A Didáctica das Línguas. Síntese do Ponto 1. Língua Portuguesa e Tecnologias de Informação e Comunicação. Docente: Prof.
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- Marcela Cavalheiro Morais
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1 A Didáctica das Línguas Síntese do Ponto 1 Língua Portuguesa e Tecnologias de Informação e Comunicação Docente: Prof. Helena Camacho Teresa Cardim Nº Raquel Mendes Nº Setúbal, Abril de 2010
2 Referências Bibliográficas Power Point s cedidos pela professora DUARTE, Inês "A Formação em Língua Portuguesa na dupla perspectiva do formando como utilizador e como futuro docente da língua materna" in Inês Sim-Sim (org.), A formação para o Ensino da Língua Portuguesa na Educação Pré-escolar e no 1º Ciclo do Ensino Básico, Cadernos de Formação de Professores, n.º2, 2001, pp SIM-SIM, Inês (1998)."Desenvolvimento da linguagem" Universidade Aberta. Lisboa. MATEUS, Maria Helena Mira; VILLALVA, Alina (2006). O Essencial sobre a Linguística. Col. O Essencial. Lisboa: Caminho. FERRAZ, Maria José (2007). Ensino da Língua Materna. Col. O Essencial sobre Língua Portuguesa. Lisboa: Caminho, pp É importante definir e compreender quais as características da didáctica da língua portuguesa. A didáctica é o principal ramo da pedagogia que se ocupa dos métodos e técnicas de ensino destinado a colocar em prática as directrizes da teoria pedagógica e investiga os fundamentos, as condições e os modos de realizar a educação mediante o ensino. Esta funde-se no diálogo entre os intervenientes da aprendizagem na sala de aula e o processo de investigação, que engloba a observação e a interpretação de actos educativos, interligando-se com a prática, traduzindo-se numa reflexão. É uma disciplina de interface que engloba duas vertentes, a transversal e a transdisciplinar que abrangem diferentes áreas, de que é exemplo as ciências da educação, psicologia e a linguística. A linguística tem como objecto de estudo a linguagem, que consiste num processo mental de manifestação do pensamento e de natureza essencialmente consciente. É um sistema constituído por elementos extralinguísticos, de que são exemplos os sinais, os sons, os símbolos ou as palavras, a postura corporal, as expressões faciais, etc., ou paralinguísticos, de que é exemplo a entoação, as pausas e as hesitações, o ritmo de produções, a velocidade e o ritmo das produções, sendo ambos utilizados para representar conceitos de comunicação, ideias, significados e pensamentos (Sim-Sim, 1998). Página1
3 A linguagem tem como finalidade a comunicação, todavia, não se estende apenas à linguagem verbal utilizada pelos humanos, mas também a todo o reino. A comunicação é um processo que abrange três grandes etapas essenciais: codificação de uma mensagem, transmissão e descodificação da mesma por, pelo menos, dois interlocutores. O Homem, enquanto ser social, detém a capacidade inata e espontânea de comunicar, utilizando-a como uma meio de comunicação para atender às suas necessidades. A aquisição da linguagem é um processo demorado e diferenciado de indivíduo para indivíduo. Comunicar significa falar, contudo, não está apenas associado ao uso de palavras, mas também de mecanismos que envolvam códigos de transmissão de mensagens como os gestos, as expressões faciais, os sentimentos, entre outros. A Língua Gestual Portuguesa é um meio de comunicação que está associado a gestos. A linguagem não é apenas uma forma de comunicação, é também uma forma de estruturar e organizar o pensamento, permitindo-nos uma melhor compreensão do mundo que nos rodeia. O conhecimento da linguagem exige competências linguísticas que passam pelo conhecimento de vocabulário, a conjunção verbal, o domínio de regras e estruturas gramaticais, etc., o que significa que para ser competente no uso da língua há que saber mobilizar todos os conhecimentos de forma eficaz, todavia, é preciso treino para que esses conhecimentos sejam utilizados correctamente (Ferraz, 2007). Enquanto a língua natural é a língua materna de uma comunidade linguística quando é ela que as crianças nascidas nessa comunidade desenvolvem espontaneamente como resultado do processo de aquisição da linguagem, a língua artificial, de que é exemplo o Esperanto, é criada propositadamente pelo Homem com a intenção de atingir a perfeição estrutural e acabar com ambiguidades. Todos os indivíduos têm em comum várias características, entre as quais a aquisição da linguagem, independentemente da língua a que estão expostos, através Página2
4 do qual eles aprendem a sua língua materna, adquirindo as regras de funcionamento da mesma. Para além das características específicas de cada língua, salientam-se propriedades idênticas a um nível universal das línguas, ou seja os universais linguísticos, nomeadamente: distinção consoante/vogal; formulação de ordens; formas diferentes de indicação do tempo (presente, passado, futuro); expressão da negação e da interrogação; elementos da frase como sujeito e predicado; relação de arbitrariedade entre o som e o significado. É essencial para a criança contactar com a sua língua materna, sendo que as interacções do meio permitirão a estimulação linguística da mesma, efectuada através de trocas verbais e uso de vocabulário rico e diversificado, contribuindo para o desenvolvimento linguístico da criança. O adulto tem um papel fundamental no processo de desenvolvimento da linguagem, pois se existir uma boa interacção entre o educador de infância e a criança, está estará em contacto com estímulos linguísticos que serão determinantes para o seu processo de aprendizagem. O jardim-de-infância é um dos espaços que melhor promove a socialização da criança, dando-lhe a oportunidade de adquirir novos conhecimentos, novas palavras para o seu vocabulário e experiências que lhe permitam estruturar as regras e o uso da língua. É desde muito cedo que as crianças começam a apreender os usos da língua, identificando diferentes contextos e necessidades e, posteriormente, com o passar do tempo estas começam a ser presentes em contextos cuja comunicação é mais complexa e específica, de que são exemplos os contextos formais/ informais, escritos/ orais, verbais/ não verbais, pessoal, académico e profissional, adequando o seu discurso aos diferentes contextos e intencionalidades comunicativas. É fundamental que um bom profissional de educação saiba reconhecer o nível de desenvolvimento verbal de cada criança, dando-lhe uma melhor percepção do trabalho que pode desenvolver, criando estratégias de ensino diversificadas e criativas de modo a colmatar as dificuldades. Pais e educadores/professores concordam que a escola não é apenas o local onde se estuda, o universo escolar é visto também como Página3
5 um meio de socialização, de troca de experiências, para trabalhar emoções, para o aluno se descobrir como individuo e descobrir o mundo que o rodeia. Para se ser um utilizador proficiente da Língua Portuguesa, de que é exemplo um bom dominador das competências do português europeu padrão, no uso de vocabulário adequado, morfologia, sintaxe, formas de tratamento, entre outras utilizadas, especialmente, na sala de aula; saber ouvir, distinguir e compreender o português em várias variedades; utilizar a língua oral fluentemente, adaptando-se a qualquer que seja o meio onde se encontra e saber utilizar a linguagem oral em público; ser um leitor assíduo e com hábitos de leitura, desenvolvendo a sua opinião critica; ser capaz de utilizar a linguagem escrita de forma clara e sem erros ortográficos, sabendo aplicar essa mesma capacidade em diferentes géneros textuais; e por fim, ter competências metalinguísticas da língua, saber aplicá-las correctamente no uso oral e escrito (Duarte, 2001). Página4
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