A VISIBILIDADE DO ENFERMEIRO NO CONTEXTO DO SERVIÇO DE INTERNAÇÃO DOMICILIAR 1
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- Larissa Carreira Veiga
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1 A VISIBILIDADE DO ENFERMEIRO NO CONTEXTO DO SERVIÇO DE INTERNAÇÃO DOMICILIAR 1 ROSSO, Laís Fuzer 2 ; BRUM, Dyan Jamilles Teixeira 2 ; GEWEHR, Melissa 2 ; SILVA, Dalva Cezar da 3 ; PROCHNOW, Adelina Giacomelli 3 ; BUDÓ, Maria de Lourdes Denardin 3 ; OLIVEIRA, Stefanie Griebeler 4 1 Trabalho de Pesquisa _UFSM. 2 Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), RS, Brasil. 3 Departamento de Enfermagem da UFSM, RS, Brasil. 4 Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil. laisfrosso@gmail.com; jamillesenf@gmail.com; mel.ufsm@gmail.com.br; dalvacezarsilva@yahoo.com.br, agp.sma@terra.com.br; lourdesdenardin@gmail.com, stefaniegriebeler@yahoo.com.br RESUMO Esta trabalho objetiva descrever como os familiares cuidadores identificam o enfermeiro no contexto do serviço de internação domiciliar. É parte integrante dos resultados da pesquisa Exercício gerencial do enfermeiro: percepção dos familiares cuidadores de paciente do serviço de internação domiciliar. Na coleta de dados utilizaram-se entrevistas semi-estruturadas, que foram analisadas a partir da análise de conteúdo. Como resultado destacou-se a competência comunicativa, a proximidade e a dedicação do enfermeiro em relação ao cuidado com o paciente e às orientações aos familiares cuidadores. O estudo permitiu evidenciar a visibilidade do enfermeiro no contexto domiciliar promovida pela formação de vínculo. No entanto, ainda há a necessidade de melhorar a visibilidade profissional enquanto prática social. Palavras-chave: Enfermagem; Papel do profissional de enfermagem; Cuidadores; Cuidados domiciliares de saúde. 1. INTRODUÇÃO A Enfermagem como profissão se propõe a compreender como se relacionam entre si a saúde, a enfermidade e a conduta humana. Isso significa que a organização do profissional de enfermagem fundamenta-se na ação de cuidar de sujeitos vulneráveis que sofrem ou padecem, ou seja, a vulnerabilidade do ser humano é a condição de possibilidade do cuidado, ao qual pode ser estendido para ajudar a quem acompanha essas pessoas (TORRALBA, 2009). Possui ainda possibilidades e potencialidade que garantem a diferenciação funcional da prática social do enfermeiro, mesmo que num contexto marcado pela hegemonia do saber médico e, consequentemente, do foco na doença (BACKES, BACKES, ERDMANN, 2011). 1
2 A maior expectativa de vida da população, o aumento da incidência de doenças crônico-degenerativas e incapacitantes são fatores significativos para o interesse ao modelo de assistência domiciliar, pois cada vez mais as pessoas terão a necessidade de ser acompanhadas no domicílio. Para tal, precisa-se de um modelo de cuidado a longo prazo com abordagem mais cooperativa ao atendimento à saúde (HELMANN, 2003). A partir das vivências de estágios curriculares e extracurriculares do Curso de Graduação em Enfermagem, em um Hospital Universitário da região sul do país, percebeuse um índice considerável de famílias que possuem, dentre seus integrantes, pessoas com diferentes níveis de dependência, vítimas de afecções crônico-degenerativas ou de eventos que ocasionaram perdas funcionais. Destaca-se a que doença crônica causa alterações irreversíveis e graduais e, muitas vezes, exige cuidados permanentes, sendo o cuidado domiciliar uma alternativa para evitar ou abreviar internações hospitalares (FEUERWERKER e MERHY, 2008). A prática do enfermeiro domiciliar compreende a família como sendo integrante na sua assistência, pois, o cuidado é realizado em conjunto com a família. Assim, é marcante a aproximação do enfermeiro com o paciente e com o familiar responsável pelos cuidados domiciliares. Frente a isso, é necessário conhecimento científico-tecnológico, autonomia, responsabilidade e extrema habilidade no