2. KEYNES: PRINCÍPIO DA DEMANDA EFETIVA E INCERTEZA

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1 2. KEYNES: PRINCÍPIO DA DEMANDA EFETIVA E INCERTEZA 2.2. INVESTIMENTO, INCERTEZA E INSTABILIDADE Preferência pela liquidez e a taxa de juros Keynes, TG, cap. 13 (I, II, III, V) e 15* (I, II) 08/07/16 1

2 Decisão de investimento e a taxa de juros Decisão de investimento depende da comparação da eficiência marginal do capital com a taxa de juros A eficiência marginal do capital depende do preço de oferta do bem de capital e da renda esperada, que é função das expectativas de longo prazo dos agentes e, portanto, potencialmente instáveis. O próximo passo é analisar os determinantes da taxa de juros Assim, após haver plenamente assinalado a importância da influência das mudanças a curto prazo no estado das expectativas a longo prazo, independentemente das variações na taxa de juros, ainda devemos voltar-nos a essa última, que exerce, de qualquer modo, em circunstâncias normais, grande influência, embora não decisiva, sobre o fluxo de investimento. (Keynes, (1996[1936]), p. 171) Pode-se dizer que a curva da eficiência marginal do capital governa as condições em que se procuram fundos disponíveis para novos investimentos, enquanto a taxa de juros governa os termos em que esses fundos são corretamente oferecidos. Para complementar a nossa teoria, precisamos, portanto, saber o que determina a taxa de juros. (Keynes, (1996[1936]), p.173) 08/07/16 2

3 Preferências psicológicas temporais dos agentes Primeira decisão: alocação da renda entre consumo e poupança Segunda decisão: alocação do poder de compra acumulado entre dinheiro (poder de compra imediato) e ativos menos líquidos (comparação risco e retorno) Para efetivar plenamente suas preferências psicológicas temporais, um indivíduo depara-se com dois conjuntos de decisões a serem tomadas. A primeira relacionase com aquele aspecto de preferência temporal que denominei propensão a consumir, fator que, sob a influência dos diversos mojvos expostos no Livro Terceiro, determina que parte de sua renda cada indivíduo consumirá e que parte reservará sob alguma forma de comando sobre o consumo futuro. Uma vez tomada esta decisão, porém, outra o espera, a saber, em que forma conservará o poder de comando sobre o consumo futuro, quer de sua renda corrente, quer de sua poupança anterior. Deseja conservá-lo sob a forma líquida imediata (isto é, em dinheiro ou seu equivalente)? Ou está disposto a alienar esse poder aquisijvo imediato por um período específico ou indeterminado, deixando à situação futura do mercado a fixação das condições em que pode, se necessário, converter o poder de comando postergado sobre bens específicos em poder aquisitivo imediato sobre bens em geral? (Keynes, (1996[1936]), p.173-4) 08/07/16 3

4 Determinantes da taxa de juros A taxa de juros não é o rendimento da poupança, pois a poupança acumulada sob a forma de dinheiro, por exemplo, não tem rendimento. A taxa de juros é a recompensa pela renúncia à liquidez. Deveria ser óbvio que a taxa de juros não pode ser um rendimento da poupança ou da espera como tal. Quando alguém acumula suas economias sob a forma de dinheiro líquido, não ganha juro, embora economize tanto quanto antes. Pelo contrário, a simples definição da taxa de juros diz-nos, literalmente, que ela é a recompensa da renúncia à liquidez por um período determinado, pois a taxa de juros não é, em si, outra coisa senão o inverso da relação existente entre uma soma de dinheiro e o que se pode obter desistindo, por um período determinado, do poder de comando da moeda em troca de uma dívida. Desse modo, sendo a taxa de juros, a qualquer momento, a recompensa da renúncia à liquidez, é uma medida de relutância dos que possuem dinheiro alienar o seu direito de dispor do mesmo. (Keynes, (1996[1936]), p.174) 08/07/16 4

