PROGRAMA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS Nº1

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1 REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, HABITAÇÃO E RECURSOS HÍDRICOS DIRECÇÃO NACIONAL DE GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DE ÁGUAS DO SUL (ARA-SUL) PROGRAMA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS Nº1 COMPONENTE AMBIENTAL E SOCIAL PROCESSO DE PLANEAMENTO DO REASSENTAMENTO FASES 2 e 3 APÊNDICE 9 PLANO DE RESTAURAÇÃO DOS MEIOS DE SUBSISTÊNCIA Elaborado por: Elaborado para: 6 DE NOVEMBRO DE 2017 Av. Mártires da Machava, 968 Tel Fax Maputo. Moçambique

2 ÍNDICE ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS... iv 1 INTRODUÇÃO LOCALIZAÇÃO E DESCRIÇÃO DO PROJECTO ENQUADRAMENTO LEGAL E REGULAMENTAR Legislação moçambicana Política Do Banco Mundial sobre Reassentamento Involuntário Objectivo do PRMS DADOS DE REFERÊNCIA COM INFORMAÇÃO SOBRE A ELABORAÇÃO DO PRMS Dados de referência Pressupostos Gerais Beneficiários-alvo do PRMS Consulta às comunidades afectadas Actividades relacionadas com os meios de subsistência que possam necessitar do apoio do Projecto Pesca Pastagens para o gado Acesso aos locais de trabalho Trabalhadores nos postos de gado Comércio informal PROPOSTAS PARA A RESTAURAÇÃO E MELHORIA DOS MEIOS DE SUBSISTÊNCIA Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo i

3 5.1 Trabalhos preparatórios Pessoas e famílias vulneráveis Comunicação com as comunidades Componente da gestão básica de dinheiro Antecedentes Desafios relacionados com a restauração e melhoria dos meios de subsistência Medidas propostas para a restauração e melhoria dos meios de subsistência Componente agrícola Antecedentes Desafios relacionados com a restauração e melhoria dos meios de subsistência Medidas propostas para a restauração e melhoria dos meios de subsistência Componente das machambas hortícolas Antecedentes Desafios relacionados com a restauração e melhoria dos meios de subsistência Medidas propostas para a restauração e melhoria dos meios de subsistência Componente das árvores de fruta Antecedentes Desafios relacionados com a restauração e melhoria dos meios de subsistência Medidas propostas para a restauração e melhoria dos meios de subsistência Componente das florestas comunitárias Antecedentes Desafios relacionados com a restauração e melhoria dos meios de subsistência Medidas propostas para a restauração e melhoria dos meios de subsistência Componente da pesca Antecedentes Desafios relacionados com a melhoria dos meios de subsistência Medidas propostas para a melhoria dos meios de subsistência PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO Estrutura da implementação do projecto Parceiros de implementação Reivindicações e reclamações MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO Monitorização e apresentação de relatórios dos progressos registados Auditoria de validação Impacto socioeconómico ou monitorização de resultados Avaliação externa ex post ORÇAMENTO INDICATIVO CRONOGRAMA INDICATIVO DE IMPLEMENTAÇÃO Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo ii

4 LISTA DAS TABELAS Tabela 1. Famílias habilitadas a um plano de medidas de restauração dos meios de subsistência Tabela 2 Matriz simplificada do quadro lógico para a componente da gestão básica de dinheiro Tabela 3 Matriz simplificada do quadro lógico para a componente agrícola Tabela 4 Matriz simplificada do quadro lógico para a componente das machambas hortícolas Tabela 5 Matriz simplificada do quadro lógico para a componente das árvores de fruta Tabela 6 Matriz simplificada do quadro lógico para a componente das florestas comunitárias Tabela 7 Matriz simplificada do quadro lógico para a componente da pesca Tabela 8 Orçamento indicativo para A implementação do Plano de Restauração dos Meios de Subsistência Tabela 9 Cronograma indicativo simplificado de implementação para o Plano de Restauração dos Meios de Subsistência LISTA DAS FIGURAS Figura 1 A Barragem de Corumana construída entre 1983 e Figura 2 Localização da Barragem de Corumana... 3 Figura 3 A área do Projecto... 6 Figura 4 Exemplo de um semeador/aplicador de fertilizante combinado de tracção humana Figura 5 Celeiro Tipo Gorongosa Figura 6 Exemplo de um canteiro Figura 7 Floresta comunitária de acácias Figura 8 Estrutura simplificada de implementação do PRMS Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo iii

5 ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS ARA-Sul BM CLO DNGRH DUAT EDM EGAP EMP ESMT ESSP GMM ha INIP km LRC m mamsl MOPHRH ONG PAF PAP PNDRH PO PR PRMS SDAE UGBI Administração Regional de Águas do Sul Banco Mundial Oficial de Ligação com a Comunidade Direcção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos Direito de Uso e Aproveitamento da Terra Electricidade de Moçambique Equipa de Gestão e Administração de Programas Plano de Gestão Ambiental Equipa de Gestão Ambiental e Social Provedor de Serviços Ambientais e Sociais Gestão dos mecanismos para apresentação de queixas hectare Instituto Nacional de Investigação Pesqueira quilómetro Comité Local de Reassentamento metro metros acima do nível do mar Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos Organização Não Governamental Família afectada pelo Projecto Parte afectada pelo Projecto Programa Nacional de Desenvolvimento de Recursos Hídricos (Banco Mundial) Procedimento Operacional Plano de Reassentamento Plano de Restauração dos Meios de Subsistência Serviços Distritais de Actividades Económicas Unidade de Gestão da Bacia do Incomáti Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo iv

6 1 INTRODUÇÃO Este documento descreve o Plano de Restauração dos Meios de Subsistência (PRMS) para o Projecto que está a ser realizado pelo Governo de Moçambique, a fim de concluir as obras da Barragem de Corumana, no distrito da Moamba, na província de Maputo, no sul de Moçambique. A implementação do Projecto irá resultar na deslocação física e económica das famílias. Foi elaborado um Plano de Reassentamento (PR), com base num censo e num inventário patrimonial de todas as partes afectadas pelo projecto (PAPs) e famílias afectadas pelo projecto (PAFs) identificadas, o qual será implementado para gerir as perdas causadas pelo projecto. Em suma, e de acordo com o censo e com o inventário patrimonial, 131 residências 1 e 191 parcelas agrícolas estão localizadas dentro das zonas de impacto do projecto, o que resulta na perda deste património para os seus proprietários ou usuários. O PR ocupa-se dos impactos do Projecto a curto prazo em termos de deslocação física e económica. As casas de substituição, as machambas de substituição e a compensação monetária pela perda de culturas e árvores de fruta serão oferecidas como parte do PR, em conformidade com a legislação moçambicana e com os requisitos das políticas de salvaguarda do Banco Mundial sobre o reassentamento involuntário (nomeadamente, o PO do BM 4.12). As terras de substituição foram asseguradas pelo Proponente do Projecto, em coordenação com o Governo Distrital da Moamba e com as autoridades comunitárias, para substituir as zonas residenciais e as machambas que foram cedidas ao projecto. A adopção de medidas de mitigação promovidas pelo projecto, nomeadamente, compensação em dinheiro ou em espécie, pela perda de activos económicos ou acesso a activos e recursos, pode não garantir por si só que as famílias e comunidades afectadas pelo projecto consigam restaurar ou manter os seus meios de subsistência actuais (rendimentos, subsistência e outros benefícios). Esta situação pode ser agravada pela transferência física da população para locais alternativos e pela reposição de bens (por exemplo, machambas) em outros locais. Por conseguinte, é necessário que o projecto promova ou facilite a implementação de medidas adicionais para, no mínimo, restaurar os meios de subsistência das famílias e comunidades afectadas após a compensação e deslocação física. No entanto, os níveis actuais de subsistência na área do projecto são considerados baixos. Não basta apenas restabelecer os meios de subsistência, mas tentar melhorá-los de acordo com as possibilidades. Embora seja intenção do Projecto abordar esta questão da melhor forma possível, este não tem capacidade para resolver todos os problemas de subsistência que as PAPs e as comunidades mais alargadas se vêem obrigadas a enfrentar actualmente. Os projectos de melhoria da vida rural são, por natureza, iniciativas complexas, integradas e multidisciplinares, que requerem tempo e recursos financeiros consideráveis. Normalmente são precisos mais de cinco anos até se poderem realmente sentir os benefícios e estabelecer um sistema sustentável. Este PRMS será implementado ao longo de um período de dois anos e meio a três, após o qual o financiamento do Projecto será suspenso. Este PRMS é parte integrante do processo de reassentamento de Corumana e foi elaborado de acordo com as disposições constantes na legislação moçambicana, nas políticas de salvaguarda do Banco Mundial e nas melhores práticas internacionais, e irá complementar as medidas a serem adoptadas em termos do PR. 1 Para além de uma habitação adicional localizada num dos locais identificados para o reassentamento. Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 1

7 O PRMS será accionado durante a implementação do reassentamento, a fim de ajudar a diminuir os efeitos dos impactos económicos a longo prazo ou permanentes. Isto vai permitir que as famílias reassentadas ou economicamente deslocadas restaurem os seus meios de subsistência de forma sustentada. O PRMS providencia um quadro para planear e implementar as medidas de restauração dos meios de subsistência necessárias. No início da implementação do reassentamento, será necessário investigar de forma mais aprofundada e elaborar mais detalhadamente algumas das medidas de subsistência. Também será necessário realizar outros trabalhos preparatórios, como um simples levantamento do actual estado dos meios de subsistência das PAFs, e determinar com maior precisão quais as famílias vulneráveis que precisam de maior apoio do Projecto, de forma mais direccionada. Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 2

8 2 LOCALIZAÇÃO E DESCRIÇÃO DO PROJECTO A Barragem de Corumana (Figura 1) é uma barragem multifuncional que foi construída entre 1983 e 1989 no rio Sábiè, no sul de Moçambique, perto da pequena aldeia de Chavane (Figura 2). A barragem está localizada dentro do posto administrativo do Sábiè, no distrito de Moamba, na província de Maputo. Está situada a cerca de 94 km a noroeste da capital do país, a cidade de Maputo. Figura 1 A Barragem de Corumana construída entre 1983 e 1989 Figura 2 Localização da Barragem de Corumana Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 3

9 O Projecto (Obras de Conclusão da Barragem de Corumana) integra duas componentes do Programa Nacional mais vasto de Desenvolvimento de Recursos Hídricos (PNDRH 1). A componente B abrange as obras de engenharia civil e hidromecânicas da Barragem de Corumana. A componente C associa uma componente ambiental e social. O Proponente do projecto é a Direcção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos (DNGRH) no Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos (MOPHRH). A entidade de implementação designada para as duas componentes da Barragem de Corumana é a Administração Regional de Águas do Sul (ARA-Sul), que inclui a Unidade de Gestão da Bacia do Incomáti (UGBI), responsável pela gestão e operação da Barragem de Corumana. O Banco Mundial disponibiliza o apoio financeiro para o Projecto. A construção da Barragem de Corumana principal, com um evacuador em betão armado, foi concluída em Em seguida, foi feito um plano para aumentar a capacidade da albufeira no futuro através da instalação de uma estrutura evacuadora com portas radiais e equipamento hidromecânico auxiliar na barragem principal, e através da construção de uma barragem sela, com um dique fusível, a sul da barragem principal. Devido à dificuldade de operação, manutenção e segurança das barragens em geral, a opção do dique fusível foi substituída por um evacuador auxiliar (de emergência), que fica ao lado do evacuador existente. Esta solução melhora a segurança das barragens e minimiza os impactos ambientais e sociais adversos. As obras específicas do Projecto vão incluir o seguinte: Instalação de seis estruturas evacuadoras com portas radiais e equipamento hidromecânico auxiliar na barragem principal; Trabalhos de reparação em pilares de betão armado/encontros; Trabalhos de reforço da barragem existente; e Construção de uma nova barragem sela, a sul da barragem principal. A construção do evacuador auxiliar (de emergência) só terá início quando o financiamento tiver sido garantido. De igual modo, o nível da albufeira só será aumentado relativamente ao actual nível de pleno armazenamento, quando a construção do evacuador auxiliar tiver sido concluída numa data futura. Quando o evacuador auxiliar estiver construído, o nível de abastecimento total da albufeira passará dos actuais 111 metros acima do nível do mar (mamsl) para 117 mamsl. O nível máximo da água será de 120 mamsl. A DNGRH é responsável por gerir e aprovar o projecto das obras de engenharia civil que está a ser realizado por um Consultor de Projecto e Fiscalização (Detailed Design and Supervision Consultant). A ARA-Sul também será responsável por gerir a execução das obras que serão fiscalizadas pelo Consultor de Projecto e Fiscalização. A instalação do equipamento e a construção da barragem será realizada por Empreiteiros seleccionados. Os projectos de engenharia e os locais onde vão ficar as infraestruturas do Projecto têm um impacto directo na localização e magnitude da aquisição de terras (por exemplo, as zonas de impacto). Não vai ser necessário adquirir novos terrenos aquando da instalação das portas radiais na barragem existente, bem como da construção da evacuadora auxiliar (no futuro). No entanto, o Projecto vai ter de adquirir cerca de ha de novas terras na zona em torno da albufeira existente. Isto inclui: ha entre o actual nível de pleno armazenamento (111 mamsl) e o nível máximo de água proposto (120 mamsl). Esta s terras estarão permanentemente, ou periodicamente, inundadas, uma vez que o nível de água da albufeira oscila pontualmente; e Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 4

