PROGRAMA DE UNIDADE CURRICULAR

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1 PROGRAMA DE UNIDADE CURRICULAR Curso: Licenciatura em Educação Básica Ciclo: 1º Ramo: Ano: 2º Designação: Contextos Educativos e Prática Pedagógica Créditos: 4 Departamento: Ciências Sociais e Pedagogia Tipo: Sem Área científica: Iniciação à Prática Profissional Opção/Obrig Obrig Ano lectivo Docentes: Responsável da UC: Carla Cibele, Luís Carlos Santos, Luísa Carvalho Carla Cibele Figueiredo Total de Horas 108 Total de Horas de contacto: 48 Nº de horas de contacto: T ensino teórico 15 TP teóricoprático laboratorial PL prático e 34 TC trabalho de campo S seminário 6 E estágio OT orientação tutória 5 O outra Nº de Horas de trabalho autónomo Estágio Projeto 5 Trabalho no terreno. 40 Estudo 10 Avaliação 5 1. Introdução O programa desta Unidade Curricular inclui uma forte componente de cultura geral em termos educativos, introduzindo conceitos e conhecimentos fundamentais ao nível da emergência histórica da Educação e da sua assunção gradual como um direito social nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Entendê-la à luz da Declaração dos Direitos Humanos e da forma como as constituições dos países foram ou não a foram traduzindo como um investimento é fundamental para entender velhos e novos debates. É neste seguimento que abordaremos também a Pedagogia, no sentido em que ela nos permite uma abordagem filosófica das funções educativas e a construção de pensamento sobre as finalidades da educação. Estes saberes serão progressivamente contextualizados no contacto com a diversidade de organizações que na sua missão integram objectivos educativos. A conceção inerente assenta numa perspetiva que possibilite aos estudantes vivenciar uma experiência de gradual de apropriação do significado do ato educativo, e organizase em torno de uma lógica sequencial em que se pretende que os estudantes no 2º ano contactem, observem, analisem e experimentem um conjunto de situações e experiências em contextos não formais de educação. Nessa sequência progressiva, de

2 conhecimentos, autonomia e responsabilidade crescente ao longo do curso, irão desenvolvendo o conhecimento inerente a várias perspectivas de formação e inserção profissional, tendo no 3º ano a exploração dos contextos formais de educação e a apropriação do perfis legalmente considerados para futuros profissionais quer de educação de infância quer de professores do 1º e 2º ciclo do Ensino Básico. Pretendemos ainda promover um contacto activo com interlocutores de terreno que permitam aos estudantes entender as tarefas e desafios que uma profissão educativa inclui. 2. Objetivos de aprendizagem (conhecimentos, aptidões e competências a desenvolver pelos estudantes) - Compreende a Educação como um direito social à luz de documentos fundamentais tais como a Declaração dos Direitos Humanos e a Constituição Portuguesa. - Conhece os princípios organizadores do Sistema Educativo Português (LBSE) - Identifica, caracteriza e compreende diferentes contextos formais, informais e não formais de Educação. - Compreende e valoriza o papel dos diferentes contextos educativos para o desenvolvimento integral da criança. - Conhece as linhas essenciais da história da Pedagogia e alguns pedagogos que constituem um marco na mesma. - Conhece alguns pedadogos portugueses de referência. - Identifica os diversos participantes no acto educativo e as missões diferenciadas e complementares de cada um - Compreende o papel dos pais na educação dos filhos em vários contextos e situações. - Identifica o papel de educadores e professores em contextos educativos não formais. - Desenvolve competências de análise e reflexão crítica, designadamente sobre as situações educativas observadas nos contextos visitados. 3. Conteúdos programáticos 3.1.A Educação - A Declaração dos Direitos Humanos e a Educação - A constituição da República Portuguesa e o direito fundamental à Educação - Conceito de Educação e distinção e relação com outros conceitos associados (Desenvolvimento, Pedagogia, aprendizagem) - O papel das instituições nacionais e internacionais na Educação - A organização do Estado Português em termos Educativos instâncias centrais, reguladoras e adicionais - A Lei de Bases do Sistema Educativo 3.2. A Pedagogia - Breve história da Pedagogia - Alguns Pedagogos portugueses de referência 3.2. Perspectivas e fundamentação da Educação não formal - Os conceitos de Educação formal, não formal e informal. - O modelo da educação não formal como alternativa sociopedagógica (a escola fora da escola) - Os diferentes contextos de educação não formal e as suas funções educativas - Associações - Museus