5 Determinantes da taxa de juros A taxa de juros, recompensa pela renúncia à liquidez, é a variável de ajuste que promove o equilíbrio entre a oferta e a demanda de moeda: M = L(r) A oferta de moeda é determinada pela autoridade monetária. A demanda por moeda, por sua vez, depende da preferência pela liquidez. (A taxa de juros é) o preço mediante o qual o desejo de manter a riqueza em forma líquida se concilia com a quantidade de moeda disponível. Isso implica que, se a taxa de juros fosse menor, isto é, se a recompensa da renúncia à liquidez se reduzisse, o montante agregado de moeda que o público desejaria conservar excederia a oferta disponível e que, se a taxa de juros se elevasse, haveria um excedente de moeda que ninguém estaria disposto a reter. Se esta explicação for correta, a quantidade de moeda é outro fator que, aliado à preferência pela liquidez, determina a taxa corrente de juros em certas circunstâncias. A preferência pela liquidez é uma potencialidade ou tendência funcional que fixa a quantidade de moeda que o público reterá quando a taxa de juros for dada; resulta daí que r é a taxa de juros, M a quantidade de moeda e L a função da preferência pela liquidez, teremos M = L(r). Isto mostra onde e como a quantidade de moeda entra no esquema econômico. (Keynes, (1996[1936]), p.175) 08/07/16 5

6 Preferência pela liquidez A demanda pormoeda pelo Motivo Transação corresponde à necessidade de meio de troca para realização dos gastos correntes com padrão global previsível. A preferência pela liquidez está associada à vontade dos agentes de manter moeda não só para transações, mas também como reserva de riqueza, apesar de não render juros. A questão que se coloca é saber porque se deseja manter moeda como reserva de valor, já que não rende juros. A esta altura, contudo, é necessário que voltemos atrás e examinemos por que existe o que se denomina preferência pela liquidez. Para este fim, convirá usar a velha distinção entre o uso da moeda para as transações comerciais correntes e seu uso como reserva de riqueza. No que concerne ao primeiro destes usos, é evidente que vale a pena sacrificar, até certo ponto, alguma quantidade de juro pela conveniência da liquidez. Porém, dado que a taxa de juros nunca é negativa, por que alguém preferiria guardar sua riqueza de forma que renda pouco, ou nenhum juro, a conservála de outra que renda algum? (Keynes, (1996[1936]), p.175) 08/07/16 6

7 Determinantes da preferência pela liquidez Incerteza: A condição necessária para haver preferência pela moeda como reserva de valor é a incerteza sobre o comportamento da taxa de juros ao longo do tempo. Motivo Precaução: demanda por liquidez imediata para evitar perdas decorrentes de variações incertas na taxa de juros sobre o valor dos títulos frentea situações inesperadas. Há, todavia, uma condição necessária sem a qual não poderia existir a preferência de liquidezpelamoedacomo meiodeconservação dariqueza. Esta condição necessária é a existência de incerteza quanto ao futuro dataxade juros, isto é, quanto ao complexo de taxas para vencimentos variáveis a prevalecer em datas futuras (...). 08/07/16 Se (...) a taxa futura for incerta, não mais podemos inferir com segurança que, chegando o momento, n d r será efetivamente igual a 1 d n + r / 1 d n. Por isso, no caso concebível de poder produzir-se eventualmente uma necessidade de liquidez antes de expirarem os n anos, há o risco de se incorrer em perda na aquisição de uma dívida a longo prazo ao convertê-la, depois, em dinheiro, comparativamente a ter conservado o dinheiro enquanto tal. O lucro atuarial ou esperança matemática de ganho calculado na base das probabilidades existentes caso esse cálculo possa ser feito, o que é duvidoso deve ser suficiente para compensar o risco de reveses. (Keynes, (1996[1936]), p.176) 7

