R A. T o d o d i a é d i a de: P R O J E T O ESCOLA ESTADUAL MINAS GERAIS UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO - UFTM

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1 ESCOLA ESTADUAL MINAS GERAIS UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO - UFTM P R O J E T O T o d o d i a é d i a de: C O N S C I Ê N C I A N E G R A Professor Cristian Vicente Rodrigues Alunos Bolsistas do PIBID de História 2011/2012 UBERABA/MG-2011

2 JUSTIFICATIVA O presente projeto foi elaborado tendo em vista os pressupostos assinalados pela atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, bem como os objetivos exarados no CBC (Conteúdo Básico Comum) de Minas Gerais, mais especificamente no que tange a perspectiva de ensino proposta como história-problema, a partir da qual foi apontada a seguinte questão: Quais foram os processos (obstáculos, recuos e avanços) de construção da cidadania e da democracia no Brasil? 1 Além disso, visamos contemplar alguns dos desafios exarados na proposta do CBC, tais como: Problematizar visões, representações e atitudes que comprometem o avanço dos sujeitos, dos grupos, das identidades sociais em direção a emancipação e participação política e social; Desenvolver atitudes de respeito e compreensão para com a diversidade e complexidade sociocultural das sociedades e da sociedade brasileira, em particular; 2 Como se pode notar, as questões acima destacadas aludem, de certo modo, ao universo dos afro-descendentes no Brasil, que, embora maioria, ainda não exercem de maneira efetiva sua cidadania. Foi a partir desta constatação que o governo brasileiro promulgou a Lei 10639/03 que visa à implementação de diretrizes educacionais voltadas para as relações etnicorraciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. Nunca é demais ressaltar os obstáculos enfrentados por esses sujeitos, pois, mesmo de forma mascarada, a discriminação e o preconceito ainda ocupam um grande espaço em nossa sociedade contemporânea, do contrário vejamos: (...) a população afro-descendente está entre aquelas que mais enfrentam cotidianamente as diferentes facetas do preconceito, do racismo e da discriminação que marcam, nem sempre silenciosamente, a sociedade brasileira. O acesso às séries iniciais do Ensino Fundamental, praticamente universalizado no país, não se concretiza, para negros e negras, nas séries finais da educação básica. Há evidências de que processos discriminatórios operam nos sistemas de ensino, penalizando crianças, adolescentes, jovens e adultos 1 Proposta Curricular do Estado de Minas Gerais Conteúdo Básico Comum (CBC) de Historia Ensino Fundamental e Médio. p Idem. p.35.

3 negros, levando-os à evasão e ao fracasso, resultando no reduzido número de negros e negras que chegam ao ensino superior, cerca de 10% da população universitária do país. 3 Ora, o restrito acesso aos afro-descendentes nos últimos anos do Ensino Médio e a sua ínfima participação nos Cursos Superiores, demonstra como se opera o racismo social no Brasil, o qual impossibilita a efetiva participação cidadã e democrática desses indivíduos em nosso país. Assim, é diante esta incômoda realidade que encetamos este projeto que busca problematizar tais questões tendo como pressuposto o dia da Consciência Negra (20 de novembro). OBJETIVOS Esclarecer os alunos acerca da importância da instituição do dia da Consciência Negra, trabalhando a escravidão no Brasil e as forma de resistência, destacando a figura de Zumbi dos Palmares; Problematizar as construções elaboradas, a princípio pelos Europeus, no decorrer da história as quais visavam minimizar e subjugar o Continente africano, seus habitantes, descendentes e sua cultura; Despertar nos alunos a consciência crítica no que se refere a discriminação e o preconceito ainda vivenciado pelos afro-descendentes no Brasil; Ampliar o conhecimento dos discentes acerca da historia dos negros no Brasil para além das construções já cristalizadas pela historia tradicional; Propiciar aos alunos, através de pesquisa e debates, novos saberes com relação a participação histórica dos negros em nossa cidade; Promover a disseminação de saberes inerentes ao universo dos afrodescendentes estimulando o debate acerca das formas de discriminação e preconceito, de forma que possa haver uma conscientização diária e não apenas no dia 20 de novembro e 13 de maio. 3 Plano nacional de implementação das diretrizes curriculares nacionais para educação das relações etnicorraciais e para o ensino de historia e cultura brasileira e africana. p.7

4 DESENVOLVIMENTO/METODOLOGIA Participarão do projeto os alunos regularmente matriculados nas três salas do 1º ano do Ensino Médio na Escola Minas Gerais do turno matutino, os quais, junto com os alunos bolsistas de história e os professores das áreas afim, trabalharão as questões mencionadas no objetivo do projeto. Os demais discentes serão convidados a compartilhar das atividades propostas no mesmo, porém sua participação não será obrigatória. Ademais, os estudantes matriculados serão contemplados quando da culminância do projeto, a qual contará com a exposição de murais, cartazes e a apresentações artísticas. A princípio, por meio de aulas expositivas, leitura de textos, debates, exibição de filmes e jogos serão discutidas as questões referentes a construção dos estereótipos relacionados aos negros, sua participação na sociedade brasileira desde a colonização, as formas de resistência, entre outros. Neste momento serão abordadas as particularidades da trajetória do negro no Brasil, suas formas de expressão cultural etc., de forma a problematizar os velhos olhares que apenas dão destaque para os aspectos de culinária, religiosidade e da tortura pelos Senhores. Ou seja, buscar-se-á evidenciar a complexidade das relações culturais entre estes sujeitos em nossa sociedade, desvinculando-os do velho maniqueísmo que os colocava apenas na figura de vilões e ou heróis. Após a primeira etapa, que proporcionará subsídios teóricos aos discentes, partiremos para a prática, que se caracterizará pela: Elaboração de murais temáticos enfocando as diversas formas de participação dos negros na sociedade brasileira desde os tempos da colonização; Realização de uma exposição com imagens e objetos (entre estes selos) que retratem as diversas facetas da cultura afro-brasileira; Elaboração de um esquete teatral que possa, de maneira sucinta, enfocar aspectos da história e cultura dos negros em nossa cidade. Apresentação de um curta-metragem produzido pelos alunos, com no mínimo 5 e no máximo 10 minutos, sendo um curta para cada turma dos 1ºs anos do Ensino Médio Matutino;