10 2,622 ha acima do nível máximo de água (120 mamsl), abrangendo uma zona de protecção parcial que se estende por 250 m a partir da curva de 120 m, distâncias exigidas pela Lei Moçambicana, bem como uma zona de segurança que será criada em torno da barragem sela proposta, que se estende por 500 m a partir do topo da barragem sela. As terras a serem adquiridas são referidas como a zona de impacto e podem ver-se na Figura 3. Todas as terras e património dentro da zona de impacto serão adquiridos, de forma permanente, a indivíduos, famílias, comunidades e outras entidades às quais tenham sido reconhecidos direitos de propriedade ou uso da terra. O acesso a determinados recursos dentro das zonas de impacto (por exemplo, pastagem para o gado) pode ser restringido. Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 5

11 Figura 3 A área do Projecto Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 6

12 3 ENQUADRAMENTO LEGAL E REGULAMENTAR As secções que se seguem contêm um resumo da legislação nacional e das melhores práticas internacionais pertinentes a este Plano de Restauração dos Meios de Subsistência. 3.1 LEGISLAÇÃO MOÇAMBICANA A elaboração de PRMSs não é especificamente contemplada na Lei Moçambicana. Existem, no entanto, uma série de instrumentos jurídicos relevantes que contêm directrizes para a regulamentação da deslocação involuntária (física ou económica) das pessoas. As leis relevantes são: A Constituição da República: embora permita que todos os cidadãos beneficiem do direito do uso da terra, a Constituição declara expressamente que todas as terras são propriedade do Estado, proibindo, em absoluto, a venda ou tributação, em circunstância alguma, incluindo arresto ou hipoteca (artigo 109 da Constituição). O Regulamento sobre o Processo de Reassentamento Resultante de Actividades Económicas (Decreto Nº 31/2012 de 8 de agosto): O Regulamento sobre o Processo de Reassentamento Resultante de Actividades Económicas estabelece regras e princípios para regular situações de deslocação física e económica, causadas pela actividade económica. Estes visam assegurar que a população afectada pelas actividades económicas do sector público ou privado tenha uma melhor qualidade de vida ou equidade social, tendo em conta a sustentabilidade dos aspectos físicos, ambientais, sociais e económicos, e que o reassentamento deve ser realizado como uma actividade de desenvolvimento. A Directiva Técnica do Processo de Elaboração e Implementação dos Planos de Reassentamento (Decreto Ministerial Nº 156/2014 de 19 de Setembro): Este decreto esclarece e alarga o âmbito das disposições do Regulamento sobre o Processo de Reassentamento Resultante de Actividades Económicas. As Secções 3 e 7 requerem que os programas para promoção de emprego e geração de renda sejam incluídos no plano de reassentamento e que os impactos destes programas na população sejam devidamente monitorizados. A Lei do Ambiente (Lei nº 20/97, de 1 de Outubro): A Lei do Ambiente estabelece o quadro legal para o uso adequado e gestão ambiental para garantir o desenvolvimento sustentável. A lei aplica-se a todas as actividades públicas e privadas que possam afectar, directa ou indirectamente, o ambiente (incluindo o ambiente socioeconómico). Estabelece a obrigação de adoptar medidas de mitigação para minimizar os impactos causados pelos projectos de desenvolvimento. A Lei de Terras (Lei nº 19/97, de 1 de Outubro) e o Regulamento da Lei de Terras (Decreto nº 66/98, de 8 de Dezembro): A Lei de Terras implementa os princípios constitucionais e as recomendações da Política Nacional de Terras. A lei reitera que a terra pertence ao Estado. No entanto, as pessoas nacionais, colectivas e singulares, e as comunidades locais podem adquirir direitos de uso e exploração da terra. A Lei de Terras estabelece os termos em que se opera a constituição, exercício, modificação, transmissão e extinção de direito de uso e aproveitamento da terra (DUAT). A lei reconhece três formas de adquirir o DUAT 2 : 2 Artigo 12 da Lei de Terras Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 7

13 - Ocupação de terras por pessoas e comunidades locais, de acordo com as regras tradicionais e prática costumeira, desde que não sejam contrárias à Constituição; - Ocupação da terra por pessoas que estejam a utilizar a terra há pelo menos dez anos; e - Pedido formal apresentado por pessoas singulares ou colectivas ao Estado para uso e aproveitamento da terra. O Regulamento da Lei de Terras reitera que a ausência de registo não afecta a validade nem prejudica o direito de uso e aproveitamento da terra, adquirido por ocupação de forma tradicional. 3.2 POLÍTICA DO BANCO MUNDIAL SOBRE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO A Política Operacional do Banco Mundial sobre Reassentamento Involuntário (OP 4.12) apresenta a filosofia para a elaboração de um Plano de Restauração dos Meios de Subsistência, como instrumento para mitigar os impactos de reassentamento a médio / longo prazo. Um dos principais objectivos da Política é assegurar que As pessoas deslocadas sejam auxiliadas nos seus esforços de melhorar, ou pelo menos repor, de forma eficaz, os seus meios de subsistência e condições de vida, para os níveis pré-deslocação ou para os níveis prevalecentes antes do início da implementação do projecto, dependendo de qual seja mais elevado (Parágrafo 2 (c). O Parágrafo 6 da Política estabelece o seguinte: (c) Sempre que necessário, a fim de alcançar os objectivos da política, o plano de reassentamento, ou o quadro da política de reassentamento, deve também incluir medidas para garantir que as pessoas deslocadas: (i) recebam apoio, após terem sido reassentados, durante um período de transição, com base numa estimativa razoável do tempo que será necessário para repor os seus meios de subsistência e condições de vida; e (ii) recebam o apoio de que precisam para o seu desenvolvimento, para além das medidas de compensação estabelecidas no parágrafo 6(a), como a preparação do terreno, facilidades de crédito, formação ou oportunidades de trabalho. 3.3 OBJECTIVO DO PRMS O objectivo global do PRMS é melhorar os meios de subsistência das pessoas ou famílias afectadas pelo projecto, ou pelo menos restaurá-los aos níveis prevalecentes antes do início da implementação do Projecto, no menor espaço de tempo após a deslocação física e/ou económica. O PRMS irá ajudar as famílias e as pessoas a adaptarem-se às mudanças de local e às novas situações, bem como a enfrentar os desafios relacionados com as novas condições socioeconómicas. Isto será alcançado através da prestação de assistência material e técnica às PAF, para que estas possam retomar ou substituir as suas estratégias de meios de subsistência após a deslocação. Essa assistência irá incluir, entre outros, o seguinte: Os insumos, materiais e equipamentos necessários para iniciar e/ou melhorar as actividades de subsistência; Capacidades específicas e formação e orientações em gestão com o objectivo de aumentar a produtividade; e Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 8

14 Orientações para a tomada de decisões responsáveis e sustentáveis relativamente à utilização da compensação monetária recebida no âmbito do processo de reassentamento. A assistência e o apoio serão prestados através de uma série de componentes do PRMS. Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 9

15 4 DADOS DE REFERÊNCIA COM INFORMAÇÃO SOBRE A ELABORAÇÃO DO PRMS 4.1 DADOS DE REFERÊNCIA O PR foi elaborado para gerir as situações de deslocação física e económica, provocadas pelo Projecto. Os principais objectivos são: Identificar as situações de deslocação física e económica geradas pelo Projecto e propor medidas de compensação justas e equitativas; Identificar as principais preocupações das comunidades afectadas através de reuniões com grupos de foco (mulheres, jovens, agricultores, pescadores, etc.); Definir os critérios de elegibilidade no que diz respeito às medidas de compensação; Desenvolver um quadro de direitos que descreva as perdas induzidas pelo Projecto e que proponha uma compensação adequada; Propor mecanismos de registo de reivindicações e resolução de conflitos; Definir responsabilidades organizacionais para a implementação das medidas compensatórias; e Estabelecer mecanismos de monitorização e avaliação para a fase de implementação. Durante a elaboração do PR, foi recolhida uma quantidade considerável de dados de referência do censo e do inventário patrimonial, das conversações com os grupos de foco e de outras fontes. Esta informação encontra-se detalhada no Relatório do Censo e dos Inventários Patrimoniais actualizados (Setembro de 2015) e está resumida no Relatório de Levantamento Físico e Socioeconómico (fase 1 do processo de reassentamento) e no PR (Fase 2 do processo de reassentamento). Muitas das informações contidas nestes documentos constituem os dados de referência que informaram a elaboração do PRMS. 4.2 PRESSUPOSTOS GERAIS O PRMS é um instrumento complementar a médio prazo que será utilizado para servir de apoio ao PR. Prevê-se que as medidas de compensação estabelecidas no PR serão implementadas antes da implementação das componentes relevantes do PRMS. Estas incluem: A alocação de habitações de substituição; A alocação de terras agrícolas de substituição que foram desmatadas e cultivadas; O pagamento de pacotes de compensação em dinheiro, quando aplicável. 4.3 BENEFICIÁRIOS-ALVO DO PRMS O Censo realizado durante a elaboração do PR identificou e fez um registo das famílias afectadas por deslocação física e/ou económica e, portanto, com direito a medidas de compensação 3. Todas as 3 Para efeitos do RP, uma família é composta por um único ou mais membros. Refere-se, portanto, a indivíduos, bem como a famílias com mais de uma pessoa. Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 10

16 famílias habilitadas a um plano de medidas de reassentamento e que exercem actividades económicas dentro das zonas de impacto do Projecto também têm direito, em princípio, a apoio para a restauração dos meios de subsistência e, como tal, serão os principais beneficiários do PRMS. A Tabela 1 abaixo detalha as famílias afectadas fisicamente e/ou economicamente. Tabela 1.Famílias habilitadas a um plano de medidas de restauração dos meios de subsistência Categoria Número Total Proprietários de habitações que vivem permanentemente dentro da zona de impacto: Quem possui as parcelas onde estão localizadas as suas residências* 92 Quem não possui as parcelas onde se encontram as suas residências* 35 Proprietários de habitações que vivem permanentemente dentro das áreas hospedeiras: Quem possui as parcelas onde estão localizadas as suas residências* 4 Proprietários e utilizadores de terras, bens e recursos afectados dentro da zona de impacto, mas que vivem fora da zona de impacto: Proprietários não residentes de casas em construção* 2 Proprietários não residentes de pequenas lojas 2 Proprietários não residentes de postos de gado distantes 8 Proprietários não residentes de acampamentos privados de pesca 1 Ocupantes não residentes de parcelas de terra não cultivadas* 1 Antigos ocupantes da terra e/ou estruturas que abandonaram a terra 6 e/ou estruturas* Agricultores não residentes (que apenas perdem campos) 55 TOTAL 206 Nota * Estas categorias também podem ter outros bens, tais como machambas, dentro das zonas de impacto A lista incluiu uma família hospedeira que tem uma habitação num dos locais de reassentamento propostos. Esta família receberá uma nova casa no local de reassentamento onde reside actualmente. As famílias que vão ser transferidas fisicamente vão receber casas novas numa das quatro aldeias de reassentamento. Estas aldeias de reassentamento ficarão situadas próximo dos locais onde as famílias vivem actualmente. Por conseguinte, as famílias vão continuar a viver dentro da área das suas comunidades. Assim sendo, não haverá comunidades hospedeiras ou de acolhimento. Em alguns casos, o grupo-alvo incluirá membros das comunidades (residentes) mais alargadas que não perdem o seu património dentro das zonas de impacto. Estas incluem, entre outras, famílias que utilizam a terra dentro das zonas de impacto para apascentar o gado, bem como pescadores que apanham peixes na albufeira de Corumana. Quando se mostrar apropriado, eles serão incluídos nas iniciativas de restauração e melhoria de meios de subsistência Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 11

