Noções de Primeiros Socorros

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Noções de Primeiros Socorros"

Transcrição

1 Tradição em formar Profissionais com Qualidade Noções de Primeiros Socorros

2 Sumário Primeiros Socorros...01 Conceitos Aplicados aos Primeiros Socorros...01 Aspectos Legais do Socorro...02 As Fases do Socorro...03 Sinais Vitais e Sinais Diagnósticos...06 Remoção do Acidentado...11 Hemorragias...14 Queimaduras...17 Isolação...19 Internação...20 Desmaio...20 Convulsões...21 Estado de Choque...23 Ferimentos...24 Fraturas Luxações Entorses...27 Traumas de Crânio, Tórax e Coluna

3 Envenenamentos...34 Acidentes Causados por Animais Peçonhentos...38 Oxigenoterapia...41 Princípios da Reanimação...42 Parada Respiratória...43 Parada Cardíaca...46 Engasgamento...49 Afogamento...50 Parto de Emergência...52 Referências Bibliográficas e Agradecimentos

4 Primeiros Socorros Objetivos Conhecer os principais aspectos do comportamento e da conduta de um profissional de saúde que presta um atendimento de primeiros socorros. Conhecer os aspectos legais do socorro, conhecer as 4 fases do socorro e saber realizar um exame primário e um secundário. Introdução Toda pessoa que estiver realizando o atendimento de primeiros socorros deve, antes de tudo, atentar para a sua própria segurança. O impulso de ajudar a outras pessoas não justifica a tomada de atitudes inconseqüentes, que acabem transformando-o em mais uma vítima. A seriedade e o respeito são premissas básicas para um bom atendimento de primeiros socorros. Para tanto, evite que a vitima seja exposta desnecessariamente e mantenha o devido sigilo sobre as informações pessoais que ela lhe revele durante o atendimento. 4

5 Conceitos Aplicados aos Primeiros Socorros Primeiros Socorros: são os cuidados imediatos prestados a uma pessoa cujo estado físico coloca em perigo a sua vida ou a sua saúde, com o fim de manter as suas funções vitais e evitar o agravamento de suas condições, até que receba assistência médica especializada. Triagem: processo de avaliação de paciente para determinar as prioridades de tratamento. Socorrista: atividade regulamentada pelo Ministério da Saúde, segundo a portaria n 824 de 24 de junho de O socorrista possui um treinamento mais amplo e detalhado que uma pessoa prestadora de socorro. Urgência: O termo urgência quer dizer que as condições são graves, mas que geralmente não oferecem risco de morte; são de prioridade moderada. Emergência: O termo emergência identifica situações que necessitam de cuidados especializados imediatos, para evitar a morte de um individuo ou complicações graves. Acidente: fato do qual resultam pessoas feridas que necessitam de atendimento. Incidente: fato ou evento desastroso do qual não resulta pessoas mortas ou feridas, mas que pode oferecer risco futuro. Sinal: é a informação obtida a partir da observação da vítima. Sintoma: é a informação a partir de um relato da vítima. 5

6 Aspectos Legais do Socorro Omissão de Socorro Segundo o artigo 135 do Código Penal, a omissão de socorro consiste em Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa invalida ou ferida, em desamparo ou em grave e iminente perigo; não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública. Pena: detenção de 01 (um) a 06 (seis) meses, ou multa. Parágrafo único: a pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta em morte. Importante: o fato de chamar o socorro especializado, nos casos em que a pessoa não possui um treinamento específico ou não se sente confiante para atuar, já descaracteriza a ocorrência de omissão de socorro. Direitos da Pessoa que Estiver Sendo Atendida O prestador de socorro deve ter em mente que a vítima possui o direito de recusa do atendimento. No caso de adultos, esse direito existe quando eles estiverem conscientes e com clareza de pensamento. Isto pode ocorrer por diversos motivos, tais como crenças religiosas ou falta de confiança no prestador de socorro que for realizar o atendimento. Nestes casos, a vítima não pode ser forçada a receber os Primeiros Socorros, devendo assim certificar-se de que o socorro especializado foi solicitado e continuar monitorando a vítima, enquanto tenta ganhar a sua confiança através do diálogo. 6

7 Caso a vítima esteja impedida de falar em decorrência do acidente, como um trauma na boca, por exemplo, mas demonstre através de sinais que não aceita o atendimento, fazendo uma negativa com a cabeça ou empurrando a mão do prestador de socorro, deve-se proceder da seguinte maneira: Não discuta com a vítima; Não questione suas razões, principalmente se elas forem baseadas em crenças religiosas; Não toque na vítima, isto poderá ser considerado como violação dos seus direitos; Converse com a vítima, informe a ela que você possui treinamento em Primeiros Socorros, que irá respeitar o direito dela de recusar o atendimento, mas que está pronto para auxiliá-la no que for necessário; Arrole testemunhas de que o atendimento foi recusado por parte da vítima; No caso de crianças, a recusa do atendimento pode ser feita pelo pai, pela mãe ou pelo responsável legal. Se a criança é retirada do local do acidente antes da chegada do socorro especializado, o prestador de socorro deverá se possível, arrolar testemunhas que comprovem o fato. O consentimento para o atendimento de Primeiros Socorros pode ser formal, quando a vítima verbaliza ou sinaliza que concorda com o atendimento, após o prestador de socorro ter se identificado como tal e ter informado a vítima de que possui treinamento em Primeiros Socorros, ou implícito, quando a vítima esteja inconsciente, confusa ou gravemente ferida a ponto de não poder verbalizar ou sinalizar consentimento com o atendimento. Neste caso, a legislação infere que a vítima daria o consentimento, caso tivesse condições de expressar o seu desejo de receber o atendimento de primeiros socorros. O consentimento implícito pode ser adotado também no caso de acidentes envolvendo menores desacompanhados dos pais ou responsáveis legais. Do mesmo modo, a legislação 7

8 infere que o consentimento seria dado pelos pais ou responsáveis, caso estivessem presentes no local. AS Fases do Socorro Avaliação do Ambiente A primeira atitude a ser tomada no local do acidente é avaliar os riscos que possam colocar em perigo a pessoa prestadora dos Primeiros Socorros. Se houver algum perigo em potencial, deve-se aguardar a chegada do socorro especializado. Nesta fase, verifica-se também a provável causa do acidente, o numero de vítimas e a gravidade das mesmas e todas as outras informações que possam ser úteis para a notificação do acidente. Proceda da seguinte forma: Mantenha a vítima deitada, posição confortável, até certificar-se de que a lesão não tem gravidade; Investigue particularmente a existência de hemorragia, envenenamento, parada respiratória, ferimentos, queimaduras e fraturas; Dê prioridade ao atendimento aos casos de hemorragia abundante, inconsciência, parada cárdio respiratória, estado de choque e envenenamento, pois EXIGEM SOCORRO IMEDIATO; Verifique se há lesão na cabeça, quando o acidentado estiver inconsciente ou semiconsciente. Havendo hemorragia por um ou ambos os ouvidos, ou pelo nariz, PENSE em fratura de crânio; Não dê líquido a pessoas inconscientes; 8

9 Recolha, em caso de amputação, à parte seccionada, envolva-a em um pano limpo para entrega IMEDIATA ao médico; Certifique-se de que qualquer providencia a ser tomada não venha a agravar o estado da vítima; Chame o médico ou transporte à vítima, SE NECESSÁRIO. Inspire confiança EVITE O PÂNICO Comunique a ocorrência à autoridade policial local. Forneça as seguintes informações: Local, horário e condições em que a vítima foi encontrada; Quais os Primeiros Socorros a ela prestados. Solicitação de Auxílio Solicite se possível à outra pessoa que peça auxílio chamando o socorro especializado comunicando a provável causa do acidente, o número de vítimas, a gravidade das mesmas e todas as outras informações que ele precisar. Estas informações você terá obtido anteriormente, durante a de avaliação do ambiente. Sinalização Efetuar sempre que necessário, a sinalização do local para evitar a ocorrência de novos acidentes. Pode ser feita com cones, fita zebrada, ou qualquer objeto que chame a atenção de outras pessoas para o cuidado com o local, na falta destes recursos, pode-se pedir para que uma pessoa fique sinalizando a certa distância. Atendimento 9

10 Ao iniciar o atendimento, deve-se ter em mente o que fazer e o que não fazer. Manter o autocontrole é imprescindível nesta fase. Não minta para a vítima. Procure expressar segurança e confiança no que faz. No atendimento, a pessoa que estiver prestando os Primeiros Socorros deve realizar dois exames básicos: exame primário e exame secundário. Exame Primário: o exame primário consiste em verificar: Consciência; Respiração; Pulso; Se as vias aéreas estão desobstruídas. Este exame deve ser feito imediatamente. Se a vítima não estiver respirando, mas apresentar batimentos cardíacos (pulso), iniciar a respiração artificial conforme o procedimento. Caso não haja sinal de pulso, iniciar a RCP segundo o procedimento. Exame Secundário: consiste na verificação de: Nível de consciência; Escala de Coma de Glasgow. Avaliar os 5 sinais vitais: Pulso; Respiração; Pressão arterial (PA), quando possível; 10

11 Temperatura; Dor. Avaliar os 3 Sinais Diagnósticos: Tamanho das pupilas (midriase: quando dilatadas; miose: quando contraídas); Enchimento capilar (perfusão sanguínea das extremidades); Cor da pele. Realizar o exame físico na vítima: Pescoço; Cabeça; Tórax; Abdome; Pelve; Membros inferiores; Membros superiores; Dorso. respiração. O que o prestador de primeiros socorros deve observar ao avaliar o pulso e a Sinais Vitais e Sinais Diagnósticos 11

12 Toda lesão ou doença tem formas peculiares de se manifestar e isso pode ajudá-lo no diagnóstico da vítima. Estes indícios são divididos em dois grupos: os sinais e os sintomas. Alguns são bastante óbvios, mas outros indícios importantes podem passar despercebidos, a menos que você examine a vítima cuidadosamente, da cabeça aos pés (avaliação secundária). Os sinais são detalhes que você poderá descobrir fazendo o uso dos sentidos (visão, tato, audição, olfato) durante a avaliação da vítima. Sinais comuns de lesão incluem sangramento, edema, aumento de sensibilidade ou deformação; já os sinais de doenças que são mais comuns são pele pálida ou avermelhada, suor temperatura elevada e pulso rápido. Sintomas são sensações que a vítima experimenta e é capaz de descrever. Pode ser necessário que o socorrista faça perguntas para definir a presença ou ausência de sintomas. Pergunte à vítima consciente onde exatamente sente dor; examine a região indicada procurando descobrir possíveis lesões por trauma, mas lembre-se de que a dor intensa numa região pode mascarrar outra enfermidade mais séria embora menos dolorosa. Alem da dor, outros sinais que podem ajudá-lo no diagnóstico, incluem náuseas, vertigem, calor, frio, fraqueza e sensação de mal-estar. Pulso: é uma onda de sangue gerada pelo batimento cardíaco e propagada ao longo das artérias. A freqüência comum do pulso em adultos é de 60 a 100 batimentos por minuto; a freqüência do pulso nas crianças em geral é superior a 80 batimentos por minuto. O pulso é palpável em qualquer área onde uma artéria passe sobre uma proeminência óssea ou se localize próxima à pele. 12

13 As alterações na freqüência e volume do pulso representam dados importantes no socorro pré-hospitalar. Um pulso rápido, fraco, geralmente é resultado de um estado de choque por perda sanguínea. A ausência de pulso pode significar um vaso sanguíneo bloqueado ou lesado, ou que não há batimento cardíaco. Pulso Radial Pulso Carotídeo Respiração: a respiração normal é fácil, sem esforço e sem dor. A freqüência pode variar bastante. Um adulto respira normalmente entre 12 a 20 vezes por minuto. Respiração e ventilação significam a mesma coisa, ou seja, o ato de inspirar e expirar o ar. Ocasionalmente, podem-se fazer deduções a partir do odor da respiração, como por exemplo, a respiração de quem ingeriu bebida alcoólica. No estado de choque observam-se respirações rápidas e superficiais. Uma respiração profunda, difícil e com esforço pode indicar uma obstrução nas vias aéreas, doença cardíaca ou pulmonar. Pressão arterial: é a pressão que o sangue circulante exerce sobre as paredes internas das artérias. Uma vez que na pessoa normal o sistema arterial é um sistema fechado, ligado a uma bomba e completamente cheia com sangue, as mudanças na pressão sanguínea indicam 13

14 mudanças no volume do sangue, na capacidade dos vasos ou ainda, na capacidade do coração em funcionar como bomba. A pressão arterial é registrada em níveis sistólicos (alto) e diastólicos (baixo). A leitura da pressão é feita em milímetros (mm) de mercúrio (Hg). A pressão arterial é determinada por um aparelho conhecido como esfigmomanômetro, que é usado em conjunto com o estetoscópio. Esfigmomanômetro Estetoscópio A pressão arterial de um adulto é geralmente, de 120 x 80 mm Hg. A pressão arterial pode cair acentuadamente nos estados de choque, após uma hemorragia grave, após um infarto do miocárdio (IAM). Temperatura: a pele é responsável, em grande parte, pela regulação desta temperatura, irradiando o calor através dos vasos sanguíneos subcutâneos e evaporando água sob forma de suor. A temperatura normal do corpo é de 37 C. 14

15 Uma pele fria e úmida é indicativo de uma resposta do sistema nervoso simpático a um traumatismo ou perda sanguínea (estado de choque). A exposição ao frio geralmente produz uma pele fria e seca. Uma pele quente e seca pode ser causada por febre, em uma doença, ou ser o resultado de uma exposição excessiva ao calor, como na insolação. Pupilas: as pupilas quando normais são do mesmo diâmetro e possuem contornos regulares; pupilas contraídas podem ser encontradas nas vitimas viciadas em drogas (chamada de miose). As pupilas indicam o estado de relaxamento ou inconsciência, geralmente tal dilatação ocorre rapidamente após uma parada cardíaca. As pupilas desiguais são geralmente encontradas nas vitimas com lesões de crânio ou acidente vascular cerebral. Na morte, as pupilas estão totalmente dilatadas e não respondem a luz. Midriase e Miose 15

16 Coloração da pele: a cor da pele depende primeiramente da presença de sangue circulante nos vasos sanguíneos subcutâneos. Uma pele pálida, branca, indica circulação insuficiente e é vista nas vitimas em choque ou com infarto do miocárdio. Uma cor azulada (chamada de cianose) é observada na insuficiência cardíaca, na obstrução das vias aéreas, e também em alguns casos de envenenamento. Poderá haver uma cor vermelha em certos estágios do envenenamento por monóxido de carbono (CO 2 ) e na insolação. Estado de consciência: normalmente, uma pessoa esta alerta, orientada e responde aos estímulos verbais e físicos. Qualquer alteração desde estado pode ser indicativo de doença ou trauma. O estado de consciência é provavelmente o sinal isolado mais seguro na avaliação do sistema nervoso de uma pessoa. Uma vítima poderá apresentar desde leve confusão mental por embriaguez, até coma profundo, como resultado de uma lesão craniana ou envenenamento. Capacidade de Movimentação: a incapacidade de uma pessoa consciente em se mover é conhecida como paralisia e pode ser o resultado de uma doença ou traumatismo. A incapacidade de mover os membros superiores e inferiores, após um acidente, pode ser o indicativo de uma lesão da medula espinhal, na altura do pescoço (coluna cervical). A incapacidade de movimentar somente os membros inferiores pode indicar uma lesão medular abaixo do pescoço. 16

