DOENÇAS DA CENOURA, BRÁSSICAS E CUCURBITÁCEAS DOENÇAS DA CENOURA
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- Cássio Bugalho Teves
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1 DOENÇAS DA CENOURA, BRÁSSICAS E CUCURBITÁCEAS Daniella Gregolini Ruegger Diego Fiuza de Souza Silva Felipe Lopes Abelha Larissa Grazielle Sanches Mariotto Alice Horii Bernardino Vinicius de Nicolai DOENÇAS DA CENOURA PODRIDÃO DE RAÍZES Etiologia É causada pelos fungos Sclerotium rolfsii e Sclerotinia sclerotiorum. O primeiro ocorre em regiões mais quentes e produz escleródios esféricos e castanhos, já o segundo ocorre em regiões de de climas mais amenos e produz escleródios irregulares, de coloração preta e de grande porte. Essas estruturas persistem nos solos por muitos anos. Além disso, esses fungos apresentam elevada capacidade saprofítica, em restos de diversas culturas. Ambos os fungos são favorecidos por umidade elevada no solo e na base das plantas. Sintomas As plantas atacadas exibem podridão no colo e nas partes próximas do solo. Essa podridão avança pelas raízes, deixando os tecidos atacados molese com coloração marrom, porém não aquosos, como ocorre com a podridão causada por Erwinia. A folhagem exibe amarelecimentos e murcha, começando pelas folhas mais velhas e externas. Com o progresso da doença, as folhas secam e morrem. Nas raízes e na base das plantas atacadas, é facilmente observado um crescimento cotonoso branco, constituído pelo micélio dos agentes causais.
2 Fonte: UENF Embrapa Fonte: Manejo: Difícil controle devido a enorme gama de hospedeiros do fungo e a longa sobrevivência do patógeno no solo. Uso de sementes sadias, solos bem drenados, rotação de culturas (grandes períodos), calagem, queima e enterrio dos restos culturais. Essas medidas são tomadas visando a diminuição do nível de inóculo no local. O controle com fungicidas é recomendado para evitar a introdução do patógeno em áreas de cultivo livres do fungo. CRESTAMENTO BACTERIANO Etiologia: A doença é causada por Xanthomonas campestris pv. carotae. Esta bactéria é gram negativa, baciliforme, medindo 1,5-2,4 x 0,5-0,8 µm. As colônias produzidas em meio de cultura NDA (nutriente-dextrose-ágar) variam na coloração do amarelo-limão ao amarelo-laranja, e medem de 2 a 5 mm, após 72 horas de incubação, a 280C. Fatores ambientais: Temperatura ideal de 16 a 25 ºC e alta umidade relativa. Sintomas: Limbos foliares e pecíolos com lesões escuras, irregulares e pequenas, comumente circundadas por halo clorótico. Os sintomas são muito semelhantes à queima das folhas provocada por Alternaria.
3 Fonte: manejebem.com.br Ciclo: Os principais mecanismos de dispersão da doença são: vento, respingos de chuvas e irrigação. O patógeno pode ser transmitido por sementes contaminadas e por restos culturais. A doença afeta a semente, as folhas, o caule, as flores, os frutos e os órgãos subterrâneos. Manejo: Utilização de sementes sadias, rotação de culturas, plantio em solos bem drenados para controle da umidade e irrigação adequada. PODRIDÃO MOLE Etiologia: A doença é provocada pela bactéria Erwinia carotovora. Esta bactéria penetra através de ferimentos nas raízes. No interior dos tecidos, produz uma enzima que hidrolisa a lamela média, causando separação das células, originando, assim, os sintomas característicos da doença. A bactéria é disseminada principalmente pelas águas da chuva e irrigação, insetos e ferramentas. Fatores ambientais:
4 É essencial que haja bastante umidade sobre os tecidos, tanto para a penetração como para o desenvolvimento da doença. Sintomas: Pequenas áreas encharcadas nas raízes, originando tecidos moles, aquosos e pegajosos (apodrecimento do bulbo). Quando ocorre antes da colheita, as folhas se apresentam amareladas, podendo ocorrer murcha e morte. Fonte: Embrapa Fonte: Embrapa Ciclo: A bactéria tem um amplo círculo de hospedeiros, principalmente solanáceas cultivadas e plantas daninhas, de preferência as que têm consistência carnosa, como cebola, repolho, couve-flor, etc. A doença afeta as folhas e as raízes. A bactéria é habitante comum do solo e sobrevive sobre os restos vegetais e se adapta a uma alta variação de temperatura, sobrevivendo durante muitos anos. A principal fonte de infecção e disseminação nas lavouras é a água contaminada para irrigação; também é disseminada pelos respingos da água da chuva ou irrigação por aspersão, pelos operários durante o manuseio, insetos e pelos equipamentos contaminados. Solos mal drenados ou suscetíveis de sofrer encharcamento, excesso de umidade, seja causada pela chuva ou por irrigação, temperaturas altas e adubação nitrogenada em excesso são condições que favorecem o aparecimento da doença. Manejo: Utilizar sementes limpas e adequadamente tratadas; plantar em solos bem drenados; utilizar água não-contaminada, evitar a irrigação por aspersão e irrigar só quando necessário; fazer rotações de cultura, de preferência com gramíneas (pelo menos por 1 ano); controlar as plantas daninhas (principalmente as solanáceas e as crucíferas); evitar ferimentos nas raízes e folhas. Fazer pulverizações regulares com produtos cúpricos e com antibióticos quando for necessário (Fegatex e Kasumin).