8 Motivo Precaução Exemplo (uma contingência que traga a necessidade de converter títulos em moeda com rapidez pode levar a perdas que teriam sido evitadas pela manutenção de uma reserva em dinheiro) Situação inicial: Preço do título: P B = Cupon: C = 100 Taxa de Juros: r t =10% Perpetuidade: P B,t = C / r t = 1000 = 100/0,10 Se a taxa de juros do mercado subir para 20% e o agente for obrigado a converter seu título em dinheiro para fazer frente a uma emergência, terá perda de capital (ΔP B < 0). r t+1 =20% => P B,t+1 = 500 = 100 / 0,20 Perda de Capital: ΔP B = (P B,t+1 P B,t ) = = /07/16 8

9 Determinantes da preferência pela liquidez Motivos transação e precaução variam principalmente em função da renda, sendo pouco sensíveis à influência direta da taxa de juros. Cabe observar que, no caso do motivo precaução, demanda-se moeda pela segurança da liquidez imediata e pelo receio da perda potencial associada à aplicação alternativa em títulos decorrente de variações imprevistas na taxa de juros. Mas o volume da demanda por moeda pelo motivo precaução, segundo Keynes, depende diretamente da renda (e do grau de incerteza), mas não do nível da taxa de juros. (S)upondo que a preferência pela liquidez devida ao mojvo transação e ao mojvo precaução absorva uma quanjdade de moeda que não seja muito sensível à influência direta das alterações na taxa de juros (...). (Keynes, (1996[1936]), p.177) 08/07/16 9

10 Determinantes da preferência pela liquidez Motivo Especulação: Por outro lado, a incerteza sobre a taxa de juros futura cria espaço para haver especulação. Isto é, os agentes podem apostar contra expectativas divergentes na esperança de obter lucro no mercado financeiro. Baixistas (P B,t > P e B,t+1, r t < r e t+1) o Assim, os baixistas, que acham que o preço dos títulos vai cair e a taxa de juros vai subir, demandarão moeda para comprar os títulos na baixa => demanda especulativa por moeda > 0. Altistas (P B,t < P e B,t+1, r t > r e t+1) o Enquanto os altistas, que acham que o preço dos títulos vai subir e, logo, a taxa de juros vai cair, demandam títulos na expectativa de obter ganhos de capital => demanda especulativa por moeda = 0. 08/07/16 10

11 Determinantes da preferência pela liquidez Há, além disso, outra razão para a preferência pela liquidez resultante da incerteza quanto ao futuro da taxa de juros, desde que haja um mercado organizado para negociar com débitos. Cada qual prevê o futuro a sua maneira e aquele que divergir da opinião dominante, tal como ela se manifesta nas cotações do mercado, pode ter boas razões para conservar recursos líquidos com o fim de realizar um lucro se estiver certo, ao comprovar no momento oportuno que as relações entre os 1 d r estavam erradas. (...) (O) indivíduo, para quem as futuras taxas de juros estarão acima daquelas previstas pelo mercado, tem motivos para conservar em caixa dinheiro líquido, ao passo que quem diverge do mercado em sentido oposto terá motivos para pedir dinheiro emprestado a curto prazo, a fim de adquirir débitos a prazo mais longo. O preço do mercado se fixará no nível em que a venda dos baixistas se equilibrar com as compras dos altistas. (Keynes, (1996[1936]), p.176) 08/07/16 11

12 Motivo Especulação - Exemplo Situação inicial: P B,t = 1.000, C = 100, r t =10% P B,t = C / r t = 1000 = 100/0,10 Baixista (ursos): demanda especulativa por moeda > 0 Se os agentes acham que a taxa de juros está baixa (10%) e vai subir (20%), demandam moeda no presente para comprar os títulos mais baratos no futuro r e t+1=20% => P B,t > P e B,t+1 = 500 = 100 / 0,20 Altista (touros): demanda especulativa por moeda = 0 Se os agentes acham que a taxa de juros está alta (10%) e vai cair (5%), demandam títulos no presente para revender maiscarosno futuro r e t+1=5% => P B,t < P e B,t+1 = = 100/0,05 08/07/16 12