17 A paralisia de um lado do corpo, incluindo face, pode ocorrer como resultado de uma hemorragia ou coágulo intra-encefálico (Acidente Vascular Cerebral). Reação a Dor: a perda do movimento voluntário das extremidades, após uma lesão, geralmente é acompanhada também de perda da sensibilidade. Entretanto, ocasionalmente o movimento é mantido, e a vítima se queixa apenas de perda da sensibilidade ou dormência nas extremidades. É extremamente importante que este fato seja reconhecido como um sinal de provável lesão da medula espinhal, de forma que a manipulação do acidentado não agrave o trauma inicial. Remoção do Acidentado A remoção da vítima do local do acidente para o hospital é tarefa que requer da pessoa prestadora de Primeiros Socorros o MAXIMO DE CUIDADO E CORRETO DESEMPENHO. Antes da Remoção: TENTE controlar a hemorragia com compressão; INICIE a respiração de socorro (em caso de parada respiratória); EXECUTE a massagem cardíaca externa (quando a vítima estiver sem pulso); IMOBILIZE as fraturas com talas próprias ou improvisadas; EVITE o estado de choque, se NECESSÁRIO. 17

18 Para o transporte da vítima podemos utilizar meios habitualmente empregados: maca ou padiola, ambulância, helicóptero ou de RECURSOS IMPROVISADOS: Ajuda de pessoas; Maca; Cadeira; Tábua; Cobertor; Porta ou outro material disponível. Como proceder: Vítima consciente e podendo andar: Remova a vítima apoiando-a em seus ombros. Vítima consciente não podendo andar: Transporte à vítima utilizando os recursos aqui demonstrados, em casos de: Fratura, luxações e entorses de pé. Contusão, distensão muscular e ferimentos dos membros inferiores. Picada de animais peçonhentos: cobra, escorpião e outros. 18

19 Vítima inconsciente: Como levantar a vítima do chão SEM AUXÍLIO DE OUTRA PESSOA: Como levantar a vítima do chão COM A AJUDA DE UMA OU MAIS PESSOAS 19

20 Vítima consciente ou inconsciente: Como remover a vítima, utilizando-se de cobertor ou material semelhante: Como Remover Vítima de Acidentados Suspeitos de Fraturas de Coluna e Pelve: Utilize uma SUPERFÍCIE DURA - porta ou tábua (maca improvisada). 20

21 Solicite ajuda de pelo menos cinco pessoas para transferir o acidentado do local encontrado até a maca. Movimente o acidentado COMO UM BLOCO, isto é, deslocando todo o corpo ao mesmo tempo, evitando mexer separadamente a cabeça, o pescoço, o tronco, os braços e as pernas. Como Remover Acidentado Grave Não Suspeito de Fratura de Coluna Vertebral ou Pelve, Em Decúbito Dorsal: Utilize macas improvisadas como: portas, cobertores, cordas, roupas, etc.; IMPORTANTE: 1. EVITE paradas e freadas BRUSCAS do veículo, durante o transporte; 2. PREVINA-SE contra o aparecimento de DANOS IRREPARÁVEIS ao acidentado, movendo-o o MENOS POSSÍVEL. 3. SOLICITE, sempre que possível, a ASSISTÊNCIA DE UM MÉDICO na remoção de acidentado grave. 4. NÃO INTERROMPA, em hipótese alguma, a RESPIRAÇÃO DE SOCORRO e a MASSAGEM CARDÍACA EXTERNA ao transportar o acidentado. 21

22 Hemorragias As hemorragias são divididas em duas classes: 1ª Classe: perda aproximadamente de até 15% da volemia; e 2ª Classe: perda de 15% a 30% da volemia. A hemorragia é definida como uma perda aguda de sangue circulante. Normalmente o volume de sangue correspondente a 7% do peso corporal no adulto. Por exemplo, um homem de 70 Kgs tem aproximadamente 5 litros de sangue. Na criança o volume é 8 a 9 % do peso corporal. Obs.: no obeso considera-se o peso ideal, cuidado para não evoluir para choque hemorrágico. As metas do tratamento de emergência são controlar o sangramento, manter um volume sanguíneo circulante adequado para a oxigenação circular e evitar o choque. As vitimas que sofrem de hemorragia estão em risco de parada cardíaca causada pela hipovolemia. AS HEMORRAGIAS PODEM SER INTERNAS OU EXTERNAS: HEMORRAGIA INTERNA: se a vítima não mostra sinais externos de sangramento mais existe bradicardia, pressão arterial decrescente, sede, apreensão, pele fria e úmida, ou enchimento capital retardado, suspeita-se de hemorragia interna. Suspeitar quando existe: Acidente por desaceleração; 22

23 Ferimento por projétil de arma de fogo, faca ou estilete, principalmente no tórax e abdome; Sinais e sintomas: Pulso rápido e fraco; Palidez da pele e mucosas; Sudorese profunda; Pele fria e úmida; Pressão arterial decrescente; Sede. Seqüência no atendimento: Deitar a Vítima; Se não houver contra-indicação, elevar os membros inferiores; Verificar V.R.C.N. (vias aéreas, respiração, circulação, sistema nervoso); Transportar a vítima ao hospital. HEMORRAGIA EXTERNA: A hemorragia externa, visível ao exame primário do paciente, deve ser prontamente controlada pela pressão direta sobre o local do sangramento em ferimentos superficiais. 23

24 Nos ferimentos profundos com hemorragia devemos tomar as seguintes medidas: Seqüência no atendimento: Deitar a Vitima; Cobrir o ferimento com gaze ou pano limpo; Pressionar o local com firmeza; Se o ferimento for aos membros, elevar o membro ferido; Caso não haja controle, pressionar diretamente as artérias que nutrem o membro afetado (axila no MS ou femural no MI) nos locais os quais elas se situam logo abaixo da pele; Evitar o uso de torniquete, pois pode levar a amputação cirurgia do membro se não for afrouxado corretamente e no tempo certo; Transportar a vitima para o hospital. HEMORRAGIA NASAL (Epistaxe): é causada pela ruptura dos vasos da mucosa nasal que pode ser produzida por traumatismos, hipertensão arterial, uso de anticoagulante, fatores ambientais como excesso de sol, etc. acontece freqüentemente, porque o nariz é muito vascularizado. Nestes casos, devemos colocar a vitima com a cabeça inclinada para frente, deixando-a nesta posição por 5 minutos e fazendo compressão com os dedos nas narinas. Caso a hemorragia não cesse com esta manobra, o paciente deve ser conduzido a um hospital. Queimaduras 24

25 A pele é a nossa barreira natural de proteção contra os mais variados agentes agressores, como microorganismos, agentes físicos e químicos. Além disso, a pele é o órgão mais extenso do corpo humano e é muito importante no controle da temperatura e retenção de líquidos. A definição de queimadura é bem ampla, porém, basicamente, é a lesão causada pela ação direta ou indireta produzida pelo calor no corpo ou pelo frio. A sua manifestação varia desde uma pequena bolha (flictena) até formas mais graves capazes de desencadear respostas sistêmicas proporcionais à gravidade da lesão e sua respectiva extensão. AS QUEIMADURAS SÃO CLASSIFICADAS DE ACORDO COM: A profundidade (graus); A extensão (área corpórea atingida); De acordo com o agente causador, a queimadura pode ser: 1. TÉRMICA (provocada por calor, líquidos quentes, objetos aquecidos, vapor); 2. QUÍMICA (provocada por ácidos e bases); 3. ELÉTRICA (quando provocada por raios e corrente elétricas); 4. POR RADIAÇÃO (quando provocada por radiação nuclear); Para se classificar a queimadura de acordo com a sua extensão existem vários métodos, porém seu aprendizado requer muita prática. Para o socorrista é suficiente observar que quanto maior a extensão da queimadura maior risco de vida vítima estará correndo. 25

26 De acordo com a profundidade, as queimaduras podem ter a seguinte graduação: 1. PRIMEIRO GRAU: atinge somente a epiderme; a pele apresenta hiperemia; edema e há ardor no local; 2. SEGUNDO GRAU: Atinge a epiderme estendendo-se até a derme. A pele apresenta flictenas dor local intensa, hiperemia e edema (podem ser superficiais ou profundas); 3. TERCEIRO GRAU: Atinge epiderme, a derme e a hipoderme, e muitas vezes a bainha muscular. Por afetar os nervos, é menos dolorosas, porem muito graves pela dificuldade de regeneração do tecido lesado que apresenta deformidade, requerendo a realização de enxerto. OBS: a queimadura não é obrigatoriamente uniforme! Podem ocorrer nos diversos graus e ao mesmo tempo. De acordo com a extensão, a queimadura pode ser: 1. Área pequena: é quando atinge menos que 10% do corpo (menos áreas nobres, como rosto, a genitália e mucosas - esses casos são graves); 2. Área grande: é quando atinge mais de 10% do corpo. PRIMEIROS SOCORROS EM QUEIMADURAS: 26

27 Interrompa imediatamente o efeito do calor (utilize água fria, não use água gelada, ou utilize um lençol para apagar as chamas no corpo da vítima). Em caso de acidentes com queimaduras promovidas por corrente elétrica, não toque na vítima até que se desligue a energia. Tome cuidado com os fios soltos e água no chão. Observe se há parada respiratória, em caso afirmativo proceda com a respiração de socorro. Transporte imediatamente à vítima para o hospital. Faça a avaliação primária da vítima. Identifique qual o tipo, grau e extensão da queimadura. A queimadura é uma lesão estéril, por isso tenha cuidado ao manuseá-la e evite ao máximo contaminá-la. Retire pulseiras, jóias, relógios, roupas que não estejam grudadas na pele da vítima. Caso a queimadura seja de 1º grau, retire a pessoa do sol, utilize substâncias refrescantes como produtos para aliviar a dor e faça a administração por via oral de líquidos. Caso a queimadura seja de 2º ou de 3º graus, lembre-se de cobrir a área queimada com gazes molhadas em soro fisiológico ou água limpa. Mantenha o curativo molhado usando recipientes de soro ou água limpa até levar a vítima ao hospital. NÃO fure as flictenas (bolhas)! NÃO utilize manteiga, creme dental, gelo, óleo, banha, café na queimadura. Remova a pessoa para o hospital caso a queimadura seja muito extensa, ou seja, de 2º ou 3º graus. Insolação 27

28 É uma perturbação decorrente da exposição DIRETA e PROLONGADA do organismo aos raios solares. COMO SE MANIFESTA: Pele quente e avermelhada. Pulso rápido e forte. Dor de cabeça acentuada. Sede intensa. Temperatura do corpo elevada. Dificuldade respiratória. Inconsciência. COMO PROCEDER: Remova a vítima para um lugar fresco e arejado, afrouxe as vestes da vítima. Mantenha o acidentado em repouso e recostado, aplique compressas geladas ou banho frio se possível. Procure o hospital mais próximo. Intermação 28

29 arejados. Perturbação do organismo causada por excessivo calor em locais úmido e não COMO SE MANIFESTA: 1. Dor de cabeça e náuseas. 2. Palidez acentuada. 3. Sudorese (transpiração excessiva). 4. Pulso rápido e fraco. 5. Temperatura corporal elevada. 6. Câimbra no abdome ou nas pernas. 7. Inconsciência. COMO PROCEDER: Remova a vítima para um lugar fresco e arejado, afrouxe as vestes da vítima. Mantenha o acidentado deitado com a cabeça mais baixa que o resto do corpo. Desmaio O desmaio consiste na perda transitória da consciência e da força muscular, fazendo com que o paciente caia no chão. Pode ser causado por vários fatores, como a subnutrição, o cansaço, excesso de sol, stress. Pode ser precipitado por nervosismo, angústia e emoções fortes, além de ser intercorrência de muitas outras doenças. IDENTIFICAÇÃO: Tontura; Sensação de mal-estar; 29

30 Pele fria, pálida e úmida; Suor frio; Perda da consciência. TRATAMENTO: Diante de um indivíduo que sofreu desmaio, devemos proceder da seguinte maneira: Arejar o ambiente; Afrouxar as roupas da vítima; Deixar a vítima deitada e, se possível, com as pernas elevadas; Não permitir aglomeração no local para não prejudicar a vítima. Convulsões A convulsão pode ser conceituada como uma contração violenta, ou uma série de contrações dos músculos voluntários, com ou sem perda da consciência por parte da vítima. Pode ser causada por um TCE (Traumatismo Crânio Encefálico); porém, há outros fatores como hiperpirexia, distúrbios metabólicos, intoxicações exógenas, processos infecciosos do SNC, epilepsias e tumores cerebrais, entre outros. 30

31 Os sinais e os sintomas da convulsão são em geral a perda do equilíbrio, a inconsciência, a palidez, a cianose dos lábios e a presença de espasmos incontroláveis que sacodem o corpo da vítima. A epilepsia é uma doença do sistema nervoso central que se caracteriza em sua fase mais grave, por crises de convulsão. As vítimas que sofrem convulsões ou ataques epilépticos podem apresentar perda de equilíbrio, queda abrupta, inconsciência, contração de toda a musculatura corporal, aumento da atividade glandular com abundante salivação, vômitos, e em alguns casos, micção e evacuação involuntárias. Ao atender uma vítima em crise convulsiva, o socorrista deverá afastar os objetos próximos para que ela não se machuque (batendo contra eles). Não impeça os movimentos convulsivos, apenas posicione-se de joelhos atrás da cabeça da vítima e proteja, a fim de evitar traumatismos. Posicione a vítima lateralmente para que ela não aspire vômitos e outras secreções para os pulmões. Quando os espasmos desaparecerem, acomode a vítima confortavelmente e certifiquese de que ela está respirando (ver, ouvir e sentir). Depois a encaminhe para receber assistência médica qualificada. Basicamente, podemos dizer que o tratamento deste tipo de vítimas 31

32 resume-se em proteger a vítima durante a crise e encaminhá-la para atendimento especializado quando a consciência for recuperada. Durante a crise, não use de força para conter a vítima, nem ponha nada em sua boca. O socorrista deve prevenir a convulsão febril em crianças, promovendo banhos de imersão a uma temperatura igual a do corpo. É recomendável manter compressas frias na região frontal da cabeça. A criança deverá ser mantida neste banho até a temperatura baixar a níveis próximos do normal. A criança deverá vestir roupas leves e ser mantida em local arejado e sem correntes de ar. Uma vez ministrados esses cuidados, encaminhe-a para receber assistência qualificada para detectar e tratar a causa da febre. Estado de Choque O choque é um estado grave em que ocorre diminuição do volume de sangue para os tecidos resultando em perfusão inadequada com redução do oxigênio celular, ocasionando prejuízos para as funções vitais. É o conjunto de manifestações que resultam de um desequilíbrio entre o volume de sangue circulante e a capacidade do sistema vascular, causados geralmente por: choque elétrico, hemorragia aguda, queimadura extensa, ferimento grave, envenenamento, exposição a extremos de calor e frio, fratura, emoção violenta, distúrbios circulatórios, dor aguda e infecção grave. TIPOS DE ESTADO DE CHOQUE: Choque Cardiogênico: Incapacidade do coração de bombear sangue para o resto do corpo. Possui as seguintes causas: infarto agudo do miocárdio, arritmias, cardiopatias; 32

