I SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ. Proposta para criação do selo de certificação Peixe do Pantanal
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- Gabriella Palhares Vilanova
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1 I SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ Proposta para criação do selo de certificação Peixe do Pantanal Ariosto Mesquita Jornalista, com especialização em marketing, mestrando em Produção e Gestão Agroindustrial Uniderp Campo Grande - Mato Grosso do Sul Brasil ariostomesquita@globo.com Resumo Dentro de um programa de visibilidade para o peixe do Pantanal, chega-se a um patamar de mercado propício para a criação de um selo de certificação que possa atestar qualidade, procedência e sanidade às espécies criadas em cativeiro. O desenvolvimento tecnológico sobretudo na reprodução e a evolução da piscicultura no Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso caminham em passos largos para a profissionalização e conquista do mercado interno brasileiro e também o externo. Com o selo Peixe do Pantanal passa-se a estabelecer níveis e parâmetros (carcaça, acabamento, idade de abate, condições de criação, engorda/alimentação, transporte, acondicionamento, etc) dentro das exigências de demanda de mercado e sanidade para as espécies nativas do Alto Paraguai hoje desenvolvidas em pisciculturas do Mato Grosso do Sul e também no Mato Grosso. Além disso, com o selo, agrega-se valor ao produto permitindo, conseqüentemente, melhor remuneração ao criador. Utilizando-se das referências e experiências de cerca de 18 anos do Projeto Pacu, do pioneirismo e da produção seletiva 1
2 do Mar & Terra, juntamente com estudos de demanda, sanidade em diversos mercados, conformação e pesquisa bibliográfica, é possível delinear as condições e parâmetros para o estabelecimento da certificação e do selo Peixe do Pantanal. Palavras-Chave: experiência, certificação, tecnologia de ponta, qualidade, alimento saudável, pantanal. Seção 1 Apresentação: Oral Introdução Em todo o mundo, a exportação de peixes e crustáceos movimenta cerca de 55 bilhões de dólares por ano. O Brasil, que cresce gradativamente neste setor, já apresenta números expressivos. Em 2002 exportou um volume correspondente a 334 milhões de dólares, em 2003 subiu para 411 milhões de dólares. A previsão para este ano é de 460 milhões de dólares, confirmando a tendência positiva. A meta do Governo Federal é passar a exportação das atuais 33 mil toneladas para 50 mil toneladas até o final de O consumo de peixe no Brasil ainda é pequeno. Cada brasileiro come apenas sete quilos de peixe por ano, mas a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda como ideal o consumo de, pelo menos, 14 quilos. Isso quer dizer que para atender ao mínimo necessário, a demanda interna pode dobrar nos próximos anos E são nos estados pantaneiros de onde sai a maioria absoluta dos peixes de cativeiro do Centro-Oeste. Dados da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca do Governo Federal (Seap) apontam o Mato Grosso como o maior criador em 2003 com toneladas da aqüicultura em água doce - no entanto este número inclui também a criação de rãs, algas, e peixes amazônicos). Estimativa da empresa Projeto Pacu, no 2
3 entanto, é de que o MT produza hoje cerca de oito mil ton/ano de peixe. O Mato Grosso do Sul está com a produção também em ascensão. Dados da Seprotur (Secretaria de Produção e Turismo) trabalham com a previsão de um salto de 2,6 mil toneladas em 2003 para 10 mil ton/ano em Para justamente incentivar o consumo, a Seap vem realizando periodicamente etapas de uma campanha nacional de incentivo ao consumo de pescados. A idéia é reduzir o preço e aumentar a oferta para tornar o produto mais acessível para a população. Ficam dúvidas sobre os efeitos de uma campanha desse tipo. Pergunta-se: o consumidor não ficaria a espera de campanhas semelhantes para voltar a consumir peixe? Como fica a remuneração do criador? Os peixes estão padronizados quanto a carcaça, alimentação, sanidade e idade de abate? Que padronização é essa? O consumidor tem acesso a estas informações? O que, afinal ele está consumindo? A Seap garante que é preocupação garantir a qualidade do peixe, desde a pesca até o freezer do supermercado, sem risco de deterioração. É possível notar limitações no horizonte das expectativas oficiais, quando se fala em pesca e não em peixes de cativeiro é clara a referência exclusiva ao peixe de água salgada - e quando cita-se sem risco de deterioração como se fosse essa a principal ou única referência para qualidade. Desenvolvimento A aura mítica gerada para o pescado de origem pantaneira vem garantindo a comercialização da crescente oferta desenvolvida em cativeiro do Mato Grosso do Sul, principalmente a partir do final dos anos 80 e início da 3
4 década de 90 quando as tecnologias de reprodução dos peixes do Pantanal foram dominadas pelo Projeto Pacu, considerada hoje a maior estação de reprodução de espécies nativas de água doce da América do Sul. A tecnologia desenvolvida pelo Projeto Pacu desde os anos 80 garantiu a expansão da piscicultura sul-mato-grossense. Já no final dos anos 90, a atividade superava o extrativismo e o pescado nativo pantaneiro reproduzido e desenvolvido em cativeiro começava a ganhar espaço nos supermercados brasileiros. Em 2004, as portas do mercado internacional se abriram definitivamente. As gôndolas dos supermercados alemães e franceses foram as primeiras a oferecer peixes do Pantanal produzidos em cativeiro para o consumidor europeu. Tudo graças a um contrato firmado entre o Frigorífico Mar & Terra, de Itaporã/MS, e uma importadora e distribuidora suíça. A aura mítica em torno do peixe do Pantanal e da própria região pantaneira é citada por alguns autores e mencionada também em reportagens e notícias relacionadas ao consumo de peixe em alguns veículos de comunicação pelo Brasil. Na obra A Mídia do Pantanal, o organizador Eron Brum enfatiza: O fato de o Pantanal ser considerado a maior reserva ecológica do mundo, cuidadosamente protegida pela maioria dos pantaneiros e admirada pelos visitantes facilitou a criação do mito do paraíso terrestre, do santuário vivo, enfim, de uma espécie de fênix que renasceria das próprias cinzas O médico veterinário Gete Ottaño da Rosa, em depoimento a Eron Brum, reforça a demanda do mercado internacional: 4