relacionamento interpessoal para trabalhar neste contexto (LACERDA, 2006). Cabe ressaltar que a forma como é incorporado o saber e o fazer do enfermeiro resulta a imagem da categoria profissional (PROCHNOW, LEITE, ERDMANN, 2005). A proximidade e a dedicação em relação aos cuidados ao paciente são oportunidades para o reconhecimento e a valorização do enfermeiro, ou seja, o reconhecimento pelas suas atividades profissionais. Dessa forma, o enfermeiro ao assistir, apoiar, capacitar e facilitar, como recursos auxiliares ao trabalho de proporcionar bem-estar e saúde a indivíduos, famílias e grupos, atua com ênfase no cuidado. Porém, Oliveira (2006) aponta que há mais prestígio individual do que social e o reconhecimento do enfermeiro na equipe de saúde, ocorre pelas pessoas quem têm um vínculo mais próximo com esse profissional. Nesse sentido, tem-se o objetivo de descrever como os familiares cuidadores identificam o enfermeiro no contexto do serviço de internação domiciliar de um hospital universitário do Rio Grande do Sul. 2
3 2. METODOLOGIA Trata-se de um estudo exploratório-descritivo, de abordagem qualitativa, desenvolvido com cuidadores familiares de pacientes assistidos pelo Serviço de Internação Domiciliar de um hospital público do interior do Rio Grande do Sul RS. Esse serviço foi implantado em 2005 e está pautado em um enfoque interdisciplinar na forma de equipe multiprofissional, qual cada profissional, de acordo com seus conhecimentos e habilidades específicas, atua conjuntamente dentro de sua área de competência. A transversalidade na relação entre os componentes da equipe (assistente social, enfermeiro, médico, nutricionista, auxiliar de enfermagem e fisioterapeuta) dá-se de forma concreta no desenvolvimento das ações de competência comum a todos e, que tem por finalidade, atender os princípios da integralidade na atenção à saúde dos usuários do serviço. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas com cuidadores familiares de usuários atendidos no Serviço de Internação Domiciliar, nos meses de novembro e dezembro de A inclusão dos participantes obedeceu aos critérios de ser cuidador familiar; com parentesco de primeiro, segundo grau, ou cônjuge de paciente assistido por um período de 30 dias, que utilizaram o serviço entre 2005 e 2007; ter idade igual ou superior a 18 anos e residir na cidade em que o estudo foi desenvolvido. Para identificação dos familiares participantes da pesquisa, fez-se uma consulta ao banco de dados do serviço, o qual contém informações referentes a todos os usuários atendidos. A partir disso, realizou-se contato telefônico com os familiares para apresentar a proposta do estudo e convidá-los a participar da investigação. Após, o aceite em participar da pesquisa era agendada a data e local para a realização da entrevista. O número de sujeitos envolvidos na pesquisa perfizeram nove familiares cuidadores, sendo o número de participantes foi definido pelo critério de saturação da amostra, ou seja, a coleta de dados findou, quando as informações iniciaram uma sequência de repetições (TURATO, 2008). A análise dos dados foi desenvolvida por meio da análise de conteúdo (MINAYO, 2007). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), sob o número / CAE Foram observados os princípios éticos da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde/MS (BRASIL, 1996). Os participantes foram esclarecidos sobre o objetivo da pesquisa, o sigilo das informações, o anonimato das identidades e 3