33 Choque Neurogênico: Dilatação dos vasos sangüíneos em função de uma lesão medular. Geralmente é provocado por traumatismos que afetam a coluna cervical; Choque Séptico: Ocorre devido à incapacidade do organismo em reagir a uma infecção provocada por bactérias ou vírus que penetram na corrente sangüínea liberando grande quantidade de toxinas; Choque Hipovolêmico: Diminuição do volume sangüíneo. Possui as seguintes causas: Perdas sangüíneas - hemorragias internas e externas. Perdas de plasma - queimaduras e peritonites. Perdas de fluídos e eletrólitos - vômitos e diarréias. Choque Anafilático: Decorrente de severa reação alérgica. Ocorrem as seguintes reações: Pele: urticária, edema e cianose dos lábios; Sistema respiratório: dificuldade de respirar e edema da árvore respiratória; Sistema circulatório: dilatação dos vasos sangüíneos, queda da pressão arterial, pulso fino e fraco, palidez. COMO SE MANIFESTA: A pele fica fria e pegajosa, aumenta a sudorese (transpiração abundante) na testa e nas palmas das mãos, a face fica pálida com expressão de sofrimento. A pessoa tem uma sensação de frio, chegando às vezes a ter tremores. A pessoa pode sentir náuseas e vômitos, a ventilação fica curta, rápida e irregular. Perturbação visual com dilatação da pupila, perda do brilho dos olhos, o pulso fica fraco e rápido e a pessoa pode ficar parcialmente ou totalmente inconsciente. COMO PROCEDER: Realize uma rápida inspeção na vítima, combata, evite ou contorne a causa do estado de choque, se possível. Mantenha a vítima deitada e em repouso, controle 33

34 toda e qualquer hemorragia externa, verifique se as vias aéreas estão permeáveis, retire da boca, se necessário secreção, dentadura ou qualquer outro objeto. Execute a massagem cardíaca externa associada à respiração de socorro boca a - boca, se a vítima apresentar ausência de pulso, dilatação das pupilas e parada respiratória. Afrouxe a vestimenta da vítima, vire a cabeça da vítima para o lado caso ocorra vômito. Eleve os membros inferiores cerca de 30 cm, exceto nos casos de choque cardiogênicos (infarto agudo do miocárdio, arritmias e cardiopatias) pela dificuldade de trabalho do coração. Procure aquecer a vítima. Remova IMEDIATAMENTE a vítima para o hospital mais próximo. Ferimentos Qualquer rompimento anormal da pele ou superfície do corpo é chamado de ferimento. A maioria dessas lesões compromete os tecidos moles, a pele e os músculos. As feridas podem ser abertas ou fechadas. A ferida aberta é aquela na qual existe uma perda de continuidade da superfície cutânea. Na ferida fechada, a lesão do tecido mole ocorre abaixo da pele, porém não existe perda da continuidade na superfície. Todos os ferimentos logo que ocorrem, causam dor, produzem sangramentos e podem causar infecções. As roupas sobre um ferimento deverão ser sempre removidas para que o socorrista possa melhor visualizar a área lesada. Remova-as com um mínimo de movimento. É melhor cortá-las do que tentar removê-las inteira, porque a mobilização poderá ser muito dolorosa e causar lesão e contaminação dos tecidos. 34

35 O socorrista não deverá tocar no ferimento, caso a ferida estiver suja, ou ainda, se for provocada por um objeto sujo, deverá ser limpa com o uso de água e sabão. Diminua a probabilidade de contaminação de uma ferida, utilizando materiais limpos e esterilizados para fazer o curativo inicial. Todos os ferimentos devem ser cobertos por uma compressa (curativo universal), preparada com um pedaço de pano bem limpo ou gaze esterilizada. Esta compressa dever ser posicionada sobre a ferida e fixada firmemente com uma atadura ou bandagem. Antes de utilizar uma bandagem, o socorrista deverá proteger o ferimento com compressas limpas e de tamanho adequado. Deixe sempre as extremidades descobertas para observar a circulação e evite o uso de bandagens muito apertadas que dificultam a circulação sangüínea, ou ainda, as muito frouxas, pois soltam.. Não devemos remover corpos estranhos (facas, lascas de madeira, pedaços de vidro ou ferragens) que estejam fixados em ferimentos. As tentativas de remoção do corpo estranho (objeto empalado) podem causar hemorragia grave ou lesar ainda mais nervos e músculos próximos a ele. Controle as hemorragias por compressão e use curativos volumosos para estabilizar o objeto cravado. Aplique ataduras ao redor do objeto, a fim de estabilizá-lo e manter a compressão, enquanto a vítima é transportada para o hospital, onde o objeto será removido. 35

36 Se o ferimento provocar uma ferida aberta no tórax da vítima (ferida aspirante) e, for possível perceber o ar entrando e saindo pelo orifício, o socorrista deverá imediatamente providenciar seu tamponamento, para tal, deverá usar simplesmente a mão (protegida por uma luva descartável) sobre a ferida ou fazer um curativo oclusivo com material plástico ou papel alumínio (curativo de três pontas). Após fechar o ferimento no tórax, conduza a vítima com urgência para um hospital. Se o ferimento for na região abdominal da vítima e houver a saída de órgãos (evisceração abdominal), o socorrista deverá cobrir as vísceras com um curativo úmido e não tentar recolocá-las para dentro do abdome. Fixe o curativo com esparadrapo ou uma atadura não muito apertada. Em seguida, transporte à vítima para um hospital. Não dê alimentos ou líquidos para a vítima. Em alguns casos, partes do corpo da vítima poderão ser parcialmente ou completamente amputadas. Às vezes, é possível, por meio de técnicas microcirúrgicas, o reimplante de partes amputadas. Quanto mais cedo à vítima, junto com sua parte amputada, chegar ao hospital, melhor. Conduza a parte amputada protegida dentro de um saco plástico com gelo moído. O frio ajudará a preservar o membro. Não deixe a parte amputada entrar em contato direto com o gelo. Não lave a parte amputada e não ponha algodão em nenhuma superfície em carne viva. Em casos de esmagamento (normalmente encontrados nos acidentes de trânsito, acidentes de trabalho, desabamentos e colapsos estruturais), se a vítima ficar presa por qualquer período de tempo, duas complicações muito sérias poderão ocorrer. Primeiro, a compressão prolongada poderá causar grandes danos nos tecidos (especialmente nos músculos). Logo que essa pressão deixa de ser exercida, a vítima poderá desenvolver um estado de choque, à medida que o fluido dos tecidos vá penetrando na área lesada. Em segundo lugar, as substâncias tóxicas que se acumularam nos músculos são liberadas e entram na circulação, podendo causar um colapso nos rins (processo grave que poderá ser fatal). 36

37 O tratamento merecido por uma vítima com parte do corpo esmagado é o seguinte: 1. Evite puxar a vítima tentando liberá-la. Solicite socorro especializado para proceder ao resgate (emergência fone 193); 2. Controle qualquer sangramento externo; 3. Imobilize qualquer suspeita de fratura; 4. Trate o estado de choque e promova suporte emocional à vítima; 5. Conduza a vítima com urgência para um hospital. Fraturas Luxações Entorses O esqueleto humano é a estrutura de sustentação do corpo sobre o qual se apóiam todos os tecidos. Para que possamos nos mover, o esqueleto se articula em vários lugares e os músculos que envolvem os ossos fazem com que estes se movam. Esses movimentos são controlados pela vontade e coordenados por nervos específicos. Existem diferentes formas de lesões nessas estruturas. Os ossos podem quebrar-se (fratura), desencaixar-se em alguma articulação (luxação) ou ambos. Os músculos e os tendões que os ligam aos ossos podem também ser distendidos ou rompidos. FRATURAS: Podemos definir uma fratura como sendo a perda, total ou parcial, da continuidade de um osso. A fratura pode ser simples (fechada) ou exposta (aberta). Na fratura simples não há o rompimento da pele sobre a lesão e nas expostas sim, isto é, o osso fraturado fica exposto ao meio ambiente, possibilitando sangramentos e um aumento do risco de infecção. 37

38 Fratura exposta No caso de fraturas, a vítima geralmente irá queixar-se de dor no local da lesão. O socorrista poderá identificar também, deformidades, edemas, hematomas, exposições ósseas, palidez ou cianose das extremidades e ainda, redução de temperatura no membro fraturado. A imobilização provisória é o socorro mais indicado no tratamento de fraturas ou suspeitas de fraturas. Quando executada de forma adequada, a imobilização alivia a dor, diminui a lesão tecidual, o sangramento e a possibilidade de contaminação de uma ferida aberta. As roupas da vítima devem ser removidas para que o socorrista possa visualizar o local da lesão e poder avaliá-lo mais corretamente. As extremidades devem ser alinhadas, sem, no entanto, tentar reduzir as fraturas expostas. Realize as imobilizações com o auxílio de talas rígidas de papelão ou madeira, ou ainda, com outros materiais improvisados, tais como: pedaços de madeira, réguas, etc. 38

39 Nas fraturas expostas, antes de imobilizar o osso fraturado, o socorrista deverá cobrir o ferimento com um pano bem limpo ou com gaze estéril. Isto diminuirá a possibilidade de contaminação e controlará as hemorragias que poderão ocorrer na lesão. É importante que nas fraturas com deformidade em articulações (ombros, joelhos, etc.), o socorrista imobilize o membro na posição em que ele for encontrado, sem mobilizá-lo. A auto-imobilização é uma técnica muito simples, que consiste em fixar o membro inferior fraturado ao membro sadio, ou o membro superior fraturado ao tórax da vítima. É uma conduta bem aceita em situações que requeiram improvisação. Esta técnica é também muito utilizada no atendimento de fraturas nos dedos da mão. Na dúvida, imobilize e trate a vítima como portadora de fratura até que se prove o contrário. 39

40 Nas fraturas associadas com sangramentos significativos, o socorrista deverá estar preparado para atender também o choque hipovolêmico (já estudado anteriormente). LUXAÇÕES: A luxação é uma lesão onde às extremidades ósseas que formam uma articulação ficam deslocadas, permanecendo desalinhadas e sem contato entre si. O desencaixe de um osso da articulação (luxação) pode ser causado por uma pressão intensa, que deixará o osso numa posição anormal, ou também por uma violenta contração muscular. Com isto, poderá haver uma ruptura dos ligamentos. Os sinais e sintomas mais comuns de uma luxação são: dor intensa, deformidade grosseira no local da lesão e a impossibilidade de movimentação. Em caso de luxação, o socorrista deverá proceder como se fosse um caso de fratura, imobilizando a região lesada, sem o uso de tração. No entanto, devemos sempre lembrar que é bastante difícil distinguir a luxação de uma fratura. Luxação do joelho ENTORSES: Entorse pode ser definida como uma separação momentânea das superfícies ósseas, ao nível da articulação. A lesão provocada pela deformação brusca, geralmente produz o estiramento dos ligamentos na articulação ou perto dela. Os músculos e os tendões podem ser estirados em excesso e rompidos por movimentos repentinos e 40

41 violentos. Uma lesão muscular poderá ocorrer por três motivos distintos: distensão, ruptura ou contusão profunda. A entorse manifesta-se por um dor de grande intensidade, acompanhada de inchaço e equimose no local da articulação. O socorrista deve evitar a movimentação da área lesionada, pois o tratamento da entorse, também consiste em imobilização e posterior encaminhamento para avaliação médica. Em resumo, o objetivo básico da imobilização provisória consiste em prevenir a movimentação dos fragmentos ósseos fraturados ou luxados. A imobilização diminui a dor e pode ajudar a prevenir também uma futura lesão de músculos, nervos, vasos sangüíneo, ou ainda, da pele em decorrência da movimentação dos fragmentos ósseos. Se a lesão for recente, esfrie a área aplicando uma bolsa de gelo ou compressa fria, pois isso reduzirá o inchaço, o hematoma e a dor. Entorse do Tornozelo TÉCNICAS DE IMOBILIZAÇÃO: Se o membro fraturado estiver dobrado, o socorrista não poderá imobilizá-lo adequadamente. Deverá então, com muito cuidado, aplicar uma tração manual para endireitá-lo, o que impedirá a pressão sobre os músculos, reduzindo a dor e o sangramento que estejam ocorrendo no local da lesão. A tração deverá ser aplicada com firmeza observando o alinhamento do osso até que o membro fique totalmente imobilizado. Se o socorrista puxar em linha reta, não causará nenhuma lesão. No entanto, recomenda-se não insistir na manobra caso a vítima informar que a dor está ficando muito forte. 41

42 Traumas de Crânio, Tórax e Coluna As lesões da cabeça incluem o traumatismo do couro cabeludo, do crânio e do cérebro. Acidentes com batidas fortes na cabeça são geralmente acompanhadas de hemorragias no cérebro, as quais, se não corrigidas de forma urgente, podem causar lesões graves e até a morte. O traumatismo crânio-encefálico (TCE) afeta todos os sistemas do organismo e seus sinais e sintomas mais comuns são: os sangramentos pelo nariz, boca e ouvidos, a perda da consciência, anormalidade no diâmetro das pupilas (pupilas desiguais), convulsões, equimoses ao redor dos olhos e atrás dos ouvidos, deformidades no crânio, alterações do ritmo respiratório ou até a parada da respiração, entre outros. Ao atender uma vítima com suspeita de TCE, o socorrista deverá presumir que ela possua também uma lesão na coluna cervical, até se prove o contrário. O transporte da vítima deverá ser realizado numa maca rígida, com a cabeça e o pescoço mantidos em alinhamento com o eixo do corpo. Deveremos também imobilizar a cabeça e o pescoço com um equipamento denominado colar de imobilização cervical. Os cuidados emergenciais necessários para atendimento de uma vítima com lesões cranianas ou encefálicas são os seguintes: 1. Mantenha as vias respiratórias sempre permeáveis (abertas); 2. Controle as hemorragias externas por compressão; 3. Avalie as lesões associadas na coluna cervical; 4. Imobilize e transporte para um hospital com constante observação dos sinais vitais. 42

43 Durante o transporte para o hospital, posicione a vítima de TCE deitada com a cabeça levemente elevada (quando a lesão é isolada). Se houver lesão associada na coluna cervical, mantenha-a deitada na maca rígida e eleve o cabeceira da maca, sem movimentar a região do pescoço. Se a vítima apresentar hemorragia, deverá ser transportada em decúbito lateral, ou seja, deitada sobre a lateral do corpo (para evitar a aspiração de vômito ou a obstrução das vias aéreas com sangue). Existe também o grave problema das lesões na coluna, muito comuns nos acidentes por desaceleração. Estas vítimas, se atendidas de forma inadequada ou por pessoa leiga que não possua os conhecimentos das técnicas de socorro e imobilização, poderão ter suas lesões agravadas ou o comprometimento neurológico definitivo da região atingida. O tratamento imediato, logo após o acidente é essencial porque a manipulação imprópria pode causar dano maior e perda da função neurológica. Qualquer vítima de acidente de trânsito, queda de nível ou qualquer outro traumatismo na região craniana ou cervical, deverá ser considerada portadora de uma lesão na coluna vertebral, até que tal possibilidade seja afastada. Os sinais e sintomas mais comuns de lesão na coluna incluem: dor regional, a incapacidade de movimentar-se, a perda da sensibilidade tátil nos membros superiores e inferiores, a sensação de formigamento nos membros, deformidade na coluna, entre outros. Vítimas conscientes devem ser orientadas para não movimentarem a cabeça. Antes de remover a vítima, o socorrista deverá imobilizar a coluna usando um colar cervical e uma tábua de suporte (maca rígida). Pelo menos três socorristas devem cuidadosamente posicionar a vítima na maca rígida, usando a técnica do rolamento em monobloco. Um socorrista (líder) deve assumir o controle da cabeça da vítima para evitar movimentos de flexão, rotação ou extensão, para tal, devem posicionar as mãos em ambos os lados da cabeça da vítima, mantendo constante alinhamento e leve tração. 43