17 4.4 CONSULTA ÀS COMUNIDADES AFECTADAS Foram realizadas reuniões com grupos de foco das PAPs para obter dados socioeconómicos qualitativos necessários para estabelecer as potenciais medidas de restauração dos meios de subsistência. As prioridades e preferências das PAPs também foram analisadas durante estas reuniões. As reuniões abordaram os seguintes temas: Problemas gerais (homens); Problemas gerais (mulheres); Problemas gerais (jovens); Agricultura; Pecuária; e Sepulturas. As informações mais importantes recolhidas durante estas reuniões, e que foram utilizadas na elaboração do PRMS, encontram-se apresentadas na análise das componentes individuais do PRMS no capítulo que se segue. 4.5 ACTIVIDADES RELACIONADAS COM OS MEIOS DE SUBSISTÊNCIA QUE POSSAM NECESSITAR DO APOIO DO PROJECTO As áreas que podem vir a necessitar de apoio à restauração e melhoria dos meios de subsistência incluem o seguinte: Perda de terras agrícolas; Perda de terras onde estão cultivados produtos hortícolas; Perda de árvores de fruta e de outras árvores economicamente importantes; Perda de acesso aos recursos naturais para obter lenha, etc.; Perda de acesso aos recursos pesqueiros; Perda de acesso às áreas colectivas de pastagem; Perda de acesso aos locais de trabalho (perda de fontes de rendimento) devido à deslocação para as novas aldeias de reassentamento; Perda de emprego (rendimentos) devido à deslocação dos postos de gado; e Perda de fontes de rendimento proveniente do comércio informal devido à deslocação para outras áreas ou devido à perda de clientes. No entanto, verificou-se que nem todas essas perdas irão representar impactos significativos que justifiquem medidas adicionais de apoio aos meios de subsistência. As mesmas são discutidas mais abaixo. No entanto, o Projecto irá monitorar situações específicas e tomar medidas correctivas, caso seja necessário Pesca Não se prevê que haja uma redução significativa do acesso às áreas de pesca ao redor da albufeira de Corumana, uma vez que se propõe que os pescadores ou continuem a viver nos locais onde residem actualmente, ou que sejam transferidos para novas aldeias de reassentamento próximas dos seus locais actuais de residência. Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 12

18 Todavia, propõe-se a concepção e implementação de algumas medidas para melhorar a produtividade e as fontes de rendimento dos pescadores, mantendo simultaneamente a sustentabilidade da pesca artesanal. Assim, será incluída uma componente de pesca no PRMS Pastagens para o gado Grande parte dos ha de terra (mas não a totalidade) que se encontra dentro da zona de impacto é actualmente utilizada para pastagem de gado. Cerca de ha destas terras estão situados na área abaixo do nível máximo de água (120 mamsl). O nível de água na albufeira varia periodicamente para evitar que estas terras estejam permanentemente inundadas. À medida que a água recua, vai criando condições para um bom ritmo de crescimento do capim. A área restante de cerca de ha encontra-se na zona de protecção parcial e não será inundada. Em termos de legislação, a faixa de terra no contorno de barragens e albufeiras até 250 m é considerada uma zona de protecção parcial. Não é possível adquirir direitos de uso e aproveitamento da terra nesta zona, embora, nos termos da legislação vigente, possam ser emitidas autorizações especiais para actividades específicas pela entidade responsável. Foi aprovado um novo regulamento que abrange o Uso e Aproveitamento de Reservatórios e Lagos pelo Conselho de Ministros em Abril de 2017, embora este ainda não tenha sido publicado. No que respeita às albufeiras da Categoria A, como a de Corumana, os regulamentos proíbem o pastoreio de gado dentro da zona de protecção (também até 250 m do nível mais alto de água) das albufeiras e proíbem o gado de beber água da albufeira sem autorização (licença) da entidade responsável pela gestão da albufeira (por exemplo, a ARA-Sul). O Projecto, com a ajuda do governo local, vai ajudar as comunidades a obter as licenças necessárias para permitir que o gado possa continuar a pastar e a beber na zona de protecção e em certos locais da albufeira que estão expostos quando não se encontram inundados de água. Além disso, o Plano de Gestão Ambiental do Projecto de Corumana estabelece especificamente que a albufeira seja gerida de forma a melhorar a pastagem ao redor das margens da albufeira compensando assim a perda de algumas das pastagens actuais que serão periodicamente inundadas devido à ampliação da albufeira. À luz da presente avaliação, não se prevê que o impacto no gado resultante da aquisição de terras seja significativo e não estão previstas medidas específicas adicionais para a restauração de meios de subsistência. O uso da zona de protecção parcial terá de ser cuidadosamente monitorizado pela ARA- Sul e pelas comunidades Acesso aos locais de trabalho Cerca de 30 membros das famílias afectadas afirmam receber salários provenientes do emprego a tempo inteiro na área do Projecto. Se eles se deslocassem para lugares distantes dos locais de trabalho, isso poderia ter um impacto significativo na capacidade de geração de rendimento. Contudo, as novas aldeias de reassentamento vão ficar situadas perto do local onde as famílias afectadas residem actualmente e os trabalhadores continuem a ter acesso aos seus locais de trabalho. Em alguns casos (por exemplo, Ndindiza), a distância até ao local de trabalho (ou seja, o Sábiè Game Park) será menor do que é agora. Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 13

19 4.5.4 Trabalhadores nos postos de gado Os postos de gado consistem em currais e habitações de trabalhadores que estão situados em partes isoladas das zonas de impacto do Projecto. As estruturas são propriedade de indivíduos que vivem noutros lugares, incluindo Maputo. São empresas semicomerciais. O gado pasta nas áreas ao redor dos postos de gado, mas ficam nos currais durante a noite. Os trabalhadores têm as suas casas noutros lugares, fora da zona de impacto. Os postos de gado serão transferidos para áreas próximas fora das zonas de impacto e os proprietários serão compensados pela perda das estruturas. Conforme discutido anteriormente, o Projecto vai ajudar as comunidades a obter licenças para apascentar o gado dentro das zonas de impacto e o gado continuará a utilizar a maioria das áreas que utilizam actualmente para o pasto. Prevê-se que os proprietários voltem a construir os currais e as casas para os trabalhadores nos novos locais e que os trabalhadores mantenham os seus empregos sem grandes transtornos. Os trabalhadores não saírão das suas casas actuais enquanto as novas habitações de substituição não estiverem concluídas Comércio informal Dez das famílias afectadas que vão ser transferidas afirmam que parte das suas receitas provém do comércio informal. Todas elas vivem na área de Chavane e vendem produtos básicos nas ruas dos seus bairros ou nos mercados vizinhos. Estas famílias serão transferidas para uma nova aldeia de reassentamento que estará situada perto das suas actuais casas e dos mercados. Prevê-se que estas famílias possam continuar o seu negócio informal se assim o desejarem. Existem duas opções possíveis: Começarem o comércio informal na nova aldeia de reassentamento em áreas reservadas para esse fim (de acordo com o plano físico da aldeia de reassentamento); ou Continuarem o seu negócio informal nos mercados de Chavane, que ficarão apenas um pouco mais distantes (menos de 2 km) do que actualmente. Em suma, não se prevê que a deslocação cause transtornos significativos no que toca a geração de rendimentos. Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 14

20 5 PROPOSTAS PARA A RESTAURAÇÃO E MELHORIA DOS MEIOS DE SUBSISTÊNCIA Para que os objectivos do PRMS sejam atingidos, propõem-se as seguintes medidas (componentes do PRMS): Gestão básica de dinheiro; Agricultura; Machambas hortícolas; Árvores de fruta; Plantações das comunidades; e Pesca. As secções que se seguem contêm informações detalhadas sobre cada uma das componentes propostas, incluindo justificações, objectivos, respectivos resultados ou realizações e as principais actividades (resumidas em matrizes simplificadas do quadro lógico). 5.1 TRABALHOS PREPARATÓRIOS O censo e o inventário patrimonial foram realizados no início de Aquando da implementação do PR, o Projecto vai realizar um levantamento simples (e curto) dos meios de subsistência das famílias afectadas na área do Projecto. O objectivo principal é avaliar os níveis de rendimentos das famílias, segurança alimentar e vulnerabilidade, a fim de aperfeiçoar as medidas de subsistência propostas e ter uma referência para uma futura monitorização dos meios de subsistência. Está previsto que este levantamento seja efectuado por um provedor de serviços especializado, liderado por um Especialista em Meios de Subsistência Rurais. Os resultados do levantamento dos meios de subsistência serão utilizados para elaborar projectos detalhados e planos de implementação das componentes do PRMS. No que diz respeito a algumas componentes, vai ser necessário fazer um levantamento dos recursos, bem como estudos de viabilidade, a fim de se utilizar essa informação aquando da elaboração da componente, ou para se poder decidir se a componente deve ou não ser analisada. Exemplos incluem um levantamento dos recursos de pesca e um estudo de viabilidade das florestas comunitárias. 5.2 PESSOAS E FAMÍLIAS VULNERÁVEIS Até certo ponto, a grande maioria das famílias afectadas que vive na área do projecto pode ser considerada vulnerável devido à natureza precária dos seus meios de subsistência. Convencionalmente, são consideradas famílias vulneráveis aquelas cujos chefes de família são mulheres (solteiras, divorciadas ou viúvas), idosos, doentes, deficientes e crianças, ou aquelas que possuem membros da família vulneráveis. No entanto, o Projecto descobriu que isso nem sempre é o caso na área do Projecto. Por exemplo, existem algumas famílias, cujos chefes são mulheres, que têm melhor segurança alimentar e maiores rendimentos do que a média. Em contrapartida, existem algumas famílias que não se enquadram nas Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 15

