Palavras-chave: Alagoas. Canino. Brucelose. Keywords: Alagoas. Canine. Brucellosis.

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1 1 FREQUÊNCIA DE AGLUTININAS ANTI-BRUCELLA ABORTUS EM CÃES NO MUNICÍPIO DE JUNQUEIRO AL FREQUENCY OF ANTI-BRUCELLA ABORTUS AGGLUTININS IN DOGS IN THE MUNICIPALITY OF JUNQUEIRO - AL José wellington Lopes da SILVA 1 ; José Andreey Almeida TELES 2 ; Mariane Santana BRANDÃO 3 ; Francisco Feliciano da Silva JÚNIOR 4 e Rafael Cordeiro SOARES 5. 1 Graduando do Curso de Medicina Veterinária do Centro de Ciências Agrárias da UFPB, wellington.lopez@hotmail.com 2 Mestre em Biociência Animal e professor do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac 3 Graduanda do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac, 4 Doutor em Ciência Veterinária e professor no Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac 5 Acadêmico do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac Resumo: Dentre as várias doenças infecto-contagiosas que podem acometer caninos, a brucelose é uma das que representa maior importância por ser uma antropozoonose e por se disseminar por meio de fluidos biológicos diversos. Os principais agentes etiológicos da brucelose em cães são a Brucella canis e a Brucella abortus. Testes sorológicos são os mais amplamente utilizados para detecção de brucelose canina. Esse trabalho objetivou verificar a frequência de aglutininas anti-brucella abortus em cães do município de Junqueiro-AL. Foram avaliadas 72 amostras de sangue de cão, as quais foram coletadas, de raças e faixa etária variadas. O teste diagnóstico utilizado foi o do antígeno acidificado tamponado (AAT). Ao final, 13 amostras (18%) se mostraram positivas frente ao referido teste demonstrando que o agente pesquisado se faz presente no município de Junqueiro-AL, sendo necessário a realização de mais pesquisas para obtenção de informações mais amplas. Palavras-chave: Alagoas. Canino. Brucelose. Keywords: Alagoas. Canine. Brucellosis. Introdução: É cada vez mais perceptível o estreitamento do contato entre cães e humanos, seja numa perspectiva antropomórfica onde o proprietário visualiza o animal como sendo um membro da família ou até mesmo com fins utilitários ou econômicos, quando os animais geram, direta ou indiretamente, benefícios aos humanos com os quais Anais do 38º CBA, p.2306

2 2 convivem, sem que lhes seja atribuída nenhuma característica humana (KONECKI 2007). Independentemente da finalidade para a qual animais de companhia sejam criados, deve-se levar em consideração os riscos inerentes às diversas doenças existentes e possíveis de acometer essa espécie animal, especialmente as de caráter zoonótico (MINHARRO et al., 2005). Entendendo que as zoonoses surgiram em decorrência do contato frequente e direto entre humanos e animais, o que decorreu da domesticação e se estende até os dias atuais, é preciso destacar que dentre as inúmeras doenças infecto-contagiosas que podem acometer caninos, a brucelose é uma das que representa maior importância, principalmente por ser uma antropozoonose, tendo como principais agentes etiológicos a Brucella canis e a Brucella abortus (CORTES et al., 1988; AVILIA 1989; CARMICHAEL 1990; LAUNA 2002). Os humanos podem contraí-la a partir do convívio com animais portadores, manipulação de fluidos reprodutivos, sêmen, restos de abortamento e/ou parto, apresentando sintomas que variam de leve gripe, a complicações graves em parte do sistema nervoso, sistema músculo-esquelético e do coração, além de febre, dermatite e linfadenopatia (PACHECO 2003; GALIŃSKA & ZAGÓRSKI 2013). Geralmente a brucelose canina é causada pela B. canis e, eventualmente, pelas espécies B. abortus, B. suis e B. melitensis. A principal fonte de infecção por B. canis são os machos e as cadelas doentes através do contágio sexual ou pela via digestiva ao contactar fluidos expelidos, especialmente por fêmeas gestantes portadoras e no momento do parto ou abortamento (MOLNÁR et al., 2001; PACHECO 2003; ALMEIDA et al., 2004). A doença assume grande importância em estabelecimentos como canis, uma vez que os proprietários desses locais não costumam adotar medidas de prevenção e controle para esta enfermidade, por desconhecimento dos riscos que a mesma apresenta, devido ao custo dos exames ou ainda por não estarem cientes da importância de tais medidas para os animais (ACHA & SZYFRES 2001; LUCERO 2010; CASTRILLÓN et al., 2013). Para a identificação de anticorpos anti-brucella abortus, utiliza-se o teste do antígeno acidificado tamponado (AAT), segundo preconiza o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose PNCEBT (ALMEIDA 2001). Considerando a importância do tema para a saúde pública, devido ao caráter zoonótico dessa doença, bem como os impactos negativos causados à economia e Anais do 38º CBA, p.2307

