OS DESAFIOS DA DESCENTRALIZAÇÃO NA EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL FERNANDO ABRUCIO PROFESSOR DA FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS (BRASIL)
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- Raquel Lage Tuschinski
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1 OS DESAFIOS DA DESCENTRALIZAÇÃO NA EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL FERNANDO ABRUCIO PROFESSOR DA FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS (BRASIL)
2 INTRODUÇÃO O TERRITÓRIO É UM DOS GRANDES TEMAS POLÍTICOS E DE POLÍTICAS PÚBLICAS DO MUNDO CONTEMPORÂNEO
3 AS TRÊS ONDAS DO FENÔMENO DA DESCENTRALIZAÇÃO ORIGENS DA PRIMEIRA ONDA: O PODER LOCAL COMUNAL NA EUROPA - TORNOU-SE UM FENÔMENO SECUNDÁRIO COM A CONSOLIDAÇÃO DO ESTADO NACIONAL SEGUNDA ONDA: A EXPERIÊNCIA NORTE-AMERICANA - FORTE AUTONOMIA LOCAL, MAS QUE TEVE DE SER EQUILIBRADA COM O SURGIMENTO DE UM PODER NACIONAL NASCE O MODELO FEDERATIVO DE ESTADO - O FEDERALISMO COMO COMPATIBLIZAÇÃO ENTRE AUTONOMIA E INTERDEPENDÊNCIA (DEFINIÇÃO DE DANIEL ELAZAR) POR ISSO NÃO SE DEVE CONFUNDIR FEDERALISMO COM DESCENTRALIZAÇÃO
4 AS TRÊS ONDAS DO FENÔMENO DA DESCENTRALIZAÇÃO -- A EXPORTAÇÃO DO MODELO DOS EUA PARA A AMÉRICA LATINA E OUTRAS PARTES - DIFICULDADES EM LIDAR COM ASPECTOS NEGATIVOS DA CENTRALIZAÇÃO E DA DESCENTRALIZAÇÃO (EXEMPLOS) SÓ O EQUILÍBRIO ENTRE ESTES ASPECTOS PERMITE O SUCESSO DO FEDERALISMO TERCEIRA ONDA DE DESCENTRALIZAÇÃO - SURGE NO PÓS-SEGUNDA GUERRA, COM A CRIAÇÃO OU RENASCIMENTO DE FORMAS FEDERATIVAS - O CASO ALEMÃO SE TORNA, TAL COMO O DOS EUA, UM MODELO DE COMPARAÇÃO INTERNACIONAL - RAZÕES DO SUCESSO DO MODELO ALEMÃO SUBSIDIARIEDADE, COMBATE ÀS DESIGUALDADES TERRITORIAIS E FORTE INTERGOVERNAMENTABILIDADE
5 AS TRÊS ONDAS DO FENÔMENO DA DESCENTRALIZAÇÃO EMBORA INICIADO NO PÓS-GUERRA, ESSE PROCESSO SÓ GANHOU FÔLEGO NA DÉCADA DE RAZÕES VARIADAS QUE LEVARAM À TERCEIRA ONDA DE DESCENTRALIZAÇÃO: - DEMANDAS POR DEMOCRATIZAÇÃO LOCAL - CRESCIMENTO DO ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL E A QUESTÃO DA EFICIÊNCIA - URBANIZAÇÃO - NOVOS ESTADOS NACIONAIS E AS HETEROGENEIDADES ÉTNICAS OU RELIGIOSAS - A EXPANSÃO DA IDEIA DO FEDERALISMO, E COM AINDA MAIS FORÇA, DA UTILIZAÇÃO DE MECANISMOS FEDERALISTAS EM VÁRIAS PARTES DO MUNDO