5 AMARELO OU VERMELHO DA CENOURA Etiologia: O Carrot red leaf virus (CtRLV) possui partículas isométricas, com 25 nm de diâmetro e pertence ao gênero Luteovirus. Não é transmitido por semente nem mecanicamente. A transmissão do CtRLV é realizada pelo pulgão da cenoura ( Cavariella aegopodii ), que adquire o vírus de outras plantações ou plantas daninhas, transmitindo-o em relação persistente não propagativas. Fonte: Embrapa Sintomas: Manchas amarelas nos espaços internervais das folhas de baixo e, posteriormente, com o desenvolvimento da doença, as folhas adquirem uma coloração amarelada, acompanhada ou não de avermelhamento. Redução na folhagem e no tamanho das raízes. Fonte: Embrapa Ciclo: A doença é disseminada pelo pulgão (circulativo, ou seja, permanece no pulgão por muito tempo) da cenoura e afeta as folhas e as raízes.
6 Manejo: Pulverizações com produtos à base de Fenitrothion e Pirimicarb controlam eficientemente o vetor. QUEIMA DAS FOLHAS Fonte: EMBRAPA No Brasil, a queima das folhas ocorre em praticamente todas as regiões onde se cultivam esta hortaliça, principalmente nas épocas mais quentes e úmidas do ano. É uma doença causada por um complexo etiológico envolvendo dois fungos,
7 Alternaria dauci e Cercospora carotae e uma bactéria Xanthomonas hortorum pv. carotae, sendo que estes podem ser encontrados na mesma planta ou lesão. São de difícil determinação no campo em relação ao agente relacionado, onde os sintomas causados são freqüentemente confundidos, necessitando de uma diagnose mais detalhada em laboratório para a confirmação do agente causal da doença. QUEIMA DE ALTERNARIA Etiologia O principal agente etiológico é o fungo Alternaria dauci (Kuhn). O fungo pertence à divisão Ascomycota, classe Ascomycetes, ordem Pleosporales e família Pleosporaceae. A reprodução assexuada gera uma grande quantidade de conídios. Estas estruturas são elipsóides a clavados, de coloração marrom-oliváceo, com 5 a 11 septos transversais e um a vários septos longitudinais. A reprodução sexuada de A. dauci ainda é desconhecida. Sintomas: Os sintomas nas folhas aparecem entre 8 a 10 dias após a infecção. Estes se iniciam nas folhas e nos pecíolos como pequenas lesões necróticas de aspecto encharcado, quase sempre circundadas por halos amarelos. Com o tempo as lesões crescem, os tecidos atacados tornam-se marrom escuro a pretos, podendo coalescer. Quando cerca de 40% da área foliar é afetada, a folha amarelece e morre e com grande frequência observa-se que as folhas velhas são mais atacadas. Em níveis avançados da doença, em que há a destruição de grande parte das folhas, as restantes se quebram facilmente, tornando a colheita difícil o que causa grandes perdas, principalmente em países em que a colheita é mecanizada. Epidemiologia A queima de alternária é de difícil controle principalmente quando uma cultivar suscetível é exposta a períodos prolongados de molhamento foliar e temperaturas amenas. Temperaturas entre 16 a 25ºC e prolongados períodos com alta umidade favorecem a infecção, que nestas condições podem ocorrer entre 8 a 12 horas. Os esporos germinam sobre a folha produzindo um ou mais tubos germinativos ramificados que penetram pelos estômatos. O fungo produz esporos abundantemente sobre os tecidos atacados sendo disseminado pelo vento para plantas vizinhas ou para áreas próximas de produção. A liberação dos conídios a partir dos tecidos atacados ocorre pela manhã, quando a umidade relativa do ar decresce e a folha seca.
8 O patógeno pode infectar sementes, sendo que esta é considerada a maior fonte de disseminação a longas distâncias, podendo contribuir no estabelecimento da doença em novas áreas de cultivo. Externamente à semente, podem ser encontrados conídios do fungo, enquanto que nos tecidos internos observa-se principalmente micélio dormente. Além disto, o fungo pode sobreviver por vários anos associado às sementes e em hospedeiros alternativos como a salsa e o coentro (Apiaceae). Controle e Manejo O controle desta doença é bastante difícil, principalmente sob condições favoráveis ao seu desenvolvimento. Este deve iniciar com o uso de sementes livres de patógenos e adoção de rotação de culturas. O tratamento térmico e o uso de fungicidas são métodos utilizados que ajudam a reduzir os níveis de infestação da semente. A medida de controle mais recomendada consiste no uso de cultivares adaptadas à estação do ano e que apresentem resistência a doença, principalmente quando as condições são favoráveis ao desenvolvimento desta. Cultivares como Brasília, Kuroda, Kuronam, Alvorada, Carandaí, Esplanada e Planalto apresentam um bom nível de resistência, a Tropical fi gura como intermediária enquanto as cultivares do grupo Nantes são consideradas como altamente suscetíveis. Produtos Registrados Existem 48 produtos registrados no agrofit para a doença. QUEIMA DE CERCOSPORA Etiologia A queima-de-cercóspora tem como agente causal o fungo Cercospora carotae. Este fungo pertence a divisão Ascomycota, classe Ascomycetes, ordem Capnodiales, família Mycosphaerellaceae. Esta espécie é descrita apenas como patógeno de plantas do gênero Daucus e possui micélio septado, hialino à marrom claro com aproximadamente 2 a 4 µm de diâmetro. Os conidióforos são retos, não ramificados (cerca de 2 a 3µm de diâmetro) e possuem cor marrom oliváceo. Sintomas As lesões iniciam-se com pequenos pontos necróticos no limbo foliar, que evoluem aumentando de tamanho e adquirindo uma coloração castanha, podendo ou não ser circundada por um halo amarelo, geralmente com centro claro e acinzentado. Em casos de epidemias severas, as lesões tornam-se grandes e escuras atingindo até a margem foliar, que pode coalescer e causar a queda das