3 3 aos sistemas de produção, este trabalho visa avaliar a frequência da Brucella abortus em cães do município de Junqueiro-AL. Metodologia e Métodos (ou Descrição do Caso): As amostras de soro utilizadas neste trabalho foram coletadas entre Janeiro e Fevereiro de 2014, em 72 cães domiciliados e semidomiciliados, com idade a partir dos 06 meses de vida, de ambos os sexos e oriundos da área urbana e rural do município de Junqueiro-AL. Os espécimes foram obtidos individualmente por venopuncão da cefálica, em seguida foram acondicionados em tubos de ensaio devidamente identificados. O transporte foi feito em caixas isotérmicas contendo baterias de gelo reciclável até o laboratório, onde foram centrifugados e, após a separação do coágulo, o soro foi armazenado a -20ºC até o processamento para a detecção de anticorpos anti- Brucella abortus. Os soros foram avaliados quanto à presença de anticorpos anti-brucella abortus pelo teste do antígeno acidificado tamponado (AAT) onde, em uma placa de vidro apropriada para a realização desse teste, foi colocado 30µL da amostra e 30µL do antígeno e em seguida ambos foram homogeneizados imediatamente com o auxílio de um bastão de vidro, de modo a formar círculos de aproximadamente 2cm e submetidos a agitação suave e contínua por movimentos oscilatórios com duração de 4 minutos, de modo que o soro e o antígeno fluam dentro de cada círculo, sendo que ao final quando se observava a presença de aglutinações, a reação era considerada positiva. Resultados e Discussão (ou Discussão): Das 72 amostras analisadas, 13 (18,05%) apresentaram reação positiva frente ao teste do antígeno acidificado tamponado. Tendo em vista os valores de sensibilidade e especificidade do teste do antígeno acidificado tamponado (AAT) de 99,6% e 83,9%, respectivamente e, considerando ainda os riscos envolvidos no cultivo e isolamento de bactérias do gênero Brucella para posterior identificação da espécie, além do tempo necessário para esse segundo método de diagnóstico, foi que a pesquisa em questão optou pelo ensaio sorológico com uso do AAT (MEIRELLES 2010). Já o trabalho de (PORTO et al., 2008) realizado em clínicas particulares de Maceió- AL, onde na ocasião averiguavam a presença de anticorpos anti-b. canis e anti-b. abortus, os pesquisadores encontraram 0% de prevalência frente ao teste do AAT, Anais do 38º CBA, p.2308

4 4 associando tal achado ao fato de que vários são os testes de diagnósticos utilizados, cada um com taxas de sensibilidade e especificidade diferentes entre si, assim como devido à presença de animais em fases distintas da infecção (aguda e crônica). Os 18,05% registrados nesse trabalho, se deve, provavelmente à proximidade dos domicílios às propriedades rurais, bem como ao tipo de alimento que é fornecido aos animais e, associa-se ainda à característica de alguns serem semidomiciliados, acessando, muitas vezes, resíduos de produtos de origem animal descartados no lixo de algumas residências e até mesmo no mercado público do referido município. A indisponibilidade de antígenos, por parte da Superintendência Federal de Agricultura em Alagoas, destinados à realização das provas de 2-Mercaptoetanol (2- ME), soro aglutinação lenta em tubos (SAL) e imunodifusão em gel de ágar (IDGA) na época da realização desse trabalho, inviabilizou a aplicabilidade das mesmas com vistas a aumentar a confiabilidade dos resultados obtidos. Conclusão: O agente pesquisado se faz presente no município de Junqueiro-AL em taxas relativamente elevadas, sendo necessário, portanto a realização de mais pesquisas, com uso inclusive de testes diagnósticos de melhor especificidade e sensibilidade, para obtenção de informações mais amplas. Referências: ACHA PN, SZYFRES B. Zoonosis y enfermidades transmisibles comunes al hombre y a los animales brucellosis. 3ª ed. OPAS: Washington, p. ALMEIDA AC, SANTORELLI A, BRUZADELLI RMZ, OLIVEIRA MMNF. Soroepidemiologia da Brucelose canina causada por Brucella canis e Brucella abortus na cidade de Alfenas, MG- Faculdades Federais Integradas de Diamantina, Faculdade de Medicina Veterinária UNIFENAS, ALMEIDA AC et al. Soroprevalência de brucelose canina na cidade de Alfenas, MG: dados preliminares. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia. 2004; 53 (3): AVILIA-PIRES, F. D. Zoonoses: hospedeiros e reservatórios. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro RJ, v.5, n.1, jan./mar., CARMICHAEL LE. Brucella canis. In: Nielsen K, Duncan JR. (Ed.). Animal brucellosis. Boca Raton: CRC Press. 1990; CASTRILLÓN-salazar L, GIRALDO-echeverri CA; SÁNCHEZ-jiménez MM, OLIVERA-angel M. Factores asociados con la seropositividad a Brucella canis en Anais do 38º CBA, p.2309

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