SAIBA MAIS... Organização: Colaboração: Apoio: COMPLICAÇÕES:

Transcrição

1 COMPLICAÇÕES: A diabetes é muito perigosa! Quando não tratada adequada e eficazmente pode originar uma variedade de doenças e problemas: Retinopatia lesão da retina do olho; Nefropatia lesão dos rins; Neuropatia lesão dos nervos, levando à perda de sensibilidade; Pé diabético neuropatia e lesão dos pequenos vasos da perna e/ou pé, por vezes com úlceras, situação que no extremo pode levar à amputação; Doenças cardiocerebrovasculares angina de peito, enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral, doença carotídea e doença arterial periférica; Disfunção sexual - devida à neuropatia e à doença das artérias (aterosclerose); Infecções, em particular das gengivas e dos dentes - devido ao crescimento bacteriano provocado pelos elevados níveis de glicose no sangue. SAIBA MAIS... DIABETES E DOENÇAS CARDIOCEREBROVASCULARES As pessoas com diabetes têm um risco aumentado de doenças cardiocerebrovasculares, tais como a doença coronária (angina de peito, enfarte agudo do miocárdio), a doença carotídea, o acidente vascular cerebral (AVC), o acidente isquémico transitório (AIT) e a doença vascular periférica (doença das artérias dos braços e das pernas). Na realidade, cerca de dois terços dos diabéticos morrem por estes motivos, uma vez que no doente diabético estas doenças são muito mais graves do que num doente não diabético. Organização: Colaboração: Apoio: SERVIÇO DE CARDIOLOGIA Elaboração: Abril de 2012 Revisão: Abril de 2015

2 DIABETES: CONHECER PARA PREVENIR O QUE É A DIABETES? A maioria dos alimentos que comemos é convertida em glicose (uma forma de açúcar ) pelo nosso organismo, a qual serve como fonte de energia. O pâncreas, um órgão localizado no abdómen, produz uma hormona chamada insulina, que auxilia a glicose a ser absorvida e utilizada pelas células do nosso corpo para a produção de energia. Quando se tem diabetes o nosso organismo ou não produz a insulina suficiente para as suas necessidades ou não a consegue utilizar correctamente. Isto origina níveis demasiado elevados de glicose no sangue. A diabetes é diagnosticada quando o valor de glicose no sangue, em jejum, é superior ou igual a 126 mg/dl em duas medições separadas. Alguns doentes têm níveis de glicose no sangue ligeiramente acima do normal, mas ainda não a ponto de se fazer o diagnóstico de diabetes. Estes doentes têm intolerância aos açúcares (pré-diabetes) e estão em risco de virem a ter diabetes, doença cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC). QUE TIPOS DE DIABETES EXISTEM? Diabetes tipo 1 Geralmente surge em crianças e adultos jovens. O pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina e, portanto, os doentes estão dependentes de injecções diárias de insulina. Diabetes tipo 2 É o tipo mais comum e surge habitualmente em adultos de meia-idade, mas tem-se verificado um aumento do número de casos em adolescente e adultos jovens. O organismo não consegue utilizar de forma adequada a insulina que produz (resistência à insulina) e, simultaneamente, não produz as quantidades adequadas para as suas necessidades básicas. Um estilo de vida saudável, tratamento diário com antidiabéticos orais e, se necessário, insulina, são medidas a adoptar. Factores de risco: Excesso de peso ou obesidade; Alimentação inadequada; Sedentarismo; Stress; História familiar. Como prevenir: Alimente-se correctamente; Mantenha o peso ideal; Faça exercício físico regularmente (idealmente todos os dias). Sinais e sintomas: Urinar com frequência; Fadiga; Perda de peso; Sede excessiva; Sensação de boca seca; Fome recorrente; Comichão no corpo, especialmente nos órgãos genitais; Visão turva. ATEROSCLEROSE NOS DIABÉTICOS O açúcar em excesso no sangue liga-se às proteínas plasmáticas contribuindo para a formação de agregados tóxicos. Estes, por sua vez, acumulam-se no interior das paredes das artérias, originando a diminuição do seu lúmen e o endurecimento e envelhecimento das suas paredes (aterosclerose). A aterosclerose das artérias, sobretudo das mais pequenas, leva à sua obstrução parcial ou total e consequentemente à diminuição do fluxo de sangue, que pode manifestar-se sob a forma de Angina de Peito, Enfarte Agudo do Miocárdio, Miocardiopatia Diabética, Claudicação Intermitente, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Morte Súbita (em casos extremos). O diabético tem uma maior tendência para a aterosclerose. Além disso, nos diabéticos este processo é mais rápido.

