Economia Brasileira Contemporânea

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1 Economia Brasileira Contemporânea

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3 Material teórico Governo de Jânio/João Goulart e o Plano Trienal Política econômica e crise política/fracasso do Plano Trienal Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Nelson Calsavara Garcia Junior Revisão Textual: Prof a. Ms. Rosemary Toffoli

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5 Governo de Jânio/João Goulart e o Plano Trienal Política econômica e crise política/fracasso do Plano Trienal Principais Problemas ao Final do Governo de JK Introdução Política Econômica e Crise Política Fracasso do Plano Trienal Objetivo de Aprendizado Para o bom andamento dos trabalhos, será fundamental o seu envolvimento e interesse: por meio da leitura completa da bibliografia proposta ABREU, M. P. A Ordem do Progresso: Cem Anos de Política Econômica Republicana, Rio de Janeiro: Campus, 2004, capítulo VIII (Inflação, Estagnação e Ruptura, páginas 197 a 212); pelo contato com o professor para o esclarecimento de dúvidas, ou ainda pela resolução das tarefas propostas, audição do arquivo em PowerPoint, leitura do conteúdo proposto e do material complementar. A leitura integral da bibliografia é fundamental e deve ser feita antes da utilização de quaisquer recursos que foram colocados à sua disposição. Com isso, haverá um entendimento inicial e você deverá utilizar os demais recursos para complementar e ou facilitar a compreensão da bibliografia em questão. Em um pequeno paralelo com a Unidade V, será apresentado na Unidade VI mais um Presidente da República que não conseguiu cumpriu integralmente seu mandato. Dessa vez, isso ocorreu com o Presidente Jânio Quadros, que governou por um período muito pequeno, renunciou e, com isso, o vice (João Goulart) assumiu. Portanto, essa unidade pode ser dividida em dois períodos: o governo Jânio e Goulart, contudo, na bibliografia recomendada não existe separação, pois foi indicado apenas um capítulo que aborda o período como um todo. Para o aproveitamento total do conteúdo proposto nesta unidade, você deverá inicialmente efetuar a leitura completa da bibliografia sugerida. Em seguida, (toda vez que julgar necessário) entrar em contato com o professor para que as dúvidas sejam esclarecidas. Feito isso, você estará apto para executar as atividades que serão propostas ao longo do estudo da unidade. 5

6 Unidade: Governo de Jânio/João Goulart e o Plano Trienal Política econômica e crise política/fracasso do Plano Trienal Contextualização Tendo como símbolo de campanha uma vassoura, o então candidato Jânio Quadros prometeu muitas mudanças e reformas. Foi eleito com uma quantidade de votos muito superior ao General Lott (segundo colocado) com um mandato muito pequeno, mais intenso, marcado pela tentativa de promover muitas mudanças que deveriam ocorrer simultaneamente, fato que resultou na criação de muitas inimizades (nos mais diversos setores) que minou a sustentabilidade política e posteriormente determinou a renúncia. Jânio tomou uma série de pequenas medidas que ficaram famosas, destinadas a criar uma imagem de inovação dos costumes e saneamento moral. Também investiu fortemente contra alguns direitos e regalias do funcionalismo público. Reduziu as vantagens até então asseguradas ao pessoal militar ou do Ministério da Fazenda em missão no exterior, extinguiu os cargos de adidos aeronáuticos nas representações diplomáticas brasileiras, condecorou Ernesto Che Guevara e manteve relações comerciais com a China a União Soviética. Ainda sob o aspecto político, após a renúncia, foi instaurado o sistema Parlamentarista, que durou até os primeiros dias de 1963, já que o Presidencialismo voltou a ser adotado a partir de 06/01/1963. Quanto ao vice-presidente (João Goulart), foi empossado e ficou à frente da nação de 07 de setembro de 1961 a 02 de abril de No âmbito econômico, os destaques foram: Instrução 204 da SUMOC, sucesso nas negociações com credores americanos, Programa de governo da primeira equipe parlamentarista (viabilização do plano e resultados obtidos), queda do Primeiro-Ministro, a segunda equipe parlamentarista e o Plano Trienal (objetivos, consequências e resultados). 6

