Concurso Público UERJ 2012
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- Benedita Ribas Pacheco
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1 Concurso Público UERJ Gastroenterologia Padrão resposta definitivo das questões discursivas Questão 1: Homem de 56 anos de idade, assintomático, realizou colonoscopia para vigilância do câncer colo-retal. Foi identificada uma lesão em cólon sigmoide, conforme o vídeo: (vídeo 02) a) Cite 03 (três) características endoscópicas ou histológicas que podem estar associadas ao potencial maligno dessa lesão. (4 pontos) 1. Tamanho > 1cm 2. Histologia vilosa 3. Grau de displasia 4. Tipo de lesão: pediculado x séssil b) Dada a preocupação com a taxa de lesões perdidas, cite 03 (três) indicadores de qualidade que se deve atentar nessa colonoscopia. (4 pontos) 1. Adequação do preparo 2. Taxa de intubação cecal 3. Tempo de retirada do aparelho 4. Técnica de retirada atentando a curvas e atrás das pregas 5. Taxa de detecção de adenoma c) Cite 03 (três) técnicas que podem ser usadas na profilaxia do potencial sangramento na polipectomia dessa lesão. (4 pontos) 1. Injeção do pedículo com solução de adrenalina 2. Aplicação de endoloops 3. Aplicação de clipes 4. Uso de corrente BLENDED (aceita corte + coagulação) Foi realizada polipectomia endoscópica e o exame anátomo-patológico revelou: lesão adenomatosa vilosa, com área focal de carcinoma estendendo-se além da muscular da mucosa até submucosa no polo cefálico Haggitt II, moderadamente diferenciado, sem invasão de vasos sanguíneos ou linfáticos, distando 8 mm da margem de ressecção. (vídeo 03)
2 d) A polipectomia endoscópica isolada foi uma terapia curativa para esse caso? (4 pontos) Sim. 2 e) Indique a sequência de exames colonoscópicos e intervalo de tempo no processo de vigilância de câncer coloretal que esse paciente deverá seguir nos próximos 20 anos. (4 pontos) Realizar colonoscopia um ano após a ressecção. Se normal (aceito negativa, aceito colonoscopia sem pólipos), colonoscopia em três anos. Se normal, colonoscopia em cinco anos. Se normal, colonoscopia a cada cinco anos. Se encontrados novos pólipos, o paciente é reclassificado de acordo com o tamanho, o número, a presença de carcinoma e o tipo de ressecção dos novos pólipos (completa, piecemeal). Questão 2: Mulher de 38 anos de idade, portadora de colelitíase, com fosfatase alcalina elevada e colangiorressonância normal, foi submetida à colecistectomia, há cinco meses, e vem evoluindo com colestase. Interprete a imagem a seguir e responda: a) Descreva a imagem colangiográfica. (10 pontos) Segmento de estenose envolvendo o ducto hepático comum até a confluência dos hepáticos, com dilatação das vias biliares intra-hepáticas associada. b) Cite 02 (dois) mecanismos de produção desse achado. (5 pontos) 1. Isquemia, por dissecção excessiva do pedículo hepático 2. Térmico-inflamatório, associado ao uso do bisturi
3 3 c) Proponha e descreva um tratamento para essa paciente. (5 pontos) 1. Endoscópico, através de dilatações e aplicação de próteses plásticas, de forma progressiva 2. Cirúrgico, através da derivação biliodigestiva 3. Radiológico, através da dilatação e aplicação de dreno interno-externo Questão 3: Homem de 56 anos de idade, portador de cirrose hepática, apresentou, há 48h, hemorragia digestiva alta. Observe o vídeo da endoscopia digestiva alta e responda: (vídeo 01) a) Indique o tratamento endoscópico para esse caso. (5 pontos) Terapia de injeção com utilização do adesivo tecidual cianoacrilato (Hystoacryl ) b) Descreva as 5 (cinco) etapas desse tratamento endoscópico. (10 pontos) 1. Aplicar silicone por fora do aparelho e na sua lente (opcional) 2. Lubrificar o interior do cateter de injeção com lipiodol (contraste radiológico que retarda a cristalização do cianoacrilato) e depois manter a lubrificação da agulha com água destilada (esta última, opcional) 3. Preparar a solução terapêutica de Lipiodol (0.5 ml ) + cianoacrilato (0.5 ml) 4. Após punção da variz, substituir a água destilada pela solução terapêutica e administrá-la em volumes de 0.5 a 1 ml. Antes de retirar a agulha, instilar água ou lipiodol, para retirar todo cianoacrilato do cateter 5. Retirar todo o conjunto (aparelho e cateter) do paciente, sem inserir o cateter no canal de trabalho 6. Observar endurecimento da variz e realizar controle radiológico c) Cite 02 (duas) possíveis complicações desse tratamento endoscópico. (5 pontos) 1. Embolia 2. Ressangramento Questão 4:
