Este é, sempre, um dia de festa. Hoje, como é habitual, com o sol que ajuda a

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1 Sessão Diplomas, 30 de maio de 2015 Intervenção do Senhor Reitor, Prof. Doutor Manuel Assunção Este é, sempre, um dia de festa. Hoje, como é habitual, com o sol que ajuda a esse clima de celebração, quero saudar muito entusiasticamente as diplomadas e os diplomados a quem vamos entregar a titulação que muito merecem porque muito fizeram para a merecer. Mas não quero, nem posso, deixar de fora, num abraço igualmente caloroso, os pais, outros familiares, os amigos que acompanharam, no todo ou em parte, o período de formação dos que estão hoje no centro das atenções; todos aqueles que, com certeza, partilham, aqui ou à distância, igualmente, a alegria que este momento nunca deixa de acarretar. Embora eu pense que a melhor recompensa para uma coisa bem feita é têrmo-la feito, receber um diploma, pela sua carga simbólica, é muito gratificante. Trata-se, do mesmo modo, de um dia muito especial para a Universidade de Aveiro. A formação e, principalmente, a educação são as mais nobres das nossas missões. Por isso, revemo-nos e congratulamo-nos com o sucesso que, através de vós, alcançamos. A Universidade de Aveiro concedeu, no ano de 2014, 9 agregações e 8 títulos de especialista. Os Doutoramentos concedidos somaram 224, um aumento muito significativo, de mais de 30%, em relação ao ano anterior. Totalizaram 978 os mestres que graduámos, dos quais 214 frequentaram mestrados integrados. 104 estudantes chegaram ao fim dos seus Cursos de Formação Especializada. Terminaram a sua licenciatura 1521 estudantes. E 224 formandos completaram 1

2 Cursos de Especialização Tecnológica. Falamos pois de um total de 3051 graus e títulos atribuídos, num espectro de cursos, áreas de estudo e tipologias de formação muito abrangente: o que constitui a melhor evidência do nosso impacto na qualificação dos portugueses, tão essencial para podermos almejar, enquanto país, a metas económicas e sociais mais ambiciosas e a objetivos de realização pessoal mais ricos. O valor do diploma que cada um vai receber deve muito ao esforço individual para o alcançar, ao mérito próprio no caminho feito: a seriedade e profundidade do estudo que se fez, aquilo de que se prescindiu para ter êxito enquanto estudante, as escolhas curriculares e as experiências sociais que se fizeram, o modo como cada um foi percebendo melhor o mundo à medida que frequentava o curso. Mas o valor do diploma está também intrinsecamente associado à instituição que o atribui, à visibilidade e à perceção da qualidade da Universidade que entrega o título. Por isso, pela aptidão do vosso trabalho e pela imagem da Universidade de Aveiro, o vosso diploma vale muito. De facto, o nome e a marca UA são hoje percecionados como sinónimos de algo muito positivo, de excelência em muitos campos, de grande qualidade, sempre. Esforçamo-nos, dia a dia, aqui em Aveiro mas também em Águeda e em Oliveira de Azeméis, para que assim seja. Cuidamos da relevância internacional da nossa investigação, responsável em boa parte pela nossa presença nos rankings internacionais; mas, acima de tudo, 2

3 subjacente ao merecimento da nossa ação nos outros aspetos da missão que assumimos enquanto instituição de Ensino Superior. Como seja, a nossa capacidade de transferir tecnologia; de originar patentes - onde ocupamos o primeiro lugar per capita -, de incubar empresas: em suma, o nosso contributo para a valorização económica e social do conhecimento produzido e para a criação de riqueza. Como seja, de igual modo, a nossa ação na divulgação científica, na dinamização cultural, na promoção da saúde enquanto reflexos da nossa relação intensa com as empresas, com a região e com a cidade, com tantas outras instituições e pontos do país e do mundo; relação que, ela própria, ao mesmo tempo, traduz o nosso impacto alargado e multissectorial e concretiza a visibilidade da marca UA. Cuidamos, claro está, do ambiente físico e humano do nosso Campus Central e dos outros Campi. São espaços de grande beleza arquitetónica onde dá gosto viver e trabalhar. Mas são igualmente espaços onde acontecem, por ano, mais de meio milhar de eventos científicos, culturais, de solidariedade e outros, que determinam uma grande dinâmica académica e social e permitem, a quem deles quiser tirar partido, outras tantas experiências extracurriculares, enriquecedoras, certamente, do percurso formativo do estudante. Espaços que são frequentados também por quase milhar e meio de estudantes, docentes, investigadores e outros estrangeiros, representativos de quase oitenta países; e que dão à UA um contexto internacional formidável e oportunidades múltiplas de vivências interculturais e de práticas linguísticas. 3