21 categorias acima mencionadas, que não têm fluxos de rendimento de todo, ou que têm rendimentos muito baixos, e que não têm segurança alimentar. As famílias e as pessoas vulneráveis muitas vezes carecem de mecanismos de apoio familiar. A sua resiliência a grandes mudanças, como a deslocação física e económica, é particularmente fraca. O Projecto vai prestar assistência direccionada, caso a caso, às famílias vulneráveis e às pessoas que forem identificadas durante o levantamento dos meios de subsistência. Como não é possível saber exactamente quais serão as necessidades específicas, não é possível formular planos concretos, nem medidas de apoio, no PRMS. No entanto, um possível apoio do Projecto pode incluir o transporte e a contratação de outras pessoas para ajudar com o trabalho manual (por exemplo, cavar buracos para as árvores de fruta) por períodos determinados. Sempre que necessário, o Projecto irá facilitar a ligação das pessoas vulneráveis à rede de segurança social do Estado. 5.3 COMUNICAÇÃO COM AS COMUNIDADES O Projecto criou Comités Locais de Reassentamento (LRCs) em cada uma das comunidades afectadas. Cada comité é composto por três homens e três mulheres. O presidente de cada comité é um líder comunitário. Os LRCs actuam como uma ponte importante entre o Projecto e os membros da comunidade e também ajudam na monitorização do trabalho de campo realizado pelo Projecto. Foi nomeado um funcionário da UGBI como Oficial de Ligação com a Comunidade ( CLO) para o Projecto. O CLO é o principal elo de ligação entre o Projecto, os LRCs e os membros da comunidade afectada. O CLO também é um participante relevante na gestão dos mecanismos para apresentação de queixas do Projecto. 5.4 COMPONENTE DA GESTÃO BÁSICA DE DINHEIRO Antecedentes Muitas PAFs vão receber uma compensação monetária pela perda de património, tais como culturas em condições de colheita e árvores de fruta. Os proprietários de estruturas domésticas auxiliares afectadas (currais, celeiros, etc.) terão a opção de receber compensação em dinheiro ou em espécie (por exemplo, materiais de construção - mais dinheiro para a componente mão-de-obra). O mesmo se aplicará aos proprietários de postos de gado, etc. Além de receber casas de substituição, as famílias com casas de valor elevado terão a opção de receber a diferença entre o custo real da substituição das suas casas actuais e o custo de construção das novas casas pago em dinheiro. O PR prevê a concessão de apoio material e financeiro às famílias afectadas pelo projecto para a abertura de contas bancárias Desafios relacionados com a restauração e melhoria dos meios de subsistência Um pouco mais de metade de todos os chefes das famílias afectadas pelo projecto sabem ler e escrever, mas esse valor desce para cerca de 50% entre as famílias que são chefiadas por mulheres. No total, aproximadamente 80% das famílias possuem contas bancárias activas. Dado o fraco nível de alfabetização e as condições sociais da maioria das PAFs, presume-se que a sua experiência relativamente aos princípios de gestão de bens domésticos e financeiros é mínima ou inexistente. Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 16

22 Prevê-se que as famílias utilizem a compensação em dinheiro que vão receber do Projecto para substituir algumas das suas estruturas afectadas, comprar alimentos (no caso de c ompensações recebidas por culturas em condições de colheita) ou usá-la para investimentos alternativos, adequados e sustentáveis. No entanto, não há como garantir que façam isso. Embora os montantes de compensação em dinheiro possam, no geral, ser bastante reduzidos, existe o risco de que o uso insensato da compensação possa deixar algumas famílias empobrecidas. Um dos desafios é garantir que os montantes de compensação em dinheiro são utilizados para restaurar e, se possível, melhorar os meios de subsistência das famílias. As famílias (especialmente as chefiadas por mulheres e pessoas vulneráveis) precisam não só de informação como de meios para poderem tomar decisões de gestão e investimento responsáveis e sustentáveis em matéria de desenvolvimento e economia doméstica Medidas propostas para a restauração e melhoria dos meios de subsistência Objectivo da componente O objectivo da componente da gestão básica de dinheiro do PRMS é maximizar o uso prudente da compensação em dinheiro paga pelo Projecto às famílias afectadas pelo projecto. Isso será alcançado através da prestação de informação às famílias afectadas pelo projecto, no sentido de ajudá-las a tomar decisões responsáveis e sustentáveis no que toca a gestão e investimento de dinheiro. O principal grupo-alvo será o grupo de todas as famílias afectadas pelo projecto que vão receber uma compensação em dinheiro. No entanto, a orientação não deve ser limitada a essas famílias, podendo estender-se a outras famílias afectadas pelo projecto que não recebem compensações em dinheiro. O Projecto vai envolver um provedor de serviços adequado para fazer uma campanha de sensibilização junto dos chefes das famílias afectadas pelo projecto e seus cônjuges (ou seja, os parceiros na gestão económica dos agregados familiares). A participação será voluntária. O tema principal dessa formação incidirá, entre outros, sobre os seguintes aspectos: O uso de contas bancárias (o Projecto vai ajudar as famílias a abrir contas bancárias como parte integrante da implementação do PR); Oportunidades de investimento financeiro (com instituições financeiras); Riscos associados ao uso insensato do dinheiro da compensação; e Oportunidades relacionadas com outras formas de investimento (por exemplo, pequenas empresas). Resultados e actividades principais Uma matriz simplificada do quadro lógico para a componente da gestão básica de dinheiro encontrase na Tabela 2 Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 17

23 Tabela 2 Matriz simplificada do quadro lógico para a componente da gestão básica de dinheiro Lógica de intervenção Objectivo do PRMS Objectivo da Componente Lógica de intervenção Os meios de subsistência das famílias afectadas pelo projecto são melhorados, ou pelo menos restaurados, no menor espaço de tempo após a deslocação física e/ou económica O uso prudente da compensação em dinheiro paga pelo Projecto às famílias afectadas pelo projecto é maximizado Resultados 1 Famílias afectadas pelo projecto aplicam os conhecimentos de gestão básica de dinheiro para a utilização ou investimento da compensação que receberam em dinheiro. Actividades principais 1.1 Introduzir e promover a componente de gestão básica de dinheiro no seio das famílias afectadas 1.2 Identificar e contratar um provedor de serviços adequado (ONG) 1.3 Identificar os participantes e organizá-los para receberem formação 1.4 Supervisionar a capacitação das famílias em gestão básica de dinheiro (por um provedor de serviços) 1.5 Monitorar a aplicação dos conhecimentos adquiridos pelas famílias Indicadores objectivamente verificáveis Melhoria definida dos rendimentos e da segurança alimentar da família Diminuição de gastos insensatos do dinheiro de compensação # verificável de agricultores aplicam métodos de cultivo recomendados (sementeira em camalhões, densidade de plantação, profundidade de plantio, etc.) Meios de verificação Levantamento anual de todas as famílias afectadas pelo projecto Levantamentos anuais das famílias Levantamentos para monitorização dos meios de subsistência Levantamentos anuais das famílias Relatórios mensais de progresso e monitorização da equipa do Projecto Pressupostos A compensação em dinheiro contribui significativamente para aumentar os rendimentos e a segurança alimentar da família. Famílias abrem contas bancárias de acordo com as actividades do PR As famílias continuam a usar os fundos de forma sensata As famílias podem e querem participar Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 18

24 5.5 COMPONENTE AGRÍCOLA Antecedentes Machambas para produção de culturas Foram identificadas 191 machambas com uma área total de 388 ha nas zonas de impacto do projecto, que pertencem a 113 famílias (agricultores) que vivem em Chavane (incluindo Panganine), Mahungo, Ligongolo, Babtine, Ndindiza e Jone. Em termos da lei moçambicana, os agricultores afectados não são os proprietários das terras que usam para a agricultura, mas, de acordo com as normas e padrões costumeiros, as famílias têm direitos legalmente reconhecidos para usar as terras que lhes são atribuídas pelas autoridades comunitárias, ou por herança. Um agricultor pode ter mais do que uma machamba afectada dentro das zonas de impacto. Metade dos 113 agricultores afectados vivem actualmente dentro das zonas de impacto. Eles serão transferidos para uma das quatro novas aldeias de reassentamento em Chavane, Ligongolo (área de Fungotine), Babtine e Ndindiza. As aldeias de reassentamento estão situadas próximo dos locais de residência actuais. Os restantes agricultores afectados vivem fora das zonas de impacto, pelo que não serão deslocados. Para mitigar a perda das machambas dentro das zonas de impacto, o Projecto irá entregar machambas alternativas aos agricultores em áreas semelhante às actuais, mas fora das zonas de impacto. Em colaboração com os líderes da comunidade e com o governo distrital, o Projecto conseguiu blocos de terra alternativos para os agricultores fazerem as suas machambas. Estes blocos foram seleccionados consoante a sua disponibilidade (ou seja, não reivindicados por outras pessoas), a sua aptidão para a agricultura e a sua proximidade das novas aldeias de reassentamento. As machambas dentro das zonas de impacto foram desmatadas (árvores e arbustos naturais da região) ao longo dos anos pelos agricultores para permitir o cultivo. Isso representa uma melhoria da terra que exigiu o investimento dos agricultores em termos de mão-de-obra, etc. Assim, a perda das machambas afectadas vai conduzir à perda das melhorias na terra. Para mitigar esta perda, o Projecto deverá remover a vegetação natural (árvores e arbustos) das machambas alternativas, com a ajuda de maquinaria, e preparar a terra para que possa ser utilizada pelos agricultores. O levantamento feito às machambas afectadas, em 2015, revelou que apenas 37% da área das machambas afectadas estava cultivada, e que 48% dos agricultores cultivavam menos de 50% da terra a que tinham acesso. Durante as reuniões com os grupos de foco, os agricultores indicaram que a maior parte deles não precisa de, ou utiliza na totalidade, todas as terras a que actualmente têm acesso dentro das zonas de impacto 4. O mesmo poderá vir a aplicar-se em relação às áreas agrícolas alternativas, caso sejam compensados em pé de igualdade em termos de área. Devido aos impactos ambientais associados e às implicações a nível de custos, o Projecto considera a hipótese de não limpar e preparar a totalidade da área das machambas alternativas, que vão ser restituídas em pé de igualdade em termos de área, se uma parte desta terra não for necessária ou utilizada 5. 4 Em muitos casos, eles não têm mão-de-obra familiar suficiente, ou capital para cultivar todas as terras a que têm acesso. 5 Cerca de 400 ha de terra teriam de ser desmatadas e preparadas, mas é provável que menos de metade não venha a ser necessária ou utilizada. Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 19

25 A metodologia de compensação no que diz respeito à perda de machambas, e a justificação para a mesma, encontra-se descrita no relatório principal do PR e está resumida da seguinte forma. Os agricultores que perdem 2 ha, ou menos, de machambas - 60 agricultores: uma parte da terra assegurada para a agricultura será posta de lado como áreas de base. Dentro de uma área de base, será atribuído a cada agricultor que perca 2 ha, ou menos, de machambas dentro das zonas de impacto, uma terra de substituição que possua uma área pelo menos igual à área da(s) sua(s) machamba(s) afectada(s) - até um máximo de 2 ha. O Projecto irá desmatar as áreas de base e preparar a terra 6 para que esteja pronta para ser utilizada pelos agricultores na primeira estação de uso. O Projecto irá delimitar a terra preparada em unidades (parcelas) de 0,5 ha (líquido). Cada agricultor irá receber uma ou mais unidades de 0,5 ha até um máximo de 4 unidades (2 ha). Por exemplo, um agricultor que perca 0,3 ha de machambas irá receber uma unidade (0,5 ha) de terra de substituição que já foi desmatada e preparada na sua totalidade para plantio. Um agricultor que perca 1,2 ha de machambas irá receber três unidades (1,5 ha) de terras de substituição que que já foram desmatadas e preparadas na sua totalidade para plantio. Todos os agricultores que percam menos de 2 ha de terra serão, portanto, compensados na sua totalidade pela perda das suas machambas e pelas melhorias que tenham feito nessas terras. As áreas de base serão desenvolvidas nos blocos de terra mais próximos das aldeias de reassentamento. As parcelas de terra serão atribuídas aos agricultores individuais pelas autoridades comunitárias, que vão receber as listas dos agricultores seleccionados, o número de parcelas a serem atribuídas a cada agricultor, e os planos que indicam a localização e o número de identificação de todas as parcelas. Os agricultores que perdem mais de 2 ha de terras agrícolas - 53 agricultores: a parte restante das parcelas reservadas para a agricultura serão postas de parte como áreas de reserva. Um agricultor que perca mais de 2 ha de machambas dentro das zonas de impacto irá receber automaticamente 2 ha de terra de substituição (4 unidades) que foram desmatadas e preparadas para o plantio numa das áreas de base (conforme descrito acima). Esta atribuição garante, pelo menos, um nível mínimo de restauração dos meios de subsistência. Se o agricultor precisar de cultivar mais de 2 ha de novas terras, num futuro imediato ou mais longínquo, essas novas terras podem ser-lhe atribuídas numa das áreas de reserva, de acordo com as suas necessidades. Os terrenos nas áreas de reserva não serão desmatados ou preparados para o plantio pelo Projecto. Em vez disso, o Projecto irá fornecer aos agricultores os meios para o fazerem se assim o desejarem. Isto será feito através de um pagamento único em dinheiro - calculado com base numa estimativa do custo da limpeza feita manualmente de um hectare de terra virgem na área de Corumana, multiplicado pela área de terras perdidas na zona de impacto, menos 2 ha 7. Este pagamento restante vai permitir que o próprio agricultor desbrave o seu novo terreno ou que contrate alguém para o fazer. 6 Ex. Subsolagem cruzada, lavoura e gradagem. 7 Inclui o custo da mão-de-obra (usando o salário mínimo para a agricultura) mais o custo das ferramentas e dos materiais necessários. Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 20

