DOENÇAS das CUCURBITÁCEAS
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- Miguel Ribeiro Aires
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1 Disciplina: Fitopatologia Agrícola DOENÇAS das CUCURBITÁCEAS Importância: Principais culturas Cucurbitáceas : Melancias Pepinos Melões Abóboras Na região Nordeste seu cultivo é praticado por pequenos produtores em regime de agricultura familiar Importância Representam 20% da produção total de produtos olerícolas no Mundo; A melancia é a principal Cucurbitaceae a nível mundial com cerca de 40% da produção total de Cucurbitáceas, seguida do pepino com 27%; Melões e abóboras representam 20 e 12% da produção mundial de membros da família, respectivamente. Fatores Limitantes: Devido as condições climáticas prevalecentes na região Nordeste Doenças: Fúngicas Bacterianas Virais Difícil controle Fácil disseminação por vetores : Mosaicos Papaya ring spot virus type W (PRSV-W) Vírus do mosaico do mamoeiro, estirpe melancia Zucchini yellow mosaic virus (ZYMV) Mosaico Amarelo da Abobrinha Watermelon mosaic virus (WMV) Mosaico da Melancia Zucchini lethal chorosis virus (ZLCV) Clorose Letal da abobrinha Cucumber mosaic virus (CMV) Mosaico do Pepino Squash mosaic virus (SqMV) Mosaico da Abóbora Vírus do Amarelão do meloeiro??? Gênero: Potyvirus Espécies: Papaya ringspot virus (PRSV) Watermelon mosaic virus (WMV) Zucchini yellow mosaic virus (ZYMV) 1
2 Gênero: Potyvirus Transmissão: Modo não-circulativo Vários gêneros de pulgões Papaya ringspot virus (PRSV) Papaya ringspot virus (PRSV) Papaya ringspot virus (PRSV) Watermelon mosaic virus (WMV) Watermelon mosaic virus (WMV) 2
3 Watermelon mosaic virus (WMV) Zucchini yellow mosaic virus (ZYMV) Zucchini yellow mosaic virus (ZYMV) Zucchini yellow mosaic virus (ZYMV) Cucumber mosaic virus (CMV) Cucumber mosaic virus (CMV) 3
4 Gênero: Comovirus Espécie: Squash mosaic virus (SqMV) Transmissão vetor: coleóptero Diabrotica spp. Modo circulativo Squash mosaic virus (SqMV) Squash mosaic virus (SqMV) Infecção Mista Amarelão do meloeiro Gênero: Crinivirus Espécies: Lettuce infectious yellows virus (LIYV) Cucurbit yellow stunting disorder virus (CYSDV) Transmissão: Mosca branca Amarelão do meloeiro 4
5 Amarelão do meloeiro Amarelão do meloeiro F2 F1 Campos de produção de meloeiro (Cucumis melo): F 1 campo com 100% de plantas infetadas que serviu de fontes de vírus para o campo F 2 ; F 2 - campo com aproximadamente 20% de plantas com amarelão. Seta - direção do vento predominante. Não é tarefa fácil Mais recomendável, sempre que possível deve-se usar variedades resistentes ou tolerantes. Potyvirus Pepino:Variedades Formosa e Aodai Abóbora: Piramoita e Menina Brasileira e o híbrido Duda são tolerantes; Melão: Híbridos: AF-522, Nice e Eldorado 300 são tolerante Melancia: Acessos: BT8501 Cucumber mosaic virus (CMV) Pepino: Híbridos Runner, Colônia, Indaial, Itapema, Prêmio e Supremo apresentam tolerância Medidas adicionais de Controle: Destruição de plantios velhos e/ou abandonados de qualquer cucurbitáceas, Eliminação de hospedeiras alternativas dos vetores, Cobertura do solo com plásticos coloridos ou casca de arroz Controle químico de vetores: deve-se conhecer o relacionamento vírus-vetor!!! 5
6 Doenças causadas por Bactérias Doenças causadas por Bactérias Mancha angular Pseudomonas syringae pv. Lachrymans Mancha Bacteriana do Fruto Acidovorax avenae subsp. citrulli; Mancha angular Pseudomonas syringae pv. lachrymans - Importante na cultura do pepino, mas, afeta outras cucurbitáceas; - Afeta folhas, ramos, pecíolos e frutos (áreas encharcadas, angulosas, limitadas pelas nervuras); Doenças causadas por Bactérias Mancha angular Pseudomonas syringae pv. Lachrymans Disseminação: sementes, através da água de chuva e irrigação, solos infestados, insetos, utensílios agrícolas e operários. Sobrevivência: por mais de dois anos em sementes infectadas, restos de cultura, estacas e mourões, epifiticamente sobre diversas cucurbitáceas como a bucha e o melão-de-sãocaetano. Condições favoráveis: T entre 24 e 28ºC, Umidade relativa elevada, chuvas freqüentes Mancha angular Sintomas: Mancha angular Sintomas: Mancha angular Sintomas: Manchas encharcadas nos tecidos foliares 6