9 folhas. É importante frisar que estes sintomas são similares à queima por Alternaria dauci e Xanthomonas hortorum pv. carotae. Podem também ocorrer lesões alongadas e escuras, elípticas no pecíolo das folhas. A doença tem sido descrita como mais severa em folhas novas, geralmente precedendo a queima causada por A. dauci que ocorre principalmente no final do ciclo da cultura. Durante períodos de alta umidade, as lesões podem apresentar-se com coloração acinzentada, devido à alta produção de esporos do patógeno sobre o tecido necrosado. Epidemiologia As primeiras fontes de inóculo deste fungo são as sementes infectadas, os restos culturais e plantas espontâneas do gênero Daucus. Além disto, os conídios podem ser dispersos pelo vento, respingos da chuva, irrigação, equipamentos e máquinas agrícolas. Para que haja infecção, o esporo requer o mínimo de 12 horas de molhamento foliar e temperaturas entre 20 e 30ºC, com ótimo de 28ºC. Os primeiros sintomas após o período de incubação surgem dentro de cinco dias em média, com lesões típicas visíveis, aproximadamente, a partir do décimo dia, principalmente nas folhas mais novas. Controle e Manejo Por ser uma doença de difícil controle, a prevenção é considerada como a melhor estratégia. A primeira e mais vantajosa forma de controle consiste no uso de cultivar resistente. Em termos gerais, não há cultivares de cenoura totalmente resistentes à queima-de-cercóspora, observando-se apenas com diferentes graus de tolerância. As cultivares Brasília, Alvorada, Esplanada, Juliana, Planalto entre outras apresentam tolerância. Entretanto não há estudos específicos que comprove ao certo o comportamento das diferentes variedades e genótipos de cenoura quanto à resistência a cada um dos patógenos individualmente. Dentro das práticas de manejo, a rotação de cultura e a retirada e destruição de material residual infectado do campo são medidas que contribuem para a redução do inóculo inicial para as próximas plantações. O uso de sementes sadias e adequadamente tratadas também é importante para a baixa incidência inicial da doença. Dentre outras medidas de controle, o uso de fungicidas protetores e sistêmicos tem contribuído para o controle de possíveis epidemias. Para tal, deve ser iniciado bem cedo, principalmente quando em condições favoráveis à doença, dado que o patógeno ataca preferencialmente as folhas jovens. No geral, os fungicidas recomendados para controle da queima de alternária também controlam esta doença. Produtos Registrados
10 Existem 11 produtos registrados no agrofit para a doença. QUEIMA DE XANTHOMONAS Esta doença também chamada de crestamento bacteriano e, apesar de ser tão destrutiva quanto às queimas de alternária e de cercóspora, tem sido encontrada com freqüência mais baixa que as duas anteriores. Etiologia O crestamento bacteriano é uma doença causada pela bactéria Xanthomonas hortorum pv. carotae. Caracteriza-se por ser uma bactéria gram negativa, com forma de bastonetes simples medindo de 1,5 a 2,4 x 0,5 a 0,8µm e com um único flagelo polar. As colônias variam entre as colorações amarelo-limão a amarelo-laranja (presença de xantomonadinas), crescendo em meio NDA (Nutriente Dextrose Ágar), por 72 horas a 28ºC, de 2 a 5 mm, mucóides (goma xantana), circulares, convexas altas e com bordos inteiros. Sintomas A bactéria pode infectar as raízes, folhas, hastes, umbelas e sementes. Os sintomas iniciam-se no limbo foliar como pequenas manchas amarelas com contornos angulares. Quando em condições favoráveis, as lesões tornam se maiores, irregulares e escurecidas, com aspecto encharcado, geralmente nas extremidades dos folíolos, frequentemente em forma de V, conferindo um aspecto de queima das folhas, confundindo com as queimas de alternária e cercóspora. Nos pecíolos, as lesões se alongam até 3 a 4 cm de comprimento, tornando-se escuras e ficando limitadas pelas nervuras. Em plantas severamente atacadas, são observadas a quebra das hastes florais e decréscimos de até 80% na altura de plantas. As lesões associadas às hastes florais podem atingir as umbelas ocasionando a formação de pequenas inflorescências e até aborto de flores Epidemiologia Esta bactéria é encontrada comumente em sementes, tanto externa como internamente, consistindo em uma importante fonte de inóculo primário e efi ciente disseminador a longas distâncias. Esta também tem sido comumente encontrada na
11 mesma lavoura em que ocorrem A. dauci e/ou C. carotae e até mesmo em suas lesões. As sementes infectadas pela bactéria podem ter sua germinação comprometida. Pouco se conhece sobre o nível de contaminação das sementes, e que aparentemente a bactéria penetra nos cotilédones através dos estômatos durante a germinação. As condições ambientais favoráveis para a ocorrência da doença são temperaturas entre 25 a 30ºC e chuvas freqüentes ou irrigação por aspersão. A bactéria sobrevive no solo, em restos de culturas e em plantas espontâneas da espécie. Infecta naturalmente cenoura e coentro e tem sido encontrada também em mais de sessenta espécies de umbelíferas. Controle e Manejo O controle da queima das folhas causada pela bactéria envolve medidas integradas, iniciando-se pela utilização de sementes de boa qualidade. Sementes produzidas em áreas de baixa precipitação e sem irrigação por aspersão ajudam a evitar sua contaminação e proliferação. Diversos autores sugerem o tratamento térmico para sementes contaminadas com a bactéria, com imersão em água a 52ºC por 25 minutos, para reduzir o percentual de contaminação. A aplicação de fungicida-bactericida cúprico auxilia na redução da doença no campo, particularmente quando estas se iniciam em plantas novas. A rotação de 2 a 3 anos da cultura, remoção ou incorporação dos restos de cultivo também reduzem o inóculo presente no solo. Produtos Registrados Não foram encontrados produtos específicos para o agente causal desta doença. Patógenos de solo: Podridão de raízes Crestamento bacteriano Podridão mole Vírus: Amarelo ou vermelho da cenoura Patógenos de parte-aérea: Queima-das-folhas (Alternaria, Cercóspora e Xanthomonas)