26 Por exemplo, um agricultor que perde 3,7 ha de terras agrícolas receberá 4 unidades (2 ha) de terra preparada na área de base, bem como um pagamento residual em dinheiro para os restantes 1,7 ha. Assim, todos os agricultores que perderem mais de 2 ha de terra serão totalmente compensados pela perda das suas machambas e pelas melhorias efectuadas nesses terrenos. Um agricultor que receba o pagamento residual pode usar este valor como melhor entender, de acordo com suas necessidades reais, e não será obrigado a desmatar ou cultivar as novas machambas nas áreas de reserva. Algumas das opções incluem: Receber e desmatar novas parcelas agrícolas dentro de uma área de reserva utilizando mãode-obra familiar ou contratada; Em colaboração com as autoridades comunitárias, desmatar e desenvolver novas parcelas agrícolas noutros locais, por exemplo perto da casa do agricultor, adjacente às outras machambas do agricultor que não foram afectadas pelo Projecto (fora das zonas de impacto), etc. 8 ; ou Utilizar a compensação em dinheiro para outros fins, caso o agricultor não queira desenvolver novas machambas 9. As áreas de reserva serão restringidas aos blocos de terra que se encontram mais distantes das aldeias de reassentamento. A terra nas áreas de reserva será atribuída aos agricultores individuais pelas autoridades comunitárias. Nas reuniões com os grupos de foco, os agricultores mostraram preferência pelo pacote de compensação proposto relacionado com a perda de machambas, já que isto lhes vai permitir restaurar os seus meios de subsistência de acordo com suas necessidades actuais e futuras (em vez de lhes atribuírem terras de substituição que eles podem não vir a precisar). O pacote de compensação será flexível de forma a ter em conta as necessidades específicas dos agricultores individuais, que poderão ser identificados antes e durante a implementação. Armazenamento de produtos agrícolas pós-colheita Um total de 121 famílias que vive actualmente dentro das zonas de impacto serão transferidas para uma das quatro aldeias de reassentamento propostas. Dessas 121 famílias, sessenta e seis têm estruturas para armazenar culturas (principa lmente o milho) após a colheita nas suas parcelas residenciais. As estruturas de armazenamento são compostas por celeiros simples elevados ou por cozinhas/celeiros combinados. Neste ultimo caso, a cozinha encontra-se debaixo do celeiro. O fumo da cozinha ajuda a dissuadir a entrada de pragas (como os gorgulhos) no celeiro. Os celeiros são do tipo tradicional, geralmente construídos com materiais disponíveis localmente, como estacas, cascas de árvores e caniços. Para mitigar a perda dos celeiros, o Projecto irá oferecer às famílias afectadas duas opções de compensação, a saber: Compensação em dinheiro equivalente ao custo de reposição total avaliado do celeiro (sem depreciação). O custo de reposição depende principalmente do tamanho do celeiro e dos materiais utilizados na sua construção. Uma família afectada pode usar a compensação para 8 Alguns agricultores especialmente em Babtine, expressaram a sua preferência por esta opção. 9 O pagamento residual em dinheiro pode ser um meio para algumas famílias diversificarem as suas actividades para além da agricultura. Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 21

27 reconstruir o seu celeiro na sua nova parcela residencial nas novas aldeias de reassentamento, se assim o desejar; e Quantidade suficiente de materiais de construção novos comprados pelo Projecto, transporte dos materiais para o local suportado pelo Projecto, e fundos monetários para cobrir os custos de mão-de-obra para uma família construir um novo celeiro na nova parcela residencial, ou contratar outra pessoa para o fazer (compensação em espécie). Assim, todas as famílias com celeiros dentro da zona de impacto serão compensadas na totalidade pela perda dos seus celeiros. Existem, também, famílias que vivem fora da zona de impacto, mas que possuem machambas dentro das zonas de impacto. A maioria das famílias também tem celeiros nas suas parcelas residenciais. Estas não serão transferidas e continuarão a usar os actuais celeiros Desafios relacionados com a restauração e melhoria dos meios de subsistência Machambas para a produção de culturas A produção agrícola é muito importante para as pessoas que vivem na área de Corumana. Cerca de 90% das famílias têm pelo menos uma machamba. Cerca de três quartos destas famílias contam com as suas machambas para suprir todas, ou a maioria das suas necessidades alimentares, especialmente milho, cultivado por todas as famílias que possuem machambas. A maior parte da produção é consumida pelas famílias - apenas 15% vendem os seus excedentes. A entrega de parcelas agrícolas alternativas aos agricultores afectados em diferentes locais pode não garantir que as famílias beneficiárias consigam atingir na totalidade os mesmos níveis de produção que atingem actualmente nas suas machambas dentro das zonas de impacto e, portanto, serão capazes de, pelo menos, restaurar os seus meios de subsistência. Os solos encontrados nas áreas agrícolas alternativas são geralmente semelhantes aos encontrados nas machambas afectadas dentro das zonas de impacto, uma vez que derivam do mesmo tipo de materiais (por exemplo, pedr as). A fertilidade dos solos é semelhante, mas os solos nas áreas alternativas são menos adequados para a agricultura em termos de inclinação, profundidade do solo, presença de pedras, teor de argila e capacidade de retenção de água do solo, entre outros. Deste modo, as áreas alternativas têm um potencial de produção mais baixo do que as machambas afectadas que se encontram dentro da zona de impacto. Reconhece-se que as áreas mais adequadas para a agricultura na área da Corumana já foram atribuídas a pessoase que quaisquer terrenos disponíveis na área, particularmente os que se encontram próximo das aldeias de reassentamento propostas, têm, de forma geral, condições menos favoráveis. Uma vez que, na maioria dos casos, não é possível oferecer aos agricultores terrenos de substituição que tenham, no mínimo, a mesma qualidade das machambas afectadas, serão desenvolvidas e implementadas outras medidas para restaurar ou aumentar a produtividade. Durante o verão, as águas correm em direcção à albufeira de Corumana e o nível da água sobe. Durante o inverno, abrem-se as comportas e o nível de água desce, ficando para trás a humidade residual no solo ao longo da margem da albufeira à medida que a água recua. Alguns agricultores aproveitam esta humidade residual para prolongar o período vegetativo das culturas e aumentar a produtividade agricultura de recessão. No entanto, a agricultura de recessão das cheias é oportunista e arriscada. Em determinados anos, o nível de água da albufeira diminui substancialmente, levando a que haja menos, ou nenhuma, humidade residual no solo. Nesses anos, os rendimentos das culturas são desfavoráveis. Noutros anos, o nível da água sobe acima do nível das Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 22

28 machambas de recessão e inunda as culturas, levando a que não haja produção, ou a que esta seja reduzida, porque as colheitas ficam danificadas ou destruídas. Assim, o contributo da agricultura de recessão para os meios de subsistência das famílias na área do Projecto pode não ser tão significativo ou sustentável como muitas vezes se quer acreditar. Considera-se que setenta e cinco (40%) de todas as machambas afectadas, principalmente na área de Chavane, são machambas com culturas de recessão. Sessenta e cinco (58%) de todos os agricultores afectados têm acesso a pelo menos uma machamba com culturas de recessão. Não é possível reproduzir a agricultura de recessão das cheias fora das zonas de impacto e é um desafio tentar identificar e implementar alternativas viáveis equivalentes na área do Projecto. Medidas alternativas para compensar a perda dos benefícios da agricultura de recessão terão de ser desenvolvidas e implementadas. Mesmo se não existisse o Projecto e a necessidade de substituir as machambas afectadas por novos locais, os rendimentos das colheitas e a produtividade na área de Corumana são baixos. Em parte, isto deve-se a restrições naturais, como chuvas fracas e irregulares, invasão de pragas, etc., mas essencialmente deve-se aos baixos níveis de produtividade e métodos de produção inadequados utilizados por quase todos os agricultores. Em suma, algumas das principais restrições associadas à agricultura na área são as seguintes: Escassez de mão-de-obra familiar e/ou tracção animal e/ou tractor de tracção mecânica; Utilização de variedades de culturas de baixo rendimento e falta de conhecimento sobre variedades melhoradas e/ou acesso a estas; Falta de capital para adquirir alfaias agrícolas adequadas, sementes, fertilizantes, pesticidas, etc. e a competência necessária para saber utilizá-los 10 ; e Métodos inadequados ou inapropriados de preparação e gestão da terra 11 devido à falta de conhecimentos nesse domínio. Se os agricultores afectados continuarem a cultivar as machambas de substituição com os métodos e práticas actuais, existe o risco de não conseguirem alcançar os seus rendimentos e níveis de produção actuais e, portanto, poderem restaurar, no mínimo, os meios de subsistência provenientes da agricultura. É muito importante ajudar os agricultores a diminuir os constrangimentos que enfrentam actualmente. Armazenamento pós-colheita dos produtos agrícolas Se as famílias deslocadas conseguirem construir os seus celeiros usando a compensação disponibilizada, não existirá qualquer tipo de impacto nos meios de subsistência das famílias provocado pela deslocação dos celeiros, ou então este será mínimo. Existem actualmente perdas bastante significativas dos produtos agrícolas que são armazenados nos celeiros existentes (tradicionais) na área de Corumana. Estas ocorrem devido ao consumo ou destruição por pragas, como gorgulhos e ratos. Isto ocorre principalmente devido à estrutura dos celeiros e ao tipo de materiais de construção utilizados. A maioria das famílias não tem conhecimento 10 Cerca de 70% dos agricultores usam sementes guardadas da colheita anterior e o uso de fertilizantes é insignificante (menos de 2% dos agricultores). 11 Por exemplo: método de plantio, profundidade de plantio, espaçamento e densidade de sementes, controlo de ervas daninhas, etc. Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 23

29 dos produtos químicos disponíveis para matar ou dissuadir as pragas ou, se o têm, não sabem onde adquirir esses químicos, ou não têm como pagá-los. A perda de quantidades por vezes significativas de produtos, reduz a quantidade de alimentos disponíveis para a família e/ou a possibilidade de obter rendimentos através da venda dos produtos, de forma a poder melhorar os meios de subsistência das famílias. Assim, o projecto oferece uma oportunidade para ajudar as famílias a melhorar o armazenamento pós-colheita, reduzir as perdas e melhorar a segurança alimentar e os meios de subsistência Medidas propostas para a restauração e melhoria dos meios de subsistência Objectivo da componente O objectivo da componente agrícola do PRMS é fazer com que os agricultores afectados pelo projecto sejam auxiliados nos seus esforços para melhorar os seus padrões de vida, ou pelo menos para os restaurar aos níveis prevalecentes antes do início da implementação do Projecto, em termos de produção, rendimentos e outros benefícios derivados da agricultura em terrenos de substituição fora das zonas de impacto, no menor tempo possível. Este objectivo será alcançado através de uma variedade de medidas para intensificar a produção agrícola em terras áridas e melhorar as práticas e tecnologias agrícolas, incluindo o armazenamento pós-colheita. O principal grupo-alvo inclui todos os agricultores afectados pelo projecto que vão desenvolver novas machambas nas áreas agrícolas alternativas. No entanto, este programa não se deve limitar apenas a estas famílias, e pode ser estendido a outros agricultores dentro das comunidades mais alargadas que não possuem campos afectados pelo Projecto. As práticas agrícolas actuais provêm de hábitos e tradições arraigadas ao longo do tempo. Os resultados propostos só serão alcançados através de acções conjuntas como campanhas de sensibilização, formação e apoio material. Pode fazer-se a demonstração de métodos melhorados e mais apropriados que incentivam à mudança voluntária, e que são aprovados pelos Serviços Distritais de Actividades Económicas (SDAE) de Moamba, para mostrar aos agricultores que é possível obter resultados mais favoráveis. Extensão agrícola O Projecto irá apoiar o aperfeiçoamento das competências agrícolas dos agricultores afectados através de várias abordagens de extensão e formação. O apoio será disponibilizado principalmente por uma Equipa de Apoio à Agricultura, composta por um especialista que vai dar formação na área agrícola (em tempo parcial), um agrónomo (em tempo parcial) e pelo menos dois profissionais em extensão agrícola a tempo inteiro (um homem e uma mulher) que vão trabalhar em colaboração com a equipa de extensão rural da SDAE na Moamba, entidade responsável pela área de Corumana. A responsabilidade geral pelo planeamento, implementação e monitorização da componente é da competência do ESSP, especificamente do Especialista em Reassentamento. Além da componente de formação, a equipa de formação do Projecto será responsável por avaliar as necessidades de formação dos agricultores (de forma participativa), definir os planos de formação, preparar auxílios à formação, ajudar os agricultores a organizar uma ou mais associações de agricultores, dar formação aos chefes das associações sobre como gerir eficazmente as organizações, adquirir e distribuir insumos e alfaias agrícolas, monitorar e apresentar relatórios sobre os progressos Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 24

