumes. Em aluguel de POS, Cielo cobra um preço premium por serviço de qualidade. Suas maquininhas funcionam numa boa e vêm com várias funcionalidades embutidas. Ela liderou, por exemplo, a migração para aparelhos wireless, mesmo ciente de que teria que arcar com custos maiores associados à nova tecnologia. Mas neste ano, em específico, estamos mais empolgados com o business de antecipação. Trata-se de um negócio no qual a Cielo adianta uma grana para o lojista com base em recebíveis futuros já contratados, cobrando juros em cima. Na prática, a antecipação permite que Cielo atue como um banco, concedendo empréstimos devidamente lastreados e com spread acretivo, principalmente num ano de Selic acima de 11%. Pra se ter uma ideia, a receita líquida de antecipação de recebíveis já bateu quase R$ 600 milhões no ano passado. Ela alcançou 15,9% do volume de crédito em 2013, contra 10,8% em Dada a tendência crescente - especialmente nos últimos trimestres -, temos aí um nicho que pode trazer grande contribuição aos lucros de Por que falamos tanto de lucros? Pois adoramos empresas realmente lucrativas, e Cielo é um dos maiores exemplos dessa nobre categoria.

4 CIEL3 é caso clássico de contínuo aumento no lucro por ação ao longo do tempo. Não vai ser uma tempestade - mesmo que perfeita - a quebrar esse tabu.

5 Analistas Responsáveis Beatriz Nantes, CNPI Felipe Miranda, CNPI Rodolfo Amstalden, CNPI * Assistentes de Análise Gabriel Casonato, CNPI-T João Françolin Roberto Altenhofen, CNPI Disclosure Elaborado por analistas independentes da Empiricus, este relatório é de uso exclusivo de seu destinatário, não pode ser reproduzido ou distribuído, no todo ou em parte, a qualquer terceiro sem autorização expressa. O estudo é baseado em informações disponíveis ao público, consideradas confiáveis na data de publicação. Posto que as opiniões nascem de julgamentos e estimativas, estão sujeitas a mudanças. Nem a Empiricus nem os analistas respondem pela veracidade ou qualidade do conteúdo. Este relatório não representa oferta de negociação de valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros. As análises, informações e estratégias de investimento têm como único propósito fomentar o debate entre os analistas da Empiricus e os destinatários. Os destinatários devem, portanto, desenvolver suas próprias análises e estratégias. Informações adicionais sobre quaisquer sociedades, valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros aqui abordados podem ser obtidas mediante solicitação. Os analistas responsáveis pela elaboração deste relatório declaram, nos termos do artigo 17º da Instrução CVM nº 483/10, que: + As recomendações do relatório de análise refletem única e exclusivamente as suas opiniões pessoais e foram elaboradas de forma independente. + Os analistas são sócios e participam dos lucros da Iguatemi Gestão, que mantém em fundos e carteiras de valores mobiliários que administra ativos objeto de análise por parte da Empiricus Research, podendo daí resultar conflito de interesses. * O analista Rodolfo Amstalden é o responsável principal pelo conteúdo do relatório e pelo cumprimento do disposto no Art. 16, parágrafo único da Instrução ICVM 483/10.