12 DOENÇAS DAS BRÁSSICAS (brócolis, couve, couve-flor, rabanete, repolho e rúcula) - Ferrugem branca ( Albugo cândida) - Etiologia : manchas cloróticas e pústulas brancas sobre folhas e hastes florais. O fungo sobrevive no campo em restos culturais, sendo disseminado em por sementes e material vegetal contaminados, sendo em campo (em condições normais, difundido por vento). As condições ambientais favoráveis para seu desenvolvimento são basicamente baixas temperaturas (10 a 20 o C) e alta umidade; - Sintomas: o sintoma típico da doença são manchas cloróticas em folhas e hastes e órgãos florais; observa-se engrossamento e contorção das partes atacadas, dando-lhes o aspecto de "chifre de veado". Nas folhas, manchas cloróticas na superfície adaxial (com pústulas brancas do lado oposto com 1 a 3 mm), enquanto em hastes florais, manchas cloróticas e pústulas brancas, com quebra da epiderme, expondo esporos brancos pulverulentos. Fonte: AGROLINK ( ) - Manejo: utilização de cultivares resistentes e sementes limpas, com mudas produzidas sob controle rígido e em condições desfavoráveis ao desenvolvimento do patógeno, bem como eliminação de restos culturais e hospedeiros alternativos, além de se realizar rotação de culturas. Para manejo químico, apresenta aplicação de fungicidas protetores e/ou sistêmicos (contendo ingrediente ativo OXICLORETO DE COBRE (inorgânico)). - Podridão de esclerotínia ( Sclerotinia sclerotiorum (Whetzelinia sclerotiorum))
13 - Etiologia: A podridão-de-sclerotinia é causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum ( Lib.) de Bary., que tem como sinônimo Whetzelinia sclerotiorum (Lib.) Korf & Dumont. Esse fungo possui um grande número de hospedeiras e uma vasta distribuição geográfica, No Brasil, é relatado em vários estados, como Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. O fungo pode sobreviver no solo na forma de escleródios, por longos períodos de tempo, sendo disseminados por sementes infectadas (a longas distâncias) e esclerócitos levados pelo vento. - Sintomas: As plantas são atacadas em todos os estágios de desenvolvimento, iniciando-se no caule, passando para a base das folhas, provocando apodrecimento. A região do colo apresenta necrose, e na superfície de todos os tecidos próximos há a formação de micélio branco, cotonoso, com presença de escleródios com formato de grãos de arroz, sendo maiores. Inicialmente de coloração branca, depois tornam-se pretos. Fonte: AGROLINK ( ) - Manejo : É recomendado a eliminação dos restos de culturas anteriores, e a realização de rotação de cultura com espécies não suscetíveis. A solarização do solo, com emprego do polietileno transparente por no mínimo 60 dias, é recomendada para reduzir a população não só de S. sclerotiorum quanto de outros patógenos de solo. O manejo químico com fungicidas é pouco eficiente (mas utiliza-se iprodiona, procimidona, além de Trichoderma como controle biológico).
14 - Míldio ( Peronospora parasitica) - Etiologia : Este fungo causa doença em crucíferas (brócolis, couve, couve-flor, rabanete, repolho e rúcula) na fase de sementeira, afetando a formação dos cotilédones e das mudas. Nas plantas adultas, dependendo das condições ambientais, o patógeno provoca sérios prejuízos, pois afeta as folhas. O fungo sobrevive por muito tempo nos restos de culturas, solo e plantas hospedeiras voluntárias na forma de oósporos (esporos de resistência), os quais, em condições favoráveis, germinam formando os esporângios. Sua disseminação se dá por sementes, mudas contaminadas, ventos e respingos da água da chuva e irrigação. Os locais onde existem condições de alta umidade relativa, baixas temperaturas (10-15 C) e alta densidade de plântulas, especialmente nas sementeiras, favorecem o estabelecimento e o desenvolvimento da doença. - Sintomas : Nas sementeiras, o fungo infecta as folhas cotiledonares e primárias. Na face superior da folha, desenvolve lesões circulares cloróticas, que posteriormente tornam-se necróticas. Na face inferior da folha, região correspondente às lesões cloróticas ou necróticas, formam-se as estruturas de frutificação do fungo, com coloração esbranquiçada. Fonte AGROLINK ( - Manejo: eliminação de restos culturais, rotação de culturas, uso de plantas não suscetíveis, uso de sementes sadias, evitar irrigação em locais com excesso de sombreamento assim como alta densidade de plantio. O controle químico se dá com uso de produtos sistêmicos e protetores (sendo eles basicamente MANCOZEB, OXIDO DE COBRE e MANDIPROPAMID); - Murcha de fusarium ( Fusarium oxysporum f. sp. conglutinans e Fusarium oxysporum f. sp. raphani) - Etiologia : afetava gravemente a cultura do repolho nos EUA, sendo contornada com uso de variedades resistentes, sendo relatada no Brasil nos estados de SP e MG. A variedade Fusarium oxysporum f. sp. raphani é exclusiva do rabanete.