44 que segue: As vitimas sentadas devem ser removidas com o uso de macas rígidas curtas, da forma Imobilize a cabeça da vítima com as mãos, alinhando-a em posição vertical (tira de tração); Um segundo socorrista aplica o colar cervical; Posicione a maca rígida curta (imobilizando a coluna vertebral) movimentando a vítima o mínimo possível; Fixe a vítima com os tirantes e ataduras; Remova a vítima girando-a e deitando-a sobre a maca rígida longa. Em acidentes motociclísticos, a pessoa que presta o socorro devera remover o capacete da vítima com muito cuidado, para não converter uma contusão cervical (no pescoço) em lesão da medula. O capacete deve ser rompido com o auxilio de dois socorristas, a menos que haja dificuldade na remoção, aumentando a dor (vítima consciente) ou esmagamento do capacete. Em tais casos, o socorrista deve imobilizar a vítima na tabua de suporte com o capacete no lugar. Enquanto o socorrista (líder) remove o capacete, um segundo imobiliza a cabeça e o pescoço, mantendo-os alinhados. Os traumatismos de tórax caracterizam-se pelos seguintes sinais e sintomas: Dor regional, Aumento de sensibilidade na região lesada, Dor que se agrava pela respiração, Respiração superficial (encurtamento ou dificuldade de respirar), Eliminação de sangue com tosse, 44

45 Cianose nos lábios, pontas dos dedos e unhas, Posturas características (vítima inclinada sobre o lado da lesão, com a mão ou o braço sobre a região lesada, e imóvel), Sinais de choque (pulso rápido e PA baixa). Nas fraturas de costelas, caracterizadas por uma dor intensa, o socorrista deverá providenciar o atendimento pré-hospitalar imobilizando o braço da vítima sobre a fatura, usando para tal uma bandagem triangular como tipóia e outra para fixar o braço sobre o tórax. Quando duas ou mais costelas estão quebradas em dois pontos poderá ocorrer o que denominamos de respiração paradoxal. Essa lesão especifica denomina-se de tórax instável ou tórax em báscula. O tratamento pré-hospitalar consiste em estabilizar o segmento instável (em báscula) que se move paradoxalmente durante as respirações. O socorrista deverá usar uma almofada pequena ou toalhas dobradas presas com fitas adesivas largas. O tórax não deve se totalmente enfaixado. Transportar a vítima deitada sobre a lesão. Se possível, o socorrista deverá ministrar oxigênio suplementar à vítima. Alguns traumatismos na região da caixa torácica acabam provocando lesões internas nos pulmões e no coração (pneumotórax, hemotórax, etc.). O ar que escapa do pulmão perfurado e as hemorragias de dentro do tórax podem resultar colapsos pulmonares. O sangue envolvendo a cavidade do pericárdio pode também resultar numa perigosa compressão do coração. Todas estas lesões são emergências serias que requerem pronta intervenção medica. O socorrista poderá identificá-las pelos seguintes sinais e sintomas: Desvio de traquéia, 45

46 Aumento do volume das veias do pescoço, Cianose e sinais de choque Enfisema subcutâneo (coleção de ar abaixo da pele) Nesses casos o socorro consistirá simplesmente na condução urgente da vítima para que a mesma possa receber atendimento médico adequado. Envenenamento Medicamentos, plantas, produtos químicos e substâncias corrosivas são os principais causadores de envenenamentos ou intoxicação, especificamente em crianças. Os sinais e sintomas mais comuns são queimaduras nos lábios e na boca, hálito com cheiro da substância ingerida, vômitos, alteração da pulsação, perda de consciência, convulsões e, eventualmente, parada Cardio respiratória. SUBSTÂNCIAS TÓXICAS: A lista de substâncias que pode provocar envenenamento é extensa, e muitos produtos tóxicos ficam logo ali, ao alcance da mão: na prateleira do banheiro, na geladeira, no jardim. Os acidentes são muito comuns, mas, em sua maioria, poderiam ser facilmente evitados. Alguns cuidados podem evitar acidentes por envenenamento como: Não deixe os produtos tóxicos à vista de crianças. Eles devem estar em locais altos e trancados à chave. 46

47 Não tomar remédio na frente de crianças nem incentivá-las a aceitar o medicamento argumentando que seu sabor é bom. Não guarde nenhum produto químico fora da embalagem original, para evitar confusão. Imagine o estrago que pode causar uma pessoa com sede ao lado de uma garrafa de refrigerante cheia de alvejante. Além disso, caso haja um acidente, a embalagem original aonde vem escrita sua fórmula pode ser de grande ajuda. Pelo mesmo motivo, evite usar produtos clandestinos. Veja, a seguir, lista de algumas substâncias tóxicas que podem causar muito mal quando ingeridas. Ácidos e bases: Ácido muriático; Água sanitária; Alvejante; Amoníaco; Cal virgem; Clareador de pêlos; Detergente em grânulos (usado em lava-louças); Descolorante; Desinfetante; Limpador de fogão; Limpador de metal; Removedor de calos e verrugas; 47

48 Removedor de ferrugem; Soda cáustica; Tablete de Clinitest (usado por diabéticos para medir glicose na urina); Tintura e alisante de cabelo. Derivados de petróleo: Aguarrás; Álcool combustível; Inseticida solúvel em solvente orgânico; Diluente de tinta; Fluido de isqueiro; Gasolina; Naftalina líquida; Polidor e cera de assoalho ou mobília; Polidor de metal solúvel em solvente orgânico; Querosene; Removedor de cera (usado em limpeza de casa); Removedor de esmalte; Removedor de tinta; Solvente "Thinner"; Tinta solúvel em solvente Plantas: Arruda; Avelós; Cambará; Chapéu de Napoleão; Confrei; Coroa de Cristo; 48

49 Comigo Ninguém Pode; Costela de Adão; Espirradeira; Giesta; Inhame Bravo; Jibóia; Mandioca Brava; Pinhão Paraguaio; Saia branca; Taioba. Outras substâncias comuns: Água oxigenada; Álcool (usado em limpeza de casa); Anticongelante (polietileno glicol); Bebidas alcoólicas (principalmente junto com outras substâncias); Bituca de cigarro; Caixa de palito de fósforo; Detergente comum; Desodorante; Drogas se uso abusivo (maconha, cocaína, crack...); Esmalte; Inseticidas em geral; Medicamento; Naftalina em bolinhas; 49

50 Perfume; Pilhas e baterias; Purpurina; Raticida (em especial os clandestinos); Repelente de inseto Envenenamento por Ingestão O que não fazer: Se a vítima estiver inconsciente, não provoque vômitos. Ao contrario do que o senso comum manda não se deve induzir o vômito na pessoa intoxicada. O vômito pode causar um desgaste desnecessário no trato digestivo da vítima e não ira resolver o problema. Não induza o vômito se a substância ingerida for corrosiva e derivada de petróleo, vomitar vai piorar, e muito, a situação. Se, no entanto, acontecerem vômitos involuntários, cuide para que a vítima use um balde, para que o material possa ser abalizado pelos médicos. Outro mito muito difundido: beber leite, também não é aconselhado. Leite, água, azeite ou qualquer outro liquido pode fazer muito mal. A regra é simples: a vítima NÃO DEVE BEBER NADA, no máximo, pode fazer um bochecho para a boca. O que Fazer: Em caso de envenenamento por ingestão, a primeira coisa que se deve fazer é tentar descobrir a substância ingerida, porque o tratamento varia caso a caso. Se a vítima apresentar convulsões, não tente imobilizá-la nem segurar sua língua. Apenas garanta que ela não vai esbarrar em algo e se machucar ainda mais. 50

51 Caso haja uma parada respiratória, apresse a ida ao hospital. Infelizmente, nos casos de intoxicação, fazer respiração boca -a - boca não vai adiantar. Deite a vítima de lado, com a cabeça apoiada sobre o braço, para evitar que ela se sufoque com vômitos involuntários. Se a pessoa estiver com frio, agasalhe-a. Preste muita atenção em cada reação, pois suas descrições vão ser essenciais na hora do atendimento médico. Observe se a vítima está fria ou quente, se saliva, vomita, parece confusa ou sonolenta. Esteja atento aos detalhes. Se você conseguir, leve junto com o paciente o produto que causou o envenenamento. Vale a embalagem, o resto do veneno ou, em caso de plantas, um ramo que possa ser facilmente reconhecido. Se não houver sinal da substância ingerida, mas a vítima tiver vomitado, pode-se levar o próprio vômito para ser analisado. Esse procedimento também o útil no caso de ingestão de comprimidos, mesmo que você já esteja levando a embalagem. Acidentes Causados por Animais Peçonhentos A trajetória histórica A preocupação com o envenenamento por picada de cobra é muito antiga. Em 1880 surgiram os primeiros trabalhos científicos relacionados ao ofidismo. Com as descobertas dos soros antidiftéricos e antitetânicos por volta de 1896, o cientista Albert Calmette, do Instituto Pasteur, em Paris, estudava a possibilidade de se descobrir um medicamento eficaz contra os venenos ofídicos e direcionou as pesquisas para a imunológica. Concluiu que com o veneno das serpentes, imunizando animais de laboratório, poderia ser obtido um soro capaz de 51

52 neutralizar completamente os efeitos nocivos das peçonhas tanto in vitro como in vivo, firmando os princípios básicos da soroterapia antiofídica. Nessa época, Vital Brazil também preocupado com o problema do ofidismo no Brasil criou os soros específicos para nossas espécies venenosas, na então fazenda Butantã. A partir de 1901, com a produção de soro eqüino contra o veneno das serpentes brasileiras, Vital Brazil passou a distribuir, junto com o soro, o Boletim de Acidente Ofídico. Com a notificação em cada município dos óbitos por acidente ofídico, traçou o perfil das pessoas acidentadas, a área do corpo acometida e o tipo de serpente envolvida nesses acidentes. Os acidentes causados por animais peçonhentos são mais graves nas crianças e adultos maiores de 50 anos, merecendo especial atenção na rigorosa observação de quaisquer sinais ou sintomas indicativos de necessidade da intervenção imediata. Panorama atual dos acidentes com animais A época de calor e chuvas é a mais propícia para a ocorrência dos acidentes, pois é quando os animais estão em maior atividade coincidindo com o período de plantio e colheita agrícola. Na Região Norte é mais freqüente nos três primeiros meses do ano. No Nordeste, o pico coincide com meses de abril a junho. Nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, os meses de dezembro a março concentram a grande maioria dos casos, enquanto que no inverno o número de acidentes diminui bastante. Essas ocorrências de acidentes devem ser notificadas. No Brasil existem pelo menos quatro sistemas de informação que tratam do registro de acidentes por animais peçonhentos: Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), Sistema Nacional de 52

53 Agravos de Notificação (Sinan), Sistema de Internação Hospitalar (SIH-SUS) e o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM). Os acidentes considerados de importância em saúde pública, pelo seu alto risco e freqüência de acontecimentos são associados às picadas por serpentes, aranhas e escorpiões. Veja os quadros abaixo: Tipos de serpentes mais conhecidas, sintomatologia após a picada e formas de tratamento. Tipos de Serpentes / Sintomatologia Bothrops, jararaca, jararacuçu, urutu, cotiara, caiçaca. Tratamento Soro antibotrópico O veneno tem ação proteolítica e na coagulação sanguínea. Sintomatologia: dor e inchaço no local da picada, com manchas arroxeadas e sangramento pelos orifícios da picada, sangramentos em gengivas, pele e urina. Soro antibotrópico-laquético Risco de complicação: infecção e necrose na região da picada e insuficiência renal. Crotalus, cascavel. Soro anticrotálico O veneno tem ação proteolítica, neurotóxica e na coagulação sanguínea. Sintomatologia: o local da picada não apresenta lesão evidente, apenas uma sensação de formigamento; dificuldade em manter os olhos abertos, com aspecto sonolento, visão turva ou dupla são as manifestações características, acompanhadas por dores musculares generalizadas e urina escura (cor de coca-cola). Lachesis, surucucu. Soro antilaquético O veneno tem ação proteolítica, neurotóxica e na coagulação. Sintomatologia: dor e inchaço, às vezes, com manchas arroxeadas e sangramento pelos orifícios da picada, sangramentos em gengivas, pele e urina. Pode apresentar vômitos, diarreia Soro antibotrópico-laquético 53

54 e queda da pressão arterial. Micrurus, coral verdadeira. Soro antilaquético O veneno tem ação neurotóxica. Sintomatologia: não apresenta alteração importante no local da picada, mas pode desencadear: visão borrada ou dupla, pálpebras caídas (ptose) e face com expressão sonolenta. Aranhas Tratamento Marrom, O veneno tem ação proteolítica. Soro antiloxoscélico Sintomatologia: a picada é pouco dolorosa e cerca de 12 horas após pode surgir dor local, inchaço, mal-estar geral, náuseas e febre. A lesão endurecida e escura pode evoluir para ferida com gangrena e necrose de difícil cicatrização. Raramente pode provocar escurecimento da urina. Armadeira; O veneno tem ação neurotóxica. Soro antiaracnídico Sintomatologia: dor imediata e intensa, com poucos sinais visíveis no local da picada. Raramente as crianças podem apresentar agitação, náuseas, vômitos e diminuição da pressão sanguínea. Viúva negra Anestésico tipo lidocaína Anestésico tipo lidocaína Sintomatologia: dor na região da picada, contrações nos músculos, sudorese e alteração circulatória (na pressão sanguínea e nos batimentos cardíacos). 54

55 Escorpiões Preto e Amarelo Sintomatologia: dor no local da picada, de início imediato e intensidade variável, com boa evolução na maioria dos casos. Crianças podem apresentar manifestações graves como náuseas e vômitos, alteração da pressão sanguínea, agitação e falta de ar. Tratamento Soro antiescorpiônico ou o Soro antiaracnídico (polivalente) Anestésico tipo lidocaína Não há um tempo limite para tratar uma pessoa picada por animal peçonhento, mas ela deve ser levada logo ao serviço de saúde para avaliação. No entanto, o tempo é um fator determinante para a boa evolução dos casos, pois em acidentes ofídicos, entre seis e 12 horas após a picada, aumentam os riscos de complicações. são: 1. Após o acidente, os procedimentos gerais recomendados pelo Instituto Butantã 2. Lave o local da picada de preferência com água e sabão. 3. Mantenha a vítima deitada: evite caminhada ou movimentação excessiva para não favorecer a absorção do veneno. 4. Não faça torniquete. 55

56 5. Não fure, não corte, não queime, não esprema, não faça sucção no local da ferida e nem aplique folhas, pó de café ou terra para evitar infecção. 6. Não ofereça pinga, querosene, fumo à vítima. 7. Procure o serviço de saúde mais próximo para receber o soro. Não há contra-indicação para aplicação do soro, mas são necessários cuidados na administração parenteral (via subcutânea ou endovenosa) pelo risco de reação anafilática. Em gestantes, considerar o risco de descolamento prematuro da placenta e sangramento uterino. Ainda, segundo o Instituto Butantã, as medidas de prevenção desses acidentes envolvem: Não andar descalço; Olhar sempre com atenção os caminhos e áreas de mata; Usar luvas de couro, não colocar as mãos em buracos na terra, entre espaços situados em montez de lenha ou entre pedras; Tampar as frestas e buracos das paredes e assoalhos; Não depositar ou acumular material como lixo, entulhos e materiais de construção: limpar terrenos baldios pelo menos na faixa de 1 a 2 metros junto ao muro ou cercas; Combater a proliferação de insetos, principalmente baratas e cupins, pois são alimentos para aranhas e escorpiões; Preservar os predadores naturais de aranhas e escorpiões como seriemas, corujas, sapos, lagartixas e galinhas. Oxigenoterapia 56