6 A FORÇA E OS LIMITES DA CRIAÇÃO DE ESTADOS FEDERAIS A JUNÇÃO DAS QUALIDADES DO MODELO NORTE-AMERICANO E DO ALEMÃO, ALÉM DE EXPERIÊNCIAS BEM SUCEDIDAS EM VÁRIAS FEDERAÇÕES (EXEMPLOS), FORAM DOIS FATORES IMPACTANTES FEDERALISMO COMO DESENHO INSTITUCIONAL QUE LIDA BEM COM HETEROGENEIDADES E DIVERSIDADES (EXEMPLOS) PROJETO FEDERALISTA SE RESUME NO LEMA: UNIDADE NA DIVERSIDADE
7 A FORÇA E OS LIMITES DA CRIAÇÃO DE ESTADOS FEDERAIS MAS O FEDERALISMO É UMA CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DELICADA, QUE SUPÕE ALICERCES POLÍTICOS E CONSTITUCIONAIS MUITO FORTES ALÉM DISSO, OS FEDERALISMOS ATUAIS SÃO RESULTADO DE LONGOS PROCESSOS INCREMENTAIS DE SEDIMENTAÇÃO E ADAPTAÇÃO INSTITUCIONAL O EXEMPLO RECENTE DO IRAQUE MOSTRA QUE É PRECISO TER CUIDADO COM O MIMETISMO INSTITUCIONAL SEM BASE CONCRETA CUIDADO COM A EXPORTAÇÃO DE IDEIAS FORA DO LUGAR
8 PROPOSTAS DE FEDERALIZAÇÃO SÃO MAIS FLEXÍVEIS E EFETIVAS DESENHOS VARIADOS QUE COMBINAM DESCENTRALIZAÇÃO E INTERGOVERNAMENTALIBILIDADE SE ESPALHARAM PELO MUNDO, EM PAÍSES FEDERATIVOS E UNITÁRIOS ALÉM DA ILUSÃO QUANTO À SOLUÇÃO FEDERATIVA COMO REMÉDIO PARA TODOS OS MALES, A DESCENTRALIZAÇÃO, VISTA EM SUA FORMA PURA, TEM SIDO MUITO CRITICADA SEM OS DEVIDOS CUIDADOS, A DESCENTRALIZAÇÃO PODE PRODUZIR ANOMALIAS POLÍTICAS, ADMINISTRATIVAS, FINANCEIRAS-ECONÔMICAS E DE EROSÃO DAS IDENTIDADES NACIONAIS
9 DESAFIOS DA DESCENTRALIZAÇÃO: PRINCIPAIS QUESTÕES 1) A AUTONOMIA LOCAL DEPENDE DE ALGUMAS CONDIÇÕES - AUTONOMIA POLÍTICA, ACCOUNTABILITY E IDENTIDADE - FINANCIAMENTO MINIMAMENTE ESTÁVEL E RESPONSABILIDADE FISCAL - CRIAÇÃO DE CAPACIDADES ESTATAIS LOCAIS 2) É PRECISO EVITAR A FRAGMENTAÇÃO POLÍTICO- ADMINISTRATIVA NO PLANO SUBNACIONAL - MAIS GOVERNOS NÃO SIGNIFICA MAIS DEMOCRACIA OU MELHOR DESEMPENHO - FORMAS DE COORDENAÇÃO E COOPERAÇÃO NO PLANO SUBNACIONAL SÃO FUNDAMENTAIS PARA O SUCESSO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS (EXEMPLOS)
10 DESAFIOS DA DESCENTRALIZAÇÃO: PRINCIPAIS QUESTÕES 3) OS GOVERNOS INTERMEDIÁRIOS (NÍVEL MESO) SÃO PEÇAS-CHAVE PARA EQUILIBRAR O JOGO DA DESCENTRALIZAÇÃO TANTO PARA OS GOVERNOS LOCAIS COMO PARA O GOVERNO CENTRAL - MELHORIAS NOS GOVERNOS INTERMEDIÁRIOS E O AUMENTO DE SUA CAPACIDADE ADMINISTRATIVA E POLÍTICA - LEGITIMIDADE DOS GOVERNOS REGIONAIS NÃO PODE SER CONTRA E NEM DEPENDENTE DO GOVERNO CENTRAL
