AVALIAR PARA ENSINAR OU ENSINAR PARA AVALIAR?
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- Filipe Pereira Caldas
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1 AVALIAR PARA ENSINAR OU ENSINAR PARA AVALIAR? Eixo: ( X) Avaliação ( ) Leitura e Escrita ( ) Matemática ( ) Formação em Serviço Participará no dia: ( X ) 15/12 São Carlos ( ) 19/12 São Paulo Alessandra Gouveia Barboza alessandra-barboza@bol.com.br Formador PNAIC: Wuendy Cardili Daniela Aparecida Gouveia Frigeri danielafrigeri@bol.com.br Formador PNAIC: Juliane Dias Guillen ISBN: ~ 1 ~
2 AVALIAR PARA ENSINAR OU ENSINAR PARA AVALIAR? Introdução O presente trabalho tem por finalidade demonstrar um pouco das aprendizagens adquiridas sobre Avaliação durante as formações de professores alfabetizadores do Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa, realizado no ano de dois mil e dezesseis,no período compreendido entre os mesesde outubro a dezembro, na UFSCAR- São Carlos. Pretende-se aqui apresentar uma reflexão sobre a importância da avaliação, dos instrumentos avaliativos, das questões que são colocadas nessas avaliações e do conhecimento do professor em relação aos aspectos citados. E neste sentido imprescindível refletir,discutindo a avaliação no processo de aprendizagem a partir de duas questões principais: ensina-se para avaliar ou avalia-se para ensinar? Quase sempre gera dúvidas, polêmicas e divergentes opiniões. Enfatizamos que a intenção deste trabalho não é responder a todas estas dúvidas, mas sim, tentar fomentar mudanças de paradigmas tradicionais que ainda permeiam concepções errôneas sobre o processo avaliativo, possibilitando com isso que a questão avaliação seja encarada de maneira construtiva, ancorando tomada de decisões promotoras de mudançasbenéficas à aprendizagem, e não apenas como uma mera constatação dos saberes dos alunos. Desenvolvimento Desde dois mil e treze, com a introdução do PNAIC, nosso município vem se preocupando e discutindo com afinco a questão da avaliação, e o que estávamos percebendo era que os professores utilizavam poucos instrumentos para a avaliação do aluno, melhor dizendo, utilizavam apenas a avaliação diagnóstica (o que ocorria basicamente no primeiro ano), e a avaliação somativa/classificatória. Além do mais, as avaliações diagnósticas ficavam esquecidas, pois não sabiam exatamente o que fazer com elas, e a somativa/classificatória, como o próprio nome diz, era apenas para classificar o ~ 2 ~
3 aluno no final do bimestre. Posso citar também, que alguns professores propunham trabalhos aos alunos, mas os trabalhosnão eram bem avaliados, já que os docentes não sabiam que critérios utilizar para avaliá-los. Sendo assim, o PNAIC veio para contribuir com essa mudança de paradigma e hoje já conseguimos, por exemplo, a questão de se planejar a aula a partir dos resultados obtidos nas avaliações. Mas, sabendo que ainda não é o suficiente para que tudo melhore, mais uma vez o PNAIC veio para contribuir. Em nossos encontros busquei primeiramente ouvir os professores, resgatar os conhecimentos prévios sobre avaliação, principalmente sobre as avaliações externas, já que foi um dos temas propostos pelo PNAIC. Fizemos um estudo aprofundado dos eixos estruturantes da Avaliação Nacional de Alfabetização Matemática e Língua Portuguesa; classificamos atividades de acordo com as habilidadesesperadas dos alunos pela ANA, e refletimos sobre as hipóteses dos alunos ao responderem as questões; Estudamos os quadros de proficiência em leitura e Matemática composto por quatro níveis progressivos e cumulativos, da menor para maior proficiência, com o intuito de fazer com que o professor faça boas escolhas das atividades a serem trabalhadas em sala de aula,visando contemplar todos os eixos e, assim, possibilitar que o alunodesenvolva as habilidades necessárias em cada etapa da escolarização, não apenas focando as avaliações externas, mas também atendendo àsnecessidades e realidade da escola. As avaliações externas não devem ser o norte do currículo escolar e sim, mais uma aliada neste processo. Neste sentido, aprendemos que diagnosticar e planejar são partes importantes no trabalho, mas o fato não é apenas saber que atividade dar, para quem dar, mas