13 Determinantes da preferência pela liquidez A queda da taxa de juros, dadas as expectativas dos agentes, faz com que um maior número de agentes espere uma alta da taxa de juros e, logo, queda do preço dos ativos, demandando moeda para comprar os títulos na baixa. Neste caso, os agentes vão querer se desfazer dos títulos no presente, em troca de moeda, para não sofrer com a perda de capital, que dificilmente será compensada pelo recebimento de uma taxa de juros baixa (R B =r+δp B ). Assim, a demanda especulativa por moeda é inversamente relacionada ao nível da taxa de juros (menor a taxa de juros, maior a demanda especulativa por moeda). Existem, entretanto, duas razões para crer que, em certo estado de expectativa, uma baixa de r estará associada a um aumento de M 2. Em primeiro lugar, se o nível de r, que a opinião geral considera seguro, permanece invariável, cada baixa de r diminui a taxa do mercado relativamente ao nível considerado seguro e, portanto, aumenta os riscos de liquidez; em segundo lugar, cada baixa de r reduz os lucros correntes provenientes da iliquidez, que está disponível como uma espécie de prêmio de seguro para compensar o risco de perda de capital (...). (Keynes, (1996[1936]), p.202-3) 08/07/16 13

14 Determinantes da preferência pela liquidez Motivos transação (gastos correntes) Motivo precaução (segurança) Motivo especulação (obter lucro) As três divisões que acabamos de distinguir na preferência pela liquidez podem ser definidas pelos motivos que as governam: (i) (i) o motivo transação, isto é, a necessidade de moeda para as operações correntes de trocas pessoais e comerciais; o motivo precaução, ou seja, o desejo de segurança com relação ao equivalente do valor monetário futuro de certa parte dos recursos totais (atender às contingências inesperadas e às oportunidades imprevistas de realizar compras vantajosas e os de conservar um ativo de valor fixo em termos monetários para honrar uma obrigação estipulada em dinheiro p.198); e (i) o motivo especulação, isto é, o propósito de obter lucros por saber melhor que o mercado o que trará o futuro. (Keynes, (1996[1936]), p.176-7) 08/07/16 14

15 Determinantes da preferência pela liquidez M = L(Y,r) M = M1 + M2 = L1(Y) + L2(r) M: oferta total de moeda L1(Y): demanda transacional e precaucional por moeda, função direta da renda L2(r): demanda especulativa por moeda, função inversa da taxa de juros M1: moeda destinada à demanda transacional e precaucional M2: moeda disponível para demanda especulativa Sejam M 1 o montante de recursos líquidos conservado para satisfazer o motivo-transação e o motivo-precaução e M 2 o montante conservado para satisfazer o motivo-especulação. Correspondendo a estes dois compartimentos de recursos líquidos temos, então, duas funções de liquidez L 1 e L 2. L 1 depende, principalmente, do nível de renda, enquanto L 2 depende da relação entre a taxa corrente de juros e o estado das expectativas. Portanto, M = M 1 + M 2 = L 1 (Y) + L 2 (r), onde L 1 é a função de liquidez correspondente à renda Y, que determina M 1, e L 2 a função de liquidez em relação à taxa de juros r, que determina M 2. (Keynes, (1996[1936]), p.201) 08/07/16 15

16 Variações na oferta de moeda e a taxa de juros Aumento da oferta de moeda ( M), via compra de títulos por parte das autoridades monetárias, provoca elevação no preço dos títulos e consequente queda na taxa de juros ( r). Em primeiro lugar, a queda na taxa de juros ( r) aumenta o número de baixistas e a sua demanda por moeda ( L2), reequilibrando o mercado monetário ( M2). M > L => r => M2 = L2( r) Em segundo lugar, a queda na taxa de juros ( r) estimula o investimento ( I) e a renda ( Y), elevando a demanda pelos motivos transação e precaução ( L1). M > L => ( r I Y) => M1 = L1( Y) Mecanismo Completo M > L => ( r I Y) => M = M1 + M2 = L1( Y) + L2( r) = L r ro r1 r2 M M 08/07/16 16 L(Y ) L(Y) M, L

