Encefalites Virais Agudas

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Encefalites Virais Agudas"

Transcrição

1 Texto de apoio ao curso de Especialização Atividade física adaptada e saúde Prof. Dr. Luzimar Teixeira Encefalites Virais Agudas Dra. Mônica Maria Gomes da Silva Neurologista do Hospital Nossa Senhora das Graças e do Hospital Vita. Neurologista e Infectologista do Centro Médico São Francisco, Curitiba - PR. INTRODUÇÃO Mais de 100 vírus são causadores de encefalite viral aguda. Além de encefalite, uma vez dentro do sistema nervoso central (SNC), os vírus podem ser responsáveis pela ocorrência de vários padrões de doença neurológica, incluindo meningite, radiculite, mielite ou uma combinação destas. Um vírus pode causar meningite, ou seja, inflamação meníngea sem acometimento parenquimatoso, ou encefalite, dano do parênquima encefálico sem manifestação de inflamação meníngea. Na prática, a grande maioria das infecções de SNC se manifesta como meningoencefalite, ou seja, um padrão associado de inflamação parenquimatosa e pleocitose devido à inflamação meníngea. Clinicamente, isto se reflete na clássica tétrade clínica da encefalite: cefaléia, febre, vômitos e déficit neurológico. Estabelecer o agente etiológico para as infecções de SNC permanece um desafio. Vários fatores devem ser utilizados para auxiliar na diminuição das possibilidades incluídas no diagnóstico diferencial. Muitas encefalites são sazonais, como por exemplo as arboviroses, que não costumam ocorrer em épocas frias devido à diminuição da quantidade de mosquitos. Além disso, algumas encefalites apresentam distribuição geográfica característica; sendo assim, uma completa história de viagem deve ser colhida com o paciente. A idade, o estado imunológico, uso de certas medicações (como uso de sulfametoxazol-trimetoprima para profilaxia de P. jirovecii, evitando encefalite por neurotoxoplasmose) e sinais e sintomas associados são dados que também auxiliam no estreitamento das possibilidades diagnósticas. Deve-se ressaltar que além dos vírus vários outros microrganismos podem causar encefalite, como bactérias, fungos, protozoários e helmintos. De acordo com os dados epidemiológicos, o Herpes simplex 1 (HSV-1) permanece como a principal causa de encefalite esporádica (ou seja, não sazonal) nos EUA e Europa. Este dado é particularmente importante, já que também é a encefalite fatal (porém tratável) mais freqüentemente encontrada. Portanto, frente ao paciente com quadro clínico sugestivo de encefalite, a primeira pergunta a ser feita é: pode ou não se tratar de encefalite herpética? ENCEFALITE HERPÉTICA Os vírus HSV-1 e HSV-2 podem causar encefalite. Além disso, várias síndromes neurológicas já foram relacionadas aos HSV-1 e 2. A maioria das encefalites herpéticas é causada pelo HSV-1. Em crianças e raramente em adultos, o HSV-2 pode ser responsável por alguns casos, porém na maioria das vezes o HSV-2 causa doença tipo meningite asséptica benigna. Os vírus HSV-1 e HSV-2, assim como o vírus VZV, são classificados como alfa-herpesvírus. A classificação dos herpesvírus em subfamílias é feita para resumir características comuns do grupo de vírus e estabelecer uma relação evolucionária entre eles. Uma característica importante da subfamília alfa-herpesviridae é sua única capacidade de estabelecer infecção latente em células nervosas. O vírus B (Cryptotetia crypta) também é um alfa-herpesvírus e pode causar doença devastadora no SNC. O mecanismo de doença da encefalite herpética é na maioria dos casos por reativação da infecção latente. O HSV-1 permanece latente no gânglio trigeminal e é o vírus causador do herpes labial. O 1

2 HSV-2 possui capacidade de manter latência no gânglio sensitivo sacral e é o causador do herpes genital. Em alguns casos, a encefalite herpética pode resultar de primoinfecção. A meningite herpética apresenta-se com distribuição bimodal. O primeiro pico é em crianças acima de 12 meses e menores que 20 anos. O segundo é em adultos com mais de 40 anos. Como foi ressaltado, a maioria das encefalites herpéticas ocorre por reativação do vírus latente. Em 1/3 dos casos, pode ocorrer na primoinfecção. Isto talvez explique a distribuição bimodal dos casos, com 1/3 de primoinfecção com encefalite em adultos jovens e 2/3 dos casos por reativação nos adultos acima de 40 anos. Na primoinfecção, estima-se que o HSV penetre no SNC através da mucosa nasal e bulbo olfatório, daí a explicação para causar doença preferencialmente no córtex orbitofrontal e lobos temporais. Porém, há certamente mecanismos desconhecidos de patogênese. Além da tétrade clássica da encefalite aguda, algumas características podem auxiliar a predizer a ocorrência de infecção por HSV. Na maioria dos casos ocorre uma encefalite límbica, com história de alteração de comportamento. A presença de crises convulsivas também é comum, mas há relatos de apresentações atípicas, como encefalites de tronco encefálico e occipital. É de fundamental importância lembrar da possibilidade etiológica de encefalite herpética, a fim de instituir tratamento precoce e, depois, deve-se confirmar a suspeita diagnóstica através de uma combinação de dados clínicos e exames complementares. O padrão liquórico não é patognomônico, mostrando pleocitose, na maioria das vezes com predomínio de monomorfonucleares, hipoglicorraquia e hiperproteinorraquia. Porém, 3 a 5% dos casos podem ocorrer com LCR normal. O método de reação da polimerase em cadeia (PCR) substituiu a biópsia estereotáxica e histopatologia no lugar de método padrão ouro no diagnóstico da encefalite herpética. É um método acessível, de alta sensibilidade e especificidade (94 e 98%, respectivamente). Há alguma preocupação com os exames falsos-negativos que podem ocorrer, principalmente nos LCR coletados com acidente de punção. Casos de falso-positivo também foram relatados, porém na maioria das vezes a instituição de tratamento com aciclovir não trará malefícios ao paciente. Métodos sorológicos podem auxiliar o diagnóstico. Devemos lembrar que na maioria dos casos as encefalites ocorrem por reativação; portanto, a documentação de seroconversão não tem utilidade. Entretanto, um aumento de 4 vezes nos títulos de IgG para herpes no LCR pode ser preditivo da ocorrência de encefalite herpética em 85% dos casos. O IgG sérico negativo tem valor preditivo negativo, exceto nos casos de encefalite herpética por primoinfecção. Os exames de imagem podem auxiliar no diagnóstico, sendo raramente normais. A RNM tem maior sensibilidade e especificidade, sendo característica a presença de lesão (isquêmica, hemorrágica ou ambas) com extensão para córtex em lobos temporais, na maioria das vezes assimétricas. Contudo, deve-se lembrar da ocorrência de lesões atípicas e mais raramente exames normais. O eletroencefalograma é alterado em 80% dos casos. A ocorrência do padrão PLEDs (descargas epileptiformes periódicas lateralizadas) pode sugerir encefalite por HSV-1, porém não é patognomônica da doença. Reserva-se a biópsia estereotáxica para os casos pouco conclusivos e para aqueles em que se suspeite de encefalite herpética, porém ocorra deterioração clínica durante o uso do aciclovir. O aciclovir é a droga de escolha no tratamento da encefalite herpética. O tempo de tratamento com 10 mg/kg de 8/8 h deve ser mantido por pelo menos 14 dias, tempo necessário para diminuir a ocorrência de recidivas. A recidiva pós-tratamento pode ocorrer em 5 a 10% dos pacientes, sendo que em alguns serviços opta-se por retestar o PCR no 7-8º dia de tratamento. Se negativo, mantém-se o tratamento por 28 dias. Todavia, se ainda positivo, estende-se o tratamento até negativar o PCR. Cursos mais longos (3 semanas) e seqüência de tratamento com aciclovir VO estão em investigação. A mortalidade da encefalite herpética sem tratamento é de 70% e, mesmo adequadamente tratada, chega a 28%. Até 50% dos pacientes têm seqüela motora ou psiquiátrica. Idade mais jovem, nível de consciência preservado na admissão e menor duração de doença são associados com melhor evolução. Em um estudo de pacientes tratados com aciclovir, carga viral acima de >100 cópias HSV DNA/ul no LCR foi relacionada com pior evolução clínica, assim como retardo de mais de 2 dias no início do tratamento com antiviral. 2