15 A temperatura ótima para seu desenvolvimento é entre 28 e 30 o C. No Brasil, encontra-se apenas o Fusarium oxysporum f. sp. conglutinans. O patógeno é disseminado principalmente através de sementes e mudas infectadas, por água superficial de irrigação ou chuva e por transporte de solo contaminado por implementos agrícolas. - Sintomas : O patógeno infecta a planta através de ferimentos das raízes, em seguida colonizando vasos do xilema. Inicialmente ocorre amarelecimento em um dos lados da folha, afetando o crescimento. Nota-se também enegrecimento dos vasos do xilema. Fonte: IFPA Fitopatologia ( - Manejo : Uso de variedades resistentes e rotação de cultura, além de mudas e sementes sadias (não foi encontrado para básicas, controle químico). - Podridão Negra ( Xanthomonas campestris pv. campestris ) (Bactéria) -Etiologia : Temperaturas entre 28 e 30ºC e presença de agua livre na superfície das plantas. Penetra através de hidatódios, estômatos e ferimentos nas plantas. Sobrevive em restos culturais de brássicas mantidos em campo. A disseminação ocorre insetos, agua (irrigação ou chuva), equipamentos agrícolas e sementes infectadas. Afeta as folhas das plantas e o xilema. - Sintomas : Lesões amarelecidas em forma de V nas folhas, xilema enegrecido. Os tecidos afetados podem se tornar enegrecidos, e folhas podem cair de forma prematura. -Manejo : Emprego de sementes livres do patógeno, sementes de variedades com alguma resistência, rotação de culturas.
16 Imagem: folha de couve com sintomas de Podridão negra - Podridão Mole ( Pectobacterium carotovorum) -Etiologia : Condições de temperatura e umidade elevadas favorecem o desenvolvimento da doença. Este patógeno penetra na planta através de ferimentos. A disseminação ocorre através de água (irrigação ou chuva), insetos e implementos agrícolas. Excesso de adubação nitrogenada e deficiência de cálcio e boro favorecem a ocorrência da doença. A bactéria sobrevive em restos culturais, de forma latente em tecidos sadios, e na rizosfera. -Sintomas : Lesões de aspecto encharcado, desintegração dos tecidos da planta, muitas vezes com secreção de líquido com odor fétido. Rachaduras na parte externa dos caules, sintomas de murcha e apodrecimento podem ocorrer. -Manejo : rotação de cultura com gramíneas, plantio em solos com boa drenagem, plantio de variedades resistentes a doença e evitar ferimentos nas plantas. Imagem: Podridão Mole em Couve-chinesa - Enfezamento das Brássicas (Fitoplasma)
17 -Etiologia : Os fitoplasmas são habitantes dos vasos do floema e têm distribuição sistêmica na planta, colonizando a parte aérea e o sistema radicular. São transmitidos por insetos sugadores, cigarrinhas principalmente, apresentando uma relação do tipo propagativa circulativa. -Sintomas : Nos campos afetados, caracteristicamente se inicia pelas áreas marginais da cultura. As maiores incidências estão ligadas a maior concentração de cigarrinhas na cultura. Podem ocorrer a má formação da planta, clorose foliar, malformação da cabeça e intenso avermelhamento foliar. -Manejo : Uso de mudas sadias, eliminar as plantas daninhas próximas a cultura, eliminar os restos culturais após a colheita e controle do vetor por meio da utilização de produtos químicos. - Mancha de Alternaria ( Alternaria brassicicola, Alternaria brassicae e Alternaria raphani) - Etiologia : Os patógenos estão adaptados a diferentes condições de climáticas. Para ocorrer a infecção há necessidade de pelo menos 9h de água livre na superfície da planta. Os patógenos crescem nos restos culturais infectados, os conídios formados nos restos culturais são dispersos pelo vento. A disseminação ocorre por meio de sementes infectadas e pelo vento. - Sintomas : Toda a parte aérea da planta hospedeira está sujeita a infecção. Os sintomas inicias ocorrem na folhas externas e, depois, em todas as folhas. Em plântulas pode ocorrer damping-off. Os sintomas se iniciam como pequenas manchas escuras que aumentam com o passar do tempo e se tornam circulares, concêntricas e com halo amarelado. -Manejo : Uso de sementes sadias, eliminação ou incorporação dos restos culturais, rotação de culturas, remoção das plantas daninhas e voluntárias da área de cultivo. Imagem: Mancha de Alternaria em couve. - Hérnia das Brássicas ( Plasmodiophora brassicae) -Etiologia : O patógeno pode sobreviver na ausência por mais de 10 anos. Os tecidos afetados pelas galhas apresentam células hipertrofiadas tomadas pelo plasmódio do fungo, que se transforma em estrutura de resistência posteriormente. A disseminação dos esporos ocorre pela através da água de irrigação no sulco do plantio e de solo infectado aderido a