7 1. Principais Problemas ao Final do Governo de JK O governo do presidente Juscelino Kubitschek foi muito bem sucedido nas realizações previstas no Plano de Metas, mas em relação aos aspectos econômicos, deixou vários problemas, a saber: a) inexistência de um mercado de capitais de médio e longo prazo devido á falta de financiamentos para investimentos na indústria automobilística que possuía 50% de capacidade ociosa. b) o financiamento foi executado com emissão de moeda; c) as reformas fiscais não existiram; d) houve aceleração inflacionária, pois em 1955 a inflação apurada foi 23% a.a, mas em 1961 a mesma subiu para 33,2% a.a.; e) foi percebido o crescimento expressivo da dívida externa. Em 1955 era de US$ milhões e em 1961 a mesma atingiu US$ milhões; f) sobre os investimentos notou-se a expansão da oferta de bens de capital, insumos básicos e bens de consumo, mas com problemas de falta de crédito ao consumidor; g) ressalta-se a crise no setor externo, com a queda no preço do café; h) os termos de troca apresentaram um novo ciclo de deterioração; i) houve o crescimento dos serviços. Isso se deve ao favorecimento do governo para a liberação de empréstimos, com taxas subsidiadas, contratações sem licitações, e assim por diante; j) sobre os empréstimos e a hostilidade internacional, pode-se afirmar que houve um curto período de maturação dos empréstimos obtidos no mercado internacional e ainda notou-se a hostilidade oriunda das agências oficiais e para-oficiais norteamericanas além do FMI/BIRD; k) para as importações e situação fiscal, destacam-se o protecionismo e controle seletivo de importações e ainda o déficit fiscal. Se comparado com o período anterior do governo Juscelino Kubitschek, o início dos anos 60 mostra forte reversão da situação econômica. Esse período, especialmente depois de 1963, caracterizou-se pela primeira grande crise econômica do Brasil em sua fase industrial: houve uma queda importante dos investimentos e a taxa de crescimento da renda brasileira também caiu significativamente. ABREU (2004). 7

8 Unidade: Governo de Jânio/João Goulart e o Plano Trienal Política econômica e crise política/fracasso do Plano Trienal Tabela I: Produto e inflação: Ano Crescimento do PIB (%) Crescimento da produção industrial (%) Taxa de inflação (IGO-DI) (%)* ,6 11,1 33, ,6 8,1 49, ,6-0,2 72, ,4 5,0 91, ,4-4,7 65,7 Fonte: Abreu (1990). *IPC-RJ Fonte: GREMAUD (2007, página 372). A explicação de toda essa conjuntura negativa passou por menos três visões alternativas, sendo que a primeira era constituída por uma crise cíclica oriunda de movimentos de ciclos naturais de uma economia capitalista (defendido pelos economistas da UNICAMP). Era a inevitabilidade oriunda de problemas dos anos anteriores. A segunda explicação abordava a questão da inadequação institucional, pois a economia estava mais madura, mas com instituições ainda arcaicas. Como exemplo, destacam-se a o sistema financeiro e tributário inadequados para o crescimento vivenciado em momentos anteriores. Por fim, a explicação foi á política econômica recessiva, adotada por meio da reforma cambial de 1961 para reduzir o déficit no setor externo, com desvalorização do câmbio, retirando subsídios, desequilibrando preços relativos e causando inflação. 2. Introdução O conteúdo dessa unidade abordará a posse de Jânio Quadros, com expressiva votação popular, a renúncia do mesmo em 25/08/1961, a adoção do Parlamentarismo de setembro de 1961 a janeiro de 1963, que contou com os seguintes Primeiros-Ministros: Tancredo Neves (08/09/1961 a 26/06/1962), Brochado da Rocha (10/07/1962 a 14/09/1962) e Hermes Lima (18/09/1962 a 24/01/1963). Ademais, destacam-se ainda a adoção do Plano Trienal em no final de dezembro no ano de 1962, o plebiscito para a volta do Presidencialismo em 06/01/1963 e por fim o golpe militar ocorrido em 31/01/