4 também sobre o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para a utilização das informações fornecidas. Para manter o anonimato das informações, os participantes da pesquisa serão identificados, ao longo do texto, pela letra C (cuidador familiar) seguida de um número correspondente à entrevista. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os participantes do estudo foram nove cuidadores familiares, sendo sete do sexo feminino e dois do sexo masculino. A idade dos participantes variou entre 27 e 60 anos. Quanto ao parentesco, três eram esposas, duas eram filhas, dois eram filhos, uma era cunhada e uma era tia. Com relação renda familiar essa variou de um salário mínimo a seis salários e a escolaridade de ensino fundamental incompleto até ensino superior incompleto. Os cuidadores familiares consideraram as expressões de afeto, ações de cuidado e de respeito, manifestação de atitudes que aproximam e facilitam a interação com o enfermeiro, bem como a sua identificação na equipe multiprofissional do serviço de internação domiciliar. Para três cuidadores familiares a identificação do enfermeiro era feita em um primeiro momento por meio do crachá, como pode se observa nas falas: Sim, o jeito delas tratarem, olhava o nome delas no crachazinho que elas tinham isso eu cuidava bastante (C 6). Perguntando o nome, olhando o nome (no jaleco) (C 2). Assim pelo crachá uma que eu já conhecia daqui (hospital). Não só pelo crachá e pela forma que a pessoa fala, explica, tudo no caso do paciente (C 5). Os depoimentos apresentam a importância do enfermeiro usar crachá identificado pelo nome e a sua categoria profissional, sendo que o uso do mesmo não dispensa a apresentação profissional. A apresentação verbal do enfermeiro e o uso do crachá são estratégias para a identificação e diferenciação, uma vez que o uso do jaleco branco uniformiza estudantes, técnicos e profissionais da área da saúde. Assim, a identidade pessoal e profissional pode ser assegurada.(baggio ERDMANN, 2010) Além de identificar o enfermeiro pelo crachá, os cuidadores relataram a atenção e o cuidado em relação ao paciente como uma maneira de reconhecer o enfermeiro. A prática do cuidado pode ser considerado como maneira de tornar visível o enfermeiro, sua imagem o identifica como profissional, o qual percebe-se a preparação para o cuidar. Essa 4
5 preparação perpassa pelo caminhão da educação e fundamentado na existência científica da qualificação para o trabalho. Ainda a identificação do papel desempenhado e do produto do trabalho é permitido quando o cotidiano da enfermagem torna-se conhecido (BAGGIO ERDMANN, 2010). Para que o cuidado seja efetivo é necessário que o enfermeiro tenha um bom relacionamento interpessoal com o paciente e o familiar que realiza os cuidados no domicílio. Reporta-se para a importância da comunicação como base fundamental dessa relação, pois ao estabelecer uma boa comunicação, contribui-se para a diminuição de conflitos e desentendimentos, tornando as relações mais harmônicas e alcançando os objetivos com mais eficiência e satisfação (GALA, TELLES e SILVA, 2003). No entanto, nos casos de conflitos fazemse necessário compreender sua origem, os fatores que favorecem sua instalação e reconhecer a importância de abordá-los interdisciplinarmente. (GUERRA, et al., 2011). Ademais, a comunicação verbal falha prejudica a visibilidade do sujeito, sendo essa promovida quando ocorre o processo interpessoal de comunicação positivo. (BAGGIO ERDMANN, 2010) A forma de comunicar-se seja por meio da conversa, ou do toque como um meio de comunicação não verbal é evidenciada no reconhecimento do enfermeiro. O toque é visto pelos familiares como representação de carinho e afeto do enfermeiro em relação ao paciente, sendo considerado um meio de aproximação que proporciona segurança e estímulos ao paciente. Nesse sentido, observa-se que os familiares estabelecem uma relação de proximidade com o enfermeiro em virtude dos cuidados recebido pelo paciente. Desse modo, é de fundamental o estabelecimento de vínculo com o familiar cuidador, pois este é responsável pelo cuidado do paciente e dele depende a efetividade do cuidado prestado (LACERDA e OLINISKI, 2003). No entender do entrevistado, a enfermagem se destaca e se distingue na equipe de saúde, pelo envolvimento intenso com a necessidade da pessoa, o qual é expresso pela proximidade. A enfermagem