18 implementos agrícolas. Mudas infectadas também servem de agentes de disseminação. A doença é favorecida por solos ácidos e úmidos, com temperatura entre 20 e 25 C. -Sintomas : Ocorre subdesenvolvimento e murchas, nas horas mais quentes do dia. Nas raízes, ocorre formação de galhas em função da hipertrofia dos tecidos e células colonizados pelos fungos. -Manejo : Rotação de culturas, erradicação de plantas daninhas e voluntárias hospedeiras, correção do ph do solo para 7,2. Uso de mudas sadias, uso de variedades resistentes, solarização do solo. Imagem: Hérnia das Brássicas Patógenos de solo: Murcha de fusarium ( Fusarium oxysporum f. sp. conglutinans ), Fungo ; Podridão de esclerotínia ( Sclerotinia sclerotiorum), fungo ; Hérnia das Brássicas ( Plasmodiophora brassicae ), fungo; Murchas Podridão de colo e raiz Podridão Mole ( Pectobacterium carotovorum), Bactéria; Manchas foliares Ferrugem branca ( Albugo candida), fungo ; Míldio (Peronospora parasítica ), oomiceto ; Mancha de Alternaria( Alternaria brassicicola, Alternaria brassicae e Alternaria raphani ), fungo; Enfezamento, fitoplasma; Podridão negra ( Xanthomonas campestris pv. campestris), bactéria; DOENÇAS DAS CUCURBITÁCEAS (Abóbora, abobrinha, chuchu, melancia, melão, moranga, pepino) Mosaico da melancia ( Papaya ringspot virus type W - PRSV-W) - Etiologia: o vírus foi inicialmente descrito como sendo uma estirpe do vírus do mosaico da melancia - 1 ( Watermelon mosaic virus WMV- 1 ). Após estudos comparativos do
19 círculo de hospedeiras e sorologia foi reclassificado como sendo uma estirpe do vírus do mosaico do mamoeiro ( Papaya ringspot virus - type watermelon - PRSV-W ). É uma espécie do gênero Potyvirus, família Potyviridae. É transmitido por 21 espécies de afídeos em 11 gêneros diferentes, de maneira não-persistente, e em inoculação mecânica com o extrato, mas não por semente. A gama de hospedeiros do PRSV-W é restrita às cucurbitáceas, mas, experimentalmente, alguns isolados podem causar infecção localizada em Chenopodium spp. - Fatores ambientais: comum em regiões tropicais. - Sintomas: aparecem nas primeiras folhas infectadas, que mostram um amarelecimento entre as nervuras. Posteriormente, aparecem sintomas de mosaico e deformação de folhas. Plantas apresentam-se atrofiadas e frutos podem apresentar deformações e mudança de cor. - Ciclo: transmitido por afídeos, de maneira não-persistente, e por inoculação mecânica com o extrato, mas não por semente. - Manejo: pulverizações, óleo mineral e cobertura do solo com material repelente (palha de arroz, plástico prateado). Aplicações de inseticidas podem ajudar na redução da disseminação do vírus no campo. Evitar plantio perto de campos velhos de cucurbitáceas que tenham sido infectadas e adotar programas sanitários que incluem eliminação de ervas daninhas hospedeiras de vetores e eliminação de restos de cultura. Utilizar variedades resistentes ou tolerantes. Fonte: aomelancia/doencas.htm Mosaico da melancia ( Watermelon mosaic virus 2 - WMV-2) - Etiologia: o WMV-2, em termos gerais, apresenta as mesmas características estruturais e morfológicas de PRSV-W, mas o WMV-2 também infecta plantas das famílias Leguminosae, Euphorbiaceae e Chenopodiaceae. É transmitido por afídeos os quais são Myzus persicae, Aphis gossypii e Uroleucon ambrosiae, também é transmitido por inoculação mecânica com o extrato, mas não através de sementes. - Fatores ambientais: comum em regiões temperadas. - Sintomas: aparecem nas primeiras folhas infectadas, que mostram um amarelecimento entre as nervuras. Posteriormente, aparecem sintomas de mosaico e deformação de folhas. Plantas apresentam-se atrofiadas e frutos podem apresentar deformações e mudança de cor. - Ciclo: transmitido por afídeos, de maneira não-persistente, e por inoculação mecânica com extrato, mas não através de sementes.