9 3. Política Econômica e Crise Política Com a eleição do Presidente Jânio Quadros em 31 de janeiro de 1961 o mesmo após identificar toda a herança de seu antecessor, tratou rapidamente de implementar mudanças. É justamente nessa linha que a equipe econômica adotou a instrução 204 da SUMOC, que teve como objetivo possibilitar o Financiamento do déficit do Balanço de Pagamentos com um desafio, sem emissão de moeda. Para tanto, as principais mudanças adotadas foram: a) houve desvalorização na taxa de câmbio, pois o mesmo passou de Cr$ 100/US$ para Cr$ 200/US$, com leilões para a categoria especial de mercadorias; b) foi efetuada a unificação do mercado cambial e a categoria geral passou a ser negociada com a taxa do mercado livre; c) foram adotadas novas regras para as importações, já que após o pagamento do leilão os importadores deveriam depositar o correspondente em Cr$ no Banco do Brasil por 150 dias para receberem as Letras de Importação. d) novas regras para as exportações de café: retenção de US$ 22 por saca de café. Outra medida importante para arrumar a casa, diz respeito às negociações com credores. O governo teve sucesso nas negociações ocorridas entre maio e junho de 1961 com credores norte-americanos (EXIMBANK). Ficou acertado que haveria abertura para novos empréstimos, ocorreria o reescalonamento dos pagamentos da dívida externa para o período de e os pagamentos do principal foram remanejados para serem pagos em cinco anos, a partir de Do montante que vencia em 1961, oitenta por cento foi remanejado, do montante que vencia entre 1962 e 1963, setenta por cento foi remanejado, do montante que vencia em 1964, cinquenta por cento foi remanejado e do montante que vencia em 1965, trinta por cento foi remanejado. Saindo especificamente do contexto econômico e entrando no cenário político, as ações do presidente ao longo de seu curto mandato desagradaram diversos setores da sociedade e a renúncia foi irremediável, ocorrida em vinte e cinco de agosto de Para remontar o panorama político, foram elencados alguns aspectos importantes que instalaram a crise política no governo de Jânio, a saber: discurso de posse: contrariando a expectativa geral, o discurso de posse do presidente foi discreto e gentil, chegando a tecer elogios ao governo anterior. Porém, na noite desse mesmo dia, Jânio atacou violentamente o governo Kubitschek em cadeia nacional de rádio, atribuindo ao ex-presidente á prática de nepotismo, ineficiência administrativa, responsabilidade pelos altos índices de inflação e pela dívida externa de dois bilhões de dólares; 9

10 Unidade: Governo de Jânio/João Goulart e o Plano Trienal Política econômica e crise política/fracasso do Plano Trienal corte de direitos e regalias: o governo de Jânio investiu fortemente contra alguns direitos e regalias do funcionalismo público. Reduziu as vantagens até então asseguradas ao pessoal militar ou do Ministério da Fazenda em missão no exterior e extinguiu os cargos de adidos aeronáuticos junto às representações diplomáticas brasileiras; mudanças sob o ponto de vista administrativo: tentou uma maior centralização de poderes com a adoção de uma mecânica de decisões que diminuísse o peso do Congresso Nacional e ampliasse a esfera de competência da Presidência; movimento sindical: o próprio movimento sindical estabeleceu relação ambígua com o governo, apoiando a política externa, combatendo a econômica e divergindo, em sua maioria, da proposta de abolição do imposto sindical, sustentada pelo ministro Castro Neves. 07/071961: Jânio reuniu todo o seu ministério para estudar as reformas do imposto de renda e dos códigos penal, civil e de contabilidade; política interna e externa: enquanto desenvolvia uma política interna considerada conservadora e plenamente aceita pelos Estados Unidos, procurou afirmar no plano externo os princípios de uma política independente e aberta a relações com todos os países do mundo. Essa orientação provocou protestos de inúmeros setores e grupos que o apoiavam. Ex: contatos com o bloco socialista e recepção da primeira missão comercial da República Popular da China ao Brasil; conferência de Punta Del Leste: as relações entre os países americanos e os Estados Unidos foram debatidas em agosto/1961. Após a reunião, Ernesto Che Guevara, então ministro da Economia de Cuba, viajou para a Argentina e, depois, para o Brasil a fim de agradecer a posição tomada por esses dois países para impedir a discussão de qualquer tema político na conferência. Jânio aproveitou o encontro com Guevara para pedir, com êxito, a libertação de 20 padres espanhóis presos em Cuba e discutir as possibilidades de intercâmbio comercial por meio dos países do Leste europeu. Finalmente, em 18 de agosto condecorou o ministro cubano com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, o que provocou a indignação dos setores civis e militares mais conservadores; manifestações populares e fim do mandato: no dia 25 de agosto ocorreram as primeiras manifestações populares, devido á crise política. O Congresso aprovou o Ato Adicional promulgado em 03 de setembro, garantindo o mandato de João Goulart até 02 de abril de 1964 em regime parlamentarista. Goulart foi finalmente empossado no dia 7 de setembro de 1961; aspectos conjunturais e estruturais da crise: 10 a) conjunturais: instabilidade política e política econômica recessiva de combate à inflação. b) estruturais: crise do populismo; estagnacionismo com crise do PSI, crise cíclica endógena de uma economia industrial e inadequação institucional.

