ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DO PIRARUCU EM BOTUCATU-SP

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1 ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DO PIRARUCU EM BOTUCATU-SP Yago Mateus Amaro Rodrigues 1 Edson Aparecido Martins² ¹Discente do Curso de Agronegócio da Faculdade de Tecnologia de Botucatu -yago.btu@hotmail.com. ²Docente da Faculdade de Tecnologia de Botucatu emartins@fatecbt.edu.br. 1 INTRODUÇÃO A aquicultura é um dos ramos do agronegócio que mais se expande no Brasil e no mundo. O Brasil por ser um país tropical e com alta disponibilidade de recursos hídricos se faz dele um lugar ideal para o ramo da Aquicultura, com uma variedade enorme de espécies nativas e exóticas de peixes, o país também tem um enorme potencial para a piscicultura, nome dado a criação de peixes em cativeiro. Dentre as várias espécies a ser cultivadas, o Pirarucu nos chama atenção para sua produção em sistema intensivo de criação. O pirarucu, Arapaima gigas, é um dos maiores peixes de água doce do mundo ( SEBRAE 2010). É a espécie que nos últimos tempos mais tem atraído a atenção de criadores de peixes da região amazônica, pelo seu rápido crescimento e ganho de peso, podendo alcançar 10 kg no primeiro ano de criação. (MOURA CARVALHO; NASCIMENTO, 1992 citado por PEREIRA FILHO et al, 2003) Por ser uma espécie que possui respiração aérea, tem alta tolerância ao adensamento (SEBRAE 2010), podendo ser criado vários indivíduos numa pequena área com alta produtividade. Além de todos os pontos positivos para se criar o Pirarucu, tem uma característica que dificulta a sua sobrevivência no estado de São Paulo, pois não tolera bruscas variações de temperatura. O pirarucu é um peixe de regiões quentes, por isso cresce melhor em águas com temperaturas entre 28 C e 30 C. Em temperaturas menores que 26 C, ocorre a diminuição do consumo de comida. Quando a água chega a temperaturas menores que 20 C, principalmente com duração de mais de três dias, pode ocorrer a mortalidade dos dos peixes(sebrae 2013). Neste contexto para se produzir Pirarucu fora do seu clima natural como são as regiões do norte do Brasil, deve haver o investimento em tecnologia para sua produção

2 O trabalho tem como objetivo um estudo de viabilidade econômica para a produção da espécie no sistema intensivo de produção com a utilização de tanques circulares dentro de estufas climatizadas preservando a temperatura ideal para o desenvolvimento da espécie, em Botucatu SP. 2 MATERIAL E MÉTODOS A metodologia utilizada para a realização do proposto foi através de pesquisa bibliográfica, consulta no mercado e elaboração dos critérios de um plano de negócios visando à proposta econômica do investimento. 2.1 A ATIVIDADE A atividade será localizada no município de Botucatu, São Paulo, tendo como objetivo a criação de pirarucu, na sua fase de engorda, no sistema de criação em tanques circulares de PVC revestidos com tela galvanizada, em média 4 tanques, todos cobertos por uma estufa climatizada, para preservar a temperatura adequada, obtendo uma maior produtividade. 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 3.1 PONTOS FORTES DO NEGOCIO Carne nobre e sem espinhos intramusculares. Grande aceitação no mercado nacional e exterior. Baixa concorrência no estado de São Paulo. Alto valor comercial. Baixa exigência de área para sua produção. 3.2 PONTOS FRACOS DO NEGÓCIO Baixa disponibilidade de estudos científicos sobre sua criação Clima não adequado para a espécie Investimento em tecnologias para seu cultivo

3 Devido à baixa disponibilidade de estudos científicos sobre a espécie, devem ser feitos testes quanto a sua melhor adaptação. O clima não favorável nos períodos de inverno induz a investir em tecnologias para que se torne possível à criação do Pirarucu na região 3.3 PÚBLICO ALVO O produto a ser comercializado é dificilmente encontrado na região, porém é um ótimo prato para quem se preocupa com a alimentação saudável, devido ao seu baixo teor de gordura e alto valor nutricional pode transformar-se numa opção indispensável. O investimento tem como objetivo, mostrar essa nova opção para as pessoas, tendo como público principal frigoríficos, restaurantes e supermercados. 3.4 ASPECTOS ESTRATÉGICOS O negócio A empresa irá atuar no ramo da piscicultura, com o cultivo da espécie nativa da Amazônia, o Pirarucu com uma produção de três toneladas de Pirarucu a cada seis meses, após um ano. Visão Pretende - se iniciar suas atividades apenas com engorda do Pirarucu, com ideia de futuros investimentos em outras espécies comerciais e processamento dos mesmos. Missão Como objetivo principal mostrar e oferecer alimento de alta qualidade à população. 3.5 PRODUTOS E SERVIÇOS OFERTADOS A princípio, o produto ofertado será o peixe Pirarucu que leva em torno de um ano para se atingir dez quilos que é o peso para o abate, com capacidade em torno de 3 toneladas de peixe vivo a cada seis meses após um ano. 3.6 PLANEJAMENTO DO ERRO. Ao planejar qualquer negócio, todos estão sujeitos aos riscos internos e externos do mercado, podendo prejudicar o negócio. Para obter sucesso é necessário ter todo um estudo de mercado, principalmente planejar o erro.