17 Variações na oferta de moeda e a taxade juros Em primeiro lugar, à medida que a taxa de juros baixa, é provável, coeteris paribus, que a preferência pela liquidez, em virtude do motivo de transação, absorva mais moeda. Se a queda da taxa de juros aumenta a renda nacional, o volume de moeda que convém reservar para as transações crescerá mais ou menos proporcionalmente com o aumento da renda, enquanto, ao mesmo tempo, diminuirá o custo da conveniência de manter abundante a moeda, em termos dos juros perdidos. (Keynes, (1996[1936]), p.177) M > L => ( r I Y) => M1 = L1( Y) Em segundo lugar, cada queda na taxa de juros pode, como acabamos de ver, aumentar a quantidade de moeda que certos indivíduos desejam conservar, porque seus pontos de vista quanto à futura taxa de juros diferem dos do mercado. (Keynes, (1996[1936]), p.178) M > L => r => M2 = L2( r) Pode-se admitir que uma variação de M conduza a uma variação em r, e uma variação em r conduza a novo equilíbrio, em parte, por alterar M 2 e, em parte, por modificar Y e consequentemente, M 1. (Keynes, (1996[1936]), p.202) M > L => ( r I Y) => M = M1 + M2 = L1( Y) + L2( r) 08/07/16 17

18 Variações na oferta de moeda e a taxa de juros A transmissão da política monetária para o nível de atividade econômica se deve ao efeito da oferta de moeda sobre a taxa de juros, que reequilibra o mercado monetário por meio de impacto direto sobre a demanda especulativa e indireto sobre as demandas transacional e precaucional, decorrente da alteração do investimento e do nível de atividade. A administração monetária, contudo, influencia fundamentalmente a demanda especulativa por moeda, que responde de maneira rápida e contínua às variações na taxa de juros. Em circunstâncias normais, o volume de moeda necessário para sajsfazer os dois mojvos, transação e precaução, é principalmente o resultado da atividade geral do sistema econômico e do nível da renda nacional em termos monetários. Todavia, a administração monetária (ou, em sua ausência, as mudanças fortuitas que podem advir da quantidade de moeda) faz sentir seu efeito sobre o sistema econômico por sua influência sobre o motivoespeculação. Isso porque a demanda de moeda para satisfazer os motivos anteriores é, em geral, insensível a qualquer influência que não a de uma alteração efetiva na atividade econômica geral e no nível da renda, ao passo que a experiência mostra que a demanda de moeda para satisfazer o motivoespeculação varia de modo contínuo sob o efeito de uma alteração gradual na taxa de juros. (Keynes, (1996[1936]), p.199) 08/07/16 18

19 Variações na oferta de moeda e a taxa de juros (armadilha da liquidez) Na situação conhecida como armadilha da liquidez, contudo, mesmo uma grande elevação da oferta de moeda provoca apenas uma pequena queda da taxa de juros, seja porque a incerteza aumenta a demanda precaucional ou, principalmente, porque há convergência das expectativas dos agentes que, frente a pequenas variações da taxa de juros, respondem com grandes variações na demanda especulativa por moeda, reequilibrando rapidamente o mercado monetário. No entanto, podem ocorrer determinadas circunstâncias em que mesmo um acréscimo considerável da quanjdade de moeda exercerá uma influência comparativamente pequena sobre a taxa de juros. Esse grande acréscimo pode ocasionar tal incerteza quanto ao futuro que a preferência pela liquidez decorrente do motivo precaução pode ser fortalecida; por outro lado, é possível que haja uma opinião tão unânime sobre a futura taxa de juros que uma ligeira variação nas taxas atuais determine um movimento maciço em direção à busca da liquidez. (Keynes, (1996[1936]), p.178) r M M 08/07/16 19 L(Y) M