57 Qualquer distúrbio no processo respiratório poderá ser potencialmente fatal, pois poderá causar asfixia. Este é o termo utilizado para definir o sufocamento, ou seja, qualquer condição que impeça o oxigênio de ser levado ao sangue. A redução de oxigênio no corpo é conhecida por hipóxia. Esta faz como que os tecidos se deteriorem mo rapidamente (as células cerebrais morrem se forem privadas de oxigênio por cerca de três minutos). Os sinais e os sintomas da falta de oxigênio são: respiração rápida, difícil e ofegante, confusão, agitação, cianose e perda da consciência. podem parar. Se esta condição de hipóxia não for revertida, a respiração e os batimentos cardíacos Existe um equipamento leve e portátil para a administração de oxigênio suplementar, e muitos dos que são treinados para prestar Primeiros Socorros, aprendem a usá-lo. O oxigênio poderá ser utilizado para complementar à respiração artificial ou ainda, para enriquecer o percentual de oxigênio oferecido as vitimas que conseguem respirar (oxigenoterapia). Se adequadamente ministrado por pessoa treinada, o oxigênio não causa mal algum. O oxigênio deverá ser ministrado em dose de 10 l/min (dez litros por minuto), (quando utilizadas válvulas de débito continuo) nas ocorrências em geral e 15 l/min (quinze litros por minuto), quando em emergências hiperbáricas: verificando no fluxômetro do aparelho. O socorrista deverá observar as seguintes regras ao usar o oxigênio: não fumar, nem permitir que haja qualquer chama perto do equipamento de provisão de oxigênio, evitar quedas e batidas no cilindro de oxigênio, não usar qualquer tipo de lubrificante nas válvulas do equipamento, não deixar de providenciar a revisão do aparelho e sua recarga após o uso. 57

58 Princípios da Reanimação Para que a vida possa ser preservada faz-se necessário que mantenhamos um fluxo constante de oxigênio para o cérebro. O oxigênio é transportado para os tecidos cerebrais através da circulação sanguínea. O coração é a bomba que mantém esse suprimento e, se ele parar (parada cardíaca), ocorrerá à morte, a menos que se tomem medidas urgentes de ressuscitação. As manobras de ressuscitação cardiopulmonar resumem-se na seqüência de origem norte-americana denominada ABC da vida, a qual podemos adaptar a nossa língua: A = Airway = Abertura das vias aéreas B = Breathing = Respiração C = Circulation = Circulação A correta aplicação das etapas da Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) poderá manter a vida até que a vítima se recupere o suficiente para ser transportada para uma unidade hospitalar ou até que possa receber tratamento pré-hospitalar por uma equipe especializada. Parada Respiratória É a supressão súbita dos movimentos respiratórios, podendo ser acompanhado ou não de parada cardíaca. Diagnóstico: 58

59 Ausência de movimentos respiratórios; Cianose (cor azul arroxeada dos lábios, unhas não obrigatórias); Dilatação das pupilas (não obrigatórias); Inconsciência. Em caso de parada respiratória, siga as instruções a seguir: 1. DETERMINE O ESTADO DE CONSCIÊNCIA DA VÍTIMA: A pessoa que presta o socorro deve chamar e movimentar levemente a vítima. Nos casos de parada respiratória após um acidente traumático (em especial nos traumas de cabeça e pescoço), movimente a cabeça da vítima o mínimo possível, para evitar o agravamento de lesões já existentes e até uma paralisia por compressão da medula espinhal. 2. POSICIONE A VÍTIMA: Se a vítima encontra-se inconsciente, ou seja, não responde, deite-a de costas sobre uma superfície plana e rígida e abra as vias aéreas, elevando o queixo e inclinando a cabeça para trás (extensão da cabeça). 3. VERIFIQUE SE A VÍTIMA ESTÁ RESPIRANDO: Posicione o seu ouvido sobre a boca e o nariz da vítima e verifique se ela respira (ver, ouvir e sentir). Tente ouvir e sentir o ar expirado pela vítima, observando ainda, se o peito está movimentando-se (expansão do tórax). 4. INICIE A RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL: Se a vítima não respira, proceda da seguinte forma: 1) Feche as narinas da vítima com seus dedos (polegar e indicados); 2) Coloque sua boca com firmeza sobre a boca da vítima; 59

60 3) Sopre lentamente até o peito dela encher-se, retire sua boca e deixe o ar sair livremente. No socorro de adultos, mantenha a freqüência de 1 ventilação a cada 5 segundos e, 1 ventilação a cada 3 segundos para crianças e 1 sopro bem suave a cada 3 segundos para bebês (0 a 2 anos). Depois de controlada a situação, transporte a vítima para um hospital. Se não houver retorno espontâneo da respiração, mantenha a respiração artificial durante todo o transporte, até a chegada na unidade hospitalar. Obs.: Sempre que possível, realize a respiração artificial com o auxílio de um equipamento de proteção (máscara facial), evitando o seu contato direto com a boca da vítima. Nos acidentes com suspeita de traumatismo cervical (lesão no pescoço), é importante que o socorrista mantenha a cabeça e o pescoço da vítima sempre alinhada e imóvel, movimentando-os com extrema cautela. Nesses acidentes a manobra de extensão da cabeça deverá ser substituída por outro procedimento, que consiste na projeção para frente, dos ângulos da mandíbula. A cabeça da vítima deverá permanecer em uma posição neutra. Técnica da manobra de extensão da cabeça: (método da cabeça inclinada e mandíbula elevada). Deitar a vítima de costas, posicionar-se na altura do tórax. Inclinar a cabeça para trás, posicionando uma mão na testa da vítima e dois dedos na mandíbula que é empurrada para cima (não hiper-estender). OBS: usar esse método quando a vítima não apresenta lesão de coluna. 60

61 Técnica da manobra modificada: método de empurrar a mandíbula com a cabeça em posição neutra. Deitar a vítima de costas, posicionar-se à frente da parte superior da cabeça desta. Colocar as mãos em cada lado da cabeça da vítima. Levantar a mandíbula com os dedos indicadores, mantendo a cabeça em posição neutra (estabilizada). OBS: usar esse método para vítima com lesão ou suspeita de lesão de coluna. Técnica para o uso do Sistema Boca a Máscara: O socorrista fica ajoelhado atrás da cabeça da vítima; Estende a cabeça para abrir as vias aéreas; A mascara é posicionada sobre a face da vítima, com o ápice sobre a ponta do nariz e a base entre os lábios e o queixo; Os dedos: indicador, médio e anelar de cada mão segura à mandíbula da vítima, elevando-a para cima e para frente, enquanto que os polegares são colocados sobre a parte superior da mascara. A pressão firme entre os polegares e os dedos mantém a mascara bem selada a face; O socorrista inspira profundamente e expira através da abertura da mascara; O socorrista remove então sua boca e permite que vítima expire passivamente. O tempo para cada ventilação é o mesmo que o descrito na técnica boca a boca. 61

62 OBS: a mascara facial pode ser também usada para o socorro de lactentes. Invertendoa o ápice fica colado abaixo do queixo do lactente, enquanto que a base cobre a fonte e os lados da face. O socorrista deve realizar as respirações, com sopros bem suaves. Respiração boca-nariz: Colocar a boca sobre o nariz e feche a boca da vítima. Em crianças podemos colocar a boca sobre o nariz e a tomando o cuidado de não expirar com excessiva pressão. Parada Cardíaca A parada cardíaca é definida como uma cessação súbita e inesperada dos batimentos cardíacos. O coração para de bombear o sangue para o organismo e os tecidos começam a sofrer os efeitos da falta de oxigênio. O cérebro, centro essencial do organismo, começa a morrer após cerca de três minutos privado de oxigênio. 62

63 O socorrista deverá identificar e corrigir de imediato a falha no sistema circulatório. Caso haja demora na recuperação da vítima, esta poderá sofrer lesões graves e irreversíveis. A compressão torácica externa é eficiente na substituição dos batimentos do coração por dois motivos principais: primeiro, pelo fato do coração estar situado entre o osso esterno (que é móvel) e a coluna vertebral (que é fixa) e, segundo, porque o coração quando na posição de relaxamento, fica repleto de sangue. Portanto, o coração ao ser comprimido pelo osso esterno expulsa o sangue e depois, ao relaxar-se, novamente se infla, possibilitando uma circulação sangüínea suficiente para o suporte da vida. Em caso de parada cardíaca, o socorrista deverá seguir as instruções abaixo: 1. Posicione a vítima deitada sobre uma superfície plana e rígida; 2. Verifique o pulso na artéria carótida (no pescoço) para certificar-se da ausência de batimentos cardíacos. Somente inicie a compressão torácica externa quando não houver pulso; 3. Localize a borda das costelas e deslize os dedos da mão esquerda para o centro do tórax, identificando por apalpação o final do osso esterno (apêndice xifóide). Marque dois dedos a partir do final do osso esterno e posicione sua mão direita logo acima deste ponto, bem no meio do peito da vítima. Coloque a sua mão esquerda sobre a direita e inicie as compressões. A compressão cardíaca é produzida pela compressão vertical para baixo, exercida através de ambos os braços do socorrista, comprimindo o osso esterno sobre o coração da vítima. A compressão torácica externa deve ser realizada com os braços esticados usando o peso do corpo do socorrista. Não esqueça que você deve realizar as compressões junto com a respiração de boca a boca. Se estiver sozinho, socorrendo uma vítima, dê dois sopros (ventilações) e faça trinta compressões, num ritmo de aproximadamente cem compressões por minuto. Se o socorro for em dupla, para cada duas ventilações dadas pelo primeiro socorrista, o segundo deve executar trinta compressões (ritmo também de aproximadamente 100 por minuto). Com dois 63

64 socorristas, a ressuscitação cardiopulmonar (RCP) deve ser realizada com um socorrista posicionado de cada lado da vítima, podendo os mesmos, trocar de posição quando necessário, sem, no entanto interromper a freqüência de compressões e ventilações. O pulso carotídeo deve ser apalpado periodicamente durante a realização da RCP, a fim de verificar se houve o retorno dos batimentos cardíacos. Verifique o pulso após cinco ciclos de RCP. Não demore mais que 5 segundos para verificar o pulso para não comprometer o ritmo das compressões. A compressão e a descompressão devem ser ritmadas e de igual duração. A palma da mão do socorrista não deve ser retirada de sua posição sobre o osso esterno, porém a pressão sobre ela não precisa ser feita, de forma que possa retornar a sua posição normal. Em crianças, a compressão torácica (massagem cardíaca externa) deve ser realizada com apenas uma das mãos posicionada sobre o meio do peito da vítima, no terço inferior do osso esterno. No socorro de bebês, o socorrista deve apalpar o pulso na artéria braquial, e realizar a massagem cardíaca com apenas dois dedos. Comprimir o peito do bebê, um dedo abaixo da linha entre os mamilos. Qualquer vítima inconsciente deverá ser colocada na posição de recuperação. Esta posição impede que a língua bloqueie a passagem do ar. O fato de a cabeça permanecer numa posição ligeiramente mais baixa do que o resto do corpo facilita a saída de líquidos da boca da vítima. Isto reduz o risco de aspiração de conteúdos gástricos. A cabeça e a região dorsal (coluna vertebral) devem ficar alinhadas, enquanto os membros dobrados mantêm o corpo apoiado em posição segura e confortável. 64

65 seguintes: As complicações mais comuns produzidas por manobras inadequadas de RCP são as 1. A vítima não está posicionada sobre uma superfície rígida; 2. A vítima não está em posição horizontal (se a cabeça está elevada, o fluxo sanguíneo cerebral ficará deficitário); 3. As vias aéreas não estão permeáveis; 4. A boca ou máscara não está apropriadamente selada na vítima e o ar escapa; 5. As narinas da vítima não estão fechadas; 6. As mãos foram posicionadas incorretamente ou em local inadequado sobre o tórax; 7. As compressões são muito profundas ou demasiadamente rápidas (não impulsionam volume sangüíneo adequado); 65

66 8. A razão entre as ventilações e compressões é inadequada; 9. A RCP deixa de ser executada por mais de 5 segundos (alto risco de lesão cerebral). As manobras da RCP não são indicadas nas vítimas que se encontram em fase terminal de uma condição irreversível e incurável, mas uma vez iniciada a RCP devemos mantê-la até que: 1. Haja o retorno espontâneo da circulação (retorno do pulso). Continuar a ventilar; 2. Haja o retorno da respiração e da circulação; 3. Pessoal mais capacitado chegar ao local da ocorrência; 4. Socorrista estiver completamente exausto e não conseguir realizar as manobras de reanimação. RCP Lista de Consulta Adultos Crianças Bebês Parada respiratória com pulso presente ventile a cada... 5 segundos; 3 segundos; 3 segundos. Dois dedos acima Um dedo abaixo Parada cardíaca. Local da compressão... do final do osso externo Como no adulto da linha entre os mamilos Método da compressão sobre o externo... Duas mãos Somente a palma Dois ou três sobrepostas, com a de uma mão sobre dedos palma de uma mão o peito sobre o peito Numero de compressões por minuto Afundamento do externo durante as compressões 3,5 a 5 cm 2,5 a 3,5 cm 1,5 a 2 cm 66

67 por minuto... COLÉGIO TÉCNICO Razão entre as compressões e as ventilações... 15X1 5X1 5X1 Contagem das compressões durante a RCP 1 e 2 e 3 e 4 e 5 ventile, ventile 1 e 2 e 3 e 4 e 5 ventile, 1, 2, 3, 4, 5 ventile, ventile Cuidado: não pratique compressões torácicas em nenhuma pessoa com batimentos cardíacos. Engasgamento O engasgamento ou sufocação pode ser definido como uma obstrução total ou parcial das vias aéreas, obstrução esta, provocada pela presença de um corpo estranho. Na obstrução total das vias aéreas a vítima não consegue tossir, falar ou respirar. Em caso de engasgamento ou sufocação, auxilie a vítima prestando o socorro da forma que segue: 1. Se a vítima está consciente, de pé ou sentada, posicione-se por trás dela e coloque seus braços ao redor da cintura da vítima. Segure um dos punhos com a sua outra mão, colocando o polegar contra o abdome da vítima, entre o final do osso esterno (apêndice xifóide) e o umbigo. De então repetidos puxões rápidos para dentro e para cima, a fim de expelir o corpo estranho. Repita os movimentos até conseguir desobstruir as vias aéreas da vítima, ou então, até ela ficar inconsciente. 2. Se a vítima está inconsciente, deite-a de costas e posicione-se sobre o seu quadril. Coloque a palma de uma de suas mãos contra o abdome da vítima, cerca de 4 dedos 67

68 acima do umbigo. Com a outra mão sobre a primeira, comprima 5 vezes contra o abdome da vítima com empurrões rápidos para cima. Depois abra a boca da vítima e pesquise a presença do corpo estranho. Se esse aparecer na boca, retire-o com seu dedo. Se não, providencie uma ventilação e se o ar não passar, reposicione a cabeça e ventile novamente. Se a obstrução persiste repita o procedimento novamente, até conseguir expulsar o objeto que causa a obstrução respiratória. 3. Lactentes devem ser virados de cabeça para baixo sobre o braço de um adulto. Dê 5 pancadas firmes no meio das costas da vítima. O socorrista deve posicionar a cabeça do bebê num nível abaixo do resto do corpo, de forma que o objeto que está sufocando possa sair das vias aéreas. Vire o bebê e comprima 5 vezes sobre o tórax, em seguida, tente visualizar o corpo estranho na boca do bebê e remova-o com seu dedo mínimo. Se o corpo estranho não aparece, repita as manobras de compressão nas costas e sobre o tórax, até conseguir a completa desobstrução. OBS: em pessoas extremamente obesas ou em estágio avançado de gravidez, a técnica de compressão abdominal (manobra de Heimlich) não deve ser executada. Nesses casos, recomenda-se a compressão sobre a parte inferior do tórax da vítima, ou seja, a substituição da compressão abdominal por compressão torácica. Afogamentos Afogamento é um tipo de acidente muito comum, principalmente no verão, quando a quantidade de banhistas nas praias e piscinas é bem maior. Os afogamentos podem ser ocasionados por diversos tipos de acidentes, tais como mergulhos em águas rasas, abusos de álcool antes de entrar no mar, cãibras ou desmaios durante a prática de natação em águas profundas, acidentes com veículos aquáticos, etc. 68