5 Existe uma crescente demanda, principalmente pelos países mais desenvolvidos, por proteína de origem animal, mais saudável sob o aspecto de gordura e colesterol. O próprio secretário Especial de Aqüicultura e Pesca do Governo Federal, José Fritsch, defende a idéia de uma certificação para o peixe do Pantanal. Em depoimento durante visita ao estado do Mato Grosso em agosto de 2004, ele deixou esta necessidade bem explícita: "As espécies nativas são as mais valorizadas, principalmente no mercado internacional, porque possuem a 'marca' do produto: é o peixe do Pantanal e da Amazônia, que tem valor por causa da marca e da região. Isso sendo trabalhado com certificação de origem acredito que teremos um resultado muito maior, do que outras espécies que são exóticas que têm mercados internacionais, mas não são tão valorizadas". (www2.fema.mt.gov.br/materia.asp?id=904) Por outro lado, apesar da deficiência bibliográfica sobre o assunto, trabalhos de pesquisadores ressaltam a questão alimentar como um dos pontos fundamentais para uma equalização das carcaças das espécies criadas em cativeiro. Com o incremento na produção intensiva em tanques-rede, gaiolas e raceways, há necessidade de dietas complexas para viabilizar economicamente a criação, considerando-se o desempenho produtivo/reprodutivo, o retorno econômico e a obtenção de carne de boa qualidade para consumo humano. (MEDEIROS, Sérgio Raposo de; FILHO, Kepler Euclides; EUCLIDES, Valéria Pacheco Batista) 5
6 Para fomentar as pisciculturas, o Projeto Pacu torna-se o grande aliado tecnológico da cadeia produtiva do peixe do Pantanal. Ao longo de 18 anos, dominou as técnicas de reprodução de espécies como o pintado, dourado, cachara, jaú, pacu, piraputanga, piaucu,e diversos bagres tornando-se a maior estação de reprodução de peixes nativos de água doce da América do Sul. Em 2001 foram produzidos 20 milhões de alevinos. A previsão para 2004 é de 38 milhões de alevinos. Na produção, engorda, processamento e comercialização de peixes do Pantanal, a referência obrigatória é o frigorífico Mar & Terra, de Itaporã/MS, o primeiro no Brasil a exportar a carne processada do pescado pantaneiro para o mercado externo. Ainda sob a denominação de Agropeixe, foi um dos apêndices do grupo Projeto Pacu Conclusão A referência e mitificação do mercado brasileiro em relação ao peixe do Pantanal, a crescente demanda do mercado internacional por uma carne com as suas características, a necessidade de uma alimentação controlada e balanceada e a própria manifestação da maior autoridade oficial brasileira em pesca e aqüicultura justificam sobremaneira e tornam premente a necessidade do estabelecimento de um sistema de certificação para a carne do peixe do Pantanal. A isso podemos somar a produção crescente nos projetos de piscicultura do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, subsidiados com uma tecnologia de reprodução desenvolvida ao longo de duas décadas pelo Projeto Pacu e seus parceiros, sobretudo o frigorífico Mar & Terra. A necessidade do processo de certificação atende ainda uma exiogência do mercado internacional e acompanha a evolução de outras cadeias produtivas. 6
7 Torna-se fundamental, portanto, que este estudo para o estabelecimento do selo de certificação Peixe do Pantanal seja subsidiado por pesquisas preliminares desenvolvidas no mesmo setor produtivo ou em setores afins, levando-se em conta as peculiaridades de produção, tecnologia, demanda, sanidade e meio ambiente. A padronização de carcaça para a certificação deverá levar em conta as espécies de apelo comercial, as experiências bem sucedidas, as formatações de corte exigidas pelos mercados interno e externo bem como outros critérios técnicos desenvolvidos ao longo dos últimos anos. Não necessariamente deverá obedecer a apenas uma formatação, podendo apontar níveis e indicadores como referência da espécie de carne levada ao consumidor. Referências Bibliográficas BRUN, Eron; FRIAS, Regina. A mídia do Pantanal organizadores. Campo Grande: Ed. Uniderp, MEDEIROS, Sérgio Raposo de; FILHO, Kepler Euclides; EUCLIDES, Valéria Pacheco Batista. Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia (41.:2004 : Campo Grande, MS) Anais dos simpósios [da] 41. Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia. Campo Grande: SBZ : Embrapa Gado de Corte, FURUYA, Wilson Massamitu, FURUYA, Valéria Barriviera. Perspectivas da Nutrição de Peixes. MT vai receber mais de R$ 1 milhão para projetos de criação do peixe nativo. www2.fema.mt.gov.br/materia.asp?id=904, Cuiabá, 19 ago
8 RAPP, Stan. A 5 a Geração do Marketing ; MaxiMarketing II / Stan Rapp, Thomas L. Collins ; tradução katia Aparecida Roque ; revisão técnica Francisco Alberto Madia de Souza. São Paulo : Makron, McGraw-Hill, (Coleção eficácia empresarial) 8
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