4 A aprendizagem de línguas é exatamente um domínio que temos vindo a fomentar, visando um duplo desígnio: que cada estrangeiro que estuda connosco possa regressar à sua terra com proficiência em português; e que cada estudante nacional aprenda pelo menos uma outra língua, para além do inglês. Sabemos que o domínio de línguas estrangeiras, é hoje, num mundo crescentemente interconectado e global, cada vez mais decisivo no percurso profissional das pessoas. E na UA não faltam possibilidades: francês, alemão, chinês, espanhol, árabe, num futuro próximo, russo, tudo isto se pode aprender na UA enquanto se estudam outras coisas. Preocupamo-nos, ainda, que os nossos alunos adquiram outras competências, ditas transferíveis ou transversais, também elas cada vez mais decisivas: capacidade de estruturação e desenvolvimento de projetos; espírito empreendedor e cultura de risco; saber trabalhar em equipa; ser mais capaz de organizar ideias e expressá-las eficazmente de uma forma oral ou escrita, por exemplo. Muitas destas competências podem ser obtidas, com mais facilidade, durante períodos de permanência fora da UA. Por isso, prosseguimos uma política de estágios, em empresas e outras instituições, muito ativa e que já se traduz em mais de um milhar em cada ano letivo. São os estágios, igualmente, fontes de boas ideias para alterações adequadas do desenho curricular de disciplinas ou cursos; servem como pontes com a indústria e os serviços, indutoras depois de outras interações com a Universidade; permitem um conhecimento da realidade em contexto de trabalho que é inestimável; e 4

5 aumentam a rede de relações pessoais, sempre, felizmente, tão determinante nas nossas vidas profissionais, afetivas, sociais Não surpreende assim que as taxas de empregabilidade dos cursos da UA estejam perto dos 93% e ao nível dos melhores números do todo nacional. Cuidamos, aliás, que seja cada vez mais assim: em cada ano observamos a pertinência da nossa formação e alteramos as vagas de que dispomos a favor dos cursos onde há mais procura, melhores alunos a baterem-nos à porta e que se situam em áreas com saídas profissionais mais relevantes e em maior número. Não surpreende também que sejamos, de acordo com os dados oficiais, do Ministério da Educação e Ciência, a Universidade onde se verifica uma menor taxa de abandono. Para isso, além do que já foi dito, concorrerá também a política de apoio a estudantes carenciados, com receitas próprias, nossas, que levamos a cabo há muito tempo e que mobilizam verbas superiores às duas centenas de milhares de euros anuais. Não surpreende mas honra-nos, naturalmente! Mas se o valor do vosso diploma é também reflexo do que vale a Universidade de Aveiro, o reciproco é igualmente verdadeiro. Serão o mérito, a pertinácia e as consequências da vossa ação que irão acrescentar valor ao que a UA já possui. Repetirei quantas vezes forem necessárias: aqueles que graduamos são o nosso melhor espelho; neles podemos ver o quão bem estamos fazendo! Mas eles, 5

6 vocês, e esta é uma das mensagens que vos quero deixar são também, por isso, os nossos melhores embaixadores. Ajam bem, profissionalmente e enquanto cidadãos, porque tal será sempre a favor da UA. Todavia, ajam também de uma maneira proactiva tendo a UA em mente: encontrando lugar de estágios e emprego para colegas que se seguirão a vocês; trazendo projetos e parcerias para a vossa casa-mãe; dinamizando atividades que nos envolvam; identificando desafios que nos proponham; trazendo ideias que mudem, para melhor, o curso das coisas aqui. A comunidade UA não prescinde de vocês; e só com vocês podemos ir mais longe. Ajudem-nos e interajam connosco, diretamente ou no âmbito da Associação dos Antigos Alunos que é parte de nós; e com quem, como é natural, trabalhamos de muito perto. Entregaremos, ainda, no decurso desta cerimónia, bolsas de estudo por mérito aos estudantes com aproveitamento excecional em anos transatos. Esta é uma iniciativa do Ministério da Educação e Ciência que sofreu, já se vê, atrasos consideráveis mas que finalmente é retomada. Trata-se de estímulos adicionais a percursos de alto nível e que promovem o reconhecimento dos melhores, de entre os que privilegiaram a Universidade de Aveiro com a sua escolha. Este ano serão 27 os contemplados a quem endosso as minhas mais calorosas felicitações. Termino com uma segunda mensagem, final, que queria deixar às nossas diplomadas e aos nossos diplomados: a de que a formação para a vida é algo 6

7 que já não existe, se é que alguma vez existiu. Séneca, ele próprio, há tantos séculos atrás, escreveu aprender até morrer. Mas hoje, certamente, face à voracidade do aumento do conhecimento acumulado, faz ainda mais sentido falar não em formação para a vida mas sim em preparação para a vida. Por isso, também por isso, prefiro falar em educação mais do que em formação. Estou seguro que fomos eficazes no acompanhamento que vos demos neste período que passaram connosco. Uns num estado mais adiantado que outros. Todos, porém, com esse desígnio de cuidar de si próprios e do seu alforge de informações, conhecimentos e competências. E de alguma sabedoria, sem dúvida. Sejam felizes e voltem sempre: para continuar a estudar, para conviver, com projetos, com as vossas ideias e entusiasmos. Porque vocês nunca partirão. Aveiro é vosso e há-de ser! 7