eu acho que é mais próxima a..., orienta a família. Eu acho que os médicos são mais distantes... em relação aos outros profissionais eu acho que a fisioterapia é bem próxima (C 3). A proximidade do enfermeiro com a família no cuidado favorece a formação de vínculo, o qual possibilita laços de confiança e corresponsabilidade no trabalho dos profissionais junto ao usuário (MONTEIRO, FIGUEIREDO, MACHADO, 2009). Nesse sentido, há a importância do enfermeiro estar adequadamente preparado para trabalhar no ambiente domiciliar, uma vez que é referência na equipe multiprofissional. Além disso, o 5
6 familiar cuidador explicita a comparação e diferenciação em relação à atuação do enfermeiro e a de outros profissionais na equipe. O enfermeiro é reconhecimento por suas ações, atitudes, conhecimento e trabalho desenvolvido. Ainda, é demonstrando a atuação do enfermeiro como sendo ampliada, enquanto do médico é mais pontual. Para os entrevistados, identificar as necessidades do indivíduo e família compreende a expressão assistencial do enfermeiro em relação ao cuidado como um todo. Nesse viés, o enfermeiro é um dos profissionais da saúde que mais se envolve com as necessidades concretas do indivíduo e que visa o processo de viver humano de forma ampla e contextualizada. Logo, possibilita criar vínculos, relações e interações sistêmicas, tanto com os usuários quanto com os demais profissionais, a fim de garantir a resolutividade do cuidado em saúde, pela compreensão do ser humano como um ser integral e integrador. Diferentemente do interesses na doença - indivíduo doente, a enfermagem vem se distinguindo, conforme evidenciado pelos entrevistados, pela capacidade de interagir e compreender as variáveis múltiplas que envolvem o processo de viver saudável dos indivíduos e famílias. O seu foco de atenção e intervenções transcende a dimensão fisiopatológica da doença como um fim em si mesmo. Nesse sentido a enfermagem precisa ampliar e definir melhor a sua identidade e especificidade comunicativa no contexto social atual (BACKES, BACKES,ERDMANN, 2011). O enfermeiro no cuidado domiciliar é visualizado pela interação e comunicação, no sentido de diminuir a complexidade e o medo do cuidador familiar para o cuidado no domicílio. Sendo assim, a forma como o enfermeiro explica e orienta o cuidado, também é identificação do profissional pelo cuidador familiar. Segundo os cuidadores familiares as explicações ocorrem de maneira acessível, por meio de conversa e tem como objetivos manter a família informada e consciente dos problemas apresentados, além de orientá-los como e porque realizar os cuidados. A conversa para o familiar é identificada como uma estratégia que o enfermeiro utiliza para ensinar o cuidado. Em pesquisa realizada com cuidadores domiciliares de pacientes com doença crônica, constatou-se que a conversa é considerada um elemento importante na relação entre o cuidador e o seu familiar doente no momento da realização do cuidado, tanto no ambiente hospitalar quanto no domicílio. As cuidadoras apontaram a conversa como um instrumento de cuidado utilizado no domicílio (BRONDANI, et al., 2010). O enfermeiro é identificado pelo familiar cuidador em virtude do cuidado prestado, do ajudar a cuidar que ocorre pela ação de ensinar, por meio de orientações e explicações no domicílio. Assim no domicílio, o enfermeiro encontra-se em um ambiente de construção 6