3 - Programas alternativos ou complementares à escola (Hospital, Prisão, etc) - ATL/programas de férias - Educação de Adulos - Festividades, romarias - Contadores de Histórias - Centros de Cidadania - Quintas Pedagógicas - A complementaridade e articulação entre a educação não formal e formal 3.3. Perspectivas da educação informal o papel dos pais na educação dos filhos - Estilos educativos parentais - Educação e intervenção precoce - A educação das crianças com necessidades educativas especiais - O ensino doméstico - As organizações de Pais (associações, redes de apoio, etc) 4. Articulação dos conteúdos programáticos com os objetivos da unidade curricular Os conteúdos trabalhados permitem aos estudantes compreender as grandes questões educativas do nosso tempo partindo de uma visão histórica compreensiva da evolução dos conceitos de Educação e Pedagogia. É ainda trabalhada informação específica sobre o contexto português e dados relevantes sobre o nosso sistema educativo, designadamente sobre a Educação formal e não formal, noções essenciais para quem obtém uma primeira certificação nesta área profissional. A aproximação a contextos educativos concretos permite que estes conceitos possam ser melhor apropriados e compreendidos face a situações concretas observadas. 5. Metodologias de ensino O trabalho da UC organiza-se em torno de: - Aulas de exposição de temáticas/conteúdos do programa pelo(s) docente(s) - Aulas de exposição/discussão de trabalhos efectuados pelos estudantes - Seminários com convidados externos - um seminário sobre Sebastião da Gama - um seminário com educadores/professores que actuam em contextos não formais Visitas obrigatórias aos contextos não formais de educação - 2 visitas organizadas pelos professores - 1 visita de iniciativa individual do estudante Serão adoptadas metodologias que permitam a participação dos alunos na construção dos conhecimentos considerados fundamentais, designadamente em termos da leitura e apresentação de textos, apresentação e discussão de temáticas actuais (notícias) e breves biografias de pedagogos portugueses significativos. 6. Articulação das metodologias de ensino com os objetivos de aprendizagem da unidade curricular A articulação constante entre o trabalho da sala de aula de natureza mais informativa, o contacto com profissionais e a observação de práticas no terreno permite que os

4 estudantes possam começar a perspectivar as bases e as exigências das carreiras ligadas à Educação e das características dos contextos em que as mesmas ocorrem, o que nos parece adequado ao 2º ano de um primeiro ciclo de estudos nesta área, de carácter generalista, em que a escolha da profissão não está ainda definida. As metodologias propostas são assim aquelas que permitem obter a percepção sobre a missão educativa de diferentes contextos de Educação e a compreensão do papel do educador de infância e do professor em contextos não formais de educação. 7. Avaliação e classificação A classificação terá em conta os seguintes elementos: 1.Assiduidade e participação nos trabalhos em aula - nº de presenças (75% para os que não são trabalhadores estudantes) (individual 10%) - apresentação de notícias (quinzenal, uma por grupo) ( grupo - 15%) - discussão de textos e/ou apresentação (individual 10%) 2.Relatório das visitas aos contextos educativos Em grupo a) Caracterização da(s) instituição(ões), observação e reflexão sobre as situações educativas (as visitas de estudo propostas pelos Professores) (em grupo) e respectiva apresentação à turma 25% (trabalho oral) Individual b) Caracterização da instituição, observação e reflexão fundamentada sobre a situação educativa (a instituição a visitar proposta individualmente pelo aluno)- 40%(Trabalho escrito) Síntese da Avaliação na UC Ponderação da Avaliação individual- 20% (participação e discussão de textos) +40% (relatório individual da visita) - 60% Ponderação da Avaliação de grupo- 25%(apresentação dos contextos) +15% (apresentação da notícia) - 40% A não realização das visitas previstas aos diferentes contextos inviabiliza a aprovação na UC (válido também para os trabalhadores estudantes). Uma visita a uma instituição não pode ser substituída por qualquer outro tipo de actividade. Os trabalhadores estudantes devem contactar os docentes da UC na primeira quinzena do semestre para analisar a sua situação e perceber se é possível algum tipo de adequação em relação à avaliação proposta. 8. Observações A UC não pode ser realizada através de exame, a inscrição no mesmo serve apenas para melhorar os produtos de avaliação entregues. 9. Bibliografia principal ÁVILA DE LIMA, J. (Coord).(2002). Pais e professores, um desafio à cooperação. Porto: Asa. ANTUNES, M., O grupo é a minha alma: amizade e pertença entre os jovens, in Etnografias Urbanas. Oeiras: Celta Editora, 2003, pp CANÁRIO, R. (ORG.) (1995) Escola rural na Europa, Setúbal, ICE CARDONA, M. J.,(1997) Para a história da educação de infância em Portugal o discurso oficial ( ), Porto, Porto Editora