sim saber por que dar aquela tarefa e como fazer para que todos os alunos avancem na aprendizagem com a proposição. Depois dos estudos os professores ficaram muito interessados em aplicar uma avaliação diagnóstica como a ANA, já que agora sabiam exatamente o que cada atividade significava de verdade, o motivo pelo qual o aluno poderia estar errando e o que o professor deveria fazer para ajudálo a avançar. Os professores aplicaram as atividades de Leitura, Escrita e Matemática em sala de aula com outro olhar. O professor percebeu que estavam fazendo o inverso do processo:escolhia atividade para complementar os conteúdos contemplados na apostila ou no livro didático, e não para sanar as dificuldades que seus alunos apresentavam. Viram que ~ 3 ~
4 é preciso sim avaliar para ensinar e que o ensinar para avaliar também faz parte do processo. Lopes e Silva (2012, p.7) fazem uma interessante analogia entre avaliação formativa e somativa/classificatória: As avaliações formativas são as correções de rumo de um navio que navega pelo oceano. São verificadas com frequência para garantir que o navio está em curso para o seu destino. A avaliação somativa corresponde à verificação de que todos os passageiros chegaram ao seu destino. A partir dessa perspectiva desencadeada pelo PNAIC, elaboramos uma avaliação nas escolas do município, tendo uma aplicação diferenciada: utilizamos o computador para os alunos resolverem as questões da prova. Os alunos realizaram as avaliações diagnósticas finais através do Google drive. Com essa ferramenta é possível sabermos posteriormente as respostasdadas pelas crianças, estas ficam registradas em tabelas, além de observarmos qual foi a opção assinalada por cada aluno e sua pontuação ao término da avaliação. Essa iniciativaviabiliza o tempo, os gastos com o material impresso e a agilidade na correção: o resultado é imediato.o professor pode ainda trabalhar aspectos que achar pertinentes, imediatamente após o término da avaliação.os resultados dessa avaliação servirão de parâmetros para o planejamento de ações e tomadas de decisões que venham sancionar as dificuldades diagnosticadas. No próximo ano, as estratégias de melhoria do processo de ensino aprendizagem serão implementadas, pois além de ensinar para avaliar, avaliamos para ensinar, como foi proposto nesse encaminhamento. Conclusão Concluímos que as avaliações são os combustíveis para todas as ações da escola. Pode-se afirmar que o planejamento docente se constitui como uma ferramenta essencial ao processo de avaliação, assim como constatar que a avaliação orienta outras ações docentes. Esse modelo integrado de avaliação desenvolve-se, portanto, como parte do planejamento do cotidiano escolar, pois é através dele que podemos programar as ações avaliativas de forma sistemática. Nesse sentido, a avaliação possibilita ao docente uma compreensão do processo de construção das aprendizagens ~ 4 ~
5 pelos estudantes e de reflexão sobre as estratégias de ensino. (BRASIL, 2012, p. 7-8.) Ao lermos um depoimento de uma das professoras alfabetizadoras durante o relato reflexivo das formações do Pnaic, acreditamos que os objetivos traçados para o trabalho com o eixo avaliação externa e interna foram atingidos: Agora tudo fica mais claro, pois tenho conhecimento.não vou mais pegar uma atividade na mão sem antes saber que habilidade quero desenvolver em meu aluno, ou sem saber que habilidade meu aluno já possui.isso é planejar, isso é avaliar, não só meu aluno, mas também o meu trabalho. (Professorado 3º ano do Ciclo de Alfabetização, Ana Paula Alberguini) Referências Bibliográficas BRASIL Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Pacto nacional pela alfabetização na idade certa: Avaliação no Ciclo de Alfabetização: Reflexões e Sugestões. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. -- Brasília: MEC, SEB, LARA, Viridiana Alves de, BRANDALISE, Mary Ângela Teixeira. Avaliação da aprendizagem na escola organizada em ciclos: concepções dos professores. In: Est. Aval. Educ., São Paulo, v. 27, n. 64, p , jan./abr Disponível em: LOPES, José; SILVA, Helena Santos. 50 Técnicas de avaliação formativa. Lisboa: Lidel,2012. ~ 5 ~
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