DOENÇAS DA BANANEIRA

Transcrição

1 DOENÇAS DA BANANEIRA (Musa spp.) J. O. MENTEN Prof. ESALQ/USP Piracicaba SP Monitora: Ticyana Banzato Outubro de 2016

2 Ásia: sul e sudeste Centro de origem

3 5 maiores produtores Área (mil ha) Produção (milhões t) Rend (t/ha) Índia Brasil Tanzânia Filipinas China Mundo Fonte: FAOSTAT 2013

4 Participação dos continentes na produção mundial de BANANA Oceania 2,0% África 30,2% Ásia 44,1% Américas 23,4% Fonte: FAOSTAT, 2013

5 Produção brasileira de banana em 2011

6 Principais estados produtores no Brasil Fonte:IBGE 2010

7 DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS

8 Sigatoka amarela (Mycosphaerella musicola ) Sintomas: -Estrias amarelo-claras na face superior da folha. - Presença de halo amarelo. - Coalescimento das lesões. - Predomínio de lesões elípticas de contornos bem definidos.

9 Sigatoka negra Mycosphaerella fijiensis Sintomas: -Estrias marrons na face inferior da folha. - Nem sempre tem a presença de halo amarelo. - Coalescimento das lesões, deixando a área lesionada preta. -Lesões irregulares de contornos bem definidos.

10 Sigatoka negra (Mycosphaerella fijiensis) Disseminação vento e chuva Folhas doentes utilizadas em barcos e/ou caminhões bananeiros (proteção frutos durante transporte) Bananeiras infectadas levadas pelo rio durante período de cheia nos rios amazônicos Regiões onde é introduzida sigatoka negra amarela desaparece em cerca de 3 anos maior agressividade América Central 50 aplicações anuais de fungicida

11 Mal-do-Panamá Fusarium oxysporum f.sp. cubense Sintomas: - Amarelecimento das folhas. - As folhas murcham, secam e se quebram junto ao pseudocaule. - Aparência de guarda-chuva fechado. - Rachaduras do feixe de bainhas.

12 1ª constatação Piracicaba (cv. Maçã) Ocorre endemicamente em todo país disseminação via material de plantio infectado Solos com maiores níveis de ph, Ca, Mg, Zn e matéria orgânica Menos sujeitos à infecção

13 Antracnose Colletotrichum musae Sintomas: - Lesões escuras e deprimidas. - Com o progresso da doença, estas lesões aumentam de tamanho e podem coalescer.

14 Podridão da coroa Cephalosporium sp.; Fusarium spp.; Colletotrichum musae; Deighthoniella torulosa; Ceratocystis paradoxa Principal problema em pós-colheita Mais grave: frutos que passam por períodos de transporte > 10 dias

15 Mancha de cordana (Cordana musae) Secundária Medidas para controlar sigatoka amarela controlam essa doença

16 Principais Medidas de Controle Cultivares resistentes; Mudas sadias; Plantio em áreas sem histórico da doença; Limpeza das mudas (descorticamento do rizoma); Analisar e corrigir ph do solo/ evitar solos mal drenados; Exercer bom controle sobre nematóides e broca-do-rizoma; Inspecionar periodicamente bananal e erradicar plantas plantas doentes; Limpeza e desinfestação dos tanques de despencamento e lavagem após o uso; Imersão ou pulverização frutos com tiabendazol, benomyl ou tiofanato metílico (200 a 400 ppm).

17 DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS

18 Moko ou Murcha bacteriana [Ralstonia solanacearum (raça 2)] Sintomas: - Má- formação foliar, necrose e murcha da folha do cartucho ou vela (jovens) - Amarelecimento das folhas basais e murcha das folhas mais jovens (adultas) - Escurecimento vascular - Exsudação bacteriana -Risco: NE/ PQ A2

19 Moko ou Murcha bacteriana [Ralstonia solanacearum (raça 2)] Foi considerada a principal doença bacteriana Riscos para regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste Doença permanece restrita à região Norte erradicação Problema grave para região Norte várzea Condições de umidade no solo sobrevivência Disseminação Material de plantio, contatos inter-radiculares de touceiras doentes com sadias, ferramentas, insetos polinizadores Ampla gama de hospedeiros alternativos

20 Podridão mole (Pectobacterium spp.) Sintomas: - Apodrecimento do rizoma e pseudocaule. - Líquido fétido. - Amarelecimento e murcha das folhas.

21 Principais Medidas de Controle Detecção antecipada das plantas doentes e imediata erradicação; Uso de mudas sadias; Desinfestação ferramentas; Evitar injúrias no sistema radicular (cuidados na capina); Eliminar coração atrativo para insetos; Resistência varietal; Manejo da irrigação, evitando excesso de umidade; Utilizar mudas já enraizadas em locais com histórico da doença;

22 DOENÇAS CAUSADAS POR NEMATÓIDES

23 Nematóide Cavernícola Radopholus similis Forma galerias no córtex das raízes e rizomas Tombamento de plantas pela ação do vento ou peso dos cachos prejuízos de até 100% da produção (Cavendish) Disseminação material propagativo implementos agrícolas tráfego de trabalhadores e animais escoamento de água de chuva e irrigação

24 Nematóide Cavernícola Radopholus similis Sintomas: - Forma galerias no córtex das raízes e rizomas. -Tombamento de plantas pela ação do vento ou peso dos cachos.