3 ENCEFALITE POR OUTROS HERPESVÍRUS Vírus Varicela-Zóster (VZV) A primoinfecção pelo VZV provoca a varicela. Após a doença, o VZV estabelece infecção latente nos gânglios sensitivos dorsais até que haja um ambiente favorável a sua reativação, como imunossupressão por Aids, quimioterapia e drogas imunossupressoras. Pessoas acima de 50 anos de idade podem sofrer uma queda da imunidade celular e, por este motivo, apresentam mais risco para doença pelo VZV, especialmente cutânea. A reativação do VZV pode provocar o herpes-zóster e, menos freqüentemente, a encefalite por VZV. A infecção direta do SNC pelo VZV durante a varicela também pode ocorrer, porém na maioria das vezes a encefalite que ocorre é a cerebelite, com freqüência de 1:4000 casos de varicela. As encefalites causadas pelo VZV em geral correspondem à vasculopatia de grandes e pequenas artérias. A vasculopatia de grandes artérias ocorre em indivíduos acima de 60 anos, seguindo especialmente o herpes-zóster trigeminal (5º nervo craniano). O trigêmeo corresponde ao segundo nervo mais acometido pelo zóster, seguindo o gânglio sensitivo torácico. Em geral, a arterite ocorre 7 semanas após o quadro de herpes-zóster, sendo raros os casos em que não se identifica a história de zóster prévio. Clinicamente, o quadro se apresenta com hemiparesia contralateral e confusão mental, sendo que muitas vezes o infarto é extenso. A angiografia é o exame de escolha, confirmando o quadro de arterite de grandes vasos. A TAC/RNM pode mostrar infarto isquêmico (e mais raramente hemorrágico) geralmente no território da artéria cerebral média. A análise do LCR mostra pleocitose linfocítica e o IgG pode estar elevado. Encefalite resultando de vasculopatia de pequenos vasos pode ocorrer, especialmente em imunossuprimidos, com quadro de múltiplos infartos corticais, subcorticais e lesões na substância branca. Muitos pacientes têm história prévia de zóster cutâneo. O quadro clínico apresenta-se com febre, cefaléia, vômitos, crises epilépticas e confusão mental. O LCR mostra pleocitose mononuclear discreta, proteína normal ou discretamente elevada, glicose normal. O PCR para VZV é positivo e há síntese intratecal de IgG anti-vzv. Ainda em imunocomprometidos, o VZV pode provocar uma inflamação de células do epêndima, resultando em ventriculite, com quadro clínico de hidrocefalia, confusão mental e alterações de marcha. O tratamento da meningoencefalite por VZV deve ser feito com aciclovir em doses elevadas (10 mg/kg 8/8 h) por um mínimo de 14 dias. Outra doença causada pelo VZV é a síndrome de Ramsay-Hunt, que representa a reativação do VZV latente no gânglio geniculado, provocando paralisia facial ipsilateral, dor auricular e vesículas na membrana timpânica e no conduto auditivo externo. Um dado diferencial nos casos de paralisia facial por HSV ou VZV, é que na síndrome de Ramsay-Hunt a paralisia facial costuma ser mais completa e ter pior evolução, com recuperação mais lenta. Discute-se nestes casos o uso do aciclovir em doses mais elevadas do que aquela usada habitualmente na paralisia facial (Bell), com aciclovir 800 mg 5 vezes ao dia, como nos demais casos de herpes-zóster. Vírus Epstein-Barr (EBV) Meningoencefalite pode complicar os quadros de mononucleose infecciosa ou ser manifestação isolada da infecção pelo EBV. Na grande maioria dos casos, a meningoencefalite por EBV ocorre em crianças ou adultos jovens e em até 80% dos casos não há história prévia de mononucleose. Há relatos de que a reativação da infecção latente pelo EBV no SNC pode provocar encefalite crônica, com clínica de alterações de comportamento, labilidade emocional e coréia. O exame do LCR não é específico. Os métodos que auxiliam no diagnóstico são sorologia e PCR. A pesquisa de anticorpos heterófilos e monotest geralmente são negativos nos casos de infecção do SNC por EBV. Em termos de sorologia, o ideal é usar anticorpo anticapsídio viral IgG e IgM (anti-vca IgG e IgM). A presença de anti-vca IgM no LCR é evidência de provável encefalite por EBV, persistindo positivo por alguns meses. A detecção de síntese de IgG no LCR também é evidência de infecção aguda. Virtualmente, a infecção latente pelo EBV não produz PCR positivo no LCR, porém há relatos de falso-positivo em outras encefalites, virais e bacterianas. A utilização da carga viral no LCR (PCR quantitativo) parece estar mais relacionada com o valor preditivo do método, sendo que PCR> cópias/ml prediz a ocorrência de encefalite aguda por EBV. 3

4 Não há relatos de ensaios clínicos para determinar esquema de tratamento para encefalite por EBV. Existem relatos anedóticos do uso de ganciclovir com sucesso no tratamento de encefalite por EBV em paciente submetido a transplante de medula óssea e em imunocompetentes. Até o momento, não se pode recomendar tratamento específico. Citomegalovírus (CMV) Infecção do SNC por CMV ocorre em neonatos que adquirem a doença intra-útero ou em imunocomprometidos por reativação. Devemos lembrar que na idade adulta, aproximadamente 80% da população é soropositiva para CMV e apresenta infecção latente. Nos imunocomprometidos, ocorre reativação do vírus, podendo provocar quadro de encefalite, ventriculite, mielite e radiculite. O padrão liquórico costuma ser semelhante ao das demais encefalites virais, exceto nos casos de mielorradiculite e algumas vezes na própria encefalite por CMV, cujo padrão liquórico pode ser de pleocitose com predomínio de polimorfonucleares, padrão semelhante ao das meningites bacterianas. O PCR para CMV no LCR costuma ser diagnóstico, com sensibilidade de 79-95%. Como na infecção pelo EBV, a infecção latente pelo CMV acontece com PCR negativo no LCR. Porém, há relatos de falso-positivo em casos de meningite bacteriana. Também aqui vale a regra de que o PCR quantitativo pode fornecer dados mais consistentes para o diagnóstico de encefalite. As drogas disponíveis para tratar encefalite por CMV são ganciclovir, foscarnet, cidofovir e, mais recentemente, o valganciclovir. Tradicionalmente, o tratamento da encefalite por CMV é feito com ganciclovir 5 mg/kg 12/12 h por 14 dias. Nos imunossuprimidos por Aids, esse curso inicial é seguido por um esquema de profilaxia secundária com ganciclovir 5 mg/kg/dia por 3-5 dias por semana. Um estudo em paciente com Aids mostrou que 5 pacientes que estavam recebendo dose de manutenção para retinite por CMV apresentaram quadro de periventriculite. Sendo assim, a dose de manutenção do ganciclovir não é totalmente eficaz para evitar a ocorrência de doença no SNC. Além disso, a penetração do ganciclovir e foscarnet no SNC é muito baixa, sendo os níveis liquóricos de 1/2 a 1/3 do sérico. Não há estudos que demonstrem eficácia do cidofovir e valganciclovir. Por esta falta de evidência e pouco sucesso terapêutico, alguns autores sugerem que nas infecções graves de SNC por CMV deve-se usar terapia combinada com ganciclovir e foscarnet, sendo que este último costuma ser reservado para casos refratários ou intolerância ao ganciclovir. O ganciclovir está relacionado com casos de mielossupressão, o foscarnet com casos de insuficiência renal e o cidofovir é contraindicado em pacientes com insuficiência renal. Encefalite por HHV-6 Estudos epidemiológicos mostram que a primoinfecção pelo HHV-6 ocorre na infância, com 2/3 das crianças sendo soropositivas aos 12 meses de idade. A manifestação clínica mais comum da infecção pelo HHV-6 é o exantema súbito. A invasão do SNC na primoinfecção é freqüente e talvez seja este o motivo pelo qual 1/3 das crianças com exantema súbito apresentem crises convulsivas. Em um estudo, 80% das crianças que apresentaram mais de três crises convulsivas febris apresentavam PCR para HHV-6 positivo no LCR. Neste estudo foi sugerido que o HHV-6 poderia ser a causa da síndrome da convulsão febril, mesmo naqueles pacientes que não apresentam clínica de exantema súbito. A encefalite que ocorre na primoinfecção costuma afetar crianças ou adultos jovens, e o diagnóstico é feito por PCR no LCR, já que não há dados clínicos ou laboratoriais que sejam patognomônicos para sugerir a infecção. Há ainda a possibilidade de ocorrer encefalite por reativação do vírus latente, como alguns casos relatados de encefalites fatais em pacientes submetidos a transplante de medula óssea. O HHV-6 também foi relacionado a casos de esclerose múltipla; entretanto, seu papel na patogênese da doença permanece pouco claro. A infecção por HHV-6 geralmente é benigna e autolimitada. A suscetibilidade do HHV-6 a antivirais é semelhante à do CMV, sendo suscetível a ganciclovir, foscarnet e cidofovir. Há relatos de casos de pacientes imunocomprometidos com encefalites por HHV-6 tratados com ganciclovir e foscarnet com sucesso. Há ainda dados na literatura de que o tratamento da encefalite por HHV-6 com ganciclovir é seguido de uma diminuição progressiva da carga viral do HHV-6 no LCR, exame que, uma vez disponível, poderia ser útil no acompanhamento clínico. ARBOVÍRUS O termo arbovírus é uma denominação prática, pois engloba os vírus que causam doenças transmitidas por artrópodes, geralmente carrapatos e mosquitos. Existem vários arbovírus de 4