7 Mancha angular Sintomas: Mancha angular Sintomas: Com o avanço da doença as manchas coalescem e tornam-se necróticas Nos frutos as manchas são pequenas e oleosas no início, depois tornam-se pardacentas, deprimidas e exsudam um líquido viscoso, o pus bacteriano. Doenças causadas por Bactérias Mancha Angular Preventivo Tratamento de sementes (ácido lático, 2% por 20 minutos, seguido da lavagem com água); Rotação de culturas; Evitar irrigação demasiada; Adubação equilibrada, evitando excesso de nitrogênio; Pulverizações preventivas, com fungicida a base de cobre Doenças causadas por bactérias ou mancha aquosa Acidovorax avenae subsp. citrulli; Doença observada em campos de produção comercial de melão; Doença é ocasionada pelo patógeno que é limitado a Cucurbitáceas É uma das principais doenças do meloeiro, no período chuvoso, nas áreas produtoras de melão no Nordeste brasileiro (principalmente, no Ceará e Rio Grande do Norte; Doenças causadas por bactérias Prejuízos causados pela doença são elevados, sobretudo no período chuvoso; Em condições favoráveis, afeta até 100% dos frutos comercializáveis, chegando a dizimar totalmente a produção Doenças causadas por bactérias Transmissão: sementes; Sobrevivência: sementes contaminadas, restos culturais cucurbitáceas voluntárias e silvestres; alta umidade e temperatura em torno de 26ºC Disseminação: Respingos de água de irrigação ou de chuva Folhas doentes servem de fonte de inóculo para a infecção dos frutos 7
8 Sintomas Melão Sintomas - Melão A B Manchas encharcadas no início da infecção (A), com avanço da doença tornamse manchas necrosadas (B) A Manchas encharcadas no início da infecção (A), com avanço da doença tornam-se manchas aquosas (B) B Sintomas Melancia Sintomas Sintomas Sintomas Frutos de melancia com manchas oleosas, e rachaduras 8
9 Controle Uso de sementes sadias; Eliminação de plantas hospedeiras; Destruição de restos culturais; Produção de mudas sadias; Rotação de culturas por pelo menos três anos; Pulverização com fungicidas a base de cobre; Resistência genética: Parcial, maioria muito suscetível Doenças causadas por Fungos Antracnose Colletotrichum gloeosporioides f. sp. cucurbitae Crestamento Gomoso do Caule Didymella bryoniae Míldio Pseudoperonospora cubensis Oídio Podosphaera xanthii (Sphaerotheca fuliginea) Erysiphe cichoracearum Leveillula taurica; Podridão das raízes e do Colo e Murcha Fusarium oxysporum f. sp. niveum; Antracnose Etiologia: Colletotrichum gloeosporioides f. sp. cucurbitae Plantas afetadas em qualquer estádio de desenvolvimento; Todos os órgãos aéreos são suscetíveis; Apresenta grande variabilidade patogênica; Disseminação: água, sementes; Antracnose Condições Favoráveis: Alta umidade e temperatura de 21 a 27ºC; Antracnose Antracnose 9
10 Antracnose sementes sadias, eliminação de restos culturais, rotação de culturas por 2-3 anos, uso de variedades e híbridos resistentes, fungicidas: protetores (mancozeb, chlorothalonil e cúpricos) ou sistêmicos (benomyl, tiofanato metílico, carbendazin e thiabendazol). Crestamento gomoso Etiologia: Didymella bryoniae (Mycosphaerella melonis); Importante doença em melão, pepino e melancia; Afeta todos os órgãos da planta; Umidade elevada limita a produção de melão; Sobrevivência: em restos de cultura, sementes e solo; Disseminação: água, vento Crestamento gomoso Crestamento Gomoso do Caule Sintomas de gomose: manchas nas folhas de melão (A) e melancia (B). Gomosenecrótica do caule no melão (A) e picnídios do patógeno em caule infectado (B) Crestamento gomoso Crestamento gomoso Rotação de culturas (não pertencentes a família cucurbitaceae); Uso de sementes certificadas e tratadas com: thiram e captan; Evitar umidade e áreas que tenham sido ocupadas com cucurbitaceas; Não existe variedade resistente: genótipo PI (fonte de resistência em melhoramento de melão); Grande área podre infectada em melancia (A) e campo de melão com plantas mortas pelo crestamento gomoso (B) Para melão: Controle químico é ineficiente; experimentalmente benomyl e iprodione (via solo) apresentam bons resultados; 10