25 Meloidogyne spp. M. incognita e M. javanica Ocorrência mais generalizada Galhas radiculares

26 Helicotylenchus multicinctus Brasil espécie mais freqüente Pouco se conhece sobre prejuízos e patogenicidade

27 Pratylenchus coffeae Nematóide das lesões radiculares Distribuição mais restrita

28 Controle de nematóides Plantio mudas em local não contaminado Tratamento de mudas Descorticamento Quimioterapia Termoterapia (65 ºC por 5 min; 55 ºC por 20 min) Alqueive terreno limpo por 6 meses a 1 ano Inundação período mínimo de 6 meses Rotação de culturas Uso de escoras e/ou amarrio das plantas Resistência varietal Tratamento químico

29 DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS

30 Mosaico da bananeira - CMV Vetor afídeos (Aphis gossypii) não persistente Virose mais comum 10 % das bananeiras do país

31 Estrias da bananeira - BSV Disseminação material propagativo infectado Cultura ápices caulinares não filtra esse vírus

32 Principais Medidas de Controle Medidas de exclusão rigorosas medidas quarentenárias Controle pulgão (praga secundária) Mudas livres de vírus: mesmo mudas oriundas de cultura de tecidos podem ser infectadas Eliminação hospedeiros alternativos Erradicação de plantas com sintomas

33 PATÓGENOS QUARENTENÁRIAS Quarentenárias ausentes - A1 -Banana bract mosaic virus - (BBrMV) -Banana bunchy top virus - (BBTV) Quarentenária presente - A2 - Ralstonia solanacearum raça 2

34 Topo em leque ou Bunchy top - BBTV Principal virose Ásia, África e ilhas do Pacífico PQ A Pat. Quarentenário Não há relatos no Brasil

35 Produtos Comerciais registrados para a cultura 78 fungicidas 4 bactericidas 1 acaricida microbiológico 3 acaricidas 9 nematicidas

36 Fungicidas Registrados

37 Fungicidas Registrados

38 Fungicidas Registrados

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40 Doenças da mangueira (Mangifera spp.) J. O. MENTEN Prof. ESALQ/USP Piracicaba SP Monitora: Ticyana Banzato Outubro de 2015

41 Centro de origem Índia: já é cultivada há anos

42 A cultura da manga no mundo Área Produção Rend (mil ha) (milhões t) (t/ha) 1 Índia º China º México º Filipinas º Indonésia Brasil Mundo Fonte: FAOSTAT, 2013

43 Participação dos continentes na produção mundial de Manga 2013 Oceania 0,2% África 12,8% Américas 9% Ásia 77,9% Fonte: FAOSTAT, 2013

44 A cultura da manga no Brasil Fonte: IBGE 2011

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46 Doenças causadas por fungos

47 Antracnose Colletotrichum gloeosporioides Sintomas Folhas manchas marrons, ovais ou irregulares, de tamanho variável. Destruição de flores e queda prematura de frutos. Frutos manchas ou lesões levemente deprimidas e escuras. Importante problema fitossanitário exportação

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50 Morte descendente Lasiodiplodia theobromae Sintomas Folhas apresentam-se secas, de coloração palha, retorcidas e necrosadas, desfolha. No tronco ocorrem rachaduras e bifurcações, onde são observadas lesões escuras; No centro dos frutos, surgem pontuações negras, que são os picnídios.

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53 Oídio Oidium mangiferae Sintomas Crescimento de estruturas brancoacinzentas e pulverulentas.

54 Seca da mangueira Ceratocystis fimbriata Sintomas Os sintomas são amarelecimento, murcha e seca dos galhos.

55 Só ocorre no Brasil Vetor: Hypocryphalus mangiferae Broca só causa danos em mudas recém plantadas Penetração pela raiz não necessita da broca

56 Mal formação floral e vegetativa Fusarium moniliforme var. subglutinans Sintomas Produção de brotos com internódios curtos e folhas rudimentares, semelhantes à vassoura-de-bruxa.

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58 Mal formação floral e vegetativa Fusarium moniliforme var. subglutinans Maior problema em Tommy Atkins Outras hipóteses ácaro das gemas, outras espécies de fungos, vírus, distúrbios hormonais, problemas nutricionais e causas genéticas Plantas com até 10 anos de idade e temperaturas amenas na época da emissão das panículas favorecem

59 Podridões pedunculares Vários fungos envolvidos; Prejuízos no transporte, armazenamento e exportação.

60 Verrugose Elsinoe mangiferae Importância secundária Danos limitam-se à superfície externa dos frutos Menor valor comercial Controle Pulverizações para antracnose controlam verrugose Viveiros fungicidas cúpricos principalmente durante fluxos vegetativos

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62 Principais Medidas de Controle Mudas sadias; Cultivares tolerantes; Manusear os frutos com cuidado, evitando ferimentos; Logo após colhidos, levar os frutos para câmaras de maturação e armazená-los em ambiente bem ventilado; Tratamento químico; Maior espaçamento/ Podas leves/ Podas de limpeza; Instalação pomares em regiões mais secas; Desinfestar ferramentas poda; Adubar adequadamente/evitar estresse hídrico ou nutricional prolongado; Controlar brocas e insetos (evitar ferimentos.