5 importância médica e em geral eles causam três padrões de doença em humanos: - Síndrome de febre-artralgia-rash; - Febres hemorrágicas virais (geralmente associadas à hepatite); - Doença neurológica (encefalite) No Brasil existem vários arbovírus que podem ser causadores de meningoencefalites, como vírus das famílias flavivírus (vírus da encefalite de Saint-Louis SLV, vírus da dengue DEN) e togavírus (vírus da encefalite eqüina do leste VEE). Recentemente ocorreu um surto de meningoencefalite (e meningomielorradiculite) por um flavivírus chamado vírus do Nilo Ocidental (vírus West Nile). O surto ocorrido nos EUA provocou casos e 250 mortes, sendo que a maioria dos casos graves ocorreu em idosos e pacientes com co-morbidades. O West Nile pertence à família do vírus da encefalite japonesa, doença endêmica que acomete principalmente crianças na Ásia. Na maioria das vezes, a patogênese das arboviroses é semelhante. Após a picada do vetor artrópode, o vírus se multiplica localmente até produzir uma viremia primária, antes de penetrar no SNC. Para a maioria dos arbovírus causadores de encefalites, o ser humano não faz parte do ciclo natural, comportando-se como hospedeiro acidental. Além disso, a maioria dos arbovírus não é capaz de se replicar e sustentar viremia no ser humano, sendo que nestes casos os humanos são considerados hospedeiros dead-end, ou seja, a partir desta infecção, não há mais transmissão a partir da picada do vetor, bem como não há transmissão inter-humana. A encefalite pelo DEN pode ser causada por um dos quatro sorotipos causadores da dengue (1, 2, 3 ou 4). Na maioria das vezes, os infectados apresentam quadro de febre-artralgia-rash ou febre hemorrágica viral. A causa (e até a existência) da encefalite pelo DEN tem sido motivo de controvérsia. Contudo, em certas regiões do Sudeste Asiático, 1 em cada 20 pacientes com diagnóstico de infecção no SNC apresenta encefalite por DEN. O quadro clínico cursa com confusão mental, diminuição de nível de consciência, crises convulsivas (especialmente em crianças), geralmente acometendo os pacientes com quadro de leucopenia, trombocitopenia e alterações ocorridas em conseqüência do aumento da permeabilidade capilar. Diferente das manifestações extrapiramidais vistas freqüentemente em outras arboviroses, como West Nile e encefalite japonesa, a encefalite pelo DEN não costuma provocar tremores ou distúrbio do movimento; porém, há relatos de síndrome extrapiramidal. O diagnóstico é feito baseado no quadro clínico e laboratorial completo e sempre outras causas devem ser excluídas. O IgM contra DEN no LCR permanece positivo até 3 meses. Se disponível, confirmação por PCR no LCR e soro deve ser feita. Não existe tratamento específico e todos os esforços ainda devem ser direcionados para controle do vetor. OUTROS VÍRUS Vários outros vírus podem causar encefalite aguda viral. Na prática, o diagnóstico deve ser feito com base nos dados epidemiológicos (idade, estado imunológico, história de viagem, exposição a mosquitos ou carrapatos) e nos sintomas e sinais associados. Deve-se sempre lembrar da possibilidade de se tratar de encefalite por HSV-1 e, neste caso, iniciar terapia empírica com aciclovir o mais breve possível, utilizando todas as armas diagnósticas para confirmar a hipótese e poder então estabelecer prognóstico. REFERÊNCIAS 1. Scheld WM, Whytley RJ, Marra CM. Herpes simplex virus; neurologic manifestation of varicella and herpes zoster; cytomegalovirus; Epstein-Barr virus, human herpesvirus-6; B virus; arthropod-borne viral encephalitides. In: Infections of the Central Nervous System. Lippincott Williams & Wilkins 2004;3: McGrath NM, Anderson NE, Hope JK et al. Anterior opecular syndrome, caused by herpes simplex encephalitis. Neurology 1997;49(2): Aurelius E, Johansson B, Skoldenberg B et al. Encephalitis in immunocompetent patients due to herpes simplex virus type 1 or 2 as determined by type-specific polymerase chain reaction and antibody assays of cerebrospinal fluid. J Med Virol 1993;39(3): Ch ien LT, Boehm RM, Robinson H et al. Characteristic early eletroencephalographic changes in herpes simplex encephalitis. Arch Neurol 1977;34(6): Whitley RJ, Lakeman AD, Nahamias A et al. DNA restriction-enzyme analysis of herpes simplex 5

6 virus isolates obtained from patients with encephalitis. N Engl J Med 1982;307: Bourdette DN, Rosenberg NL, Yatsu FM et al. Herpes zoster ophthalmicus and delayed ipsilateral cerebral infarction. Neurology 1983;33(11): Gray F; Belec L; Lescs MC et al. Varicella-zoster virus infection of the central nervous system in the acquired immune deficiency syndrome. Brain 1994;117(pt5): Merelli E, Bedin R, Sola P et al. Encephalomyeloradiculopathy associated with Epstein-Barr virus: primary infection or reactivation? Acta Neurol Scand 1997;96(6): Weinberg A, Li S, Palmer M et al. Quantitative CSF PCR in Epstein-Barr virus infections of the central nervous system. Ann Neurol 2002;52(5): Arribas JR, Storch GA, Clifford DB et al. Cytomegalovirus encephalitis. Ann Intern Med 1996;125(7): Li J, Loeb JÁ, Shy ME et al. Asymmetric flaccid paralysis: a neuromuscular presentation of West Nile virus infection. Ann Neurol 2003;53(6): Whitley RJ; Soong SJ; Dolin R et al. Adenine arabinoside therapy of biopsy-proved herpes simplex encephalitis: National Institute of Allergy and Infectious Diseases Collaborative Antiviral Study. N Engl J Med 1977; 297:

20º Imagem da Semana: Ressonância Magnética de Crânio

20º Imagem da Semana: Ressonância Magnética de Crânio 20º Imagem da Semana: Ressonância Magnética de Crânio Enunciado Paciente de 77 anos, sexo feminino, que iniciou quadro de febre (39º C) associado à confusão mental. Apresentou exame de urina rotina com

Leia mais

Diretrizes Assistenciais

Diretrizes Assistenciais Diretrizes Assistenciais Manuseio da Meningite Bacteriana Aguda Versão eletrônica atualizada em Novembro 2008 Manuseio da Meningite Bacteriana Aguda Introdução A meningite bacteriana aguda é um processo

Leia mais

Perguntas e respostas sobre imunodeficiências primárias

Perguntas e respostas sobre imunodeficiências primárias Perguntas e respostas sobre imunodeficiências primárias Texto elaborado pelos Drs Pérsio Roxo Júnior e Tatiana Lawrence 1. O que é imunodeficiência? 2. Estas alterações do sistema imunológico são hereditárias?