11 Míldio Etiologia: Pseudoperonospora cubensis; Muito importante em: melão, pepino, melancia e abóbora; Filme de água e temperatura (16 a 22 ºC) favorecem o patógeno; Disseminação: vento, respingos de água Mildio Sintomas iniciam-se na face superior, na forma de manchas cloróticas e angulosas Na face inferior, manchas com aspecto encharcado, com frutificações do fungo Míldio Míldio Evitar locais sujeitos a alta umidade; Usar variedades e/ou híbridos resistentes; Pulverizar com fungicidas protetores (mancozeb ou chlorothalonil) ou sistêmicos. Oídios Doença comum em cucurbitáceas; Etiologia: Podosphaera xanthii (Sphaerotheca fuliginea): (requer mais umidade; culturas protegidas); Erysiphe cichoracearum: (umidade baixa); Leveillula taurica; Podosphaera xanthii Oídios Pode atacar toda a planta, folhas mais afetadas; Plantas severamente atacadas perdem vigor, a produção é prejudicada; No Brasil: ocorre apenas a forma imperfeita (Oidium sp.); Disseminação: facilmente pelo vento 11
12 Oídio Oídio Fungicidas de contato (a base de enxofre); sistêmicos (fenarimol, benzimidazois, pyrazophos) + eficientes; Iniciar o tratamento ao se constatar os primeiros sintomas (face inferior das folhas ou nos ramos verdes); Sintomas iniciam com crescimento pulverulento (micélio, conidióforos). Uso do leite cru de vaca (5%), uma vez por semana; infestação alta, concentração (10%); Podridões de raízes Phytophthora Phytophthora Rhizoctonia Monosporascus Rhizoctonia Morte súbita, declínio, colapso do meloeiro Etiologia: Monosporascus cannonballus Hospedeiros: Melão e melancia (infecção natural) Outras espécies de cucurbitáceas são suscetíveis à inoculação Adaptado a climas secos e quentes: C Ocorre formação de peritécios: C Sobrevivência: restos de cultura 12
13 Morte súbita, declínio, colapso do meloeiro A infecção das raízes pode ocorrer tanto do micélio que sobreviveu no solo ou restos culturais ou de ascósporos germinados Morte súbita, declínio, colapso do meloeiro Os sintomas primários caracterizam-se pela presença de necrose nas radículas e lesões nas raízes maiores, tipicamente em torno da junção das raízes Morte súbita, declínio, colapso do meloeiro O primeiro sinal de diagnóstico do patógeno é a formação de peritécios negros, esféricos e eruptivos nas raízes Morte súbita, declínio, colapso do meloeiro Morte de raízes jovens infectadas (A) e pontos pretos com peritécios (B) Podridão de Monosporascus e início de declínio campo produção melão (A), e morte e colapso de todas as plantas do campo (B). Morte súbita, declínio, colapso do meloeiro Eliminação de restos culturais, Controle da irrigação, A solarização do solo isoladamente é incapaz de controlar a enfermidade O controle químico também é pouco efetivo no campo. Murcha de Fusarium Etiologia: Fusarium oxysporum f. sp. niveum Provoca a morte das plantas; Disseminação: água de irrigação; Variedades e híbridos resistentes (Charleston Gray e Crimson Sweet); sementes sadias e tratadas; rotação de culturas (não eficiente), devido a sobrevivência no solo 13
14 Murcha de Fusarium Murcha de Fusarium Nematóides Meloidoginoses Doença bastante comum nas áreas produtoras da região Nordeste Nematóides - Meloidoginoses Sintomas aparecem em reboleira, Plantas apresentando crescimento irregular, e muito sensíveis às murchas, Respondem mal à adubação, crescem lentamente e podem apresentar clorose. As plantas infectadas apresentam sistema radicular pouco desenvolvido e numerosas raízes laterais localizadas superficialmente. O único sintoma característico do ataque de nematoides são as galhas nas raízes Os demais sintomas são semelhantes aos de outras doenças causadas por patógenos radiculares. Nematóides Meloidoginoses Controle Utilizar plantas formadas em viveiros livres de contaminação. A destruição das raízes logo após a colheita e o revolvimento do solo são importantes para evitar a sobrevivência do patógeno, Eliminação das ervas daninhas que podem servir de reservatório do patógeno. 14
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