11 DESAFIOS DA DESCENTRALIZAÇÃO: PRINCIPAIS QUESTÕES 4) FORMAS DE COMBATE À DESIGUALDADE TERRITORIAL - FINANCIAMENTO SOLIDÁRIO DOS GOVERNOS: CRITÉRIOS MÚLTIPLOS E COMBINADOS - MODELO REDISTRIBUTIVO PRECISA SER COMBINADO COM A AUTONOMIA E ATÉ MESMO COM A COMPETIÇÃO INTERGOVERNAMENTAL COMO FONTE DE INOVAÇÃO - COMPARTILHAMENTO DE POLÍTICAS É TÃO IMPORTANTE QUANTO A AUTONOMIA PURA DA IMPLEMENTAÇÃO
12 DESAFIOS DA DESCENTRALIZAÇÃO: PRINCIPAIS QUESTÕES 5) A QUALIDADE DO JOGO INTERGOVERNAMENTAL É DECISIVA - CRIAÇÃO DE CULTURA DE PARCERIA, NEGOCIAÇÃO E TOLERÂNCIA INTERGOVERNAMENTAL - MONTAGEM DE ARENAS DE DEBATE, NEGOCIAÇÃO E DECISÃO INTERGOVERNAMENTAL - EXISTÊNCIA DE POLÍTICAS DE INDUÇÃO E AJUDA DOS GOVERNOS MAIS CENTRAIS AOS MAIS LOCAIS AUMENTA TANTO OS LAÇOS FEDERATIVOS (A CONFIANÇA ENTRE AS PARTES) COMO O PODER DE ATUAÇÃO DE CADA NÍVEL
13 DESAFIOS DA DESCENTRALIZAÇÃO: PRINCIPAIS QUESTÕES 6) O GOVERNO CENTRAL TEM QUE SE PREPARAR PARA ATUAR NUM JOGO INTERGOVERNAMENTAL MAIS DEMOCRÁTICO E REDISTRIBUTIVO - O GOVERNO CENTRAL PRECISA TER ÓRGÃOS QUE ATUEM NO PLANO LOCAL, SEM RETIRAR OS GRAUS DE AUTONOMIA DOS GOVERNOS SUBNACIONAIS - O ASPECTO NACIONAL DO JOGO POLÍTICO É IMPORTANTE, MAS SERÁ MAIS FORTE, EM PAÍSES COM HETEROGENEIDADES TERRITORIAIS, QUANDO CONSTRUÍDO DE FORMA COMPARTILHADA
14 DESAFIOS DA DESCENTRALIZAÇÃO: PRINCIPAIS QUESTÕES 7) É PRECISO TER FLEXIBILIDADE NO DESENHO INSTITUCIONAL PARA RESOLVER PROBLEMAS POLÍTICO-TERRITORIAIS ESPECÍFICOS - NÃO SE PODE ENGESSAR O DESENHO POLÍTICO TERRITORIAL - É POSSÍVEL HAVER, POR EXEMPLO, TIPOS DIFERENTES DE MUNICÍPIOS - POLÍTICAS PÚBLICAS PODEM SER DIFERENTES SEGUNDO A CONFORMAÇÃO TERRITORIAL DE CADA PAÍS
15 CONCLUSÃO PROPOSTA DE FEDERALIZAÇÃO TEM DE LEVAR EM CONTA A REALIDADE DE CADA PAÍS, MAS DIALOGAR COM A EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL PRECISA SER CONSTRUÍDO DE FORMA PACTUADA INCREMENTALISMO DEVE SER COMBINADO COM VISÃO DE LONGO PRAZO É PRECISO TER UMA ESTRATÉGIA DE CONSTRUÇÃO DO MODELO POLÍTICO TERRITORIAL, COM OS SEGUINTES PASSOS:
16 CONCLUSÃO A) BENCHMARKING DE EXPERIÊNCIAS; B) CONSTRUÇÃO DE UM PROJETO BÁSICO; C) DEFINIÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE DIÁLOGO E DELIBERAÇÃO; D) MECANISMOS DE MONITORAMENTO, AVALIAÇÃO E APRIMORAMENTO; E) LEGITIMAÇÃO CONTÍNUA DO MODELO TERRITORIAL
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