20 Variações na oferta de moeda e a taxa de juros (armadilha da liquidez) Expectativa dos agentes sobre o nível de taxa de juros seguro influencia a taxa de juros vigente e, se for alta de mais, dificulta a possibilidade de se alcançar o pleno emprego por meio de política monetária. Talvez fosse mais exato dizer que a taxa de juros seja um fenômeno altamente convencional do que basicamente psicológico, pois o seu valor observado depende sobremaneira do valor futuro que se lhe prevê. Qualquer taxa de juros aceita com suficiente convicção como provavelmente duradoura será duradoura; sujeita, naturalmente, em uma sociedade em mudança a flutuações originadas por diversos motivos, em torno do nível normal esperado. Em particular, quando M1 aumenta mais depressa que M, a taxa de juros subirá e vice-versa. Mas pode flutuar durante décadas ao redor de um nível cronicamente elevado demaisparapermitir o pleno emprego. (Keynes, (1996[1936]), p.204) 08/07/16 20

21 Modificação na preferência pela liquideze a taxa de juros Variações na demanda por moeda, decorrentes de variações na preferência pela liquidez, também provocam variações na taxa de juros. Ao tratar do motivo de especulação, convém distinguir, entre as variações da taxa de juros, as que se devem a mudanças na oferta de moeda disponível para satisfazer esse motivo, sem que haja ocorrido alteração alguma na função de liquidez, e as que têm como causa principal as mudanças nas expectativas que afetam diretamente essa função. (Keynes, (1996[1936]), p.199) 08/07/16 21

22 Modificação na preferência pela liquideze a taxa de juros Pode haver, por exemplo, uma mudança nas expectativas dos agentes que amplie o número de baixistas na economia, aumentando a demanda especulativa da moeda, ou uma mudança no grau de incerteza que a aumente a demanda precaucional: M = M1 + M2 < L = L1 (Y) + L2 (r) para Y e r constantes. Neste caso, a elevação da demanda, que tem como contrapartida a elevação da oferta de títulos, pressiona o preço dos títulos para baixo e a taxa de juros para cima, reduzindo, como resultado direto, a demanda por moeda pelo motivo especulação e, como resultado indireto, a demanda por transação e precaução, decorrente da contração do investimento e da renda. M < L (Y,r) => ( r I Y) => M = M1 + M2 = L1 ( Y) + L2 ( r) De modo geral, entretanto, uma alteração nas circunstâncias ou expectativas provocará um reajuste nas reservas líquidas individuais desde que, de fato, uma mudança influa nas idéias dos diferentes indivíduos de modo diverso, devido, em parte, às diferenças de meio ambiente e ao motivo que os levou a guardar dinheiro e, em parte, às diferenças de conhecimentoe interpretação da nova situação. Desse modo, a nova posição de equilíbrio da taxa de juros estará associada a uma redistribuição da retenção dos recursos líquidos. Todavia, o que mais nos interessa é a mudança na taxa de juros e não a redistribuição dos recursos líquidos. (Keynes, (1996[1936]), p.200) 08/07/16 22