Leia mais

Informe Epidemiológico CHIKUNGUNYA N O 03 Atualizado em 24-11-2014, às 11h.

Informe Epidemiológico CHIKUNGUNYA N O 03 Atualizado em 24-11-2014, às 11h. Informe Epidemiológico CHIKUNGUNYA N O 03 Atualizado em 24-11-2014, às 11h. Vigilância Epidemiológica de Febre Chikungunya No Brasil, a febre chikungunya é uma doença de notificação compulsória e imediata,

Leia mais

HEPATITES. Prof. Fernando Ananias HEPATITE = DISTÚRBIO INFLAMATÓRIO DO FÍGADO

HEPATITES. Prof. Fernando Ananias HEPATITE = DISTÚRBIO INFLAMATÓRIO DO FÍGADO HEPATITES Prof. Fernando Ananias HEPATITE = DISTÚRBIO INFLAMATÓRIO DO FÍGADO Hepatites virais: agentes etiológicos A B C D E Vírus hepatotrópicos G TT Herpes vírus EBV CMV Enterovírus Adenovírus Febre

Leia mais

CASO CLÍNICO PEDIATRIA II

CASO CLÍNICO PEDIATRIA II Regente Professor Doutor Paulo Magalhães Ramalho Docente Dra. Filipa Nunes CASO CLÍNICO PEDIATRIA II Ana Catarina Henriques (3884), Ana Luísa Pereira (6197), Anabela Aires (3918), Duarte Martins (3969)

Leia mais

AUTARQUIA EDUCACIONAL DE BELO JARDIM CURSO BACHARELADO EM ENFERMAGEM ROSELINE CALISTO FEBRE DO NILO OCIDENTAL

AUTARQUIA EDUCACIONAL DE BELO JARDIM CURSO BACHARELADO EM ENFERMAGEM ROSELINE CALISTO FEBRE DO NILO OCIDENTAL AUTARQUIA EDUCACIONAL DE BELO JARDIM CURSO BACHARELADO EM ENFERMAGEM ROSELINE CALISTO FEBRE DO NILO OCIDENTAL Belo Jardim 2008 FEBRE DO NILO OCIDENTAL 1. DESCRIÇÃO Infecção viral que pode transcorrer de

Leia mais

Diagnóstico Imunológico das Infecções Congênitas

Diagnóstico Imunológico das Infecções Congênitas Diagnóstico Imunológico das Infecções Congênitas Rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita Rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita Vírus da Rubéola Togavirus Vírus de RNA fita simples Principal epítopo dominante:

Leia mais

Diretrizes Assistenciais

Diretrizes Assistenciais Diretrizes Assistenciais Protocolo de Encefalite Versão eletrônica atualizada em fevereiro 2012 Protocolo de Encefalite Encefalite é uma Síndrome aguda do Sistema Nervoso Central (SNC), associada à alta

Leia mais

O QUE VOCÊ PRECISA SABER

O QUE VOCÊ PRECISA SABER DIAGNÓSTICO DE INFLUENZA E OUTROS VIRUS RESPIRATÓRIOS NO HIAE. O QUE VOCÊ PRECISA SABER Maio de 2013 Laboratório Clínico Serviço de Controle de Infecção Hospitalar Apenas para lembrar alguns aspectos das

Leia mais

INDICAÇÕES BIOEASY. Segue em anexo algumas indicações e dicas quanto à utilização dos Kits de Diagnóstico Rápido Bioeasy Linha Veterinária

INDICAÇÕES BIOEASY. Segue em anexo algumas indicações e dicas quanto à utilização dos Kits de Diagnóstico Rápido Bioeasy Linha Veterinária INDICAÇÕES BIOEASY Segue em anexo algumas indicações e dicas quanto à utilização dos Kits de Diagnóstico Rápido Bioeasy Linha Veterinária 1- ANIGEN RAPID CPV AG TEST BIOEASY PARVOVIROSE Vendas de Filhotes:

Leia mais

Dengue NS1 Antígeno: Uma Nova Abordagem Diagnóstica

Dengue NS1 Antígeno: Uma Nova Abordagem Diagnóstica Dengue NS1 Antígeno: Uma Nova Abordagem Diagnóstica Dengue é uma doença endêmica que afeta mais de 100 países, incluindo as regiões de clima tropical e subtropical da África, Américas, Leste do Mediterrâneo,

Leia mais

TUMORES CEREBRAIS. Maria da Conceição Muniz Ribeiro

TUMORES CEREBRAIS. Maria da Conceição Muniz Ribeiro TUMORES CEREBRAIS Maria da Conceição Muniz Ribeiro Tumor Cerebral é uma lesão localizada que ocupa o espaço intracerebral e tende a acusar um aumento de PIC. Em adulto, a maior parte dos tumores se origina

Leia mais

TEXTO BÁSICO PARA SUBSIDIAR TRABALHOS EDUCATIVOS NA SEMANA DE COMBATE À DENGUE 1

TEXTO BÁSICO PARA SUBSIDIAR TRABALHOS EDUCATIVOS NA SEMANA DE COMBATE À DENGUE 1 TEXTO BÁSICO PARA SUBSIDIAR TRABALHOS EDUCATIVOS NA SEMANA DE COMBATE À DENGUE 1 A Dengue A dengue é uma doença infecciosa de origem viral, febril, aguda, que apesar de não ter medicamento específico exige

Leia mais

Suspeita clínic a de doença celíaca. + IgA sérica POSITIVO 3? Anti-gliadina IgG POSITIVO?

Suspeita clínic a de doença celíaca. + IgA sérica POSITIVO 3? Anti-gliadina IgG POSITIVO? DOENÇA CELÍACA Suspeita clínic a de doença celíaca ttg 1 IgA ou Antiendomísio (AEM) IgA 2 + IgA sérica 3? Probabilidade de doença celíaca é baixa Probabilidade de doença celíaca é alta Deficiência de IgA?

Leia mais

Doenças Infecciosas que Acometem a Cavidade Oral

Doenças Infecciosas que Acometem a Cavidade Oral Disciplina: Semiologia Doenças Infecciosas que Acometem a Cavidade Oral PARTE 2 http://lucinei.wikispaces.com Prof.Dr. Lucinei Roberto de Oliveira 2012 FAMÍLIA HHV Alfaherpesvirinae HHV1(herpes bucal)

Leia mais

NOTA TÉCNICA 2. Investigação de casos de Encefalite Viral de Saint Louis, notificados no município de São José do Rio Preto SP, agosto de 2006.