3 SAIBA MAIS... Organização: Colaboração: Apoio: SERVIÇO DE CARDIOLOGIA Elaboração: Abril de 2012 Revisão: Abril de 2015

4 TERAPÊUTICA HIPOCOAGULANTE E FIBRILHAÇÃO AURICULAR Muitas pessoas sofrem de doenças com elevado risco de formação de coágulos e que, por isso, necessitam de tomar medicação hipocoagulante. A Fibrilhação Auricular (FA) é a arritmia mais frequente, podendo levar à formação de coágulos no coração. Esses coágulos podem mover-se para outros órgãos, causando acidentes vasculares cerebrais, embolias pulmonares, obstrução de vasos das pernas, etc. Por isso, a maior parte dos doentes com fibrilhação auricular necessita de tomar medicação hipocoagulante. A medicação hipocoagulante tem de ser tomada de forma correcta, para se garantir a sua eficácia e segurança. Neste folheto encontrará informação útil sobre a medicação hipocoagulante oral utilizada nos doentes com fibrilhação auricular. AFINAL, O QUE É A HIPOCOAGULAÇÃO ORAL? A hipocoagulação oral é um tratamento que permite, através da ingestão de medicamentos, tornar o sangue mais fluido, reduzindo a possibilidade de formação de coágulos no coração e na circulação sanguínea. Existem actualmente quatro medicamentos hipocoagulantes orais indicados para os doentes com fibrilhação auricular: Varfarina (Varfine ); Acenocumerol (Sintron ); Dabigatrano (Pradaxa ); Rivaroxabano (Xarelto ) É PRECISO FAZER O CONTROLO DA COAGULAÇÃO? Se estiver medicado com varfarina ou acenocumarol é necessário efectuar periodicamente uma análise ao sangue, de forma a obter o valor do INR (Rácio Internacional Normalizado), uma medida que permite monitorizar a terapêutica com estes fármacos. O seu médico definirá os valores mínimo e máximo do INR indicado para si e ajustará as doses da varfarina ou acenocumarol. Isto porque, se o INR estiver abaixo do valor mínimo indicado existe risco de trombose aquilo que, afinal, se pretende evitar e se o INR estiver acima do valor máximo indicado existe maior risco de hemorragia. Caso esteja medicado com dabigatrano ou rivaroxabano não é necessário fazer o controlo da coagulação e a realização periódica do INR não está indicada. Para que o tratamento seja eficaz, prevenindo futuras tromboses, mas também para que seja seguro, sem hemorragias, deverá cumprir sempre as doses e tomas que o seu médico indicar. QUAIS OS EFEITOS SECUNDÁRIOS DA HIPOCOAGULAÇÃO ORAL? Ao tornar o sangue mais líquido, os hipocoagulantes aumentam o risco de hemorragias, sendo estas as principais complicações desta terapêutica. A gravidade destas hemorragias é variável, sendo a maioria de curta duração e de pequena gravidade. Algumas das situações mais frequentes são: Equimoses e hematomas - podem surgir nódoas negras, mesmo sem história de traumatismo que o justifique; Perda de sangue na urina - é das situações mais frequentes e normalmente não é grave; Perdas de sangue nasais e gengivais; Perdas de sangue gastrointestinais. Em mulheres jovens poderão verificar-se perdas menstruais mais abundantes do que o habitual. No caso de perda de sangue abundante e não controlável deverá recorrer ao hospital. E NO CASO DE UMA INTERVENÇÃO CIRÚRGICA? Se for programada uma intervenção cirúrgica ou um tratamento em que possa ocorrer uma perda de sangue deverá informar o seu médico, pois poderá estar indicado interromper e/ou substituir a medicação hipocoagulante temporariamente. QUE CUIDADOS TER POR TOMAR HIPOCOAGULANTES? Existem muitos medicamentos e produtos naturais que interferem com a medicação hipocoagulante e alteram o seu efeito. Assim, sempre que um médico lhe receite um novo medicamento deverá avisá-lo de que está a tomar um hipocoagulante, uma vez que esta informação poderá ter influência na escolha do fármaco ou implicar uma maior vigilância clínica. Apesar de existirem alguns alimentos que interferem na coagulação, sobretudo se tomar varfarina ou acenocumarol, deve realizar uma dieta equilibrada e variada. O consumo de álcool pode potenciar o efeito destes fármacos. Os hipocoagulantes dabigatrano e rivaroxabano apresentam um menor risco de interacções alimentares e medicamentosas. Deve informar sempre os profissionais de saúde de que faz medicação hipocoagulante e qual o medicamento e tomas prescritas pelo seu médico.