20 - Manejo: pulverizações, óleo mineral e cobertura do solo com material repelente (palha de arroz, plástico prateado). Aplicações de inseticidas podem ajudar na redução da disseminação do vírus no campo. Evitar plantio perto de campos velhos de cucurbitáceas que tenham sido infectadas e adotar programas sanitários que incluem eliminação de ervas daninhas hospedeiras de vetores e eliminação de restos de cultura. Utilizar variedades resistentes ou tolerantes. Fonte: aomelancia/doencas.htm Mosaico do pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) - Etiologia: CMV pertence ao gênero Cucumovirus. E transmitido experimentalmente por inoculação mecânica. Na natureza, sua transmissão se dá por sementes e afídeos. Mais de 60 espécies de afídeos transmitem o vírus, mas Myzus persicae e Aphis gossypii são os mais importantes. CMV tem uma gama de hospedeiros muito vasta que inclui principalmente cucurbitáceas e solanáceas cultivadas ou ervas daninhas. Muitas estirpes do vírus são conhecidas. - Sintomas: primeiros sintomas aparecem em folhas jovens com epinastia, estas folhas tornam-se mosqueadas, retorcidas, enrugadas e de tamanho reduzido. A planta apresenta internódios curtos, resultando em uma roseta. Frutos apresentam-se deformados, mosqueados, verrugosos e de tamanho reduzido. - Ciclo: transmissão do vírus por sementes e afídeos. - Manejo: evitar plantios próximos a culturas suscetíveis, eliminar ervas daninhas hospedeiras em áreas cultivadas e controlar o inseto vetor com um programa de inseticidas efetivos. Fonte:
21 Mosaico da abóbora ( Squash mosaic virus SqMV) - Etiologia: o SqMV pertence ao gênero Comovirus, família Comoviridae. É transmitido por inoculação mecânica, mas não através do contato entre plantas. A transmissão por semente ocorre na proporção de ± 10 %. Não é transmitido por pólen. A transmissão por vetor ocorre através de coleópteros. As espécies vetores constatadas são Diabrotica bivittula, D. speciosa e Epilachma cacica e a relação vírus-vetor é do tipo persistente. A multiplicação do vírus no vetor não foi relatada. A gama de hospedeiros é pequena, a maior parte das plantas suscetíveis ao SqMV está entre as cucurbitáceas, com exceção de alguns gêneros das famílias Leguminosae, Umbelliferae e Hydrophyllaceae. - Fatores ambientais: mais frequente no Distrito Federal e nas regiões Norte e Nordeste. - Sintomas: clareamento e manchas cloróticas em folhas mais jovens, com formação de manchas verde-claras ou escuras, além de projeções irregulares marginais. Em folhas cotiledonares do pepino, observam-se numerosas manchas circulares cloróticas e no primeiro par de folhas, manchas amareladas e nervuras claras, proeminentes e amareladas. As folhas apresentam-se aneladas, em forma de taça. Reduz o número de frutos por planta, retarda a maturação, mas não afeta no tamanho, peso e total de sólidos solúveis. - Ciclo: vírus transmitido por inoculação mecânica através de coleópteros e a relação vírus-vetor é do tipo persistente (multiplicação do vírus no vetor não foi relatada). - Manejo : utilização de sementes livres de vírus. Fonte: Mosaico amarelo da abobrinha-de-moita ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV) - Etiologia: é uma espécie do gênero Potyvirus, família Potyviridae. E transmitido com eficiência, de maneira não-persistente, principalmente por pulgões dos gêneros Aphis e Myzus. Não é transmitido por semente. Ervas daninhas e cucurbitáceas cultivadas são as principais fontes de inóculo do vírus. - Sintomas: folhas apresentam-se amareladas entre as nervuras principais, com severo mosaico e deformações. Há redução do desenvolvimento das plantas, e geralmente não produzem frutos ou produzem frutos malformados. - Ciclo: vírus transmitido de maneira não-persistente por pulgões - Manejo: eliminação de ervas daninhas é uma prática eficiente na redução de fontes do vírus, controle de afídeos com inseticidas é especialmente importante quando realizado nos estádios iniciais de desenvolvimento da cultura. A utilização conjunta de inseticidas, óleo mineral e coberturas refletivas (casca de arroz ou cobertura plástica), durante o
22 desenvolvimento inicial da cultura, pode ser efetiva no controle, reduzindo a infecção. Fontes de resistência para este vírus são encontradas em Citrullus spp. e Cucumis melo. Fonte: -da-abobrinha-de-moita Mancha angular ( Pseudomonas syringae pv. lachrymans (Smith & Bryan) Young, Dye & Wilkie) - Etiologia: forma colônias circulares, brilhantes, lisas e esbranquiçadas. A bactéria é disseminada principalmente pelas sementes, localizando-se no hilo ou junto ao funículo, podendo sobreviver mais de 2 anos nessas condições. Como plantas hospedeiras são citadas muitas cucurbitáceas, como a bucha e o melão-de-são-caetano, mesmo não apresentando sintomas, pois a bactéria pode sobreviver epifitamente na parte aérea das mesmas. - Fatores ambientais: águas de chuvas e irrigação, umidade elevada, chuva frequente ou orvalho, temperatura na faixa de 24 a 28 C e condensação da água nos órgãos aéreos de plantas cultivadas sob plasticultura. - Sintomas: sua ocorrência é maior em pepino, onde afeta folhas, ramos, pecíolos e frutos. Nas folhas, inicialmente constatam-se áreas encharcadas, angulosas, limitadas pelas nervuras, sendo mais visíveis na face inferior do limbo, pela manhã. Posteriormente, as áreas afetadas tornam-se necrosadas, de coloração cinza e depois pardacenta, que podem coalescer e atingir extensas áreas. A face inferior das lesões tem aspecto brilhante, devido à exsudação