5 A culminância do projeto se dará com a divulgação dos murais e com a exposição de imagens e objetos. Neste mesmo dia, 22/11/2011, nos dois últimos horários do turno matutino, serão apresentados o esquete teatral, músicas relativas a temática, (a serem executada pelos próprios alunos), bem como os três curta-metragem. AVALIAÇÃO Os discentes participantes serão avaliados de zero a sete pontos da seguinte forma: Participação nas atividades dentro e fora da escola, a ser aferida por meio de uma lista de presença; Envolvimento e interesse nas discussões, debates e demais atividades; Execução de tarefas/atividades a serem aplicadas no decorrer do projeto; Elaboração e produção do curta-metragem, como forma de aferir os saberes adquiridos durante a execução do projeto; Elaboração de um relatório individual, discutindo e contemplando as temáticas abordadas; Ponto extra para os alunos que participarem das apresentações artísticas. CRONOGRAMA N DATA ATIVIDADE DESENVOLVIDA LOCAL/HORÁRIO 1 07/10/2011 Apresentação do projeto nas salas de aula. Primeiros Escola Minas Gerais Colegiais Matutino. Divulgação e convite para as demais salas. 2 20/10/2011 Exibição do filme: Quanto Vale ou é por Quilo? Cinema do Shopping Urbano Salomão. Das 16 as 18 horas. 3 21/10/2011 Exibição do Filme: Zumbi (editado). Explicações e Debates. Escola Minas Gerais (1ºB) 4 24/10/2011 Exibição do Filme: Zumbi (editado). Explicações e Debates. (1º Escola Minas Gerais A e C) 5 27/10/2011 Apresentação e discussão de Glossário Afro. Explanações acerca da importância do Dia da Consciência Negra (20/11), Zumbi dos Palmares etc.;

6 Apresentação e discussão do mapa da exclusão do negro no Brasil ; Explanações e debates acerca da construção da imagem pejorativa do negro ao longo da história. Proposta de atividade: Pesquisar a participação dos afros descendentes na mídia (propagandas, filmes, novelas etc.) década de 1980 até ano 2000 e do ano 2000 até os dias atuais. 6 03/11/2011 Apresentação e debates acerca do Livro: Brasileiro Sim Senhor Qual é o grilo? Em seu texto específico acerca da temática do negro /11/2011 Culminância: Apresentação das músicas com temática afro; Exibição/apreciação do mural temático; Apresentação do esquete teatral A escrava Maria Rita e o Barão Abolicionista ; Exibição dos Curta-metragem. Sala no Shopping Urbano Salomão. Das 16 as 18 horas. Sala no Shopping Urbano Salomão. Das 16 as 18 horas. Escola Minas Gerais Das 9:30 as 11:25 Concomitantemente as atividades previstas acima, os bolsitas estarão pesquisando, agendando salas, elaborando documentos, bem como desenvolvendo materiais e atividades inerentes a viabilização do Projeto. BIBLIOGRAFIA AGOSTINI, João Carlos. Brasileiro Sim Senhor Qual é o grilo. Moderna, SP ARAUJO, Kelly Cristina. Áfricas no Brasil. São Paulo. Scipione, 2003 BILHARINHO, Guido. Uberaba: dois séculos de história dos antecedentes a Ed. Arquivo Público de Uberaba BOSCHI, Caio. Irmãos na vida e na morte.. In: A Revista de História da Biblioteca Nacional. Ano 1, Nº1. Julho, 2005 p.64. CASTRO, Marcio Sampaio de. Quilombos Urbanos. In: Aventuras na História. São Paulo. Editora Abril. Maio, COSTA E SILVA, Alberto da. Sem a África, o Brasil não existiria Entrevista. In: A Revista de História da Biblioteca Nacional. Ano 1, Nº1. Julho, 2005 p.56. KI-ZERBO, Joseph. História Geral da África: Metodologia e Pré-história da África. Ática.São Paulo HERNANDEZ, Fernando e VENTURA, Montserrat. A organização do currículo por projeto de trabalho. Porto Alegre: Artmed,1998. História e Cultura afro-brasileira e africana na escola. Brasíiia. Ágere Cooperação em Advocacy MATOS, Maria Zilá Teixeira de. Bonecas negras cadê? O negro no currículo escolar: sugestões práticas. Mazza edições, Belo Horizonte PRIORE, Mary Del e VENÂNCIO, Renato Pinto. Ancestrais Uma introdução a história da África Atlântica. Elsevier. Rio de Janeiro RIBEIRO, JUNIOR Florisvaldo Paulo. A fabricação da liberdade alforrias e abolição da escravidão no Triângulo Mineiro, In: História & Perspectivas. (36,37). Uberlândia. Edufu RODRIGUES, Cristian Vicente. Estudando as muitas Áfricas do continente negro até Uberaba nos séculos XIX e XX. Monografia apresentada para obtenção do Título de Especialista em Cultura Afro brasileira das Faculdades Integradas de Jacarepaguá. FIJ 2010.

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