30 da implementação, grau de adopção dos novos conhecimentos e tecnologia, bem como os resultados no que diz respeito aos níveis de produtividade e produção. Prevê-se que esta componente desenvolva parcelas experimentais como veículo principal para a capacitação dos agricultores, que pode ser em machambas atribuídas a um ou mais agricultores individuais nos vários blocos agrícolas (de forma voluntária), ou em parcelas especificamente reservadas nos blocos agrícolas para capacitação. A formação em desenvolvimento de competências incluirá, mas não deve se limitará às práticas de gestão de terras e culturas, tais como: lavra mínima; colheita precoce; lavoura seguindo as curvas de nível e lavoura de amontoa; controlo de erosão; aplicação de cobertura morta; data de plantio; densidade de plantio; profundidade de plantio; estrume, adubo e aplicação de pesticidas; e controlo de ervas daninhas. Vão ser tomadas medidas específicas para assegurar a participação e o envolvimento dos grupos vulneráveis, como mulheres, pessoas idosas e deficientes. Insumos agrícolas O Projecto vai também apoiar a promoção de insumos e de variedades de culturas apropriadas, como sementes certificadas, fertilizantes e pesticidas, e disponibilizará a formação e o aconselhamento necessários relativamente a estas questões. Para a primeira campanha agrícola nas machambas de substituição, o Projecto irá fornecer a cada agricultor seleccionado insumos básicos, como sementes certificadas, fertilizantes e pesticidas, para uma área de até um hectare. Alfaias agrícolas A equipa de apoio irá demonstrar e incentivar o uso de alfaias eficazes e de baixo custo que sejam apropriadas aos pequenos agricultores e que já demonstraram ser possível diminuir os requisitos de mão-de-obra e aumentar a produtividade. Alguns destes instrumentos foram desenvolvidos na região do sul de África e incluem semeadores de tracção humana ou animal, aplicadores de fertilizantes e aplicadores de fertilizante/semeador combinados, bem como pulverizadores dorsais para aplicação de pesticidas, etc. 12. Pode ver-se um exemplo de um semeador/aplicador de fertilizante combinado de tracção humana na Figura 4. Figura 4 Exemplo de um semeador/aplicador de fertilizante combinado de tracção humana 12 O custo destas alfaias agrícolas varia entre cerca de USD 320 (pulverizador dorsal) e USD 430 (semeador/aplicador de fertilizante combinado de tracção humana). Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 25

31 O Projecto pretende adquirir algumas destas alfaias agrícolas e fazer uma demonstração nas parcelas experimentais de como usá-las, bem como dos seus benefícios. Dependendo da reacção dos agricultores, o Projecto pode facilitar o contacto entre os agricultores interessados e os fornecedores, apoiar o processo de entrega das alfaias nas machambas e dar formação no domínio do uso e manutenção das alfaias. O Projecto também pode ajudar as pessoas que desejarem adquirir alfaias agrícolas e contratar serviços de plantio, etc., a outros agricultores como actividade de geração de rendimentos. Armazenamento pós-colheita Para reduzir as perdas que ocorrem actualmente nos celeiros tradicionais durante o armazenamento, o Projecto irá demonstrar e incentivar a utilização de tipos de celeiros melhorados. Foram desenvolvidos e testados celeiros eficazes e de baixo custo na região sul de África. Em Moçambique, por exemplo, o Programa Integrado para a Segurança Alimentar em Sofala desenvolveu um celeiro denominado Celeiro Tipo Gorongosa para pequenos agricultores, que utilizam materiais convencionais e locais (Figura 5) 13. O celeiro pode ser construído por trabalhadores locais e foi concebido para resistir às invasões de pragas de insectos e de roedores, e assim garantir a integridade dos cereais armazenados. Evita a condensação, o que permite guardar melhor os cereais, e também é à prova de incêndio. Um celeiro desta natureza permite que um agricultor possa vender os seus produtos fora da temporada pós-colheita habitual, conseguindo, assim, obter um preço melhor. De forma geral, é possível pagar o celeiro no prazo de um ano 14. O celeiro tem uma vida útil de pelo menos 20 anos e requer uma manutenção mínima. Figura 5 Celeiro Tipo Gorongosa O Projecto vai cobrir o custo de construção de um número reduzido de celeiros para efeitos de demonstração nas parcelas residenciais dos voluntários. As famílias que desejarem construir os seus próprios celeiros serão ensinadas pela equipa de apoio a construí-los. O Projecto também pode ensinar os aspirantes a artesãos que queiram constituir pequenas empresas com base na construção destes celeiros. 13 Ex. tijolos de barro para as paredes cilíndricas e alvenaria para a base e cobertura superior. 14 O custo de construção ronda os USD 70. Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 26

32 Garantia de Regime de Propriedade Para garantir que os agricultores sejam os proprietários legais das novas parcelas agrícolas na área de base, o Projecto irá facilitar a aquisição de DUATs destas novas parcelas agrícolas. O Projecto irá cobrir os custos envolvidos neste processo. Resultados e actividades principais Uma matriz simplificada do quadro lógico para a componente agrícola encontra-se na Tabela 3 Lógica de intervenção Objectivo do PRMS Objectivo da Componente Tabela 3 Matriz simplificada do quadro lógico para a componente agrícola Lógica de intervenção Os meios de subsistência das famílias afectadas pelo projecto são melhorados, ou pelo menos restaurados, no menor tempo possível após a deslocação física e/ou económica Os níveis de produção, os rendimentos e outros benefícios derivados das culturas das famílias afectadas pelo projecto aumentam ou, pelo menos, são restaurados para os níveis prevalecentes antes do início da implementação do projecto, no menor espaço de tempo Resultados 1 Agricultores adoptam novos conhecimentos e tecnologias 2 Agricultores utilizam variedades e insumos mais apropriados 3 Agricultores utilizam implementos de substituição da mãode-obra mais adequados Indicadores objectivamente verificáveis Melhoria definida dos rendimentos e da segurança alimentar da família Aumento verificável da produtividade por hectare Aumento verificável da produção por agricultor Aumento verificável em % dos produtos vendidos Redução comprovada nas perdas póscolheita # Verificável de agricultores aplicam métodos de cultivo recomendados (sementeira em camalhões, densidade de plantação, profundidade de plantio, etc.) # Verificável de agricultores utilizam sementes, fertilizantes recomendados, etc. # Verificável de agricultores utilizam alfaias agrícolas recomendadas (plantadores, etc.) Meios de verificação Levantamento anual de todas as famílias afectadas pelo projecto Levantamentos anuais dos agricultores Auto-avaliação feita pelos participantes (anual) Levantamentos anuais dos agricultores Relatórios mensais de progresso e monitorização da equipa de extensão agrícola Pressupostos O aumento da produção de culturas contribui significativamente para a segurança alimentar e rendimentos das famílias. Os terrenos agrícolas alternativos que são entregues, desmatados e preparados de acordo com o PR Os agricultores continuam a cultivar Condições climáticas favoráveis Não há grandes infestações de pragas Existe trabalho suficiente para a família Os agricultores continuam a usar sementes certificadas, Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 27

33 Lógica de intervenção Actividades principais Lógica de intervenção 4 Agricultores usam métodos melhorados de armazenamento pós-colheita 5 Maior segurança da posse da terra 1.1 Introduzir e promover a componente agrícola no seio dos agricultores afectados 1.2 Efectuar avaliações das necessidades de formação e preparar planos de formação 1.3 Organizar o envolvimento dos técnicos do governo distrital (contrapartes) 1.4 Capacitar as contrapartes do Projecto e do Governo Distrital quando necessário (fora do local) 1.5 Organizar e capacitar associações de agricultores 1.6 Desenvolver machambas experimentais 1.7 Capacitar os agricultores (demonstrações, dias de campo, etc.) 1.8 Monitorar a aplicação dos conhecimentos adquiridos pelos agricultores 2.1 Determinar os tipos e quantidades de insumos (sementes, fertilizantes, etc.) necessários para os pacotes iniciais para o primeiro ano 2.2 Comprar e distribuir os pacotes iniciais Indicadores objectivamente verificáveis # Verificável de agricultores utilizam celeiros melhorados # Verificável de agricultores com DUATs das suas machambas Meios de verificação Pressupostos fertilizantes, etc. após a primeira campanha Existe acesso aos mercados As vendas de produção excedente cobrem os custos dos insumos Os agricultores têm acesso a fundos para adquirir alfaias agrícolas melhores, construir celeiros, etc. São feitas operações de manutenção às alfaias agrícolas A participação dos técnicos do governo distrital ocorre efectivamente As associações dos agricultores funcionam de forma eficaz Os agricultores podem e querem participar Os agricultores estão dispostos a disponibilizar terrenos para demonstrações Os insumos, materiais, etc. apropriados, estão prontamente disponíveis O serviço de extensão agrícola continua a satisfazer a evolução das necessidades dos agricultores Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 28

34 Lógica de intervenção Lógica de intervenção 2.3 Monitorar a adopção e o uso de insumos pelos agricultores 3.1 Identificar alfaias agrícolas melhoradas 3.2 Capacitar os extensionistas na utilização das alfaias (fora do local) 3.3 Comprar alfaias para fazer demonstrações 3.4 Demonstrar como se usam as alfaias 3.5 Apoiar os agricultores na compra das alfaias 3.6 Monitorar a adopção e a utilização de alfaias melhoradas pelos agricultores 4.1 Investigar tipos de celeiros melhorados 4.2 Capacitar os extensionistas agrícolas e os agricultores mais influentes no domínio de construção de celeiros (fora do local) 4.3 Adquirir materiais de construção 4.4 Capacitar os agricultores na área de construção de celeiros (demonstrações, etc.) 4.5 Ajudar os agricultores a construir celeiros melhorados 4.6 Monitorar a adopção e o uso de celeiros pelos agricultores 5.1 Identificar e delinear áreas necessárias (Governo distrital) 5.2 Apresentar solicitações ao governo distrital 5.3 Consulta às comunidades 5.4 Afixar avisos ao público (30 dias) 5.5 Obter recomendação do Administrador Distrital 5.6 Pagar taxas 5.7 Obter autorização provisória - eventualmente autorização final Indicadores objectivamente verificáveis Meios de verificação Pressupostos Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 29