5

6 COMO É DIAGNOSTICADA? Através da realização de um Electrocardiograma (ECG). O QUE É A FIBRILHAÇÃO AURICULAR A Fibrilhação Auricular é uma alteração do ritmo cardíaco, ou seja, é uma arritmia, que se caracteriza pela existência de batimentos irregulares das aurículas, tornando o funcionamento do coração menos eficaz. Pode ocorrer por episódios ou tornar-se crónica. QUAIS OS SINTOMAS? Um doente com Fibrilhação Auricular pode não ter quaisquer sintomas. No entanto, alguns doentes podem ter: Desconforto/aperto no peito Dificuldade em respirar Palpitações Tonturas Pulsação rápida e irregular Sensação de desmaio Cansaço Confusão QUAIS AS PRINCIPAIS CAUSAS PARA O SEU APARECIMENTO? Hipertensão arterial; Doenças pulmonares, como a bronquite crónica; Doença das válvulas cardíacas; Hipertiroidismo; Insuficiência cardíaca Cirurgia cardíaca Doenças cardíacas congénitas ou hereditárias Consumo de álcool, cafeína ou drogas Disfunção apenas a nível do sistema eléctrico cardíaco. Existem outras causas mas, por vezes, não há uma causa óbvia que explique o aparecimento desta arritmia. No entanto, pode ser necessário a monitorização cardíaca contínua durante 24 horas (Holter), já que a Fibrilhação Auricular pode ocorrer por episódios curtos e não ser detectada num ECG de rotina. QUE COMPLICAÇÕES PODEM SURGIR? Uma vez que as aurículas não conseguem bombear o sangue eficazmente, podem formar-se coágulos no seu interior. Estes coágulos podem soltar-se e ser transportados até às pequenas artérias de vários órgãos, ocluindo o fluxo de sangue e dando origem, conforme a sua localização, a um acidente vascular cerebral (AVC), embolia pulmonar, da retina ou dos membros inferiores ou a um enfarte agudo do miocárdio. Para impedir a formação de coágulos nas aurículas é necessária a realização de medicação hipocoagulante, que deve ser tomada sempre conforme prescrito pelo médico. QUAL O TRATAMENTO? O tratamento depende da causa da arritmia, no entanto podemos dividir as várias formas de tratar a Fibrilhação Auricular em dois grupos: r P o Medicamentos para controlar a frequência dos batimentos cardíacos, ou seja, medicamentos que tornam menos rápida a pulsação; Medicamentos para controlar o ritmo do coração, ou seja, para restaurar o ritmo cardíaco normal. A isto chama-se cardioversão a ritmo sinusal. Pode ser feita com medicamentos ou através de um choque eléctrico, com o doente sob o efeito de sedação. Estas tentativas de cardioversão nem sempre são bem sucedidas e, por isso, pode ser necessário recorrer a um método que visa a eliminação dos focos eléctricos do coração responsáveis pela arritmia, o qual se chama Estudo Electrofisiológico com Ablação de Fibrilhação Auricular. A Fibrilhação Auricular é a arritmia mais frequente, constituindo um importante factor de risco para a ocorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

7 Organização: Colaboração: Apoio: SERVIÇO DE CARDIOLOGIA UNIDADE DE ENDOCRINOLOGIA Elaboração: Abril de 2012 Revisão: Abril de 2015