bacteriana. Nos frutos, os sintomas iniciais manifestam-se como pequenas áreas encharcadas que depois tornam-se necróticas. Ao serem cortados, estes frutos apresentam extensas áreas internas necrosadas, que incluem o sistema vascular e as sementes. - Ciclo: bactéria disseminada por sementes, através das águas de chuvas e irrigação, solos infestados, insetos, utensílios agrícolas e pelos operários nos trabalhos diários. A bactéria pode sobreviver em restos culturais, estacas e mourões. - Manejo: controle é feito preventivamente, uma vez que o controle químico é pouco eficiente depois que a doença se instala na cultura. Em condições de plasticultura, o manejo ambiental é feito de modo a evitar alta umidade junto às plantas, através de controle de abertura das cortinas laterais. As medidas de controle recomendadas são: tratamento de sementes com ácido lático a 2% por 20 minutos, seguido de lavagem com água; rotação de cultura, evitando-se plantio de pepino, melão ou melancia após qualquer cucurbitácea, durante 2 ou mais anos; evitar irrigação demasiada; adubação equilibrada, evitando excesso
23 de nitrogênio; pulverizações preventivas, em épocas chuvosas, com fungicidas à base de cobre têm mostrado razoável eficiência no controle. - Agrofit: existe produto registrado para controle da doença em pepino (hidróxido de cobre inorgânico, casugamicina antibiótico e óxido cuproso inorgânico), abóbora (casugamicina antibiótico), melancia (casugamicina antibiótico), abobrinha (casugamicina antibiótico), chuchu (casugamicina antibiótico) e melão (casugamicina antibiótico). Fonte: Antracnose ( Colletotrichum gloeosporioides f. sp. cucurbitae (Berk et Mont) Menten et Kimati (sin. C. lagenarium ) - Etiologia: o fungo produz acérvulos, mais facilmente visíveis nos frutos, onde apresentam coloração preta. Em ambiente de elevada umidade, os acérvulos formam massa rosada de esporos e quase sempre contêm setas pretas. Nas folhas, os acérvulos são formados nas nervuras, principalmente na face inferior, mas são dificilmente visíveis a olho nu. A fase perfeita raramente ocorre na natureza e corresponde ao ascomiceto Glomerella cingulata. O fungo apresenta grande variabilidade patogênica e já foram determinadas muitas raças fisiológicas, o que dificulta a obtenção de novas variedades e/ou híbridos resistentes. - Fatores ambientais: alta umidade, temperatura de 21 a 27 C. - Sintomas: As plantas podem ser afetadas em qualquer estádio de desenvolvimento e todos os órgãos aéreos são suscetíveis. Em pepino, chuchu e melão, os sintomas são muito semelhantes, lesões nas folhas iniciam-se com encharcamento do tecido, seguido de necrose, resultando em mancha circular de cor parda e centro mais claro. Em folhas mais velhas, constata-se coalescência de manchas, resultando em extensas áreas necrosadas. Nas hastes e no pecíolo, as lesões são elípticas, deprimidas, de coloração variável de cinza a parda e, sob elevada umidade, podem apresentar-se recobertas de massa rosada, constituída de esporos do fungo. Nos frutos, os sintomas são elípticos a circulares, deprimidos e, num estádio mais avançado, recobertos de massa rosada. Estes sintomas podem aparecer após a colheita. Em abóbora, os sintomas nos frutos aparecem na forma de placas brancas superficiais. A podridão geralmente é seca e constata-se formação de acérvulos de cor preta na superfície das áreas afetadas. - Ciclo: a principal fonte de inoculo são sementes e curcubitáceas cultivadas ou selvagens e a disseminação é feita pela água. - Manejo: utilização de sementes sadias, destruição de restos de cultura e outras cucurbitáceas, rotação de culturas por 2 a 3 anos, emprego de variedades e/ou híbridos
24 resistentes, pulverização com fungicidas protetores (mancozeb, chlorothalonil e cúpricos) ou sistêmicos (benomyl, tiofanato metílico, carbendazin e thiabendazol). Nos cultivos em estufas plásticas, deve-se fazer manejo ambiental através do controle de irrigação, abertura e fechamento das laterais da estufa e ventilação interna. - Agrofit: existe produto registrado apenas para pepino (flutriafol triazol). Fonte: - Patógenos de solo -Podridão das raízes e do colo ( Fusarium solani (Mart.) Sacc.) - Murchas - Murcha de fusarium da melancia ( Fusarium oxysporum f. sp. niveum ) - Manchas foliares - Mosaico da melancia ( Papaya ringspot virus type W - PRSV-W) - vírus - Mosaico da melancia ( Watermelon mosaic virus 2 - WMV-2) - vírus - Mosaico do pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) - vírus - Mosaico da abóbora ( Squash mosaic virus SqMV) - vírus - Mosaico amarelo da abobrinha-de-moita ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV) - vírus - Mancha angular ( Pseudomonas syringae pv. lachrymans (Smith & Bryan) Young, Dye & Wilkie) - bactéria - Antracnose ( Colletotrichum gloeosporioides f. sp. cucurbitae (Berk et Mont) Menten et Kimati (sin. C. lagenarium ) - fungo -Crestamento gomoso do caule ( Didymella bryoniae ) - Míldio ( Pseudoperonospora cubensis ) - Mancha Zonada ( Leandria momordicae ) - Oídio ( Sphaerotheca fuliginea, Erysiphe cichoracearum, Leveillula taurica e Oidium sp.) - Sarna ou queima ( Cladosporium cucumerinum ) - Pós-colheita
25 REFERÊNCIAS KIMATI, H.; AMORIM, L.; REZENDE, J.A.M; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A. (Ed.). Manual de Fitopatologia: doenças das plantas cultivadas. 4.ed. São Paulo: Agronômica Ceres, v. 2, 255p. raga= raga= raga= caomelancia/doencas.htm caomelancia/doencas.htm obrinha-de-moita
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