69 Afogamento pode ser definido como uma sufocação na água. Esta sufocação pode ser provocada pela inundação das vias aéreas ou pelo fechamento da glote, estimulada pela presença de líquidos (espasmo de laringe). Nos dois casos, o resultado final será a asfixia (hipóxia) resultante da falta de oxigênio. As células nervosas são as primeiras a sofrer com a privação de oxigênio, morrendo em poucos minutos. especializado. A primeira providência a ser tomada diante de um afogamento é solicitar socorro Os salvamentos não devem ser tentados por pessoas inexperientes que não consigam ter controle sobre as vítimas em pânico na água. O socorrista deverá realizar o socorro de uma vítima de afogamento, seguindo sempre a seqüência descrita abaixo: 1) Jogar um objeto flutuante para a vítima ou tentar segurá-la com uma corda, remo ou galho; 2) Se não obtiver êxito, tentar alcançá-la com um bote ou outro tipo de embarcação; 3) Apenas quando tais tentativas já tiverem sido feitas e se o socorrista for capaz de fazêlo tentar o salvamento através da natação. 69

70 Em caso de afogamento seguido de parada respiratória, o socorrista deverá iniciar o socorro aplicando a ventilação artificial o mais rápido possível, mesmo antes da vítima ter sido retirada da água. Se for necessária a ressuscitação cardiopulmonar, esta deverá ser iniciada assim que a vítima estiver deitada sobre uma superfície rígida, com o pescoço estabilizado. A retirada de uma pessoa da água, quando há suspeita de lesão de coluna (provocada por um mergulho em local raso ou acidente com embarcação) envolve os mesmos princípios de socorro usados em qualquer outra vítima que apresente igualmente suspeita de tal lesão. Geralmente a vítima com lesão na coluna é encontrada dentro da água, inconsciente e em decúbito ventral. O socorrista deverá socorrer a vítima desvirando-a, com o cuidado de não mobilizar sua cabeça e pescoço. A avaliação do acidentado é realizada ainda dentro da água, e se não há respiração, deverão ser iniciadas imediatamente as manobras de respiração artificial. Com o auxílio de um segundo socorrista, a vítima deve ser imobilizada em uma maca rígida e posteriormente, transportada para um hospital. Se não houver o retorno da respiração espontânea, a respiração artificial deverá ser mantida durante todo o resgate e transporte da vítima. Os vômitos nos afogados submetidos à RCP permanecem como principal fator de complicação durante e após a ressuscitação. Ao contrário do que se preconizavam anos atrás, a posição da vítima de afogamento em água salgada e que necessita manobras de ressuscitação na areia, deve ser paralela à linha do mar, de forma a evitar vômitos e aspirações, que ocorrem com maior freqüência com a posição cefálica mais baixa. A indicação anterior objetivava drenar água dos pulmões da vítima por gravidade, mas não é mais recomendada. Parto de Emergência 70

71 A grande maioria dos partos se resolve espontaneamente, apenas sendo assistidos pelo médico ou obstetra. Haverá situações em que o parto acontecerá antes de a parturiente chegar ao hospital, ou mesmo a caminho dele. Nestes casos, deve-se estar treinado para assistir (acompanhar) ao parto. No final da gestação, a parturiente começa a apresentar sinais e sintomas que são indicativos do início do trabalho de parto. Identificação do parto iminente: Construções regulares a cada 2 minutos; Visualização da cabeça do bebê no canal de nascimento; Saída de água pela vagina (ruptura da bolsa das águas); Gestante multípara, com vários partos normais; Nestas condições, o parto está se iniciando. Procedimentos gerais: Sem expor a parturiente, ela deverá estar livre de todas as vestimentas que possam obstruir o canal de nascimento; Em hipótese alguma o processo de nascimento do bebê poderá ser impedido, retardado ou acelerado; Sempre o marido, os pais ou outro parente próximo deverá acompanhar o tempo todo, a parturiente; Não permitir a presença de curiosos. Procurar ser o mais discreto possível e manter ao máximo a privacidade da gestante; Não permitir que a gestante vá ao banheiro se é constatado os sinais do parto iminente. Procedimentos específicos: 71

72 Colocar a parturiente deitada de costas, com os joelhos elevados e as pernas afastadas uma da outra e pedir-lhe para conter a respiração, fazendo força de expulsão cada vez que sentir uma contração uterina; Quem vai assistir ao parto deverá lavar bem as mãos; À medida que o parto progride, ver-se-á cada vez mais a cabeça do feto em cada contração. Deve-se ter paciência e esperar que a natureza prossiga o parto; nunca se deve tentar puxar a cabeça da criança para apressar o parto; À medida que a cabeça for saindo, deve-se apenas ampará-la com as mãos, sem imprimir nenhum movimento, que não o de sustentação; Depois de sair totalmente, a cabeça da criança fará um pequeno movimento de giro e, então, sairão rapidamente os ombros e o resto do corpo. Sustentá-lo com cuidado. Nunca puxar a criança, nem o cordão umbilical; deixar que a mãe expulse naturalmente o bebê; Após o nascimento da criança, limpar apenas o muco do nariz e a boca com gaze ou pano limpo e assegurar-se de que começou a respirar. Se a criança não chorar ou respirar, segurá-la de cabeça para baixo, pelas pernas, com cuidado para que não escorregue, e dar alguns tapinhas nas costas para estimular a respiração. Desta forma, todo o líquido que estiver impedindo a respiração sairá; 72

Primeiros Socorros. Introdução ao socorro

Primeiros Socorros. Introdução ao socorro Primeiros Socorros Introdução ao socorro OBJETIVOS Conhecer os principais aspectos do comportamento e da conduta de um profissional de saúde que presta um atendimento de primeiros socorros, Conhecer os

Leia mais

Dicas de Segurança IV

Dicas de Segurança IV Dicas de Segurança IV Noções Básicas de Primeiros Socorros Ressuscitação Cardiopulmonar Também conhecida como respiração boca a boca (aeração). Utilizada em casos de paradas respiratórias. Procedimentos:

Leia mais

HEMORRAGIAS. Não deve tentar retirar corpos estranhos dos ferimentos; Não deve aplicar substâncias como pó de café ou qualquer outro produto.

HEMORRAGIAS. Não deve tentar retirar corpos estranhos dos ferimentos; Não deve aplicar substâncias como pó de café ou qualquer outro produto. HEMORRAGIAS O controle de uma hemorragia deve ser feito imediatamente, pois uma hemorragia abundante e não controlada pode causar morte em 3 a 5 minutos. A hemorragia externa é a perda de sangue pelo rompimento

Leia mais

HEMORRAGIAS. Prof. Raquel Peverari de Campos

HEMORRAGIAS. Prof. Raquel Peverari de Campos HEMORRAGIAS É um termo aplicado para descrever sangramento intenso. Hemorragia é a ruptura de vasos sanguíneos, com extravasamento de sangue. A gravidade da hemorragia se mede pela quantidade e rapidez

Leia mais

HEMORRAGIAS. É um termo aplicado para descrever sangramento intenso. Hemorragia é a ruptura de vasos sanguíneos, com extravasamento de sangue.

HEMORRAGIAS. É um termo aplicado para descrever sangramento intenso. Hemorragia é a ruptura de vasos sanguíneos, com extravasamento de sangue. HEMORRAGIAS É um termo aplicado para descrever sangramento intenso. Hemorragia é a ruptura de vasos sanguíneos, com extravasamento de sangue. A gravidade da hemorragia se mede pela quantidade e rapidez

Leia mais

Conceito. Principais Causas. Classificação. Extensão da Queimadura 29/04/2016

Conceito. Principais Causas. Classificação. Extensão da Queimadura 29/04/2016 Queimaduras Conceito Lesão nos tecidos de revestimento do organismo (pele, músculo, vasos sanguíneos, nervos e ossos) geralmente causada por agentes térmicos, eletricidade, produtos químicos, radiação,

Leia mais

PROFESSOR: JEAN NAVES EMERGÊNCIAS PRÉ-HOSPITALARES

PROFESSOR: JEAN NAVES EMERGÊNCIAS PRÉ-HOSPITALARES PROFESSOR: JEAN NAVES EMERGÊNCIAS PRÉ-HOSPITALARES QUESTÃO 01 O parâmetro que não faz parte do exame primário da vítima. a) é a respiração. b) é o pulso. c) é a tensão arterial. d) são as vias aéreas.

Leia mais

Aspectos Básicos do Atendimento em Primeiros Socorros

Aspectos Básicos do Atendimento em Primeiros Socorros Aspectos Básicos do Atendimento em Primeiros Socorros Elementos comuns a qualquer acidente Vítima Socorrista Curiosos Formas de acionamento Ao informar sobre o acidente, faça-o de forma clara e objetiva.

Leia mais

12/04/2011. O que mata mais rápido em ordem de prioridade é:

12/04/2011. O que mata mais rápido em ordem de prioridade é: Regras Básicas de Primeiros Socorros Análise Primária Prof. Carlos Cezar I. S. Ovalle Frente ao acidente, não se desespere. Não movimente o paciente, salvo quando for absolutamente necessário. Use barreiras:

Leia mais

PRIMEIROS SOCORROS. Enfa Sâmela Cristine Rodrigues de Souza

PRIMEIROS SOCORROS. Enfa Sâmela Cristine Rodrigues de Souza PRIMEIROS SOCORROS Enfa Sâmela Cristine Rodrigues de Souza Primeiros socorros Noções básicas b de sinais vitais Perfil do socorrista Vias aéreas a obstrução Ressuscitação cardiopulmonar RCP Ferimentos,

Leia mais

3. 3. Procurar gravar nomes e apelidos usados entre eles.

3. 3. Procurar gravar nomes e apelidos usados entre eles. Emergências Emergências Médicas Em caso de acidentes, pessoa com convulsões, perdas de consciência, etc, acionar imediatamente a Central de segurança da Unidade. Se eventualmente o colaborador que presenciar

Leia mais

Fraturas, luxações e contusões

Fraturas, luxações e contusões Fraturas, luxações e contusões 1. Fratura É toda solução de continuidade súbita e violenta de um osso. A fratura pode ser fechada quando não houver rompimento da pele, ou aberta (fratura exposta) quando

Leia mais

Prof. Sabrina Cunha da Fonseca

Prof. Sabrina Cunha da Fonseca Prof. Sabrina Cunha da Fonseca E-mail: sabrina.cfonseca@hotmail.com Corpo humano: Hemorragia: É a perda de sangue através de ferimentos, pelas cavidades naturais como: nariz, boca, ouvido; ela pode ser

Leia mais

Fraturas e Luxações Prof Fabio Azevedo Definição Fratura é a ruptura total ou parcial da estrutura óssea 1 Fraturas Raramente representam causa de morte, quando isoladas. Porém quando combinadas a outras

Leia mais

TREINAMENTO TEÓRICO CURSO: PRIMEIROS SOCORROS - BÁSICO (40 HORAS)

TREINAMENTO TEÓRICO CURSO: PRIMEIROS SOCORROS - BÁSICO (40 HORAS) UNIDADE: 10 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA - PCR TREINAMENTO TEÓRICO CURSO: PRIMEIROS SOCORROS - BÁSICO (40 HORAS) MODALIDADE: ONLINE 10.0 Introdução O estado de choque se caracteriza pela falta de circulação

Leia mais

TRAUMAS FRATURAS E IMOBILIZAÇÕES

TRAUMAS FRATURAS E IMOBILIZAÇÕES TRAUMAS FRATURAS E IMOBILIZAÇÕES PRIMEIROS SOCORROS SEGURANÇA EM PRIMEIRO LUGAR!!! O QUE SIGNIFICA??? Cuidados com riscos de incêndio, desabamentos, novas quedas, agressões, Atenção com fios elétricos

Leia mais

Procedimentos de Emergência. Profº Ms. Gil Oliveira

Procedimentos de Emergência. Profº Ms. Gil Oliveira Procedimentos de Emergência Obstrução das Vias Aéreas MANOBRA DE HEIMLICH Obstrução das Vias Aéreas Infarto Agudo do Miocárdio Ataque do Coração Infarto Agudo do Miocárdio Ataque do Coração Infarto Agudo

Leia mais

Lição 06 HEMORRAGIAS E CHOQUE. 1. Enumerar 5 sinais ou sintomas indicativos de uma hemorragia;

Lição 06 HEMORRAGIAS E CHOQUE. 1. Enumerar 5 sinais ou sintomas indicativos de uma hemorragia; Lição 06 HEMORRAGIAS E CHOQUE OBJETIVOS: Ao final desta lição os participantes serão capazes de: 1. Enumerar 5 sinais ou sintomas indicativos de uma hemorragia; 2. Citar e demonstrar 3 diferentes técnicas

Leia mais

ESTADO DE CHOQUE HEMORRAGIA & CHOQUE 002

ESTADO DE CHOQUE HEMORRAGIA & CHOQUE 002 ESTADO DE CHOQUE HEMORRAGIA & CHOQUE 002 ESTADO DE CHOQUE CONCEITO CAUSAS TIPOS DE CHOQUE SINAIS & SINTOMAS GERAIS DO CHOQUE ESTADO DE CHOQUE CONCEITO CONCEITO FALÊNCIA DO SISTEMA CIRCULATÓRIO INCAPACIDADE

Leia mais

É a aspiração de líquido não corporal causada por submersão ou imersão.