8

9 Organização: Colaboração: Apoio: SERVIÇO DE CARDIOLOGIA Elaboração: Abril de 2012 Revisão: Abril de 2015

10

12

14 O TABACO É um importante FACTOR DE RISCO para doenças pulmonares e cardiovasculares graves, como o Cancro do Pulmão e o Enfarte do Miocárdio! Estima-se que cerca de 30% das mortes cardiovasculares estejam na directa dependência do tabaco. O tabagismo é a causa mais importante de morte e doença evitável! O fumo do tabaco contém mais de 4000 substâncias químicas, várias das quais com efeitos tóxicos, irritantes ou cancerígenos. A nicotina é uma dessas substâncias, sendo uma droga psico-activa responsável pela dependência provocada pelo tabaco. O QUE GANHA SE PARAR DE FUMAR?. Em apenas 20 minutos, após deixar de fumar, a sua tensão arterial e o pulso começam a normalizar. O risco de enfarte do miocárdio começa a diminuir!. Decorridas 8 horas, a quantidade de oxigénio no seu sangue aumenta!. Após 72 horas, já respira melhor, sentindo-se com mais energia para realizar as actividades que gosta!. Reduz sintomas respiratórios como a tosse, expectoração, pieira e infecções respiratórias!. Os seus cabelos, a pele, as mãos e principalmente o hálito vão ficar mais frescos e saudáveis!. Poupa dinheiro diariamente, que poderá investir de forma mais saudável!. Um ex-fumador reduz para metade o risco de sofrer uma doença cardiovascular, respiratória ou cancro!. Vive mais tempo, com melhor qualidade de vida! As pessoas que deixam de fumar vivem em média mais 10 anos, quando comparadas com aquelas que continuam a fumar!. A sua família e os seus amigos também vão beneficiar, pois o tabagismo é um factor de risco não só para si, como também para todos os que o rodeiam. COMO PARAR DE FUMAR?. Faça uma lista dos motivos que para si justificam a sua decisão de deixar de fumar.. Marque uma DATA! A melhor forma é parar completamente de um dia para o outro!. Informe amigos, familiares e colegas de trabalho (para que não fumem ao pé de si)! PEÇA-LHES AJUDA!. Retire de perto de si todos os objectos relacionados com o hábito de fumar.. Nos momentos em que sentir uma forte vontade de fumar, respire profundamente.. Não pense que nunca mais vai voltar a fumar. Pense no dia de hoje e nas vantagens de não fumar.. EVITE ocasiões/locais que aumentem a vontade de fumar (festas, reuniões sociais).. Reduza a ingestão de café e bebidas alcoólicas, por serem hábitos habitualmente associados ao consumo de tabaco.. Resista à tentação de fumar apenas um cigarro, com o argumento de que vai ser só um.. Lide com o STRESS: mastigue uma pastilha, rebuçado sem açúcar, para manter a boca ocupada; manipule uma chave, uma moeda, para ter as mãos ocupadas.. Considere a hipótese de usar MEDICAMENTOS substitutos de nicotina. Peça ajuda ao seu médico!. Beba muita ÁGUA! Faça pequenas refeições com alimentos saudáveis, como fruta, para prevenir o aumento de peso. Não substitua o cigarro por alimentos ricos em açúcar!. Guarde diariamente, num local visível, o dinheiro que teria gasto em tabaco. Gaste-o em algo que lhe dê prazer. IMPORTANTE! Para a maioria das pessoas, as 2 ou 3 primeiras semanas de abstenção tabágica são as mais difíceis. O risco de recaída é grande, mesmo após alguns meses mantenha-se firme: NUNCA MAIS FUME!! Pense em UM DIA DE CADA VEZ!

