PRINCÍPIOS GERAIS DE CONTROLE
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- Aníbal Vilanova Benevides
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1 Disciplina: Fitopatologia Agrícola PRINCÍPIOS GERAIS DE CONTROLE Fatores que contribuem para aumento da produtividade Cultivares produtivos; Sementes e mudas certificadas; Técnicas de cultivo; Adubação; Sistema adequado de irrigação; Propagação; Controle de ervas daninhas; Controle de pragas; Controle de doenças é um fator necessário que contribui para o aumento Definições O que é doença? O que causa doença em plantas? O que são causas bióticas? O que são causas abióticas? O que é controle de doenças? O que é manejo de doenças? DESENVOLVIMENTO DA DOENÇA AMBIENTE Triângulo da doença PATÓGENO PLANTA O que causa doença em plantas? Doença infecciosa ou biótica Doença não infecciosa ou abiótica O que causa doença em plantas? Doença não infecciosa ou abiótica Doenças associadas à alimentação de insetos e ácaros toxicogênicos (toxemias) Ação localizada (lesões nos pontos de alimentação) Manchas cloróticas ou necróticas causadas por cochonilhas, pulgões, ácaros, cigarrinhas e percevejos. Ação sistêmica (translocação do princípio ativo alterando a coloração das folhas) Clorose, mosaico das nervuras, murcha, redução do crescimento, necrose do floema, causadas por cochonilhas, pulgões, cigarrinhas, psilídeos e percevejos 1
2 O que causa doença em plantas? Dano por ácaro em pimentão Doenças não infecciosa ou abiótica ou fisiológicas: Decorrentes de alterações dos fatores ambientais de maneira continuada, podem afetar as plantas em qualquer estádio de desenvolvimento: Fatores ambientais: temperatura, umidade, luz, nutrientes e ph do solo) Injúrias: descargas elétricas, chuvas de pedras, choque térmico Fatores químicos: (poluentes do ar, herbicidas) Queimadura de sol em tomate Podridão apical de tomates e Melancia por deficiência de cálcio Baixa temperatura em tomate Falta de água em pimentão Excesso de água em ervilha Alta temperatura em tomate Bronzeamento interno em batata: Falta de oxigênio e alta temperatura do solo Perdas em folhas de fumo devido ao excesso de Ozônio Deficiência de Boro e couve-flor (A) Ferro em feijão (B), Magnésio em abóbora (C) e Toxicidade de Boro em ervilha (D). 2
3 Tipos de danos do herbicida às plantas. tomate (A), algodão (B), e mamão (C). (D) Malformações do fruto de tomate, como resultado da exposição ao 2,4- D (E) clorose e nanismo em mudas de limão, devido à fumigação com brometo de metila Diagnose de Doenças Abióticas Danos por chuva de granizo (A) melancia e (B) em repolho. Observação dos sintomas característicos causado pela falta ou excesso de um fator qualquer, já descrito na literatura. Exame minucioso de diversos fatores aos quais a planta está exposta: Condições ambientais antes e após o aparecimento dos sintomas; Práticas culturais que estão sendo adotadas; Pulverizações e tipos de produtos utilizados; Necessidade de se obter o mais completo histórico da cultura, inclusive o plantio precedente na área. O que causa doença em plantas? Doença infecciosa ou biótica Ocasionada por agentes causais como patógenos: Fungos, oomicetos, procariotos (bactérias, fitoplasmas e espiroplasmas), nematóides, vírus, viróides e alguns protozoários; Outros organismos (insetos, ácaros e plantas parasitas) podem também ser considerados patógenos, quando acarretarem alterações fisiológicas na planta CLASSIFICAÇÃO DE DOENÇAS Processos Fisiológicos (Esquerda) X Doenças (Direita) G.N. Agrios,
4 À medida que se caminha do grupo I para o grupo VI: Princípios Gerais de Controle GRUPO I II III IV V VI Maior grau de evolução do parasitismo Menor grau de agressividade no patógeno Maior especificidade do patógeno em relação ao hospedeiro PARASITISMO EVOLUÇÃO do AGRESSIVIDADE ESPECIFICIDADE CONTROLE DE DOENÇAS DE PLANTAS PRINCIPAL OBJETIVO DA FITOPATOLOGIA Controle de Doenças de Plantas: É o mais importante objetivo prático da Fitopatologia; Sem controle, as doenças de plantas podem ocasionar enormes prejuízos, de consequências sociais muitas vezes catastróficas Estima-se que mais de 30% da produção agrícola são perdidos atualmente por problemas agrícolas Fatores que contribuem para aumento da produtividade: Lei do Mínimo (Liebig): cada variável pode agir como fator limitante Lei do Mínimo (Liebig): cada variável pode agir como fator limitante Princípios de Whetzel (1925 e 1929) ervas daninhas Propagação Irrigação pragas Adubação Produçã Técnicas de cultivo o Máxima Sementes e mudas certificadas Manejo de Doenças Esforço de sistematização dos métodos de controle até então conhecidos Agrupou-os em quatro princípios biológicos gerais Exclusão Erradicação Proteção Imunização Com o tempo acrescentou-se o da Terapia 4