7 de saberes e relações que precisam ser moldadas a partir das necessidades de cuidado do paciente e sua família em conformidade com a condição cultural, social e educacional possuindo a finalidade de garantir uma efetiva assistência do cuidado domiciliar. Na relação de cuidado é importante considerar a totalidade do ser humano, isto é, sua constituição, física, emocional, social, cultural, ética, espiritual/religiosa; só assim é possível proporcionar um cuidado individualizado, promover o bem-estar físico e psicológico do ser ao qual estamos cuidando. O ser humano é constituído de uma estrutura complexa e pluridimensional, que se expressa de diferentes maneiras, porém é indivisível e deve ser considerado em sua totalidade (TORRALBA, 2009). Partindo-se da premissa de que a pessoa humana é única, então, o ato de cuidar dessa pessoa também deve ser singular. Para tal, na assistência domiciliar à saúde requer um envolver-se pleno do profissional enfermeiro e sua essência que se faz presente, tanto no cuidar como no ensinar a cuidar (LACERDA, 2006). Para o cuidador familiar a atuação do enfermeiro no ambiente domiciliar é diferenciada das atitudes realizadas no ambiente hospitalar: é identificada a dificuldade de interação efetiva entre a enfermeira e o familiar no contexto hospitalar a qual pode ser qualificada com o preparo do enfermeiro para articular o conhecimento científico com o conhecimento informal do familiar. Ainda é relatado que no hospital a enfermagem procura saber do paciente aquilo que ele quer ouvir e que garantirá mais agilidade no cumprimento das tarefas. Também, no hospital, a maior parte do tempo do enfermeiro é dedicada à gerência do cuidado. Pode-se assim, inferir que o excesso de atividades burocráticas distância a enfermagem da assistência e com isso causa à dificuldade do reconhecimento de quem é o enfermeiro no âmbito hospitalar. A distância, a formalidade, conversas rápidas e, freqüente o emprego de termos técnicos caracteriza o relacionamento dos profissionais da saúde com os paciente nos hospitais (HELMANN, 2003). Por outro lado, as características do cuidado domiciliar exigem do enfermeiro mais do que apenas profissionalismo, necessitando também, o ser pessoa, com sentimentos, emoções, humildade, paciência, intuição, flexibilidade, simpatia, entre outros, e principalmente, reconhece a relação interpessoal como palavra chave para o início do cuidado domiciliar (LACERDA, 2006, p. 5). Nota-se que os familiares cuidadores percebem a atuação do enfermeiro no cuidado, pela proximidade, relacionamento interpessoal com paciente e família, atitude próativa e dedicação ao compartilhar com o familiar o cuidado ao ensinar. 7
8 A que vem em casa demonstram mais atenção... relação a organização e comunicação em casa é mais direto com a gente e a mãe junto, elas falam com a mãe e comigo. Quando estava internada a enfermeira só falava com nós os familiares (C 5). Na hora da visita era o enfermeiro que tomava a frente de tudo, e quem mexia e perguntava (C 9). Frente a isso, a relação mais direta do cuidador familiar com a enfermagem no contexto domiciliar possibilita que seja visualizada a atuação do enfermeiro e construída uma imagem profissional. Ainda, a proximidade com o familiar cuidador possibilita o reconhecimento do enfermeiro como um facilitador do cuidado, principalmente, na atuação como educador, em que visa qualificar o familiar para os cuidados no domicílio. Com base no conhecimento da realidade o enfermeiro identifica e distingui as necessidades do paciente e de seus familiares. (SCHUTZ, LEITE e FIGUEIREDO, 2007) Desta forma a enfermagem é uma profissão que se destaca e se diferencia pelas práticas interativas e integradoras de cuidado, às quais vêm adquirindo uma repercussão cada vez maior tanto na educação e promoção quanto na recuperação e proteção da saúde dos indivíduos, bem como compreende o indivíduo não como um ser doente, mas como um ser complexo e com potencial auto-organizador, por isso, participe e autor da sua própria história (BACKES, BACKES,ERDMANN, 2011). 5. CONCLUSÃO O estudo mostrou que a visibilidade do enfermeiro, ocorre no cuidado domiciliar, por meio da comunicação com a equipe, família e paciente assistido, da proximidade e interação no ato de cuidar. Portanto, destaca-se a importância da comunicação como habilidade do enfermeiro para interação e construção do vínculo com os familiares cuidados na internação domiciliar. Assim o enfermeiro faz a diferença por exercer um papel articulador e integrador pela capacidade de ligar e interligar os diferentes saberes. Além disso, o foco do cuidado compreender o processo de viver humano como um todo, sendo assim, o enfermeiro busca gradativamente inovar, criar e protagonizar novas formas de intervenção no ambiente. No entanto, será necessário o enfermeiro ampliar o seu reconhecimento para além dos sujeitos de sua interação, buscando desenvolver sua competência sociopolítica nos diversos cenários de cuidado. Assim, reporta-se para o preparo do enfermeiro na formação, 8