11 4. Fracasso do Plano Trienal Antes de chegar ao Plano Trienal, é necessário passar pela experiência do Parlamentarismo e por isso, pelos programas de governos dos primeiros-ministros Tancredo Neves, Brochado da Rocha e Hermes Lima. Pela ordem cronológica, o programa de governo da equipe de Tancredo Neves tinha como objetivos propiciar o aumento da taxa de crescimento da economia para 7,5% a.a, absorver a mão de obra subempregada, promover à diminuição do desequilíbrio social com o combate a desigualdade na distribuição de renda e promovendo condições mínimas de saneamento e habitação, alcançar a estabilidade de preços, reduzir o desequilíbrio no Balanço de Pagamentos e buscar o aumento da produtividade no setor agrícola. Para tanto o governo deveria viabilizar o plano de governo e contava que a mesma ocorreria por meio de reforma fiscal, contenção do déficit de custeio oriundo das empresas públicas, correção de desperdícios e adoção de medidas de emergência e reformas institucionais. Entretanto havia a necessidade de adoção de medidas de emergência e reformas institucionais. No caso de medidas de emergências destacam-se os controles quantitativos de crédito, com mecanismos de depósito compulsório sobre depósitos à vista. Á respeito das medidas institucionais pode-se citar a menção à criação do Banco Central e do Banco Rural e as tentativas de estabelecer metas setoriais para o desenvolvimento econômico (sem sucesso) e compromisso com a reforma agrária. No cenário externo, o primeiro ministro Tancredo Neves teve que enfrentar a deterioração das relações políticas entre o Brasil e os EUA, devido a pelo menos três fatores: a) lei da remessa de lucros e do capital estrangeiro que tramitava no Congresso Brasileiro. Era uma nova lei para taxar a Remessa de Lucros e o Capital estrangeiro; b) apoio a Leonel Brizola em questão comercial, pois o governo federal cancelou a concessão de lavra do minério de ferro da empresa Hanna Corporation (EUA) e apoiou a desapropriação da CIA Telefônica Nacional, subsidiária da ITT (também dos EUA), promovida pelo governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, que já havia feito o mesmo com a CIA de Energia Elétrica Rio-Grandense, subsidiária da AMFORP (EUA); c) política externa adotada foi uma continuação da política independente iniciada por Jânio, com ligações com a URSS e a abstenção durante votação para expulsar Cuba, da Organização dos Estados Americanos em janeiro/