NOTA TÉCNICA 2. Investigação de casos de Encefalite Viral de Saint Louis, notificados no município de São José do Rio Preto SP, agosto de 2006. SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE COORDENADORIA DE CONTROLE DE DOENÇAS CENTRO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Prof. Alexandre Vranjac NOTA TÉCNICA 2 Investigação de casos de Encefalite Viral de Saint Louis, notificados

Leia mais

Actualizado em 28-09-2009* Definição de caso, de contacto próximo e de grupos de risco para complicações

Actualizado em 28-09-2009* Definição de caso, de contacto próximo e de grupos de risco para complicações Definição de caso, de contacto próximo e de grupos de risco para complicações 1. Introdução A evolução da epidemia causada pelo vírus da gripe pandémica (H1N1) 2009 implica que as medidas sejam adaptadas

Leia mais

Assunto: Nova classificação de caso de dengue OMS

Assunto: Nova classificação de caso de dengue OMS Assunto: Nova classificação de caso de dengue OMS 1. A partir de janeiro de 2014 o Brasil adotará a nova classificação de caso de dengue revisada da Organização Mundial de Saúde (detalhamento anexo I):

Leia mais

VIROLOGIA HUMANA. Professor: Bruno Aleixo Venturi

VIROLOGIA HUMANA. Professor: Bruno Aleixo Venturi VIROLOGIA HUMANA Professor: Bruno Aleixo Venturi O que são vírus? A palavra vírus tem origem latina e significa "veneno". Provavelmente esse nome foi dado devido às viroses, que são doenças causadas por

Leia mais

Nota Técnica de Caxumba

Nota Técnica de Caxumba Nota Técnica de Caxumba Isabella Ballalai Membro do comitê de Saúde Escolar da SOPERJ e presidente da SBIm Tânia Cristina de M. Barros Petraglia Presidente do comitê de Infectologia da SOPERJ e vice presidente

Leia mais

Perguntas e Respostas relativas à Encefalite Japonesa (Encefalite epidémica B)

Perguntas e Respostas relativas à Encefalite Japonesa (Encefalite epidémica B) Perguntas e Respostas relativas à Encefalite Japonesa (Encefalite epidémica B) 1. A encefalite japonesa e a encefalite epidémica B são a mesma doença? R: Sim, trata-se da mesma doença. A designação de

Leia mais

GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA Secretaria da Saúde do Estado da Bahia Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde

GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA Secretaria da Saúde do Estado da Bahia Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA Secretaria da Saúde do Estado da Bahia Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde NOTA TÉCNICA Nº 03/2015 DIVEP/LACEN/SUVISA/SESAB Assunto: Casos de ZIKA Vírus e de Doença

Leia mais

EstudoDirigido Exercícios de Fixação Doenças Vasculares TCE Hipertensão Intracraniana Hidrocefalia Meningite

EstudoDirigido Exercícios de Fixação Doenças Vasculares TCE Hipertensão Intracraniana Hidrocefalia Meningite EstudoDirigido Exercícios de Fixação Doenças Vasculares TCE Hipertensão Intracraniana Hidrocefalia Meningite SOMENTE SERÃO ACEITOS OS ESTUDOS DIRIGIDOS COMPLETOS, MANUSCRITOS, NA DATA DA PROVA TERÁ O VALOR

Leia mais

Papilomavírus Humano HPV

Papilomavírus Humano HPV Papilomavírus Humano HPV -BIOLOGIA- Alunos: André Aroeira, Antonio Lopes, Carlos Eduardo Rozário, João Marcos Fagundes, João Paulo Sobral e Hélio Gastão Prof.: Fragoso 1º Ano E.M. T. 13 Agente Causador

Leia mais

Qual é a função do Sistema Nervoso Central?

Qual é a função do Sistema Nervoso Central? Câncer de SNC Qual é a função do Sistema Nervoso Central? O Sistema Nervoso Central (SNC) é constituído pelo cérebro, cerebelo e tronco cerebral. O cérebro é dividido em quatro lobos que controlam funções

Leia mais

Diagnóstico e Tratamento das Hepatites Agudas na Gestação

Diagnóstico e Tratamento das Hepatites Agudas na Gestação III WORKSHOP INTERNACIONAL DE ATUALIZAÇÃO EM HEPATOLOGIA Diagnóstico e Tratamento das Hepatites Agudas na Gestação CLÁUDIO G. DE FIGUEIREDO MENDES SERVIÇO DE HEPATOLOGIA SANTA CASA DO RIO DE JANEIRO Hepatites

Leia mais

Ministério da Saúde Consultoria Jurídica/Advocacia Geral da União

Ministério da Saúde Consultoria Jurídica/Advocacia Geral da União Nota Técnica N 44 /2012 Brasília, maio de 2012. Princípio Ativo: valaciclovir. Nomes Comerciais 1 : Herpestal, Valtrex. Medicamento de Referência: Valtrex. Medicamentos Similares: Herpestal Sumário 1.

Leia mais

FEBRE DO NILO OCIDENTAL CID 10: A92.3

FEBRE DO NILO OCIDENTAL CID 10: A92.3 Febre do Nilo Ocidental FEBRE DO NILO OCIDENTAL CID 10: A92.3 Características gerais Descrição Infecção viral que pode transcorrer de forma subclínica ou com sintomatologia de distintos graus de gravidade,

Leia mais

DESAFIOS NO DIAGNOSTICO LABORATORIAL DO SARAMPO NA FASE DE ELIMINAÇÃO. Marta Ferreira da Silva Rego

DESAFIOS NO DIAGNOSTICO LABORATORIAL DO SARAMPO NA FASE DE ELIMINAÇÃO. Marta Ferreira da Silva Rego DESAFIOS NO DIAGNOSTICO LABORATORIAL DO SARAMPO NA FASE DE ELIMINAÇÃO Marta Ferreira da Silva Rego Diagnostico Laboratorial Fase de Eliminação Diagnostico Clinico menos confiável. Com baixa prevalência

Leia mais

ENSAIOS IMUNOLÓGICOS NAS ENFERMIDADES VIRAIS ANTICORPOS MONOCLONAIS GENÉTICA MOLECULAR CITOMETRIA DE FLUXO

ENSAIOS IMUNOLÓGICOS NAS ENFERMIDADES VIRAIS ANTICORPOS MONOCLONAIS GENÉTICA MOLECULAR CITOMETRIA DE FLUXO ENSAIOS IMUNOLÓGICOS NAS ENFERMIDADES VIRAIS I - INTRODUÇÃO *NOVAS TECNOLOGIAS ANTICORPOS MONOCLONAIS GENÉTICA MOLECULAR CITOMETRIA DE FLUXO *DECISÃO DIAGNÓSTICA CONFIRMAÇÃO TRATAMENTO MONITORAMENTO PREVENÇÃO

Leia mais

Informação pode ser o melhor remédio. Hepatite

Informação pode ser o melhor remédio. Hepatite Informação pode ser o melhor remédio. Hepatite HEPATITE A hepatite é uma inflamação do fígado provocada na maioria das vezes por um vírus. Diferentes tipos de vírus podem provocar hepatite aguda, que se

Leia mais

Caso Clínico. Lucas de Araujo Aquino

Caso Clínico. Lucas de Araujo Aquino Caso Clínico Lucas de Araujo Aquino Identificação - A.M.P. - 17 anos - Sexo masculino - Branco - Estudante secundário Queixa Principal - Alergia no rosto há 10 dias, que não fica boa História da Doença

Leia mais

Herpesvírus Humanos (HHV)

Herpesvírus Humanos (HHV) Herpesvírus Humanos (HHV) Subfamília Propriedades que Distinguem os Herpesvírus Vírus Alphaherpesvirinae Herpesvírus humano 1 Herpesvírus humano 2 Herpesvírus humano 3 Gammaherpesvirinae Herpesvírus humano

Leia mais

ZIKA VÍRUS INFORMAÇÕES SOBRE A DOENÇA

ZIKA VÍRUS INFORMAÇÕES SOBRE A DOENÇA ZIKA VÍRUS INFORMAÇÕES SOBRE A DOENÇA E INVESTIGAÇÃO DE SÍNDROME EXANTEMÁTICA NO NORDESTE Wanderson Kleber de Oliveira Coordenação Geral de Vigilância e Resposta às Emergências de Saúde Pública Departamento

Leia mais

Nota Técnica Varicela 2012

Nota Técnica Varicela 2012 Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil Subsecretaria de Promoção, Atenção Primária e Vigilância em Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Coordenação

Leia mais

RUBÉOLA E FAMÍLIA HERPESVIRIDAE. Prof. Sérvio Túlio Stinghen

RUBÉOLA E FAMÍLIA HERPESVIRIDAE. Prof. Sérvio Túlio Stinghen RUBÉOLA E FAMÍLIA HERPESVIRIDAE Prof. Sérvio Túlio Stinghen 1 Infecções congênitas e perinatais feto: efeitos devastadores gestantes: maioria pode ser assintomática testes sorológicos TORSCH: Toxoplasmose

Leia mais

PROVA FORMAÇÃO DE AGENTE DE COMBATE A ENDEMIAS Prefeitura Municipal de Ouro Preto 1- Assinale a alternativa que define o que é epidemiologia.