9 para melhorar a visibilidade profissional enquanto prática social. REFERÊNCIAS BACKES, Dirce Stein; BACKES, Marli Stein; ERDMANN, Alacoque Lorenzini. A prática social sistêmica do enfermeiro na perspectiva luhmanniana. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 45, n. 1, mar BAGGIO, Maria Aparecida; ERDMANN, Alacoque Lorenzini. (In)visibilidade do cuidado e da profissão de enfermagem no espaço de relações. Acta paul. enferm., São Paulo, v. 23, n. 6, BRASIL, Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Diretrizes e normas regulamentadoras da pesquisa envolvendo os seres humanos: Resolução 196/96. Brasília, DF, BRONDANI, Cecília Maria et al. Cuidadores e estratégias no cuidado ao doente na internação domiciliar. Texto contexto - enferm., Florianópolis, v. 19, n. 3, set FEUERWERKER, Laura C. M.; MERHY, Emerson Elias. A contribuição da atenção domiciliar para a configuração de redes substitutivas de saúde: desinstitucionalização e transformação de práticas. Rev Panam Salud Publica, Washington, v. 24, n. 3, Set Disponível em: < Acesso em: 12 fev GALA, M. F.; TELLES, S. C. R. SILVA, M. J. P. Ocorrência do toque entre profissionais de enfermagem e pacientes de uma UTI e Unidade Semi-intensiva cirúrgica. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v.37 n.1, GUERRA, Soeli Teresinha et al. O conflito no exercício gerencial do enfermeiro no âmbito hospitalar. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 19, n. 2, abr HELMANN C.G. Cultura, Saúde e Doença. Porto Alegre: Artmed;
10 LACERDA, M.R. Padrões do conhecimento de enfermagem e sua interface ao atendimento domiciliar à saúde. Online Brazilian Journal of Nursing. V. 5, n. 2,2006. Disponível em: LACERDA, M. R. e OLINSKI, S. R. A família e a enfermeira no contexto domiciliar: dois lados de uma realidade. Texto Contexto Enferm. Florianópolis, jul/set, v.12, n.3, p , MINAYO M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 10ª ed. Rio de Janeiro(RJ): Abrasco/ São Paulo(SP): Hucitec; MONTEIRO, M. M.; FIGUEIREDO, V. P.; MACHADO, M. de F. A. S. Formação do vínculo na implantação do Programa Saúde da Família numa Unidade Básica de Saúde. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo. V. 43, n.2, p , junho, OLIVEIRA, Beatriz Guitton Renaud Baptista de. A passagem pelos espelhos: a construção da identidade profissional da enfermeira. Texto contexto - enferm., Florianópolis, v. 15, n. 1, mar PROCHNOW, Adelina Giacomelli; LEITE, Joséte Luzia; ERDMANN, Alacoque Lorenzini. Teoria interpretativa de Geertz e a gerência do cuidado: visualizando a prática social do enfermeiro. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 13, n. 4, ago SENA, R.R. et al. O cotidiano da cuidadora no domicílio: desafios de um fazer solitário. Cogitare Enfermagem. Mai/ago, V.11, n. 2, SCHUTZ, Vivian; LEITE, Joséte Luzia; FIGUEIREDO, Nébia Maria Almeida de. Como administrar cuidados domiciliares: o custo e o preço do preparo e do trabalho da enfermagem uma experiência. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 11, n. 2, jun TORRALBA, F.R. Antropologia do cuidar. Petrópolis (RJ): Vozes; 2009 TURATO, Egberto Ribeiro. Tratado da Metodologia da Pesquisa Clínico-qualitativa: construção teórico-epistemológica discussão comparada e aplicação nas áreas da saúde e humanas. Petrópolis, RJ: Vozes,
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