É a aspiração de líquido não corporal causada por submersão ou imersão. É a aspiração de líquido não corporal causada por submersão ou imersão. Sinais e sintomas: Em um quadro geral pode haver hipotermia, náuseas, vômito, distensão abdominal, tremores, cefaléia, mal estar,

Leia mais

TREINAMENTO TEÓRICO CURSO: PRIMEIROS SOCORROS - BÁSICO (40 HORAS)

TREINAMENTO TEÓRICO CURSO: PRIMEIROS SOCORROS - BÁSICO (40 HORAS) UNIDADE: 16 VERTIGENS, DESMAIOS E CONVENÇÕES. TREINAMENTO TEÓRICO CURSO: PRIMEIROS SOCORROS - BÁSICO (40 HORAS) MODALIDADE: ONLINE 16.0 INTRODUÇÃO A sensação de um mal-estar e a impressão de tudo girar

Leia mais

PRIMEIROS SOCORROS CONHECIMENTOS BÁSICOS

PRIMEIROS SOCORROS CONHECIMENTOS BÁSICOS PRIMEIROS SOCORROS CONHECIMENTOS BÁSICOS DEZ MANDAMENTOS DO SOCORRISTA 1 - Manter a calma 2 - Ter ordem de segurança 3 - Verificar riscos no local 4 - Manter o bom senso 5 - Ter espírito de liderança 6

Leia mais

Fraturas: Prof.: Sabrina Cunha da Fonseca

Fraturas: Prof.: Sabrina Cunha da Fonseca Fraturas: Prof.: Sabrina Cunha da Fonseca Fraturas: É a ruptura total ou parcial do osso e podem ser fechadas ou expostas. CLASSIFICAÇÃO: Fratura fechada ou interna: Na fratura fechada não há rompimento

Leia mais

TREINAMENTO TEÓRICO CURSO: PRIMEIROS SOCORROS - BÁSICO (40 HORAS)

TREINAMENTO TEÓRICO CURSO: PRIMEIROS SOCORROS - BÁSICO (40 HORAS) UNIDADE: 13 CONTUSÃO TREINAMENTO TEÓRICO CURSO: PRIMEIROS SOCORROS - BÁSICO (40 HORAS) MODALIDADE: ONLINE 13.01 CONTUSÃO A contusão é uma lesão sem o rompimento da pele, tratando-se de uma forte compressão

Leia mais

Deve ser feito de imediato: Compressas frias Repouso imobilização 21/03/2017

Deve ser feito de imediato: Compressas frias Repouso imobilização 21/03/2017 Luxação Deve ser feito de imediato: Compressas frias Repouso imobilização Ocorre quando as extremidades ósseas da articulação deixam de se encontrar 1 Entorse Provocada por um movimento violento que leva

Leia mais

Prof. Raquel Peverari de Campos

Prof. Raquel Peverari de Campos Luxação Deve ser feito de imediato: Compressas frias Repouso imobilização Ocorre quando as extremidades ósseas da articulação deixam de se encontrar Entorse Provocada por um movimento violento que leva

Leia mais

Desmaio, ou síncope, é a perda abrupta e transitória da consciência e do tônus postural (da capacidade de ficar em pé), seguida de recuperação rápida e completa. Na maior parte dos casos, os desmaios ocorrem

Leia mais

OBJETIVOS Ao final da aula os participantes terão de. Definir:

OBJETIVOS Ao final da aula os participantes terão de. Definir: Estado de Choque OBJETIVOS Ao final da aula os participantes terão de Definir: Estado de Choque; Classificação do Estado de Choque; Sinais e sintomas; Choque compensado / descompensado; Conduta no tratamento

Leia mais

Urgência e Emergência

Urgência e Emergência Urgência e Emergência CHOQUE Choque Um estado de extrema gravidade que coloca em risco a vida do paciente. Dica: Em TODOS os tipos de choques ocorre a queda da pressão arterial e, consequentemente, um

Leia mais

Queimaduras. Pele. Pele é o órgão mais extenso do corpo humano 04/03/2019. Funções:

Queimaduras. Pele. Pele é o órgão mais extenso do corpo humano 04/03/2019. Funções: Queimaduras 1 Pele Pele é o órgão mais extenso do corpo humano Funções: Imunológica Equilíbrio da água Regulação da temperatura Órgão sensorial 2 1 Queimadura é uma lesão produzida no tecido de revestimento

Leia mais

Queimaduras. Prof. Raquel Peverari de Campos

Queimaduras. Prof. Raquel Peverari de Campos Queimaduras Pele Pele é o órgão mais extenso do corpo humano Funções: Imunológica Equilíbrio da água Regulação da temperatura Órgão sensorial Queimadura é uma lesão produzida no tecido de revestimento

Leia mais

Pele é o órgão mais extenso do corpo humano

Pele é o órgão mais extenso do corpo humano Queimaduras Pele Pele é o órgão mais extenso do corpo humano Funções: Imunológica Equilíbrio da água Regulação da temperatura Órgão sensorial 1 Queimadura é uma lesão produzida no tecido de revestimento

Leia mais

Emergências Clínicas

Emergências Clínicas 1 Emergências Clínicas 2 OBJETIVOS: -Descrever as Emergências clínicas mais comuns no ambiente préhospitalar. -Orientar as condutas frente às emergências clinicas discutidas; 3 Emergências Clinicas Estado

Leia mais

CONHECIMENTO BÁSICO DE

CONHECIMENTO BÁSICO DE CONHECIMENTO BÁSICO DE! Primeiros socorros Situação 1 Avaliação da vítima É importante saber avaliar o acidentado. Saiba o que fazer no primeiro momento: Se apresente e procure acalmá-lo verificando o

Leia mais

CONCEITO FALHA CIRCULATÓRIA HIPOPERFUSÃO HIPÓXIA

CONCEITO FALHA CIRCULATÓRIA HIPOPERFUSÃO HIPÓXIA Urgência e Emergência Prof.ª André Rodrigues CONCEITO FALHA CIRCULATÓRIA HIPOPERFUSÃO HIPÓXIA 1 FISIOPATOLOGIA MORTE CELULAR 2 MECANISMOS COMPENSATÓRIOS AUMENTO DA ATIVIDADE SIMPÁTICA 3 COMPENSAÇÃO RESPIRATÓRIA

Leia mais

Existem três tipos principais de envenenamento: por venenos engolidos ou absorvidos pela pele, os aspirados e os injetados.

Existem três tipos principais de envenenamento: por venenos engolidos ou absorvidos pela pele, os aspirados e os injetados. Em geral, ocorrem por acidente envolvendo sustâncias de uso diário, em casa ou no local de trabalho. Podem também ocorrer em casos de tentativa de suicídio. Drogas e álcool, usados de forma abusiva, podem

Leia mais

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL REGULAMENTO DE PRIMEIROS SOCORROS EM LABORATÓRIO

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL REGULAMENTO DE PRIMEIROS SOCORROS EM LABORATÓRIO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL REGULAMENTO DE PRIMEIROS SOCORROS EM LABORATÓRIO SOBRAL - CE ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO... 01 2. QUEIMADURAS... 01 2.1 Primeiro grau... 02 2.2 Segundo grau... 02 2.3 Terceiro grau...

Leia mais

Vertigens, desmaios e crises convulsivas. Prof. Sabrina Cunha da Fonseca Site:

Vertigens, desmaios e crises convulsivas. Prof. Sabrina Cunha da Fonseca   Site: Vertigens, desmaios e crises convulsivas Prof. Sabrina Cunha da Fonseca E-mail: sabrina.cfonseca@hotmail.com Site: www.profsabrina.comunidades.net Vertigens: Vertigem refere-se a diminuição da força, visão

Leia mais

TT-EEFEUSP TT-EEFEUSP

TT-EEFEUSP TT-EEFEUSP emergências ambientais Exposição a condições extremas de temperatura Calor EMERGÊNCIAS AMBIENTAIS Frio Prof ª. Dra. Taís Tinucci Socorros de Urgência queimadura solar Eritema e dor na pele que se inicia

Leia mais

LESÕES DE CRÂNIO. traumatismos

LESÕES DE CRÂNIO. traumatismos LESÕES DE CRÂNIO traumatismos FRATURAS DE CRÂNIO ABERTAS & FECHADAS LESÕES ENCEFÁLICAS, CONTUSÃO E CONCUSSÃO SINAIS & SINTOMAS DO TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO (TCE) TRAUMATISMOS DE FACE: SINAIS & SINTOMAS LESÃO

Leia mais

UNIÃO DE ENSINO SUPERIOR DE CAMPINA GRANDE FACULDADE DE CAMPINA GRANDE FAC CG CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM HEMORRAGIA

UNIÃO DE ENSINO SUPERIOR DE CAMPINA GRANDE FACULDADE DE CAMPINA GRANDE FAC CG CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM HEMORRAGIA UNIÃO DE ENSINO SUPERIOR DE CAMPINA GRANDE FACULDADE DE CAMPINA GRANDE FAC CG CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM HEMORRAGIA Clique para editar o estilo do subtítulo mestre Prof. Esp. Davydson Gouveia Santos

Leia mais

Desmaio e Convulsão. Prof. Raquel Peverari de Campos

Desmaio e Convulsão. Prof. Raquel Peverari de Campos Desmaio e Convulsão Convulsão Convulsões são contrações musculares involuntárias de parte ou de todo o corpo, decorrentes do funcionamento anormal do cérebro. Têm duração aproximada de 3 a 5 minutos. Convulsão

Leia mais

ELABORADORES. Maíza Sandra Ribeiro Macedo Coordenação Geral. Robson Batista Coordenação Administrativa. Lícia Muritiba Coordenação de Enfermagem

ELABORADORES. Maíza Sandra Ribeiro Macedo Coordenação Geral. Robson Batista Coordenação Administrativa. Lícia Muritiba Coordenação de Enfermagem ELABORADORES Maíza Sandra Ribeiro Macedo Coordenação Geral Robson Batista Coordenação Administrativa Lícia Muritiba Coordenação de Enfermagem José Luiz Oliveira Araújo Júnior Coordenador Médico Fabricia

Leia mais

Têm duração aproximada de 3 a 5 minutos.

Têm duração aproximada de 3 a 5 minutos. e Convulsões são contrações musculares involuntárias de parte ou de todo o corpo, decorrentes do funcionamento anormal do cérebro. Têm duração aproximada de 3 a 5 minutos. 1 Fase Tônica Manifesta-se pela

Leia mais

TRAUMA DE TÓRAX. Prof.ª Leticia Pedroso

TRAUMA DE TÓRAX. Prof.ª Leticia Pedroso TRAUMA DE TÓRAX Prof.ª Leticia Pedroso TRAUMA DE TÓRAX Responsáveis por 1 em cada quatro mortes de trauma. Ferimentos penetrantes de 15 a 30% requerem cirurgia. A maioria necessitam apenas de procedimentos

Leia mais

Teste Primeiros Socorros F.P.V.L. JUNHO 2204

Teste Primeiros Socorros F.P.V.L. JUNHO 2204 Teste Primeiros Socorros F.P.V.L. JUNHO 2204 Das questões que se seguem, a maioria tem para escolha quatro hipóteses como resposta, noutras questões tem duas hipóteses, no entanto, em qualquer dos casos,

Leia mais

A temperatura, calor ou frio, e os contatos com gases, eletricidade, radiação e produtos químicos, podem causar lesões diferenciadas nocorpo humano.

A temperatura, calor ou frio, e os contatos com gases, eletricidade, radiação e produtos químicos, podem causar lesões diferenciadas nocorpo humano. UNIDADE: 08 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA - PCR TREINAMENTO TEÓRICO CURSO: PRIMEIROS SOCORROS - BÁSICO (40 HORAS) MODALIDADE: ONLINE 8. DISTÚRBIOS CAUSADOS PELA TEMPERATURA: 8.0 INTRODUÇÃO A temperatura,

Leia mais

INSOLAÇÃO VOCÊ SABE O QUE FAZER?

INSOLAÇÃO VOCÊ SABE O QUE FAZER? INSOLAÇÃO VOCÊ SABE O QUE FAZER? O QUE É A INSOLAÇÃO? A insolação é uma condição séria e fatal causada pelo excesso de exposição ao sol e ao calor intenso. Ela acontece quando a temperatura corporal ultrapassa

Leia mais

QUESTÕES. e) Realizar Reanimação Cardiopulmonar (RCP), iniciando. pelas ventilações. d) Iniciar apenas o procedimento de ventilação.

QUESTÕES. e) Realizar Reanimação Cardiopulmonar (RCP), iniciando. pelas ventilações. d) Iniciar apenas o procedimento de ventilação. Emergências Pré Hospitalares Elton Chaves QUESTÕES 1. Uma mulher de 75 anos, estava saindo de casa e subitamente apresentou uma Parada Cardiorrespiratória (PCR). Uma pessoa, que estava próxima de sua casa,

Leia mais

Intoxicação Envenenamento

Intoxicação Envenenamento Intoxicação Envenenamento 1 Veneno é toda substância que, se introduzida no organismo em quantidade suficiente, pode causar danos temporários ou permanentes. 2 1 De acordo com o Sistema Nacional de Informações

Leia mais

TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO. Prof.ª Leticia Pedroso

TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO. Prof.ª Leticia Pedroso TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO Prof.ª Leticia Pedroso Anatomia: Crânio e Cérebro Órgãos nobre, de extrema importância na vida do ser humano!! TCE - Principal causa de morte, especialmente em jovem. Brasil

Leia mais

Os Primeiros Socorros constituem a primeira ajuda dada a uma vítima de acidente ou doença súbita, para estabilizar a sua situação antes da chegada da

Os Primeiros Socorros constituem a primeira ajuda dada a uma vítima de acidente ou doença súbita, para estabilizar a sua situação antes da chegada da Os Primeiros Socorros constituem a primeira ajuda dada a uma vítima de acidente ou doença súbita, para estabilizar a sua situação antes da chegada da assistência médica qualificada. Tendo como objectivo,

Leia mais

EMERGÊNCIA X URGÊNCIA

EMERGÊNCIA X URGÊNCIA EMERGÊNCIA II 1 2 EMERGÊNCIA X URGÊNCIA Emergência: É uma condição em que há risco eminente à vida do cliente/paciente. Havendo necessidade de atendimento imediato. O tempo para o atendimento é extremamente

Leia mais

ENFERMAGEM DO TRABALHO Primeiros-Socorros. Prof. Enf. Wellington de Moura Leite

ENFERMAGEM DO TRABALHO Primeiros-Socorros. Prof. Enf. Wellington de Moura Leite ENFERMAGEM DO TRABALHO Primeiros-Socorros Prof. Enf. Wellington de Moura Leite wellington@gruposave.com.br Objetivos Primeiros-Socorros Saúde do Trabalhador Desenvolver um raciocínio equilibrado do plano

Leia mais

Primeiros Socorros. Profº Paulo Fernando Mesquita Junior

Primeiros Socorros. Profº Paulo Fernando Mesquita Junior Primeiros Socorros Profº Paulo Fernando Mesquita Junior Aspectos legais do socorro Código Penal Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada

Leia mais

Sustentação do corpo Proteção dos órgãos nobres Cérebro Pulmões Coração.

Sustentação do corpo Proteção dos órgãos nobres Cérebro Pulmões Coração. ESQUELETO ARTICULAÇÃO LESÕES MUSCULARES, ESQUELÉTICAS E ARTICULARES Sustentação do corpo Proteção dos órgãos nobres Cérebro Pulmões Coração. Junção de ossos (dois ou mais) Estruturas Ligamentos Ligar ossos

Leia mais

Resultados da Validação do Mapeamento. Administrar medicamentos vasoativos, se adequado.