16

18

20

22

23 SETE REGRAS DE OURO da insuficiência cardíaca Empenho em melhorar, é a maior arma para se sentir o melhor possível; Vigiar e registar diariamente o seu Peso e Tensão arterial; Tomar correcta e assiduamente a medicação prescrita pelo médico; É essencial que para além de uma alimentação equilibrada e variada haja diminuição do consumo de líquidos e restrição total do sal. Ter em conta que os alimentos já têm sal, e que os líquidos não são apenas a água que se bebe, mas também a sopa, o chá, etc... Num dia, tudo o que é líquido, deverá somar apenas 1,5 litros; O exercício físico tem efeitos benéficos ao nível da tensão arterial e frequência cardíaca e ainda diminui o stress. Optar por caminhadas, andar de bicicleta ou actividades de piscina, como nadar ou hidroginástica, com uma intensidade de esforço ligeira a moderada; Restringir o consumo de café, o álcool e o tabaco; Manter a actividade sexual, fazendo ajustes para evitar esforço em demasia. Apesar de haver um aumento do ritmo cardíaco e da tensão arterial, a actividade sexual exige a mesma energia que é necessária para subir dois lanços de escadas. Se sentir falta de ar, algum tipo de dor ou o coração acelerar para além do habitual, deve interromper a actividade sexual. Para saber mais, consulte o seu médico. CONHECER PARA PREVENIR... Organização: Colaboração: Apoio: SERVIÇO DE CARDIOLOGIA Elaboração: Abril de 2012 Revisão: Abril de 2015

24 O QUE É A INSUFICIÊNCIA CARDÍACA? O coração é um músculo que tem como função principal fazer circular o sangue, para que este possa percorrer todo o corpo. A Insuficiência Cardíaca é uma doença em que o coração se torna insuficiente, isto é, trabalha de uma forma pouco eficaz, não conseguindo bombear a quantidade de sangue que o corpo necessita. Este problema ocorre por o coração deixar de ter força para bombear o sangue para o corpo e/ou por não relaxar o suficiente para que o sangue retorne a ele na quantidade desejável. Deste modo todo o organismo pode ser afectado, principalmente os rins que recebem menos sangue do que o normal. Isto vai fazer com que o trabalho renal também seja prejudicado, com redução da eliminação de água e sal do organismo. Consequentemente irão acumular-se líquidos nos pulmões, pernas e outras zonas do corpo. QUAIS AS CAUSAS PARA O SEU APARECIMENTO? A Insuficiência Cardíaca é uma fase (avançada) comum a muitas doenças, se estas não forem correctamente tratadas: Doença coronária (angina de peito, enfarte do miocárdio); Hipertensão arterial; Doença das válvulas do coração; Infecções do músculo cardíaco; Doenças pulmonares; Doenças cardíacas congénitas ou hereditárias; Doenças renais; QUE SINTOMAS PODEM SURGIR? Sintomas muito comuns são a falta de energia e o cansaço, que podem a agravar-se com os esforços (por exemplo, subir um lance de escadas) ou mesmo com as actividades normais do dia-a-dia; Falta de ar, que se agrava com a actividade física e durante a noite, podendo llevar à necessidade de dormir semi-sentado, por não tolerância à posição de decúbito (deitado); Os inchaços ou edemas começam habitualmente por aparecer nas pernas e pés. A região abdominal também pode ficar distendida. O aumento da falta de ar é um sinal que pode indicar que há líquidos nos pulmões. Tosse e pieira; Um aumento rápido de peso (em poucos dias) é normalmente um indicador de que se estão a acumular líquidos no corpo do doente; Necessidade de urinar frequentemente durante a noite; Tonturas; Perda de apetite e sensação de enfartamento. A Insuficiência Cardíaca é uma doença crónica, não curável e com elevado risco de complicações. No entanto, há muitas coisas que o doente pode fazer, para viver mais tempo e com boa qualidade de vida. Em primeiro lugar, saber o mais possível acerca da doença, pois se entender o que se passa com o seu coração pode mais facilmente colaborar no tratamento. Em segundo lugar, respeitar as sete regras de ouro da insuficiência cardíaca. Consumo de tabaco, álcool, drogas e outros tóxicos.