35 5.6 COMPONENTE DAS MACHAMBAS HORTÍCOLAS Antecedentes Estima-se que cerca de 40% das famílias da região de Corumana cultivem produtos hortícolas. Estes produtos são principalmente cultivados em pequenas machambas nas terras baixas e na zona dos campos com culturas de recessão situadas ao longo das margens da albufeira de Corumana. Os agricultores aproveitam a humidade residual do solo junto às margens, mas também irrigam as culturas à mão. O Projecto identificou 78 famílias das 206 famílias afectadas pelo projecto que produzem produtos hortícolas em machambas dentro das zonas de impacto. Algumas dessas famílias vivem dentro das zonas de impacto do Projecto (e serão transferidas para uma das quatro novas aldeias de reassentamento). Todos eles cultivam os produtos hortícolas em zonas das machambas que estão dentro das zonas de impacto. Não existem machambas hortícolas nas suas parcelas residenciais. As restantes famílias que produzem produtos hortícolas nas suas machambas que estão dentro zonas de impacto vivem fora da zona de impacto (e não serão deslocadas). A compensação pela perda de machambas utilizadas para produzir hortícolas dentro das zonas de impacto é abrangida pela compensação em espécie que vai ser disponibilizada pela perda das próprias machambas ou seja, machambas de substituição fora das zonas de impacto. Quanto às culturas em condições de colheita, o projecto pagará uma compensação em dinheiro pela perda de produtos hortícolas que estão a crescer nas machambas no momento da aquisição efectiva Desafios relacionados com a restauração e melhoria dos meios de subsistência Os produtos hortícolas são um importante factor para suprir as necessidades nutricionais da população. No entanto, menos da metade das famílias da região de Corumana cultivam produtos hortícolas e, geralmente, só são cultivados em quantidades muito pequenas. A variedade de produtos hortícolas cultivados também é restrita principalmente tomates e cebolas. Uma grande parte das pequenas quantidades de produtos hortícolas que está à venda na área vem de fora dessa área, ex. Sábiè Sede, Maputo e África do Sul. De forma geral, as terras agrícolas de substituição que vão ser entregues aos agricultores afectados, e que se encontram fora das zonas de impacto, nem sempre têm as mesmas características das terras utilizadas actualmente dentro das zonas de impacto e que são essenciais para produzir hortícolas. É muito pouco provável que se possam reproduzir os mesmos níveis de produção nas machambas de substituição. Um dos desafios é identificar e implementar alternativas que possam restaurar e melhorar a produção de hortícolas que se verifica actualmente dentro das zonas de impacto. Um outro possível desafio será conseguir fazer face à escassez geral e à variedade limitada de produtos hortícolas frescos na zona de Corumana, factor que contribui para a insegurança alimentar, níveis baixos de nutrição, bem como níveis baixos de rendimento familiar da população em geral. Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 30

36 5.6.3 Medidas propostas para a restauração e melhoria dos meios de subsistência Objectivo da componente O objectivo da componente das machambas hortícolas do PRMS é fazer com que as famílias afectadas pelo projecto sejam auxiliadas nos seus esforços para melhorar os seus padrões de vida, ou pelo menos para os restaurar aos níveis prevalecentes antes do início da implementação do Projecto, em termos de produção, rendimentos e outros benefícios provenientes da produção de vegetais, no menor tempo possível. Isto será alcançado através de uma variedade de medidas para incentivar e desenvolver (de forma voluntária) pequenas machambas hortícolas nas parcelas residenciais (machambas no quintal), bem como através da aquisição de melhores práticas e tecnologias no que toca a produção de hortícolas. O principal grupo-alvo serão todas as famílias afectadas que perdem machambas de hortícolas dentro das zonas de impacto, bem como as demais famílias afectadas pelo projecto que actualmente não cultivam vegetais mas desejam fazê-lo. Para além disso, será tomada em consideração a hipótese de incluir no programa famílias não afectadas no seio das comunidades mais alargadas se isso for solicitado pelas famílias ou por comunidades individuais. A ideia é promover a segurança alimentar e melhorar o estado nutricional do maior número de famílias possível. Canteiros para produção de hortícolas no quintal O Projecto vai desenvolver canteiros para produção de hortícolas nas parcelas residenciais de todas as famílias afectadas pelo projecto se estas quiserem participar. Isto incluirá as novas parcelas residenciais das famílias que vão ser deslocadas fisicamente para as novas aldeias de reassentamento. Fazer os canteiros nas parcelas residenciais tem vantagens, pois torna-se mais fácil mantê-los, e em termos de segurança evita roubos e danos causados por animais. O grande desafio, no entanto, é a disponibilidade de solos adequados e de água. Vários tipos de canteiros no quintal foram desenvolvidos e implementados em toda a zona sul de África. A Figura 6 exemplifica uma possível opção. Este tipo de canteiro consiste numa vala com cerca de 0,6 m de profundidade, 1 m de largura e de comprimento variável. A vala é preenchida com compostos orgânicos, detritos biodegradáveis e uma camada superficial do solo de boa qualidade. Um canteiro com uma área de 20 m 2 pode providenciar produtos hortícolas suficientes para uma família (5 pessoas) ao longo do ano A rega é geralmente feita à mão e, quando há pouca água, podem utilizar-se métodos de poupança de água, que incluem, por exemplo, recipientes de plástico com pequenos orifícios e potes de argila. Estes são enterrados no solo e irrigam os solos lentamente, conservando, deste modo, a água. Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 31

37 Figura 6 Exemplo de um canteiro O projecto vai investigar os vários tipos de canteiros que existem e vai seleccionar o mais adequado para a área do Projecto. Cada uma das famílias participantes vai receber um canteiro com 10 m 2 que está preparada para receber sementes ou mudas. Em algumas das aldeias de reassentamento propostas, o solo pode não ser adequado para fazer canteiros (por exemplo, pedras na superfície e subsuperficiais). Nesses casos, o Projecto irá importar de locais próximos a camada superficial do solo adequada. Cada uma das casas para as famílias reassentadas nas novas aldeias vai ter um tanque de água de litros para colectar a água da chuva que cai dos telhados das casas. Nas parcelas residenciais, a água destes tanques podem ser usada para regar os canteiros. Os canteiros serão feitos pelo empreiteiro contratado pelo Projecto para esse fim. Instrumentos e insumos para a produção de hortícolas O Projecto irá entregar instrumentos básicos para jardinagem (por exemplo, pá, enxada, etc.) a cada família participante. O projecto também vai dar a cada família um pequeno pacote inicial com sementes e fertilizantes em quantidade suficiente para o primeiro plantio. Para além disso, o Projecto vai investigar formas através das quais os empreendedores locais possam armazenar sementes e outros insumos para garantir que estes estejam sempre disponíveis quando as famílias participantes precisarem deles. Quando se mostrar necessário, o projecto ajudará os empreendedores a fazer um stock de sementes e insumos. Formação O Projecto irá apoiar a melhoria das capacidades de produção de hortícolas das famílias participantes através de várias abordagens de formação e extensão. O apoio será principalmente prestado por uma Equipa de Apoio à Agricultura. De modo geral, o planeamento, implementação e monitorização da componente será da inteira responsabilidade do ESSP, mais especificamente do Especialista em Reassentamento. Está previsto que a componente desenvolva as machambas experimentais que vão servir como o principal veículo de formação. A formação em matéria de desenvolvimento de competências incluirá, Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 32

38 mas não se limitará a: desenvolvimento e manutenção das machambas hortícolas; selecção de variedades; produção de mudas; plantação; aplicação de estrume, fertilizantes e pesticidas; rega; e colheita. Serão implementadas medidas específicas para assegurar a participação e o envolvimento dos grupos vulneráveis, como mulheres, pessoas idosas e deficientes. A equipa de apoio será responsável por monitorar continuamente a adopção das novas competências e tecnologias. Resultados e actividades principais Uma matriz simplificada do quadro lógico para a componente das machambas hortícolas encontra-se na Tabela 4. Tabela 4 Matriz simplificada do quadro lógico para a componente das machambas hortícolas Lógica de intervenção Objectivo do PRMS Objectivo da Componente Lógica de intervenção Os meios de subsistência das famílias afectadas pelo projecto são melhorados, ou pelo menos restaurados, no menor tempo possível após a deslocação física e/ou económica Os níveis de produção, rendimentos e outros benefícios derivados da produção de hortícolas das famílias afectadas pelo projecto aumentam ou, pelo menos, são restaurados para os níveis prevalecentes antes do início da implementação do projecto, no menor espaço de tempo Resultados 1 As machambas hortícolas de substituição são desenvolvidas nas parcelas residenciais (machambas no quintal) 2 As famílias participantes estão a usar os utensílios básicos adequados Indicadores objectivamente verificáveis Melhoria definida dos rendimentos e da segurança alimentar da família Aumento verificável da produtividade por hectare Aumento verificável da produção por agricultor Aumento verificável em % dos produtos vendidos # Verificável de machambas no quintal usadas para produção de hortícolas por ano # Verificável de famílias que cultivam hortícolas nas machambas do quintal por ano # Verificável de famílias estão a usar os utensílios recomendados Meios de verificação Levantamento anual de todas as famílias afectadas pelo projecto Levantamentos anuais dos participantes Auto-avaliação feita pelos participantes (anual) Levantamentos anuais dos participantes Levantamentos anuais dos fornecedores de sementes locais Relatórios mensais de progresso e monitorização da equipa de extensão agrícola Pressupostos O aumento da produção de produtos hortícolas contribui significativamente para a segurança alimentar e rendimentos das famílias. As famílias continuam a cultivar produtos hortícolas As machambas hortícolas são cuidadas A quantidade de água disponível é adequada Os participantes continuam a usar sementes certificadas, fertilizantes, etc. Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 33

39 Lógica de intervenção Actividades principais Lógica de intervenção 3 Fornecimentos mais regulares de sementes e outros insumos 4 As famílias participantes adoptam novas competências e tecnologias para produzir hortícolas 1.1 Seleccionar o tipo de machamba hortícola a desenvolver 1.2 Incentivar a componente de machamba hortícola 1.3 Identificar e organizar as famílias participantes 1.4 Seleccionar locais para machambas hortícolas nas parcelas residenciais 1.5 Supervisão da preparação das machambas hortícolas feita por um empreiteiro 1.6 Supervisionar a construção de cercas simples feitas pelos proprietários à volta das machambas hortícolas 1.7 Monitorar a forma como as machambas são usadas 2.1 Determinar os tipos e as quantidades de utensílios necessários 2.2 Adquirir e distribuir os utensílios 2.3 Monitorar a forma como os utensílios são utilizados 3.1 Determinar os tipos e as quantidades de sementes necessárias para os pacotes iniciais 3.2 Comprar e distribuir os pacotes iniciais 3.3 Investigar formas de ajudar os empresários locais a armazenar sementes e outros insumos Indicadores objectivamente verificáveis # Verificável de famílias que conseguem obter sementes e insumos atempadamente # Verificável de famílias que adoptam métodos recomendados (produção de mudas, compostagem, plantio, rega, etc.) Meios de verificação Pressupostos As vendas de produção excedente cobrem os custos dos insumos Existe acesso aos mercados As famílias podem e querem participar Empresários locais estão interessados em armazenar sementes, insumos, etc. Os agricultores estão dispostos As famílias estão dispostas a disponibilizar terrenos/machambas para demonstrações Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 34

40 Lógica de intervenção Lógica de intervenção 3.4 Ajudar os empresários a armazenar sementes, etc. 3.5 Monitorar a disponibilidade e utilização de sementes, etc. 4.1 Dar formação aos extensionistas 4.2 Organizar os materiais e insumos para a formação 4.3 Capacitar os participantes na produção de hortícolas (machambas experimentais) 4.4 Monitorar a aplicação dos conhecimentos adquiridos pelos agricultores Indicadores objectivamente verificáveis Meios de verificação Pressupostos 5.7 COMPONENTE DAS ÁRVORES DE FRUTA Antecedentes As famílias na área de Corumana possuem uma variedade de árvores de fruta que são principalmente utilizadas para consumo doméstico. De forma geral, este tipo de árvores encontra-se ao redor ou nas residências dos seus proprietários, mas também nas proximidades das suas machambas, e incluem árvores de fruta selvagens, sendo o canhoeiro (ou marula) (Sclerocarya birrea) a mais importante e valiosa. Um total de árvores de importância económica, pertencentes a 119 famílias, foi identificado nas zonas de impacto do projecto 15. Cerca de 84% dessas famílias vivem dentro das zonas de impacto e serão transferidas para as novas aldeias de reassentamento. Uma árvore é um bem com um tempo de vida limitado. Oferece benefícios (por exemplo, fruta, madeira ou sombra) durante um período de tempo limitado antes de morrer ou ser destruída (e deixando, portanto, de ser um bem). Para as famílias afectadas, a perda de árvores dentro das zonas de impacto representa a perda de benefícios actuais e futuros durante o resto do tempo de vida produtiva das árvores. O Projecto irá pagar uma compensação em dinheiro aos proprietários das árvores de fruta pela perda dos seus futuros benefícios. Para cada tipo de árvore, calcula-se o valor de mercado dos benefícios 15 Estas árvores também incluem algumas espécies que não são árvores de fruta (por exemplo, usadas para madeira). Também têm um valor económico e, para efeitos do PRMS, são tratadas como árvores de fruta. Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 35