5 Terapia Imunização 26/5/2014 Princípios de Whetzel Exclusão: Prevenção da entrada de um patógeno em uma área ainda não infestada; Erradicação: Eliminação do patógeno de uma área em que já foi introduzido; Proteção: Interposição de uma barreira protetora entre as partes suscetíveis da planta e o inóculo do patógeno, antes de ocorrer a deposição; Imunização: desenvolvimento de plantas resistentes ou imunes em uma área infestada com o patógeno; Terapia: Visa restabelecer a sanidade de uma planta já infectada pelo patógeno Exclusão Disseminação Erradicação Sobrevivência Ciclo Secundário Ciclo Primário rio Proteção Infecção Colonização Reprodução Hopedeiro doente Ciclo das relações patógeno geno-hospedeiro Fases do ciclo das relações patógeno-hospedeiro onde atuam os princípios de controle de Whetzel. Princípios de Whetzel e o triângulo da doença Os princípios de Whetzel, abordando os problemas de controle numa visão bidimensional dos ciclo das relações patógeno-hospedeiro, não poderiam abranger adequadamente todas as medidas de controle. A ação do homem sobre o patógeno (exclusão e erradicação) e sobre o hospedeiro (proteção, imunização e terapia) estava bem clara. O que faltava??? Princípios de Whetzel e o triângulo da doença O fator Ambiente, um dos vértices do triângulo da doença fora deixado de lado. Marchionatto (1949): sugere medidas de controle baseadas em modificações do ambiente Regulação: alteração dos fatores do ambiente Evasão: Prevenção da doença pelo plantio em épocas ou áreas quando ou onde o inóculo é ineficiente, raro ou ausente. Doenças Abióticas Princípios de Whetzel e o triângulo da doença PATÓGENO Evasão Exclusão Erradicação Evasão Regulação AMBIENTE HOSPEDEIRO Terapia Proteção Imunização Termos importantes em Fitopatologia: Inóculo: Qualquer estrutura do patógeno capaz de causar doença Fontes de inóculo Local onde o inóculo é produzido Sobrevivência Capacidade do patógeno sobreviver em condições adversas ou ausência do hospedeiro Disseminação Transporte do patógeno de uma área (planta) para outra. 5
6 Abordagem epidemiológica Os princípios de controle fundamentam-se em conhecimentos epidemiológicos no triângulo da doença, impedindo ou retardando o desenvolvimento sequencial dos eventos do ciclo das relações patógeno-hospedeiro. Vanderplank (1963): análises na taxa de infecção e na quantidade de inóculo inicial Abordagem epidemiológica Equação x= x 0 e rt Onde: A proporção de x de doença em um tempo t qualquer é determinada pelo inóculo inicial x 0 Pela taxa média de infecção r e pelo tempo t durante o qual o hospedeiro esteve exposto ao patógeno. Propostas de métodos de controle... Plantio de variedades precoces Plantio antecipado para escapar da doença Reduzem t Uso de variedades tolerantes Não reduzem x 0 nem r e nem t Mas a maioria reduz x 0 ou r ou ambos t: um tempo x 0: inóculo inicial r: taxa média de infecção Fonte de Disseminação Inoculação Germinação Penetração Colonização Reprodução Ciclo Inóculo Princípios Exclusão Erradicação Proteção Imunização Terapia Regulação Evasão Evitação Escape + = atua # = atua mais + # + # + # # + # # # # # + + # Conceitos de Controle: Controle ou Manejo? Definição Econômica: Whetzel et al., 1925): Prevenção dos prejuízos de uma doença (Fawcetti & Lee (1926): Na prevenção e no tratamento da doença os métodos de controle empregados deveriam custar menos do que os prejuízos ocasionados Definição Ecológica: Redução da severidade ou incidência da doença Doenças são controladas eficientemente com o conhecimento de sua etiologia, clima, ciclo das relações PxH. 6
7 Controle É o emprego das medidas que visam: impedir ou diminuir a incidência de doenças de modo a reduzir os prejuízos por ela ocasionados. Controle de Doenças de Plantas Transmite a idéia de um grau de dominância sobre o agroecossistema que é inatingível pelo homem ; Dá ao agricultor uma impressão de falha do sistema quando a doença, previamente controlada, volta ao nível de dano; Controle leva ao esquecimento que as medidas são aplicadas para reduzir o dano e não para destruir os agentes causais Controlar pragas na década de 50: Inserido co contexto da produtividade: O controle de doenças de plantas não pode ser abordado isoladamente, mas integrado a outros fatores: Clima, variedade, adubação, tratos culturais, plantas daninhas e pragas, entre outro. Lei do Mínimo (Liebig): cada variável pode agir como fator limitante Erradicação total de pragas da área ou do agrossistema através de inseticidas!!! Controlar pragas na década de 50: Resultou em uma triste ilusão, devido as pragas adquirirem resistência! Abandono do termo CONTROLE Manejo Integrado: Adicionou-se o adjetivo INTEGRADO ao controle Completou-se a proposta adicionando-se o termo MANEJO AGRICULTOR FELIZ! 7