PROVA FORMAÇÃO DE AGENTE DE COMBATE A ENDEMIAS Prefeitura Municipal de Ouro Preto 1- Assinale a alternativa que define o que é epidemiologia. 1- Assinale a alternativa que define o que é epidemiologia. a) Estudo de saúde da população humana e o inter relacionamento com a saúde animal; b) Estudo de saúde em grupos de pacientes hospitalizados;

Leia mais

Arthropod-borne vírus Mosquitos e carrapatos Diferentes famílias de vírus. Togaviridae Bunyaviridae Flaviviridae. Arboviroses

Arthropod-borne vírus Mosquitos e carrapatos Diferentes famílias de vírus. Togaviridae Bunyaviridae Flaviviridae. Arboviroses Arthropod-borne vírus Mosquitos e carrapatos Diferentes famílias de vírus Togaviridae Bunyaviridae Flaviviridae Arboviroses Flaviviridae Flavivirus - único gênero Diversas espécies: f.amarela, dengue vírus

Leia mais

-Os Papiloma Vírus Humanos (HPV) são vírus da família Papovaviridae.

-Os Papiloma Vírus Humanos (HPV) são vírus da família Papovaviridae. -Os Papiloma Vírus Humanos (HPV) são vírus da família Papovaviridae. -Chamado de HPV, aparece na forma de doenças como condiloma acuminado, verruga genital ou crista de galo. -Há mais de 200 subtipos do

Leia mais

FLUXO PARA ACOMPANHAMENTO, ENCERRAMENTO E DIGITAÇÃO DOS CASOS DE DENGUE

FLUXO PARA ACOMPANHAMENTO, ENCERRAMENTO E DIGITAÇÃO DOS CASOS DE DENGUE Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil Subsecretaria de Promoção, Atenção Primária e Vigilância em Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Coordenação

Leia mais

TROCANDO IDEIAS XIX HERPES NA GESTAÇÃO COMO CONDUZIR

TROCANDO IDEIAS XIX HERPES NA GESTAÇÃO COMO CONDUZIR TROCANDO IDEIAS XIX HERPES NA GESTAÇÃO COMO CONDUZIR Profª Filomena Aste Silveira HERPES GENITAL (origem grega significa alastrar-se) DNA virus - Alfaherpes viridae Dupla hélice PERÍODO de incubação 7

Leia mais

Inclusão de cinco vacinas no calendário do SUS é aprovada pelo Senado 3

Inclusão de cinco vacinas no calendário do SUS é aprovada pelo Senado 3 Publicação Científica do Curso de Bacharelado em Enfermagem do CEUT. Ano 2011(6). Edição 41. Antônia Cristina Batista Lira 1 Cláudia Fernanda De Sousa Oliveira 1 Daniela Batista de Sousa 1 Janiel Ferreira

Leia mais

Boletim Epidemiológico

Boletim Epidemiológico Secretaria Municipal de Saúde de Janaúba - MG Edição Julho/ 2015 Volume 04 Sistema Único de Saúde TUBERCULOSE VIGILÂNCIA Notifica-se, apenas o caso confirmado de tuberculose (critério clinico-epidemiológico

Leia mais

EXERCÍCIO E DIABETES

EXERCÍCIO E DIABETES EXERCÍCIO E DIABETES Todos os dias ouvimos falar dos benefícios que os exercícios físicos proporcionam, de um modo geral, à nossa saúde. Pois bem, aproveitando a oportunidade, hoje falaremos sobre a Diabetes,

Leia mais

Paralisia facial periférica Resumo de diretriz NHG M93 (agosto 2010)

Paralisia facial periférica Resumo de diretriz NHG M93 (agosto 2010) Paralisia facial periférica Resumo de diretriz NHG M93 (agosto 2010) Klomp MA, Striekwold MP, Teunissen H, Verdaasdonk AL traduzido do original em holandês por Luiz F.G. Comazzetto 2014 autorização para

Leia mais

Secretaria Municipal de Saúde. Atualização - Dengue. Situação epidemiológica e manejo clínico

Secretaria Municipal de Saúde. Atualização - Dengue. Situação epidemiológica e manejo clínico Secretaria Municipal de Saúde Atualização - Dengue Situação epidemiológica e manejo clínico Agente Etiológico Arbovírus do gênero Flavivírus: Den-1, Den-2, Den-3 e Den- 4. Modo de Transmissão: Aspectos

Leia mais

PREFEITURA DE FLORIANÓPOLIS SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES DENGUE

PREFEITURA DE FLORIANÓPOLIS SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES DENGUE DENGUE O que é? A dengue é uma doença febril aguda, causada por vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti (Brasil e Américas) e Aedes albopictus (Ásia). Tem caráter epidêmico, ou seja, atinge um grande

Leia mais

CAMPANHA PELA INCLUSÃO DA ANÁLISE MOLECULAR DO GENE RET EM PACIENTES COM CARCINOMA MEDULAR E SEUS FAMILIARES PELO SUS.

CAMPANHA PELA INCLUSÃO DA ANÁLISE MOLECULAR DO GENE RET EM PACIENTES COM CARCINOMA MEDULAR E SEUS FAMILIARES PELO SUS. Laura S. W ard CAMPANHA PELA INCLUSÃO DA ANÁLISE MOLECULAR DO GENE RET EM PACIENTES COM CARCINOMA MEDULAR E SEUS FAMILIARES PELO SUS. Nódulos da Tiróide e o Carcinoma Medular Nódulos da tiróide são um

Leia mais

Câncer de Próstata. Fernando Magioni Enfermeiro do Trabalho

Câncer de Próstata. Fernando Magioni Enfermeiro do Trabalho Câncer de Próstata Fernando Magioni Enfermeiro do Trabalho O que é próstata? A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen. Ela é um órgão muito pequeno, tem

Leia mais

HIV. O vírus da imunodeficiência humana HIV-1 e HIV-2 são membros da família Retroviridae, na subfamília Lentividae.

HIV. O vírus da imunodeficiência humana HIV-1 e HIV-2 são membros da família Retroviridae, na subfamília Lentividae. A Equipe Multiprofissional de Saúde Ocupacional da UDESC lembra: Dia 01 de dezembro é dia mundial de prevenção à Aids! Este material foi desenvolvido por alunos do Departamento de Enfermagem da Universidade

Leia mais

TREINAMENTO CLÍNICO EM MANEJO DA DENGUE 2016. Vigilância Epidemiológica Secretaria Municipal de Saúde Volta Redonda

TREINAMENTO CLÍNICO EM MANEJO DA DENGUE 2016. Vigilância Epidemiológica Secretaria Municipal de Saúde Volta Redonda TREINAMENTO CLÍNICO EM MANEJO DA DENGUE 2016 Vigilância Epidemiológica Secretaria Municipal de Saúde Volta Redonda DENGUE O Brasil têm registrado grandes epidemias de dengue nos últimos 10 anos com aumento

Leia mais

Informe Epidemiológico EBOLA Atualizado em 26-09-2014, às 10h

Informe Epidemiológico EBOLA Atualizado em 26-09-2014, às 10h Informe Epidemiológico EBOLA Atualizado em 26-09-2014, às 10h Em 08 de agosto de 2014 a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto pela Doença do Vírus Ebola no Oeste da África, uma Emergência

Leia mais

Atividade 3 os anos Marcos/Juliano ago/09

Atividade 3 os anos Marcos/Juliano ago/09 Biologia Atividade 3 os anos Marcos/Juliano ago/09 Nome: Nº: Turma: Caríssimas e caríssimos! Dando continuidade ao nosso trabalho, mantida a distância corporal entre nós (prevenção), mas preservada a lembrança