5 CARDOSO, C. (coord.) (1998). Gestão Intercultural do Currículo 1º Ciclo. Lisboa: ME Secretariado Coordenador dos Programas de Educação Multicultural, nº 10. CORDEIRO, G. I. (2003) Etnografias Urbanas. Oeiras: Celta Editora. COSTA, António Firmino da, A Pesquisa de Terreno em Sociologia, in SILVA, A. S. e PINTO, J. M. (orgs.) Metodologia das Ciências Sociais. Porto: Afrontamento, 1986, pp DELORS, J. et all (1996) Educação um tesouro a descobrir Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre educação para o sec. XXI, Porto, ASA (obrigatório) DUARTE, A. (1993) Educação patrimonial: guia para professores, educadores e monitores de museus e tempos livres, Lisboa, Texto Editora ESPINAY, R., CANÁRIO R. (1994) Uma escola em mudança com a comunidade Projecto ECO : experiências e reflexões, Lisboa, ICE FERNANDES, S (2008). Crianças na rua, infância, trajectos de vida e práticas sociais. In Revista Interacções, vol 4, nº 10. Escola Superior de Educação de Lisboa * FREIRE, P. (s/d). Educação Como Prática de Liberdade, Lisboa: Dinalivro. GOMES, J.F., (1986) Educação Infantil em Portugal, Lisboa, INIC MORGADO, J. (1997). A Relação Pedagógica. Lisboa: Presença NIZA, S. (1997). Formação Cooperada, Lisboa: Educa. NÓVOA, A. (s.d.). A Educação Nacional, in Portugal e o Estado Novo ( ), Lisboa: Presença. NÓVOA, António (1995) Uma educação que se diz Nova, in Sobre a Educaçaõ Nova: Cartas de Adolfo de Lima a Álvaro Viana de Lemos ( ), Lisboa: Educa. NÓVOA, António (org.)(2003) Dicionário de Educadores Portugueses. Porto: Edições ASA. PACHECO, J. (2000). Quando Eu For Grande Quero Ir À Primavera e outras histórias. Porto: Profedições. PALHARES, A. Reflexões sobre o não-escolar na escola e para além dela (2009). In Revista Portuguesa de Educação, 22(2), pp CIEd - Universidade do Minho * PERRENOUD, P. (2001). Porquê construir competências a partir da escola? Porto: Asa Editores/ CRIAPASA, nº 28. PERRENOUD, P. (2000). Novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed.(obrigatório). PIRES, E. (1989). Escolaridade Básica Universal, Obrigatória e Gratuita. In O Ensino Básico em Portugal. Porto Edições ASA. SALGADO, L. (1990). O outro lado da Educação: para além do instituído. In Revista Critica de Ciências Sociais ( ). * SARMENTO. M.J.(1993). A escola e as autonomias. Porto: ASA SAMPAIO, D. (1996) Voltei à escola, Lisboa, Editora Caminho SILVA, A. (1990) Educação de portugal, Lisboa: Ulmeiro. SILVA, A.(2000). Textos Pedagógicos I e II, Lisboa: Âncora Editora. VILARINHO, M. E. (2000), Políticas de Educação Pré- Escolar em Portugal ( ), Lisboa, Instituto de Inovação Educacional TEDESCO, J.C. (1999) O Novo Pacto Educativo, Gaia: Ed. Fundação Manuel Leão. Documentação Oficial Lei de Bases do Sistema Educativo - Lei Nº 46/1986, de 14 de Outubro e Lei nº 49/2005 de 30 de Agosto Decreto-Lei nº 6/2001 de 18/01/01, D.R. nº 15, I Série A. Reorganização Curricular do Ensino Básico. ME DGEBS (1990). Ensino Básico: Programa do 1º Ciclo. Algueirão: Editorial do ME. ME DEB (2001). Currículo Nacional do Ensino Básico: Competências Essenciais. Lisboa: ME DEB (oficialmente revogado, documento de consulta) ME (1997) Orientações Curriculares para a Educação Pré Escolar, Lisboa: ME - DEB Revisão da estrutura curricular(2012): Metas curriculares (2012):