12 Unidade: Governo de Jânio/João Goulart e o Plano Trienal Política econômica e crise política/fracasso do Plano Trienal Apesar de todas as mudanças e dificuldades os resultados (em 1961) das mudanças praticadas pelo governo de Tancredo Neves podem ser classificados como razoáveis. A inflação, por exemplo, atingiu 30%, o PIB apresentou crescimento de 8,6%, próximo ao atingido em 1960, a formação bruta de capital fixo chegou a 13,1% (em comparação com 15,7% de 1960) e o Balanço de Pagamentos registrou acumulação de US$ 307 milhões referente a divisas, devido á renegociação da dívida externa. Mesmo contando com resultados razoáveis, o Primeiro-Ministro Tancredo Neves renunciou ao cargo e a mesma foi coletiva, já que todos do gabinete o seguiram. As principais causas para a renúncia foram o aumento das despesas públicas, devido o aumento dos déficits das empresas estatais do setor de transportes, aumento da expansão monetária e divergências com o Presidente Goulart sobre a questão da reforma agrária. O nome de Santiago Dantas, indicado para suceder Tancredo Neves, foi rejeitado pelo Congresso. A interpretação usual é de que isto teria resultado da insatisfação dos congressistas mais conservadores com a sua atuação no Ministério das Relações Exteriores. ABREU (2004) Com a renúncia de Tancredo Neves e a impossibilidade de Santiago Dantas assumir o cargo, a nova equipe ministerial assumiu o posto em julho de 1962, tendo a frente o Primeiro- Ministro Francisco de Paula Brochado da Rocha. Brochado da Rocha apresentou um programa econômico cujo objetivo era muito audacioso: estabilizar a inflação em 60% em 1962 e 30% para o ano de Porém, a apresentação de seu programa de governo em agosto de 1962, continha propostas vagas e muito óbvias. Além disso, seu plano de governo contava com um pilar : ele desejava obter poderes especiais do Congresso para legislar sobre diversos temas. Mas não conseguiu obter esses poderes do Congresso e em setembro de 1962 pediu demissão. Com a renúncia de Brochado da Rocha, foi criada uma equipe de transição até o Plebiscito, chefiada por Hermes Lima, que ocupou o cargo até o fim do Parlamentarismo, em janeiro de Levando em consideração esse cenário político controverso e turbulento, o resultado dos principais indicadores econômicos em 1962 seguiu a mesma linha, a saber: a) expansão dos meios de pagamento de 4% ao mês e em dezembro aumentou para 13% ao mês; b) o PIB caiu para 6,6% (8,6% em 1961); c) a inflação mensal chegou a quase 50% (49,4%). 12

13 Diante desses resultados, foi apresentado no final de 1962 sob a coordenação de Celso Furtado, então Ministro Extraordinário para Assuntos do Desenvolvimento Econômico, o Plano Trienal, baseado no diagnóstico de excesso de demanda via gasto público. A política de desenvolvimento do plano foi planejada para o triênio , com os seguintes objetivos: 1) Assegurar uma taxa de crescimento da renda nacional compatível com as expectativas de melhoria de condições de vida; 2) Reduzir progressivamente a pressão inflacionária; 3) Criar condições para que os frutos do desenvolvimento se distribuam de maneira cada vez mais ampla pela população; 4) Intensificar substancialmente a ação do Governo no campo educacional, da pesquisa científica e tecnológica, e da saúde pública; 5) Orientar adequadamente o levantamento dos recursos naturais e a localização da atividade econômica; 6) Eliminar progressivamente os entraves de ordem institucional responsáveis pelo desgaste de fatores de produção; 7) Encaminhar soluções visando a refinanciar adequadamente a dívida externa; 8) Assegurar ao Governo uma crescente unidade de comando dentro de sua própria esfera de ação; Com efeito, após o anúncio do referido plano econômico, houve grande expectativa de controle de preços e por isso, ocorreu um aumento de mais de 20% no índice de preços por atacado e 11% em 02/1963. Ademais, o preço do trigo aumento 70% e os derivados do petróleo aumentaram 110% devido o fim do subsídio governamental. No cenário político, setores de esquerda efetuaram fortes críticas, pois achavam que a política econômica tenha se rendido aos interesses norte-americanos. A posição do governo em manter o fim dos subsídios ao trigo e petróleo durou até o final do abril de Além disso, o governo aumentou em 60% o salário do funcionalismo e em 56,25% o salário mínimo. Em outras palavras, parece que o governo desejava mudar, mas nem tanto... Ao menos o setor externo trouxe uma boa notícia, o resultado da visita de Santiago Dantas aos EUA. Bem, a notícia também não foi tão boa assim, já que ficou acertado o empréstimo de US$ 398,5 milhões com liberação imediata de apenas US$ 84 milhões, sendo que US$ 30 milhões deveriam ser utilizados para a compensação da empresa ITT, além de acordo para a indenização da AMFORP. 13