8 Manejo de Doenças de Plantas Manejo conduz ao conceito de que doenças são componentes inerentes do agroecossistema; Manejo baseia-se no princípio de manter o dano ou o prejuízo abaixo do nível econômico, sugerindo a necessidade de contínuo ajuste do sistema; Manejo Integrado de Doenças - MID Zambolim e Vale (2000): Combinação de métodos de controle visando a redução na intensidade das doenças; resultando em alcance máximo em produtividade, sem reflexos negativos no meio ambiente, e que sejam aceitáveis pela sociedade e economicamente viáveis. Manejo Integrado de Doenças - MID Bedendo et al. (2011) O manejo de doenças compreende a aplicação integrada de um conjunto de medidas para reduzir os danos causados pelos patógenos em culturas de interesse agronômico. Estas medidas são de natureza diversa, envolvendo os métodos: Cultural Biológico Físico Genético Químico Procura-se com o MID, evitar: Doutt & Smith (1971): Síndrome do pesticida: Descrita como um sistema fechado, circular, auto-suficiente, baseado num método unilateral de controle: a falha do controle químico é remediada pela intensificação do controle químico Procura-se com o MID, evitar: Princípios Básicos do controle: Zadocks & Schein (1979): síndrome da resistência: Vulnerabilidade genética às doenças é combatida com genes de resistência que aumentam a vulnerabilidade genética às doenças. RUPTURA DA INTERAÇÃO (ver Ciclo das Relações PxH)!!!!! Interrompendo o curso da doença; Deve-se conhecer algum ponto fraco na interação fácil controle Ex. Sarna da batata Spongospora subterranea Correção do ph para ± 5,0. 8
9 Exclusão: Legislação Fitossanitária Exclusão: Legislação Fitossanitária a) Proibição, fiscalização e interceptação de trânsito de material vegetal; b) Programa de registro de plantas matrizes; c) Programa de sementes certificadas a nível de propriedade: 1) uso de sementes sadias, 2)mudas sadias e 3) cuidados com caixas e material de transporte; medidas de sanidade do viveiro. O temor pela introdução de fitopatógenos exóticos é explicado, pois o hospedeiro na ausência do patógeno se torna extremamente suscetível. A eficiência está diretamente relacionada com a capacidade de disseminação insetos vetores dificulta. Erradicação - Eliminação completa do patógeno na região; - Patógeno tem número restrito de hospedeiro; - Baixa capacidade de disseminação; - Economicamente viável; - Área geográfica atingida insignificante. Medidas: - Eliminação de plantas doentes, hospedeiros nativos; - Aração profunda (fungo de solo), eliminação de restos da cultura; - Desinfestação do solo; -Tratamento de sementes. Proteção: Prevenção do contato direto do patógeno com o hospedeiro. Aplicação de produtos químicos fungicidas ou inseticidas inseto vetor alta toxidade ao patógeno, grande estabilidade, não ser fitotóxico não causar desequilíbrio ao ambiente. O método de aplicação, época, número de aplicações e de produtos devem ser levados em consideração. Imunização: Resistência encontrada pelo patógeno para causar a doença (penetração, colonização, esporulação) genéticos ou químicos. Resistência = Método ideal de controle não onera custo de produção quando executado através de resistência genética. Fungicida sistêmicos ação de maneira análoga à resistência induz a planta a produzir substância tóxica ao fungo. Pré imunização de plantas cítricas ou proteção cruzada = Planta cítrica inoculada com estirpe fraca do vírus da tristeza tolerante a estirpe forte. Terapia ou Cura: Recuperação da planta doente pela eliminação ou cura das partes que contenham o patógeno; Limitações técnico-econômicos; Espécies de elevado valor histórico ou setimental Ex.: a) Uso de fungicidas sistêmicos oídios b) Cirurgia dos troncos lesionados gomose do cítrus c) Tratamento térmico de mudas de bananeira d) Substituição do cerne por ferragens e concreto 9
10 Sugestões: Sugestões: Regulação: Princípio pela manipulação do fator ambiente; Umidade, temperatura, solo, ar, etc.; Práticas culturais em período desfavorável. Evitação (evasão no tempo): Quando o hospedeiro através das suas características herdáveis consegue evitar o patógeno. Ex.: troca de folhas 10
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