4 4 Considere o caso de um homem com 55 anos de idade, de cor branca e, com base na interpretação das imagens abaixo, responda: a) Indique o diagnóstico, sua classificação atual e o meio para confirmá-lo. (4 pontos) Diagnóstico e Classificação: 1. Esôfago de Barrett C1M4 2. Esofagite péptica complicada por Barrett C1M4 3. Esôfago com epitélio colunar C1M4 Aceitar C 1 ou C2; M3 a M6. Meio para confirmação: Com a obtenção de amostras de tecido para estudo histopatológico b) Cite uma alternativa terapêutica para esse paciente. (4 pontos) 1. Tratamento clínico com inibidores de bomba de prótons 2. Tratamento cirúrgico com cirurgia antirrefluxo c) Indique uma forma para verificar a eficácia do tratamento realizado. (4 pontos) phmetria associada a impedanciometria d) Cite uma possível complicação da doença presente, indicando como fazer o diagnóstico. (4 pontos) 1. Adenocarcinoma de esôfago / endoscopia digestiva alta com biópsias 2. Sangramento digestivo / endoscopia digestiva alta 3. Úlcera péptica de esôfago / endoscopia digestiva alta com biópsias 4. Estenose do esôfago / endoscopia digestiva alta com biópsias e) Indique o tratamento para essa complicação. (4 pontos)
5 1. Para adenocarcinoma de esôfago: depende do estágio evolutivo. Estágio precoce intramucoso: tratamento endoscópico, com dissecção submucosa, ou tratamento cirúrgico que inclua a esofagectomia. Estágio precoce invasivo da submucosa: tratamento cirúrgico que inclua esofagectomia. Estágio avançado ressecável: esofagectomia distal com quimioterapia adjuvante, ou neoadjuvante; radioterapia neoadjuvante. Estágio avançado não ressecável: quimioterapia e radioterapia neoadjuvante; esofagectomia posterior, se possível; paliação de sintomas como prótese de esôfago e gastrostomia endoscópica percutânea 2. Para sangramento digestivo: tratamento endoscópico do sangramento e inibidores da bomba de prótons 3. Para úlcera péptica de esôfago: inibidores da bomba de prótons 4. Para estenose do esôfago: dilatação endoscópica e inibidores da bomba de prótons; dilatação endoscópica e tratamento cirúrgico antirrefluxo; colocação endoscópica de próteses plásticas autoexpansíveis, próteses metálicas totalmente revestidas, ambas associadas ao uso de inibidores de bombas de prótons 5 Questão 5: Considere o caso de um homem de 25 anos de idade, com história de impactação de alimentos. (vídeo 04) a) Indique a hipótese diagnóstica. (6 pontos) 1. Esofagite eosinofílica 2. Doença motora do esôfago (espasmo esofagiano difuso e esôfago em quebra nozes) b) Indique o método de investigação para a confirmação do diagnóstico. (7 pontos) 1. Para esofagite eosinofílica: biópsia endoscópica 2. Para doença motora do esôfago: esofagomanometria e esofagografia c) Indique o tratamento. (7 pontos) 1. Para esofagite eosinofílica: corticoide tópico, tratamento específico de atopia, se presente, através da imunoterapia e eliminação de alimentos específicos, e uso de bloqueador de bomba de prótons. Pode ser necessária a dilatação endoscópica, que pode ser realizada com velas ou balões 2. Para doença motora do esôfago: nitrato, bloqueadores dos canais de cálcio, hidralazina, toxina botulínica e ansiolíticos
Resposta reparadora decorrente da exposição progressiva da mucosa do esôfago ao conteúdo gástrico (refluxo ácido, alcalino ou misto).
DEFINIÇÃO Substituição do epitélio escamoso estratificado do esôfago pelo epitélio colunar com células intestinalizadas (metaplasia intestinal). Resposta reparadora decorrente da exposição progressiva
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