4 O projeto de criação na piscicultura pode ser implantado para várias espécies de peixes, possibilitando ao projeto a possibilidade de cultivar outras espécies no mesmo ramo, caso não ocorra viabilidade econômica com esta espécie de peixe no Estado de São Paulo. 3.7 PLANO DE MARKETING Neste negócio, a melhor forma de atingir o cliente é investimento em propagandas em meios comunicativos, degustações de pratos onde o pirarucu é o principal, em supermercados e em feiras ligadas ao agronegócio. A venda do produto será destinada a frigoríficos, supermercados e restaurantes, com ideia de futuros investimentos em outros nichos comerciais do produto. A coleta de informações sobre a orçamentação do negócio com a criação de pirarucu em regime intensivo, neste trabalho foi feita a partir de lojas virtuais e físicas. O investimento inicial com a infraestrutura foi de R$ ,00o preço final por kg de pirarucu produzido em um ano de criação com rendimento final de 10 kg de peso vivo por unidade computando custos de alimentação e aquisição de alevinos foi de R$ 8,00. Este custo resulta em uma margem de lucro bruto de 46,7% e 20,8% de lucro líquido. Partindo do valor de R$ ,00 no caixa para suportar o primeiro ano de produção tem-se os resultados Tabela 1: - Fluxo de caixa Item Entrada Saída saldo Caixa R$ R$ Fornecedores R$ R$ Venda R$ R$ Impostos R$ R$ Pró-labore R$ R$ Despesas gerais R$ R$ Saldo a transferir R$

5 Tabela 2: - Demonstração de origem e aplicação dos recursos Origens Valor Aplicações Valor Vendas R$ Fornecedores R$ Financeiras R$ 0,00 Financeiras R$ 0,00 Outras R$ 0,00 Impostos R$ Despesas de vendas R$ 0,00 Subtotal R$ Despesas gerais R$3.371 Saldo inicial R$ Despesas administrativas R$ Subtotal R$ Saldo a transferir R$ Total Geral R$ Total Geral R$ Tabela 3: - Demonstração dos resultados do exercício Receitas R$ CMV R$ Lucro bruto R$ Despesas Operacionais R$ Lajir R$ Despesas financeiras R$0,00 Lair R$ Ir (15%) R$ Lucro líquido R$ Mob 46,7% Mol 20,8%

6 4 CONCLUSÕES A partir dos resultados obtidos neste trabalho pode-se conclui que a atividade não apresenta viabilidade econômica, pois observa-se que o alto custo com os alevinos prejudica o rendimento da atividade devido ao seu valor de aquisição. Portanto apesar de todas as dificuldades de se criar a espécie dentro das condições apresentadas, pode ser uma atividade rentável e promissora, com a exigência de mais estudos para viabilizar a atividade e obter uma boa lucratividade na produção, com uma taxa de retorno condizente e um pay back razoável para suportar as reposições de estoque. 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CRESCENCIO, R et al. Influência do período de alimentação no consumo e ganho de peso do pirarucu. Embrapa., Brasília, v. 40, n. 12, p , Dec Disponível em < acesso em 20 setembro < ITUASSU, D. R et al. - Níveis de proteína bruta para juvenis de pirarucu. Embrapa., Brasília, v. 40, n. 3, p , Mar disponível em < Acesso em 20 setembro < PEREIRA-FILHO, M. et al. Cultivo do Pirarucu (Arapaima gigas) em viveiro escavado. Acta Amazônia., Manaus, v. 33, n. 4, p , Dec disponível em < acesso em 20 setembro < SEBRAE - Manual de boas praticas de produção e cultivo do Pirarucu em cativeiro. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Porto Velho,nov 2013.Disponivel em < 8279ff1b2cd/$File/4534.pdf>. - acesso em 20 set 2017