Tema: Hipertextos Multimodais (1) Objetivo: Estudar e analisar algumas relações entre texto e imagem em revistas e jornais digitais..
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- Igor Martinho Ávila
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1 Tema: Hipertextos Multimodais (1) Objetivo: Estudar e analisar algumas relações entre texto e imagem em revistas e jornais digitais.. REVENDO O CONCEITO DE MULTIMODALIDADE O termo multimodalidade surgiu para realçar a importância de se levar em consideração os diferentes modos de representação: imagens, música, gestos, sons, espaço e elementos tipográficos, além do modo verbal, nas análises de textos. Isso por que os textos estão, cada vez mais, sendo construídos com vários modos combinados, na busca de explorar as aptidões de cada um. Assim, o sentido dos textos é o resultado da inter-relação entre as linguagens, ou modos de expressão. Observem o quadro abaixo: linguístico visual espacial auditivo gestual: Tipográfico linguagem oral e escrita imagens fixas e animadas, uso de cores, vetores e pontos de vista layout e organização dos objetos no espaço, uso de proximidade, direção e posição música e efeitos sonoros, uso de volume, ritmo, tonicidade e intensidade expressões faciais e corporais tipos de fontes, cores, tamanhos,etc. As linguagens, ou como preferimos chamar, os modos de expressão ou de representação/referenciação, mostrados acima aparecem orquestrados, nas palavras de Kress e Van Leeuwen, em textos impressos e digitais. É comum, ao vermos uma revista ou jornal, capas de CDs ou de livros, os lugares típicos ocupados pelos títulos/manchetes, os espaços entre as notícias e outras informações verbais, os parágrafos ou os blocos de texto, as Seminário: Hipertexto e gêneros digitais- UFAL/PPGLL/ Prof. Dr. Luiz F. Gomes.Página 1
2 propagandas dividindo lado a lado o mesmo espaço das notícias, etc. Ou seja, percebemos uma disposição espacial das mensagens no jornal/revista. E essa disposição é significativa, quero dizer, contribui para a construção do sentido como um todo. Também vemos que os textos são acompanhados de imagens, nas relações que Barthes denomina: ilustração, ancoragem e relay. Nos textos digitais, encontramos ainda, sons e imagens em movimento! Às vezes simultaneamente ao texto, às vezes como opção, por meio de links. Isso tudo são exemplos de multimodalidade. Vejam os exemplos abaixo: Figura 1- Distribuição espacial (topográfica) dos elementos textuais na tela e relações textoimagem. Fonte: - Acesso 13/10/2015. Seminário: Hipertexto e gêneros digitais- UFAL/PPGLL/ Prof. Dr. Luiz F. Gomes.Página 2
3 Figura 2- Distribuição das informações textuais - inclusive de propaganda - no espaço da escrita. Aqui temos ainda áudio, vídeo (gestos) simultaneamente. Fonte: - Acesso 13/10/2015 Bem, creio que está claro que a multimodalidade é um fato, tanto no meio impresso quanto no digital. Mas o hipertexto, este é exclusivo do meio digital! MULTIMODALIDADE HIPERTEXTUAL O hipertexto, como vocês já sabem, foi desenvolvido em 1960, por Theodore Nelson, como um trabalho de final do curso de pós-graduação que fazia em Harvard. O hipertexto, para Nelson, era um trecho de texto verbal ou pictórico interconectado com inúmeros outros trechos, por meio de links, de forma complexa, isto é não linear, que não pode ser representado de forma conveniente de forma impressa. Em outras palavras: hipertextos são textos digitais conectados por meio de links. Seminário: Hipertexto e gêneros digitais- UFAL/PPGLL/ Prof. Dr. Luiz F. Gomes.Página 3
4 Figura 3 - Ted Nelson - inventor do hipertexto Apenas para lembrar, foi Tim Berners-Lee, pesquisador da CERN, um laboratório de pesquisa sediado na Suíça, que propôs, em 1989, a World Wide Web. A WWW nasceu em 1991 e é hoje o paradigma dominante do hipertexto aberto. A Web (teia) como é chamada, baseia-se, hoje, numa interface gráfica (não utiliza comandos escritos, pois permite o acesso a dados diversos (textos, animações, filmes, músicas etc.) através de uma interface do mouse e de ícones em telas. Figura 4 - representação da rede mundial de computadores A possibilidade de interconectar documentos permite que eles sejam mais sintéticos e enxutos e que se linkem textos independentes entre si. A relação entre eles será feita pelo leitor, ao clicar nos links. Por isso os hipertextos são não hierárquicos e podem ser acessados sem que o leitor siga uma ordem convencionalizada ou prefixada. Essa liberdade do leitor traz consequências para a leitura e para a atribuição de sentidos, assim como Seminário: Hipertexto e gêneros digitais- UFAL/PPGLL/ Prof. Dr. Luiz F. Gomes.Página 4
5 para o autor, posto que inserir links em palavras, imagens ou outros elementos do texto transforma o ato de escrever em algo bem mais complexo. Assim, chegamos ao conceito de multimodalidade hipertextual que utilizaremos para este curso: são as relações texto-imagem-som-gestoespaço que ocorrem em ambientes exclusivamente digitais, por meio dos links (hipertextos). Vejamos alguns exemplos: Figura 5- Home do Youtube- - acesso 19/10;2015 Vejamos mais um exemplo de multimodalidade hipertextual: Seminário: Hipertexto e gêneros digitais- UFAL/PPGLL/ Prof. Dr. Luiz F. Gomes.Página 5
6 Figura 6- Youtube Educação Acesso 19/10/2015 Seminário: Hipertexto e gêneros digitais- UFAL/PPGLL/ Prof. Dr. Luiz F. Gomes.Página 6
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