63 Produtos Comerciais registrados para a cultura 54 fungicidas 5 bactericidas 17 acaricidas 2 nematicidas

64 Fungicidas registrados

65 Fungicidas registrados

66 Fungicidas registrados

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68 Doença causada por bactéria

69 Mancha angular Xanthomonas campestris pv. mangiferaeindicae Sintomas Em frutos lesões circulares, de coloração verde-escuro, rachaduras Pedúnculo fruto mumifica e murcha. Folhas pequenos pontos encharcados de coloração castanha, rodeados por um halo de cor verde claro amarelado. Formas angulares, orifícios.

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71 Mancha angular Xanthomonas campestris pv. mangiferaeindicae Controle Escolha do local áreas secas Mudas sadias Proteção pomar com quebra-ventos evitar ferimentos Proteção órgãos novos durante todo o ano Pulverizações com cúpricos em mistura com mancozeb a 0,16% Cultivares resistentes Haden (Tommy Atkins é extremamente suscetível)

72 Doenças do mamoeiro (Carica papaya) J. O. MENTEN Prof. ESALQ/USP Piracicaba SP Monitora: Ticyana Banzato O U T U B R O D E

73 Centro de Origem Noroeste da América do Sul (Amazônia)

74 A cultura do mamão no mundo Área (mil ha) Produção (milhões t) Rend (t/ha) Índia Nigéria Brasil Bangladesh 22 0,1 6 México 18 0,7 41 Mundo Fonte: FAOSTAT, 2013

75 Participação dos Continentes na produção mundial de mamão em 2013 Ásia 46,2% Oceania 0,2% Africa 30% Américas 23,6% Fonte: FAOSTAT, 2012

76 Estados brasileiros produtores Área Colhida (mil ha) Produção (mil t) Rendimento (t/ha) Bahia 15, ,8 Espiríto Santo ,3 Ceará 2, ,1 Rio Grande do Norte ,9 Minas Gerais 1, ,0 Brasil 35, ,1 Fonte: IBGE 2011

77 DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS

78 Varíola Asperisporium caricae Sintomas Manchas necróticas arredondadas, pardo-claras, circundadas por um halo amarelo, com 3-4mm de diâmetro Face superior Massa escura e pulverulenta formada pelos esporos do fungo, dando um aspecto cinza-preto Face inferior

79 Oídio Oidium caricae Sintomas: Presença de um micélio branco junto das nervuras, especialmente na face abaxial, podendo também aparecer na face adaxial. Também podem apresentar sintomas nas hastes, flores e frutos. Ocorrência comum, sem grandes prejuízos.

80 Gomose ou podridão do pé Phytophthora palmivora Sintomas Lesões firmes de coloração marrom-escura são observadas no sistema radicular. As folhas tornam-se amareladas e murchas, desfolha prematura. Colo da planta lesões encharcadas com Foto: Scott Nelson exsudação gomosa. Frutos massa esbranquiçada com aspecto cotonoso mumificação.

81 Antracnose ou Mancha Chocolate Colletotrichum gloeosporioides Maior frequência nos frutos maduros Favorecido pelo aumento da precipitação e UR

82 Principais Medidas de Controle Drenagem adequada do terreno Evitar ferimentos Pulverizar colo das plantas quinzenal ou mensalmente com fungicidas Pulverizações visando controle de podridões de frutos controlam essa doença Produtos à base de enxofre (cuidados com fitotoxidez)

83 DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS

84 Mosaico/Mancha Anelar PRSV-P Vetor afídeos (não-persistente) São Paulo: 100% plantas infectadas em 4-7 meses

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86 Meleira PMeV Intensa exsudação látex dos frutos Norte Espírito Santo e Sul da Bahia Partículas isométricas semelhantes a vírus Transmissão através da injeção do látex de plantas doentes em plantas sadias Não há transmissão mecânica, por sementes e vetor

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89 Amarelo letal PLYV Restrito à região Nordeste Vírus de partícula isométrica não identificado Transmissão parece não depender de vetor

90 Principais Medidas de Controle Medidas preventivas Mudas sadias Destruir plantas velhas de áreas abandonadas, das imediações de casas e pomares e beira de estrada Erradicar sistematicamente todas as plantas infectadas Evitar cucurbitáceas dentro e próximo dos pomares Evitar formação colônias de afídeos Cultivares transgênicos?

91 Produtos comerciais registrados para a cultura 50 fungicidas 3 bactericidas 25 acaricidas 3 nematicidas

92 Fungicidas

93 Fungicidas

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95 MUITO OBRIGADO