Leia mais

Boletim Epidemiológico Julho/2015

Boletim Epidemiológico Julho/2015 GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE PÚBLICA COORDENADORIA DE PROMOÇÃO À SAÚDE SUBCOORDENADORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA CENTRO DE INFORMAÇÃO ESTRATÉGICA EM VIGILANCIA

Leia mais

03/07/2012 PNEUMONIA POR INFLUENZA: PREVENÇÃO, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO, ONDE ESTAMOS? Encontro Nacional de Infecções Respiratórias e Tuberculose

03/07/2012 PNEUMONIA POR INFLUENZA: PREVENÇÃO, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO, ONDE ESTAMOS? Encontro Nacional de Infecções Respiratórias e Tuberculose Encontro Nacional de Infecções Respiratórias e Tuberculose PNEUMONIA POR INFLUENZA: PREVENÇÃO, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO, ONDE ESTAMOS? Encontro Nacional de Infecções Respiratórias e Tuberculose Goiânia

Leia mais

Qual é o papel da ressecção ou da radiocirurgia em pacientes com múltiplas metástases? Janio Nogueira

Qual é o papel da ressecção ou da radiocirurgia em pacientes com múltiplas metástases? Janio Nogueira Qual é o papel da ressecção ou da radiocirurgia em pacientes com múltiplas metástases? Janio Nogueira METÁSTASES CEREBRAIS INTRODUÇÃO O SIMPLES DIAGNÓSTICO DE METÁSTASE CEREBRAL JÁ PREDIZ UM POBRE PROGNÓSTICO.

Leia mais

INFLUENZA. Cinthya L Cavazzana Médica Infectologista COVISA/CCD

INFLUENZA. Cinthya L Cavazzana Médica Infectologista COVISA/CCD INFLUENZA Cinthya L Cavazzana Médica Infectologista COVISA/CCD GRIPE x RESFRIADO Resfriado: é uma doença do trato respiratório superior. É geralmente causada por um vírus, mais freqüentemente um rhinovirus

Leia mais

Etiologia. Infecciosa Auto-imune Traumática. DCP / APN Dulce Cabelho Passarelli / André Passarelli Neto. Tratamento. Depende: Origem Diagnóstico

Etiologia. Infecciosa Auto-imune Traumática. DCP / APN Dulce Cabelho Passarelli / André Passarelli Neto. Tratamento. Depende: Origem Diagnóstico Infecciosa Auto-imune Traumática Evidência Clínica Inicialmente, vesículas ou bolhas, na pele ou mucosa, podendo ocorrer concomitantemente nessas regiões. Dulce Cabelho Passarelli / André Passarelli Neto

Leia mais

Infecções e Gestação : Atenção ao Filho de Mãe com Toxoplasmose. I Encontro da rede Mãe Paranaense

Infecções e Gestação : Atenção ao Filho de Mãe com Toxoplasmose. I Encontro da rede Mãe Paranaense Infecções e Gestação : Atenção ao Filho de Mãe com Toxoplasmose Andrea Maciel de Oliverira Rossoni Serviço de Agenda Visão do pediatra e do médico generalista Sintomas Como investigar Como tratar Acompanhamento

Leia mais

Gripe A (H1N1) de origem suína

Gripe A (H1N1) de origem suína Gripe A (H1N1) de origem suína A gripe é caracterizada como uma doença infecciosa com alto potencial de contagio causado pelo vírus Influenza. Este vírus apresenta três tipos, sendo eles o A, B e C. Observam-se

Leia mais

Rede Pública ou Particular?

Rede Pública ou Particular? Vacinar seu filho na feito com carinho para você ganhar tempo! Rede Pública ou Particular? guia rápido das vacinas e principais diferenças Um guia de utilidade pública com as fichas de 10 vacinas para

Leia mais

18º Imagem da Semana: Tomografia Computadorizada de Crânio

18º Imagem da Semana: Tomografia Computadorizada de Crânio 18º Imagem da Semana: Tomografia Computadorizada de Crânio Enunciado Paciente masculino, 78 anos, hipertenso, com fibrilação atrial, admitido no PA com queixa de dificuldade para deambular e confusão mental

Leia mais

Introdução. Febre amarela. A mais famosa arbovirose (virose transmitida por artrópodes) Causa de morbidade importante desde o século XVII até hoje

Introdução. Febre amarela. A mais famosa arbovirose (virose transmitida por artrópodes) Causa de morbidade importante desde o século XVII até hoje A mais famosa arbovirose (virose transmitida por artrópodes) Causa de morbidade importante desde o século XVII até hoje Alta letalidade (em torno de 10%) Introdução Prof. Marco Antonio Zoonose endêmica,

Leia mais

Aspectos Neuropsiquiátricos em Geriatria. Dr. José Eduardo Martinelli Faculdade de Medicina de Jundiaí

Aspectos Neuropsiquiátricos em Geriatria. Dr. José Eduardo Martinelli Faculdade de Medicina de Jundiaí Aspectos Neuropsiquiátricos em Geriatria Dr. José Eduardo Martinelli Faculdade de Medicina de Jundiaí Psiquiatria: Especialidade médica que se dedica ao estudo, diagnóstico, tratamento e à prevenção de

Leia mais

Arbovírus: arthropod-born virus 400 vírus isolados 100 patógenos humanos. Febres indiferenciadas Encefalites Febres hemorrágicas

Arbovírus: arthropod-born virus 400 vírus isolados 100 patógenos humanos. Febres indiferenciadas Encefalites Febres hemorrágicas Arbovírus: Hospedeiro natural vertebrado arthropod-born virus 400 vírus isolados 100 patógenos humanos Vetor hematófago Hospedeiro vert. Vetor hemat. Febres indiferenciadas Encefalites Febres hemorrágicas

Leia mais

Doenças Virais - Humanas

Doenças Virais - Humanas Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Santa Catarina Campus Lages Curso Técnico em Biotecnologia Unidade Curricular: Microbiologia Doenças Virais - Humanas DENGUE FEBRE AMARELA Prof. Leandro Parussolo

Leia mais

Palavras- chave: Vigilância epidemiológica, Dengue, Enfermagem

Palavras- chave: Vigilância epidemiológica, Dengue, Enfermagem ANÁLISE DAS NOTIFICAÇÕES DE DENGUE APÓS ATUAÇÃO DO SERVIÇO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA HOSPITALAR INTRODUÇÃO: A Dengue é uma doença infecciosa febril aguda de amplo espectro clínico e de grande importância

Leia mais

2. ETIOLOGIA CITOMEGALOVIRUS

2. ETIOLOGIA CITOMEGALOVIRUS 3 1. INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo abordar as manifestações clínicas do citomegalovírus, assim como seu tratamento, transmissão e seu contato direto com as gestantes. O citomegalovírus (CMV)

Leia mais

REGIONAL DE SAÚDE SUDOESTE 1 RIO VERDE

REGIONAL DE SAÚDE SUDOESTE 1 RIO VERDE ORDEM CASOS DE DENGUE DA REGIONAL DE SAÚDE SUDOESTE 1 EM 2015 (Período: 10/08/2015 à 10/11/2015) MUNICÍPIO ABERTO SOROLOGIA EXAME NS1 ISOLAMENTO VIRAL CLASSIFICAÇÃO EVOLUÇÃO REALIZADO NÃO REALIZADO NÃO

Leia mais

Linfomas. Claudia witzel

Linfomas. Claudia witzel Linfomas Claudia witzel Pode ser definido como um grupo de diversas doenças neoplásicas : Do sistema linfático Sistema linfóide Que tem origem da proliferação de linfócitos B ou T em qualquer um de seus

Leia mais

Boletim Epidemiológico Secretaria de Vigilância em Saúde Ministério da Saúde Influenza: Monitoramento até a Semana Epidemiológica 29 de 2014