14 Unidade: Governo de Jânio/João Goulart e o Plano Trienal Política econômica e crise política/fracasso do Plano Trienal Em direção ao fim do governo de Goulart, notou-se uma conjuntura política permeada pela falta de sustentação política, denotada através da rotatividade nos cargos políticos, pelas tentativas de ações populistas, como o comparecimento em comício da esquerda e a regulamentação do capital estrangeiro, a expansão monetária e descontrole de gastos nas contas públicas que se tornaram evidentes a partir de maio/1963 e o fim do apoio dos militares, devido á demora no episódio da rebelião dos sargentos da Marinha. Em face de todo esse descontrole quais seriam os resultados do Plano Trienal? a) Fracasso enorme: tanto no que se refere ao incentivo ao desenvolvimento econômico como na parte concernente ao combate ao processo inflacionário; b) Inflação: programada para 1963 era de 25% e o IGP apresentou no referido ano um crescimento de 78%; c) PIB: A taxa de crescimento do PIB foi a mais baixa já conhecida desde que estimativas regulares deste agregado passaram a ser realizadas pela FGV, a partir de 1947: apenas 0,6%, enquanto a programação estabelecida pelo Plano visava um crescimento de 7%; d) Déficit de caixa do Tesouro Nacional: atingiu Cr$ 500 bilhões, praticamente o dobro do valor programado: Cr$ 300 bilhões; e) Meios de pagamento: com expansão prevista de 34%, cresceram de 65%, alimentados pela expansão do déficit do Tesouro e do crédito ao setor privado, cuja expansão também foi notável, crescendo de 54% os empréstimos do Banco do Brasil ao setor privado não bancário. A 31 de março de 1964, os militares iniciaram um processo de rebelião que durou até 1985 e ficou conhecido o golpe de 64. Em 31 de março de 1964 teve início a rebelião militar que, com amplo apoio do empresariado, da classe média e respaldo ou omissão da maioria parlamentar, pôs fim à Terceira República. O remendo constitucional de 1961 e seu corolário, o referido de 1963, mostraram-se insuficientes para impedir a ruptura da ilegalidade constitucional. ABREU (2004) 14

15 Material Complementar ABREU, M. P. A Ordem do Progresso: Cem Anos de Política Econômica Republicana, Rio de Janeiro: Campus, 2004, capítulo VII VIII (Inflação, Estagnação e Ruptura). MACEDO, Roberto Brás M. Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico Social ( ). In: LAFER, Betty Mindlin (Org.) Planejamento no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1970, p MESQUITA, Mário Magalhães Carvalho, Brasil : Inflação, estagnação e ruptura, Texto para Discussão 569, Departamento de Economia, PUC-Rio, março de MINISTÉRIO EXTRAORDINÁRIO DO PLANEJAMENTO. (1962), Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social (Síntese). Brasília, PARKER, Phyllis R. O papel dos Estados Unidos no golpe de Estado de 31 de março. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, p. REZENDE, André Lara. A política brasileira de estabilização, 1963/1968. Pesquisa e Planejamento Econômico, Rio de Janeiro: IPEA, dez. 1982, p Disponível em b_public&use=sh&disp=list&sort=on&ss=new&arg=paeg SILVA, Hélio. (1974), Os presidentes: João Goulart: golpe e contragolpe ( ). São Paulo: Grupo de Comunicação Três, TOLEDO, Caio Navarro. (1993), O governo João Goulart e o golpe de 64. São Paulo: Brasiliense,

16 Unidade: Governo de Jânio/João Goulart e o Plano Trienal Política econômica e crise política/fracasso do Plano Trienal Referências ABREU, M. P. A Ordem do Progresso: Cem Anos de Política Econômica Republicana, Rio de Janeiro: Campus, 2004, Capítulo VIII (Democracia com desenvolvimento). Páginas 197 a 212. GREMAUD, Amaury Patrick & SANDOVAL, Marco Antonio & TONETO Jr, Rudinei. Economia Brasileira Contemporânea. 7. ed. São Paulo: Atlas, Página 371 a

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