23 Modificação na preferência pela liquideze a taxa de juros Quão maior a preferência pela liquidez, ou seja, a propensão a entesourar, dada a oferta de moeda constante, aumenta a recompensa por não entesourar, ou seja, a taxa de juros, e diminui o nível de renda, provocando recomposição das demandas transacional, precaucional e especulativa, mas o entesouramento de fato permanece inalterado. r M O conceito de entesouramento pode ser considerado uma primeira aproximação do conceito de preferência pela liquidez. De fato, se substituíssemos entesouramento por propensão a entesourar, chegaríamos, substancialmente, ao mesmo resultado. (...) r r L (Y) L(Y) M Ademais, é impossível que o montante real do entesouramento varie como resultado das decisões do público, desde que consideremos o entesouramento como sendo o encaixe efetivo de moeda. O volumedeentesouramento temdeser igual à quantidade de moeda (ou segundo certas definições à quantidade de moeda menos o que se requer para satisfazer o motivo transação), e a quantidade de moeda não é determinada pelo público. A única coisa que a propensão do público a entesourar pode conseguir é fixar a taxa de juros que iguale o desejo global de entesourar ao encaixe disponível. (Keynes, (1996[1936]), p.178) 08/07/16 23

24 Eficácia da Política Monetária A moeda afeta o sistema econômico por meio da taxa de juros: elevação da oferta de moeda, dada a preferência pela liquidez, reduz a taxa de juros, que, dadas as expectativas de longo prazo e, portanto, a escala de eficiência marginal do capital, eleva o investimento, que, por sua vez, dada a propensão marginal a consumir, eleva a renda. O impacto da política monetária sobre a renda é bastante indireto e depende de considerar a preferência pela liquidez, as expectativas dos agentes e a propensão marginal a consumir dadas. Elevações na oferta de moeda não asseguram necessariamente a redução da taxa de juros e elevação do nível de atividade e emprego. r r 0 M M L (Y) rm rm= r 0 EMgK EMgK Z,D Z(N) D(N) D (N) r 1 L(Y) rm =r 1 M 08/07/16 24 Io I1 I No N1 N

25 Eficácia da Política Monetária Introduzimos, assim, a moeda em nosso nexo causal e podemos ter uma primeira ideia do modo como as variações na quantidade de moeda intervêm no sistema econômico. Contudo, se nos vemos tentados a considerar a moeda como a bebida que estimula a atividade do sistema, não nos esqueçamos que podem surgir muitos percalços entre a taça e os lábios. Embora seja de esperar que, coeteris paribus, um aumento na quanjdade de moeda reduza a taxa de juros, isto não ocorrerá se a preferência do público pela liquidez aumentar mais que a quantidade de moeda; e, conquanto se possa esperar que, coeteris paribus, uma baixa na taxa de juros esjmule o fluxo de invesjmento, isto não acontecerá se a escala da eficiência marginal do capital cair mais rapidamente que a taxa de juros; quando, enfim, se possa esperar que, coeteris paribus, um aumento do fluxo de invesjmento faça aumentar o emprego, isso não se produzirá se a propensão a consumir estiver em declínio. (Keynes, (1996[1936]), p.178) 08/07/16 25

26 Eficácia da Política Monetária Decisões de investimento contrapõem a eficiência marginal do capital, influenciada pelas expectativas de longo prazo, à taxa de juros. Segue, portanto, a importância de se analisar o impacto da taxa de juros sobre o investimento. Keynes é cético quanto à possibilidade de o governo influenciar adequadamente o nível de atividade por meio da taxa de juros, considerando, principalmente, as flutuações potenciais do investimento, e entende que é mais eficiente a intervenção do governo por meio da organização direta dos investimentos. Da minha parte sou, presentemente, algo cético quanto ao êxito de uma política meramente monetária orientada no sentido de exercer influência sobre a taxa de juros. Encontrando-se o Estado em situação de poder calcular a eficiência marginal dos bens de capital a longo prazo e com base nos interesses gerais da comunidade, espero vê-lo assumir uma responsabilidade cada vez maior na organização direta dos investimentos, ainda mais considerando-se que, provavelmente, as flutuações na estimativa do mercado da eficiência marginal dos diversos tipos de capital, calculada na forma descrita antes, serão demasiado grandes para que se possa compensá-las por meio de mudanças viáveis na taxa de juros. (Keynes, (1996[1936]), p. 171) 08/07/16 26

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