Boletim Epidemiológico Secretaria de Vigilância em Saúde Ministério da Saúde Influenza: Monitoramento até a Semana Epidemiológica 29 de 2014 Boletim Epidemiológico Secretaria de Vigilância em Saúde Ministério da Saúde Influenza: Monitoramento até a Semana Epidemiológica 29 de 2014 A vigilância da influenza no Brasil é composta pela vigilância

Leia mais

O que um estudante de medicina deve saber? Edvaldo Souza

O que um estudante de medicina deve saber? Edvaldo Souza O que um estudante de medicina deve saber? Edvaldo Souza Sumário Definição História Epidemiologia Etiologia Modos de transmissão Quadro Clínico Diagnóstico laboratorial Diagnóstico diferencial Tratamento

Leia mais

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, Interino, no uso de suas atribuições, resolve:

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, Interino, no uso de suas atribuições, resolve: PORTARIA Nº 486, DE 16 DE MAIO DE 2.000 O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, Interino, no uso de suas atribuições, resolve: Art. 1º - Expedir a edição revisada e atualizada das orientações e critérios relativos

Leia mais

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO INICIAL - HOMEM VIH POSITIVO

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO INICIAL - HOMEM VIH POSITIVO INSTRUÇÕES PARA A EQUIPA DO ESTUDO: Após inscrição no estudo, os participantes devem preencher este questionário de avaliação inicial. Certifique-se de que é distribuído o questionário adequado. Após o

Leia mais

2. HIPERTENSÃO ARTERIAL

2. HIPERTENSÃO ARTERIAL TESTE ERGOMETRICO O teste ergométrico serve para a avaliação ampla do funcionamento cardiovascular, quando submetido a esforço físico gradualmente crescente, em esteira rolante. São observados os sintomas,

Leia mais

Instrumento Administrativo Política Institucional Nº 02.03 Política de Vacinação

Instrumento Administrativo Política Institucional Nº 02.03 Política de Vacinação Rev: 03 Data: 19/07/2010 Página 1 de 5 Anexo I - Rol de Vacinas cobertas por esta Política Vacina Nome da Droga Pré-requisitos para cobertura Documentação necessária Observação Crianças de 1 a 12 anos:

Leia mais

Síndrome da Varicela Congênita. Camilo Vieira MR 1 Pediatria

Síndrome da Varicela Congênita. Camilo Vieira MR 1 Pediatria Síndrome da Varicela Congênita Camilo Vieira MR 1 Pediatria Síndrome da Varicela Congênita (SVC) O risco do RN apresentar a SVC após infecção materna no 1 1 trimestre é menor que 1% Risco de 0,4% entre

Leia mais

Profilaxia Pós-Exposição ao HIV. Alcyone Artioli Machado FMRP-USP - 2006

Profilaxia Pós-Exposição ao HIV. Alcyone Artioli Machado FMRP-USP - 2006 Profilaxia Pós-Exposição ao HIV Alcyone Artioli Machado FMRP-USP - 2006 Fatores de risco para infecção ocupacional pelo HIV O risco de infecção ocupacional pelo HIV era aumentado quando: A exposição ocupacional

Leia mais

Faculdades Einstein de Limeira Biomedicina. SÍFILIS Diagnóstico Laboratorial

Faculdades Einstein de Limeira Biomedicina. SÍFILIS Diagnóstico Laboratorial Faculdades Einstein de Limeira Biomedicina SÍFILIS Diagnóstico Laboratorial SÍFILIS 1. CONCEITO Doença infecciosa, sistêmica, de evolução crônica 2. AGENTE ETIOLÓGICO espiroqueta Treponema pallidum. 3.

Leia mais

www.printo.it/pediatric-rheumatology/br/intro

www.printo.it/pediatric-rheumatology/br/intro www.printo.it/pediatric-rheumatology/br/intro Artrite de lyme Versão de 2016 1. O QUE É ARTRITE DE LYME 1.1 O que é? A artrite de Lyme é uma das doenças causadas pela bactéria Borrelia burgdorferi (borreliose

Leia mais

PERFIL HEPATITE. Segurança para o diagnóstico e acompanhamento clínico.

PERFIL HEPATITE. Segurança para o diagnóstico e acompanhamento clínico. PERFIL HEPATITE Segurança para o diagnóstico e acompanhamento clínico. TLA - Total Lab Automation Agilidade e Confiança TAT (Turn Around Time) de produção de 2 horas. Quatro linhas de produção totalmente

Leia mais

ANEXO II. 1 HEPATITE B VÍRUS DA HEPATITE B (Hepatitis B Vírus HBV)

ANEXO II. 1 HEPATITE B VÍRUS DA HEPATITE B (Hepatitis B Vírus HBV) ANEXO II ANEXO DA RESOLUÇÃO SESA Nº.../2009 MANUAL DE ORIENTAÇÃO PARA ALTERAÇÃO DA CAUSA DE REJEIÇÃO DO CÓDIGO 57 (INCONCLUSIVO), PELOS SERVIÇOS DE HEMOTERAPIA NO SHTWEB. 1. Segundo a RDC nº 153 de 14

Leia mais

Hepatites Virais 27/07/2011

Hepatites Virais 27/07/2011 SOCIEDADE DIVINA PROVIDÊNCIA Hospital Nossa Senhora da Conceição Educação Semana Continuada de Luta Contra em CCIH as Hepatites Virais 27/07/2011 Enfº Rodrigo Cascaes Theodoro Enfº CCIH Rodrigo Cascaes

Leia mais

VARICELA ZOSTER VARICELA E GRAVIDEZ

VARICELA ZOSTER VARICELA E GRAVIDEZ ZOSTER E GRAVIDEZ A varicela é uma doença comum da infância considerada habitualmente benigna. Adquirida na idade adulta pode acompanhar-se de complicações que serão ainda mais graves se for uma mulher

Leia mais

MANEJO DOS CASOS SUSPEITOS DE SARAMPO

MANEJO DOS CASOS SUSPEITOS DE SARAMPO MANEJO DOS CASOS SUSPEITOS DE SARAMPO 25 de março de 2014 Serviço de Controle de Infecção Hospitalar Conteúdo Contexto atual Objetivos Manifestações clínicas e definições utilizadas Diagnóstico diferencial

Leia mais

12 PROVA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS MÉDICO NEUROLOGISTA

12 PROVA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS MÉDICO NEUROLOGISTA 12 PROVA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS MÉDICO NEUROLOGISTA QUESTÃO 21 Crises convulsivas, hemiplegias, afasia e hemianopsias como sinais isolados ou em associação, sugerem patologia neurológica de topografia:

Leia mais

Demência associada ao HIV

Demência associada ao HIV Demência associada ao HIV A complicação do SNC mais comum é um comprometimento cognitivo de gravidade suficiente para justificar o diagnóstico de demência (Centers for Disease Control and Prevention; CDCP

Leia mais

CLASSIFICAÇÃO DAS CEFALEIAS (IHS 2004)

CLASSIFICAÇÃO DAS CEFALEIAS (IHS 2004) CLASSIFICAÇÃO DAS CEFALEIAS (IHS 2004) ENXAQUECAS Enxaqueca sem aura De acordo com a IHS, a enxaqueca sem aura é uma síndroma clínica caracterizada por cefaleia com características específicas e sintomas

Leia mais

MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE

MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE Programa Nacional de Controle da Dengue Febre Hemorrágica da Dengue e Apresentações Graves Definição e Rotina de Investigação Maio 2010 Dengue no Brasil

Leia mais

A pneumonia é uma doença inflamatória do pulmão que afecta os alvéolos pulmonares (sacos de ar) que são preenchidos por líquido resultante da

A pneumonia é uma doença inflamatória do pulmão que afecta os alvéolos pulmonares (sacos de ar) que são preenchidos por líquido resultante da 2 A pneumonia é uma doença inflamatória do pulmão que afecta os alvéolos pulmonares (sacos de ar) que são preenchidos por líquido resultante da inflamação, o que dificulta a realização das trocas gasosas.

Leia mais