41 (por exemplo, fruta) produzidos pela árvore ao longo da sua vida produtiva média (ou seja, os anos produtivos) 16. A compensação irá variar de acordo com o tipo (espécie) da árvore. Deste modo, todos os proprietários de árvores dentro das zonas de impacto serão compensados na totalidade pela perda dos benefícios futuros das suas árvores Desafios relacionados com a restauração e melhoria dos meios de subsistência De forma geral, as famílias plantam mudas de árvores periodicamente, através dos seus próprios recursos, para substituir as árvores que eventualmente envelhecem e começam a produzir menos frutos. Devido à perda das suas árvores dentro da zona de impacto, prevê-se que os seus proprietários também venham a plantar mudas de substituição nas suas novas parcelas residenciais (isto no caso das famílias que vão ser reassentadas) ou nas suas actuais parcelas residenciais (no caso das famílias que não vão ser transferidas). Em teoria, uma família que recebe uma compensação em dinheiro pela perda de árvores pode utilizar esses recursos para comprar frutas de outras fontes enquanto as árvores recém-plantadas não começam a produzir em pleno. Assim, não existirá qualquer tipo de impacto, ou este será mínimo, nos meios de subsistência da família. No entanto, é possível que as famílias afectadas tenham dificuldade em propagar ou comprar mudas novas, particularmente no que diz respeito às espécies de frutos silvestres 17. Isto pode eventualmente ter um impacto negativo nos meios de subsistência da família. Um dos desafios é identificar e implementar medidas que ajudem as famílias afectadas a substituir as árvores produtivas no menor tempo possível. Outro desafio é aumentar a quantidade e a qualidade da fruta, bem como outros benefícios providenciados pelas árvores Medidas propostas para a restauração e melhoria dos meios de subsistência Objectivo da componente O objectivo da componente das árvores de fruta do PRMS é fazer com que as famílias afectadas pelo projecto sejam auxiliados nos seus esforços para melhorar os seus padrões de vida, ou pelo menos para os restaurar aos níveis prevalecentes antes do início da implementação do Projecto, em termos de produção, rendimentos e outros benefícios provenientes das árvores de fruta, no menor espaço de tempo. Este objectivo poderá ser alcançado através de uma série de medidas que visam incentivar e desenvolver (de forma voluntária) novas árvores de fruta para substituir aquelas que se encontram dentro da zona de impacto (permitindo que a produção de frutas se mantenha nos próximos anos). Estas medidas incluem, também, práticas melhoradas de como cuidar e preservar as árvores. O principal grupo-alvo são as famílias afectadas pelo projecto que perdem árvores de fruta dentro das zonas de impacto. 16 Na realidade, algumas das árvores afectadas são velhas e estão próximas do fim dos seus tempos de vida produtiva. Comparativamente às árvores mais jovens, a perda de benefícios futuros dessas árvores mais antigas é baixa e, portanto, a compensação deve ser menor do que para as árvores mais jovens. No entanto, é difícil determinar a perda real de benefícios futuros relativamente a cada uma dessas árvores. Assim, a compensação será calculada em função da totalidade do tempo de vida produtiva das árvores. 17 Ex. devido à falta de material de plantação (por exemplo, sementes) e de experiência prévia em propagação, ou devido à falta de fundos e acesso aos produtores de mudas para comprar mudas. Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 36

42 Desenvolvimento de árvores de fruta As árvores serão substituídas numa base comparável, de acordo com as possibilidades. No entanto, isto pode não ser possível no que diz respeito a algumas das espécies indígenas, e é provável que se tenham que fornecer árvores alternativas que sejam acessíveis e adequadas. O projecto irá seleccionar as variedades mais adequadas e encomendar mudas junto de fornecedores em Moçambique e/ou na África do Sul, dependendo da disponibilidade. Uma vez adquiridas, as mudas serão distribuídas pelas famílias seleccionadas. Serão entregues duas mudas pela perda de uma árvore dentro das zonas de impacto. A equipa de apoio à agricultura irá supervisionar as famílias participantes durante a escavação dos buracos e a plantação das árvores. Caso seja necessário, será prestada ajuda às famílias vulneráveis. Formação Quando as árvores de fruta já tiverem sido plantadas, a equipa de apoio irá capacitar as famílias participantes quanto aos cuidados a terem com as novas mudas de árvores de fruta, bem como a melhor forma de as preservar. A equipa de apoio será responsável por monitorar continuamente a adopção das novas competências e tecnologias. Resultados e actividades principais Uma matriz simplificada do quadro lógico para a componente das árvores de fruta encontra-se na Tabela 5. Tabela 5 Matriz simplificada do quadro lógico para a componente das árvores de fruta Lógica de intervenção Objectivo do PRMS Objectivo da Componente Lógica de intervenção Os meios de subsistência das famílias afectadas pelo projecto são melhorados, ou pelo menos restaurados, no menor tempo possível após a deslocação física e/ou económica Os níveis de produção, rendimentos e outros benefícios derivados das árvores de fruta das famílias afectadas pelo projecto aumentam ou, pelo menos, são restaurados para os níveis prevalecentes antes do início da implementação do projecto, no menor espaço de tempo Indicadores objectivamente verificáveis Melhoria definida dos rendimentos e da segurança alimentar da família Aumento verificável da produtividade Aumento verificável da produção por proprietário Aumento em % dos produtos vendidos Meios de verificação Levantamento anual de todas as famílias afectadas pelo projecto Levantamentos anuais das árvores de fruta Auto-avaliação feita pelos proprietários (anual) Pressupostos O aumento da produção de fruta contribui significativamente para a segurança alimentar e rendimentos das famílias. Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 37

43 Lógica de intervenção Lógica de intervenção Resultados 1 Árvores de fruta plantadas com sucesso substituem as árvores existentes nos terrenos adquiridos pelo Projecto Actividades principais 2 Os proprietários das árvores estão a usar os novos conhecimentos na preservação das árvores 1.1 Organizar famílias seleccionadas (proprietários das árvores de fruta afectadas) 1.2 Investigar e seleccionar variedades adequadas 1.3 Determinar os tipos e as quantidades de mudas de árvores necessárias 1.4 Identificar fornecedores, adquirir mudas e entrega-las às famílias seleccionadas 1.5 Supervisionar as famílias participantes durante a escavação dos buracos e a plantação das mudas das árvores 1.6 Supervisionar os proprietários quando constroem pequenas cercas para proteger as mudas 1.7 Monitorar o crescimento das árvores de fruta 2.1 Capacitar os participantes nos cuidados e manutenção das árvores de fruta Indicadores objectivamente verificáveis # Verificável de árvores que são plantadas # Verificável de mudas de árvores que ainda sobrevivem # Verificável de proprietários de árvores com mudas de árvores que ainda sobrevivem # Verificável de proprietários que adoptam métodos recomendados Meios de verificação Levantamentos anuais dos proprietários das árvores Relatórios mensais de progresso e monitorização da equipa extensionista Pressupostos As novas árvores estão a ser preservadas A quantidade de água disponível é adequada Existe acesso aos mercados de fruta As famílias podem e querem participar Existem quantidades suficientes de variedades apropriadas de mudas de árvores Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 38

44 Lógica de intervenção Lógica de intervenção 2.2 Monitorar a aplicação dos conhecimentos adquiridos relativos aos cuidados e preservação das árvores de fruta Indicadores objectivamente verificáveis Meios de verificação Pressupostos 5.8 COMPONENTE DAS FLORESTAS COMUNITÁRIAS Antecedentes Os levantamentos socioeconómicos revelaram que mais de 90% das famílias afectadas pelo projecto utilizam as árvores indígenas nas áreas circundantes (floresta natural) para fazer lenha. Pouco mais da metade, usa as árvores para fazer estacas para a construção 18. No entanto, isso não significa que tudo isto ocorra dentro das zonas de impacto do Projecto, porque a distância a que as casas ficam é um factor importante na exploração das árvores. Muitas partes das zonas de impacto estão muito longe dos centros populacionais. Além disso, a maioria das árvores dentro das zonas de impacto já desapareceram (devido à variação dos níveis de água da albufeira de Corumana) ou foram colhidas para produzir madeira e carvão vegetal. É pouco provável que a perda de acesso às zonas de impacto tenha um impacto muito significativo em termos de lenha e materiais de construção locais. As casas de reassentamento em Chavane vão estar ligadas à rede nacional de energia. Desta forma, as famílias terão um substituto para a lenha, no entanto, é pouco provável que tenham possibilidades de pagar a electricidade para cozinhar Desafios relacionados com a restauração e melhoria dos meios de subsistência Não é possível fornecer de imediato árvores indígenas alternativas às comunidades afectadas e é provável que a pressão sobre as árvores indígenas noutras áreas, fora das zonas de impacto, possa aumentar, embora isso não seja ainda certo. O desafio é conseguir desenvolver fontes alternativas e sustentáveis de lenha e de materiais de construção locais. Um outro desafio prende-se com o facto de as árvores indígenas utilizadas para lenha e materiais de construção serem vistas pelas comunidades como um recurso comunitário gratuito (não há responsabilidade individual) e quaisquer medidas de subsistência propostas devem tomar isso em consideração Medidas propostas para a restauração e melhoria dos meios de subsistência Objectivo da componente O objectivo da componente das florestas comunitárias do PRMS é substituir as reservas de lenha e de materiais de construção locais obtidos pelas famílias dentro das zonas de impacto, por fontes renováveis alternativas no menor espaço de tempo. 18 Supõe-se que estes níveis de utilização também se aplicam à população em geral na área do projecto. Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 39

45 Este objectivo poderá ser atingido através da implementação de uma série de medidas que visam incentivar, desenvolver e explorar florestas comunitárias para fornecimento de lenha, material de construção, etc. às comunidades afectadas. Um exemplo de uma floresta comunitária com espécies indígenas (Acacia spp.) encontra-se ilustrado na Figura 7). O principal grupo-alvo serão as famílias de todas as comunidades da área de Corumana. Figura 7 Floresta comunitária de acácias As florestas comunitárias foram desenvolvidas com sucesso em muitos locais em Moçambique, mas, em muitos casos, uma vez desenvolvidas, falham após alguns anos. Há muitas razões, incluindo má gestão, manutenção inadequada, incêndios florestais e pecuária. Parte do problema é que, após o desenvolvimento inicial, a gestão e a manutenção devem ser feitas colectivamente por membros da comunidade, mas não há uma pessoa, especificamente, que tenha a responsabilidade total por essa tarefa. Isto revela uma falta de responsabilização por parte do projecto. Além disso, os membros da comunidade não têm nem os meios nem o incentivo para contribuir para o custo da manutenção. A sustentabilidade das florestas comunitárias é, portanto, questionável. Assim, o Projecto vai contratar um especialista em silvicultura rural a tempo parcial, no âmbito do ESSP, para investigar e assessorar a viabilidade de desenvolver florestas comunitárias na área do Projecto. As florestas comunitárias só devem ser criadas se o plano se revelar viável. O especialista em silvicultura rural também será responsável por monitorar o progresso e os resultados da componente. Associações das florestas comunitárias O Projecto irá promover a componente das florestas comunitárias no seio das comunidades na área do projecto. Se houver uma resposta favorável, o Projecto vai sugerir a criação de comités para as florestas comunitárias para que estes incentivem a participação da comunidade e passem a gerir as florestas após o início da sua criação. O Projecto vai desenvolver actividades para capacitar os membros dos comités no domínio de realização de reuniões, colecta de contribuições e receitas da comunidade, gestão das florestas, etc. Viveiros de mudas Vai ser necessário criar viveiros de árvores para assegurar uma oferta contínua de mudas para se poder expandir as áreas florestais no futuro e substituir as árvores que forem abatidas. Na fase inicial Impacto, Projectos e Estudos Ambientais. Maputo 40

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