25 Receber o tratamento adequado, o mais depressa possível, desde o início dos sintomas, é fundamental, pois reduz a mortalidade e previne problemas a longo prazo. Ao contactar o 112 a chamada é recebida pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e, caso se suspeite de Enfarte Agudo do Miocárdio, é accionada a Via Verde Coronária. Com a activação da Via Verde Coronária é enviada rapidamente uma ambulância especial (com médico, enfermeiro e alguns equipamentos) ao local onde se encontra o doente. No local será feita uma primeira avaliação médica e um electrocardiograma, o que pode permitir a confirmação do diagnóstico e início imediato da medicação apropriada. O doente será transportado para o hospital com melhores condições para o seu tratamento. Este hospital pode não ser o mais próximo, mas será certamente o que tem melhores condições para o tratamento mais adequado do enfarte agudo do miocárdio. Os hospitais envolvidos na Via Verde Coronária encontram-se organizados de modo a que à rapidez de intervenção pré-hospitalar corresponda um atendimento intra-hospitalar simples, eficaz e rápido, funcionando como um corredor para acelerar a chegada do doente a uma equipa médica preparada para as intervenções necessárias. Organização: Colaboração: Apoio: SERVIÇO DE CARDIOLOGIA Elaboração: Abril de 2012 Revisão: Abril de 2015

26 ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO O Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM) é actualmente uma das principais causas de morte nos países desenvolvidos. No entanto, uma alimentação saudável e a prática regular de exercício físico desde a infância, bem como o controlo de factores de risco cardiovasculares, podem contribuir para a sua prevenção. COMO FUNCIONA O CORAÇÃO? O coração é um órgão que tem a função de bombear o sangue para o todo o corpo. Para funcionar, o músculo cardíaco, designado por miocárdio, precisa de receber sangue com nutrientes e oxigénio, através das artérias coronárias. O QUE ACONTECE NO ENFARTE DO MIOCÁRDIO? O enfarte do miocárdio surge quando uma das artérias coronárias fica obstruída. Nestas circunstâncias, a parte do músculo que era irrigada pela artéria afectada deixa de o ser, ficando assim privada de nutrientes e oxigénio. Se esta situação se mantiver durante algum tempo, as células do músculo cardíaco acabam por morrer. A palavra enfarte significa isso mesmo, morte de parte do músculo cardíaco, devido à obstrução da passagem de sangue. Para minimizar o número de células cardíacas mortas é fundamental que a circulação seja restabelecida rapidamente. O QUE PROVOCA A OBSTRUÇÃO DAS ARTÉRIAS CORONÁRIAS? A principal causa de EAM é a aterosclerose. De forma simplificada, a aterosclerose corresponde à formação de placas de gordura que, ao longo da vida, se desenvolvem e depositam no interior das artérias coronárias. Estas placas de aterosclerose causam estreitamento nas artérias, dificultando a passagem do sangue, podendo levar à sua oclusão súbita e provocando um EAM. Para a formação de placas de aterosclerose contribuem factores de risco cardiovasculares, que se relacionam com o estilo de vida, em especial: Tensão arterial elevada Colesterol elevado Tabagismo Obesidade Diabetes Sedentarismo Stress Se tem um ou mais destes factores de risco consulte o seu médico, mas desde já opte por um estilo de vida mais saudável. QUAIS SÃO OS SINTOMAS DO ENFARTE DO MIOCÁRDIO? O sintoma principal é uma dor no peito muito intensa, por vezes com irradiação para o ombro e braço esquerdo, costas e pescoço. Pode ainda ocorrer: Transpiração intensa Pele fria e húmida Sensação de enjoo Falta de ar Desmaio Por vezes, sobretudo nos diabéticos, os sintomas podem manifestar-se por falta de ar, fraqueza, sensação de indigestão e fadiga, e não ocasionar dor no peito. Além disso, os sintomas de enfarte podem variar de pessoa para pessoa. Um enfarte do miocárdio pode não ser repentino pode ocorrer gradualmente, ao longo de vários minutos. Os sintomas normalmente duram mais de 20 minutos mas também podem ser intermitentes. Conhecer os sinais e sintomas de alerta do EAM e quais as precauções a tomar, pode salvar uma vida, a sua ou a de um familiar ou amigo. O QUE DEVE FAZER SE SUSPEITAR DE UM ENFARTE? NÃO PERCA TEMPO! Os minutos são importantes! Qualquer pessoa com sintomas sugestivos de Enfarte do Miocárdio precisa de avaliação e tratamento médico urgente. Quanto mais depressa for instituído o tratamento apropriado, mais hipóteses há de que este seja eficaz e o enfarte menos grave. Em caso de suspeita de enfarte do miocárdio Ligue o número europeu de emergência 112 Não tente chegar a um hospital pelos seus próprios meios.