Resultados da Validação do Mapeamento. Administrar medicamentos vasoativos, se adequado. Intervenções de Enfermagem da Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC) para o diagnóstico de Volume de líquidos deficiente em pacientes vitimas de trauma Quadro 1- Reestruturação dos níveis de

Leia mais

Emergências Ambientais

Emergências Ambientais GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DIRETORIA DE ASSISTÊNCIA ÀS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA SAMU 192 - DF NÚCLEO DE EDUCAÇÃO EM URGÊNCIAS Emergências

Leia mais

IV PAXTU Boletim técnico 5 Primeiros Socorros

IV PAXTU Boletim técnico 5 Primeiros Socorros IV PAXTU Boletim técnico 5 Primeiros Socorros Monitores! Se você está fazendo uma jornada com sua patrulha e algum de seus companheiros se machuca, você sabe o que fazer? Primeiros Socorros é o nome dado

Leia mais

ATITUDES QUE SALVAM VIDAS. Dra Marianne Carneiro URMES Urgências Médico Escolares

ATITUDES QUE SALVAM VIDAS. Dra Marianne Carneiro URMES Urgências Médico Escolares ATITUDES QUE SALVAM VIDAS Dra Marianne Carneiro URMES Urgências Médico Escolares OS 10 MANDAMENTOS DO SOCORRISTA: 1. Mantenha a calma. 2. Tenha em mente a seguinte ordem de segurança quando você estiver

Leia mais

Urgência e emergência na atenção primária. Enfª Karin Bienemann

Urgência e emergência na atenção primária. Enfª Karin Bienemann Urgência e emergência na atenção primária Enfª Karin Bienemann ATENDIMENTO INICIAL À VÍTIMA CRÍTICA PANORAMA ATUAL: Como andam as Urgências? AS URGÊNCIAS NO PAÍS Distribuição inadequada da oferta de serviços

Leia mais

TRAUMA MÚSCULO ESQUELÉTICO. Prof.ª Leticia Pedroso

TRAUMA MÚSCULO ESQUELÉTICO. Prof.ª Leticia Pedroso TRAUMA MÚSCULO ESQUELÉTICO Prof.ª Leticia Pedroso Lesões do Sistema Músculo Esquelético Ocorrem em 85% dos doentes que sofrem trauma fechado. Devem ser avaliadas e tratadas corretamente de tal maneira

Leia mais

TCE TVM ABORDAGEM DA VITIMA DE TRAUMA

TCE TVM ABORDAGEM DA VITIMA DE TRAUMA FORMAÇÃO SETEMBRO/OUTUBRO 2012 BV FAFE TCE TVM ABORDAGEM DA VITIMA DE TRAUMA Formadora Teórica: Luísa Antunes Acidentes de viação matam mais do que as guerras Ricardo Reis 2012 Os acidentes de viação deixam

Leia mais

Emergência Pré-Hospitalar Jean Naves Teoria e Exercícios

Emergência Pré-Hospitalar Jean Naves Teoria e Exercícios 1 É PROIBIDO REPRODUZIR OU COMERCIALIZAR www.estudioaulas.com.br EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR- EPH -Hemorragia e choque. -Trauma em extremidades. -Traumatismos: -Queimaduras. CHOQUE-EPH TIPOS DE CHOQUE Hipovolêmico

Leia mais

CAPÍTULO 18 EMERGÊNCIAS PEDIÁTRICAS. Na maior parte do mundo, o trauma ocupa a primeira causa de morte na infância; daí sua grande importância.

CAPÍTULO 18 EMERGÊNCIAS PEDIÁTRICAS. Na maior parte do mundo, o trauma ocupa a primeira causa de morte na infância; daí sua grande importância. CAPÍTULO 18 EMERGÊNCIAS PEDIÁTRICAS 1. Introdução Na maior parte do mundo, o trauma ocupa a primeira causa de morte na infância; daí sua grande importância. Consideramos criança traumatizada aquela na

Leia mais

Como Executar a Manobra de Heimlich

Como Executar a Manobra de Heimlich Como Executar a Manobra de Heimlich A manobra de Heimlich (compressões abdominais) é uma técnica de socorro de emergência de três etapas que pode salvar uma vida em segundos. É uma ação simples que, muitas

Leia mais

Eletroplessão (eletrocussão) David Ferez

Eletroplessão (eletrocussão) David Ferez (eletrocussão) David Ferez Acidentes com eletricidade São acidentes causados pela eletricidade, tanto natural (raios), como a artificial (fios, tomadas, etc ) quando atingem o corpo humano. Acidentes com

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESDADO DO RIO DE JANEIRO - UNIRIO Hospital Universitário Gaffrée e Guinle - HUGG

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESDADO DO RIO DE JANEIRO - UNIRIO Hospital Universitário Gaffrée e Guinle - HUGG UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESDADO DO RIO DE JANEIRO - UNIRIO Hospital Universitário Gaffrée e Guinle - HUGG MANUAL DE PRIMEIROS SOCORROS Os Primeiros Socorros constituem-se no primeiro atendimento prestado

Leia mais

DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRÂNSITO DE ALAGOAS - DETRAN/AL QUESTÕES SOBRE PRIMEIROS SOCORROS

DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRÂNSITO DE ALAGOAS - DETRAN/AL QUESTÕES SOBRE PRIMEIROS SOCORROS A vítima que deverá receber os primeiros socorros é a que estiver: 1 com muitas fraturas. 2 gritando, com muita dor. 3 sangrando muito. 4 respirando com muita dificuldade. O melhor local no corpo para

Leia mais

ENFERMAGEM CUIDADOS DE ENFERMAGEM. Aula 10. Profª. Tatiane da Silva Campos

ENFERMAGEM CUIDADOS DE ENFERMAGEM. Aula 10. Profª. Tatiane da Silva Campos ENFERMAGEM CUIDADOS DE ENFERMAGEM Aula 10 Profª. Tatiane da Silva Campos Cuidado de Enfermagem em Hemorragia CUIDADOS DE ENFERMAGEM A hemorragia é uma complicação, grave, que pode resultar em choque hipovolêmico

Leia mais

Apresenta: Vamos falar sobre. Primeiros Socorros. fraturas. animação choque elétrico. queimaduras

Apresenta: Vamos falar sobre. Primeiros Socorros. fraturas. animação choque elétrico. queimaduras Apresenta: Vamos falar sobre Primeiros Socorros? queimaduras fraturas animação choque elétrico Nossa missão hoje é dar dicas para você ser um socorrista! Vamos aprender a verificar os sinais vitais da

Leia mais

Atendimento Inicial ao Traumatizado

Atendimento Inicial ao Traumatizado MEDICINA DE URGÊNCIA RCG - 0458 Atendimento Inicial ao Traumatizado Prof. Dr. Sandro Scarpelini Departamento de Cirurgia e Anatomia Objetivos Aplicar os princípios do exame primário e secundário Identificar

Leia mais

Policia Militar- 190 Policia Rodoviária Federal RJ -191 SAMU -192 Corpo de Bombeiro 193

Policia Militar- 190 Policia Rodoviária Federal RJ -191 SAMU -192 Corpo de Bombeiro 193 CONCEITO As primeiras providencias tomadas em um acidente são chamadas Primeiros Socorros. Eles são os procedimentos de emergência que devem ser aplicados a uma pessoa em perigo de vida, visando a manter

Leia mais

14. PRIMEIROS SOCORROS.

14. PRIMEIROS SOCORROS. Os choques elétricos causam danos, porque nosso corpo funciona como uma resistência à passagem da corrente elétrica. Quanto maior a intensidade dessa corrente, mais intensos serão seus efeitos prejudiciais

Leia mais

ATIVIDADES. Karin Scheffel

ATIVIDADES. Karin Scheffel ATIVIDADES Karin Scheffel Em seu plantão no SAMU, você recebeu um chamado para atender um acidente de trânsito, carro x carro, colisão traseira, com duas vítimas. A 1º vítima era uma mulher de 28 anos,

Leia mais

Atender às crianças nos cuidados pertinentes, com uma visão de excelência.

Atender às crianças nos cuidados pertinentes, com uma visão de excelência. Projeto Uniepre de Primeiros Socorros A atenção à saúde e ao bem-estar da criança passam pela prevenção de doenças e de acidentes. Estas prevenções são os focos principais de incansáveis trabalhos no Núcleo

Leia mais

Procedimentos em caso de acidentes

Procedimentos em caso de acidentes SERVIÇOS Procedimentos em caso de acidentes URMES - Urgências Médico-Escolares Atendimento ao acidentado Manter a calma; Tranqüilizar o acidentado e as pessoas que o rodeiam; Definir o problema; Agir rápido,

Leia mais

SUPORTE BÁSICO DE VIDA

SUPORTE BÁSICO DE VIDA SUPORTE BÁSICO DE VIDA SUPORTE BÁSICO DE VIDA O SBV é um conjunto de procedimentos que permite reconhecer situações em que há perigo de vida iminente, pedir ajuda e iniciar as ações que mantêm a circulação

Leia mais

CLAFESI Treinamentos Empresariais Atendimento Pré-hospitalar

CLAFESI Treinamentos Empresariais Atendimento Pré-hospitalar CLAFESI Treinamentos Empresariais Atendimento Pré-hospitalar Lição 15 Queimaduras e Emergências Ambientais OBJETIVOS Ao final da lição os participantes serão capazes de: 1. Classificar as queimaduras de

Leia mais

NR 33 Plano de Aula - 16 Aulas (Aulas de 1 Hora).

NR 33 Plano de Aula - 16 Aulas (Aulas de 1 Hora). 6155 - NR 33 Plano de Aula - 16 Aulas (Aulas de 1 Hora). Aula 1 Capítulo 1 - Introdução à NR 33 1.1. Espaço Confinado... 22 1.1.1. Principais Características... 22 1.1.2. Outras Definições... 22 1.1.3.

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESDADO DO RIO DE JANEIRO - UNIRIO Hospital Universitário Gaffrée e Guinle - HUGG

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESDADO DO RIO DE JANEIRO - UNIRIO Hospital Universitário Gaffrée e Guinle - HUGG UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESDADO DO RIO DE JANEIRO - UNIRIO Hospital Universitário Gaffrée e Guinle - HUGG Catástrofes e Atendimento a Múltiplas Vítimas Métodos de Triagem Catástrofe Pela Organização Mundial

Leia mais

O sangramento pode ser externo e/ou interno.

O sangramento pode ser externo e/ou interno. Sangramento é a perda de sangue dos vasos sangüíneos. O sangue é bombeado pelo coração, caminha pelas artérias e se espalha pelo resto do corpo. O caminho de volta do sangue é feito através de vasos chamados

Leia mais

DISTRIBUIÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO FITOFARMACÊUTICOS E APLICAÇÃO DE PRODUTOS. - BLOCO IV.2 - Acidentes com produtos fitofarmacêuticos -

DISTRIBUIÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO FITOFARMACÊUTICOS E APLICAÇÃO DE PRODUTOS. - BLOCO IV.2 - Acidentes com produtos fitofarmacêuticos - DISTRIBUIÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO E APLICAÇÃO DE PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS - BLOCO IV.2 - Acidentes com produtos fitofarmacêuticos - Formador: João Teixeira Prevenção de acidentes: A higiene pessoal é muito

Leia mais

CURSO DE PRIMEIROS SOCORROS, RCP E DEA - NSC

CURSO DE PRIMEIROS SOCORROS, RCP E DEA - NSC INTRODUÇÃO Segundo as estatísticas, existe uma imensa probabilidade que cada um de nós venha a presenciar uma situação de emergência e levando em consideração que a maioria delas acontece longe dos hospitais,

Leia mais

APRESENTAÇÃO. GIOVANI ARAUJO

APRESENTAÇÃO. GIOVANI ARAUJO APRESENTAÇÃO GIOVANI ARAUJO E-mail: giovani_araujo87@yahoo.com.br Bombeiro Militar Instrutor de Brigada Especialização em Gestão e Políticas em Segurança Pública e Assistência Familiar Licenciado e Bacharel

Leia mais

Primeiros Socorros. Profa Fernanda Barboza

Primeiros Socorros. Profa Fernanda Barboza Primeiros Socorros Profa Fernanda Barboza Primeiros Socorros: Conceito São os cuidados de emergência dispensados a qualquer pessoa que tenha sofrido um acidente ou mal súbito (intercorrência clínica),

Leia mais

Estado da Vítima Vítima consciente não podendo andar Vítima consciente que pode andar Vítima inconsciente com respiração Vítima inconsciente sem respi

Estado da Vítima Vítima consciente não podendo andar Vítima consciente que pode andar Vítima inconsciente com respiração Vítima inconsciente sem respi Transporte de vítimas Estado da Vítima Vítima consciente não podendo andar Vítima consciente que pode andar Vítima inconsciente com respiração Vítima inconsciente sem respiração Casos de remoção Só quando

Leia mais

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico Plano de Trabalho Docente 2013 Ensino Técnico Etec Dr Francisco Nogueira de Lima Código: 059 Município: Casa Branca Eixo Tecnológico: Ambiente, Saúde e Segurança Habilitação Profissional: Técnica de Nível

Leia mais

TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR

TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR Definição Entende-se por traumatismo raquimedular lesão de qualquer causa externa na coluna vertebral, incluindo ou não medula ou raízes nervosas, em qualquer dos seus segmentos

Leia mais

Frio Intenso. Autoprotecção

Frio Intenso. Autoprotecção Qualidade Vida C Â M A R A M U N I C I P A L Frio Intenso Autoprotecção Frio Intenso AUTOPROTECÇÃO Reduções significativas da temperatura, por vezes repentinas, podem afectar a saúde de qualquer pessoa,

Leia mais

Urgência e Emergência

Urgência e Emergência Urgência e Emergência Trauma 1. (FUNDEP CISSUL MG 2013) A cinemática do trauma possibilita a suspeita de algumas lesões e contribui para que se evitem lesões despercebidas. Sobre esse tema é CORRETO afirmar

Leia mais

CURSO DE SOCORRISMO COMPLEMENTAR

CURSO DE SOCORRISMO COMPLEMENTAR CURSO DE SOCORRISMO COMPLEMENTAR Tempos didácticos 15 Avaliação 3 horas Unidade didáctica 90 Relação docente/discente 1/12-16 1ªUNIDADE PREVENÇÃO, ALERTA, SOCORRO 1. Os acidentes causa importante de morte

Leia mais

Trauma. Primeiros Socorros. Trauma. Trauma. Trauma. Trauma. Conceito. Objetivos: Classificação Mecanismos. Mecanismos. Energia

Trauma. Primeiros Socorros. Trauma. Trauma. Trauma. Trauma. Conceito. Objetivos: Classificação Mecanismos. Mecanismos. Energia Primeiros Socorros Objetivos: Conceito Acontecimentos não previstos e indesejáveis que, de forma mais ou menos violenta, atingem indivíduos neles envolvidos, produzindo-lhes alguma forma de lesão ou dano.

Leia mais

Introdução O bom samaritano Lucas 10:25

Introdução O bom samaritano Lucas 10:25 PRIMEIROS SOCORROS Introdução Os Primeiros Socorros ou socorro básico de urgência são as medidas iniciais e imediatas dedicadas à vítima, fora do ambiente hospitalar, executadas por qualquer pessoa, treinada,

Leia mais

INTRODUÇÃO MOBILIZAÇÃO DO PACIENTE VÍTIMA DE TRAUMA

INTRODUÇÃO MOBILIZAÇÃO DO PACIENTE VÍTIMA DE TRAUMA INTRODUÇÃO MOBILIZAÇÃO DO PACIENTE VÍTIMA DE TRAUMA Primeiros Socorros: Conceito São os cuidados de emergência dispensados a qualquer pessoa que tenha sofrido um acidente ou mal súbito (intercorrência

Leia mais

PARADA CARDIO- RESPIRATÓRIA EM PEDIATRIA

PARADA CARDIO- RESPIRATÓRIA EM PEDIATRIA PARADA CARDIO- RESPIRATÓRIA EM PEDIATRIA SUPORTE DE VIDA EM PEDIATRIA CAUSAS DE PCR RN: INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA LACTENTE: DOENÇAS RESPIRATÓRIAS, OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS, SUBMERSÃO, SEPSE E DOENÇAS

Leia mais

Verifique o estado de consciência

Verifique o estado de consciência Verifique o estado de consciência A vítima responde Avalie sinais/sintomas presentes; Inicie cuidados de emergência; Se necessário, recorra ao serviço de urgência. A vítima não responde Desobstrua as vias

Leia mais

OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO PROFª LETICIA PEDROSO

OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO PROFª LETICIA PEDROSO OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO PROFª LETICIA PEDROSO OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO Causa perda de consciência e PCR. OVACE deve ser considerada em qualquer vítima, que subitamente

Leia mais

Queimaduras. Sílvia Augusta do Nascimento

Queimaduras. Sílvia Augusta do Nascimento Queimaduras 5 Sílvia Augusta do Nascimento e-tec Brasil Primeiros Socorros META OBJETIVOS Apresentar os diferentes graus de queimadura e as principais condutas diante de uma vítima com queimadura. Ao final

Leia mais