O Plano Real. Economia Brasileira 12. Tharcisio Bierrenbach de Souza Santos
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- Cármen Klettenberg Antunes
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1 O Plano Real Economia Brasileira 12 Tharcisio Bierrenbach de Souza Santos
2 Plano Real - 1 apresentado em dezembro/93, continha dois pontos fortes: ajuste fiscal; e, novo sistema de indexação que levaria a uma nova moeda. principais pontos do ajuste fiscal: elevação geral de impostos de 5%; contingenciamento da receita fiscal: 15% do volume arrecadado iria para o Fundo Social de Emergência. corte de US$ 7,0 bilhões nas despesas de custeio e no investimento público, bem como nas empresas estatais. fevereiro de 94 : URV, vinculada ao dólar na paridade 1:1. contratos, impostos e preços expressos em URV e liquidados em cruzeiros reais. 2
3 Plano Real - 2 julho/94 - criada nova moeda, denominada real, cujo valor coincide com o da URV: R$ 1,00 = US$ 1 = CR$ 2.750,00 governo não fez congelamento de preços, e os preços começaram a declinar. ancora cambial: liberação de importações, redução de alíquotas do imposto aduaneiro provocou redução nos preços de produtos industriais e agrícolas pela concorrência no mercado interno. ancora monetária: política monetária restritiva. 3
4 Plano Real - 3 compulsório de 100% sobre as novas captações de recursos pelo sistema financeiro. expansão monetária rigidamente controlada. juros elevados para inibir consumo e conter estocagem especulativa. convergência dos preços aos padrões internacionais, mais rápida para os produtos que para os serviços. grande entrada de recursos do exterior provocou queda nas cotações da moeda estrangeira - paridade alcançou R$ 0,85=US$
5 Plano Real 4 elevação de 28% no consumo de produtos básicos, em conseqüência da estabilização. crescimento das importações no segundo semestre de 94 provocou criação de um déficit comercial no início de câmbio: introdução do sistema de bandas cambiais, em abril/95, provoca severa perda de reservas no primeiro semestre de 95, superada rapidamente. último trimestre de 95 em diante: aumentou ingresso de recursos no país. ingresso de capitais permitiu financiar o déficit de transações correntes, cerca de US$ 12 bilhões em 97. 5
6 Indicadores - 1 crescimento da dívida interna, provocada pela emissão títulos para enxugar o mercado (US$ 108 bilhões em 94 para US$ 326 bilhões em 1998). inflação baixando persistentemente, de 1.173% em 94, para 4,8% em 97 e 0% a.a. em investimentos estrangeiros subiram para US$ 59,3 bilhões no período. balança comercial ancora cambial contribuiu para que o superávit de US$ 10 bilhões em 94 se transformasse em um déficit de US$ 8,4 bilhões em
7 Evolução do PIB US$ Milhões Fonte: Banco Central 7
8 Taxas de Variação do PIB setorial , ,1 1,9 1,3 3,3 3,1 2,3 4,7 2,6 1,3 0,9 2,0 2,2 4,8 3,8 5,8 5,5 1,8 2,6 1, ,8-1,0-0,5-2, Fonte: Banco Central Agropecuária Indústria Serviços 8
9 Invest. Estrangeiros US$ milhões IED IEP Fonte: Banco Central 9
10 Inflação Anual IGP/DI , , , ,41 5,81 8,69 9,86 0 0, Fonte: Banco Central 10
11 Indicadores - 2 em 1998: déficit comercial de US$ 6,6 bilhões. crescimento do PIB passou de 5,9% em 94 para, no máximo, 1% em elevação do desemprego: de 5,4% da PEA para 8 % em 98. déficit orçamentário nominal: de 7,2% para 7,8% do PIB em 98. déficit em conta corrente: evoluiu de 0,3% para 4,1% do PIB, atingindo US$ 34,9 bilhões em
12 Relação Exportações/PIB 14% 13,14% 12% 11,42% 10% 8% 6,59% 6,56% 8,95% 9,15% 6% 6,16% 6,49% 4% 2% 0% Fonte: Banco Central 12
13 As Reformas Estruturais 1 aprovação, entre 1995 e 1998, de um conjunto de emendas à Constituição: quebra do monopólio estatal do petróleo; quebra do monopólio das telecomunicações; criação das Agências Reguladoras (Energia Elétrica, Petróleo e Tele-comunicações) privatização das empresas estatais de energia elétrica; estatuto da mineração: empresas estrangeiras voltam ao setor. 13
14 As Reformas Estruturais 2 privatização de empresas públicas no valor de US$ 54 bilhões. previdência social - várias causas de déficit persistente: aumento da expectativa média de vida. aposentadorias especiais: políticos, magistrados, etc. pequena contribuição de funcionários públicos. concessão de benefícios a não contribuintes. ineficiência administrativa. 14
15 As Reformas Estruturais 3 reforma da previdência prevista para dois estágios: supressão de privilégios e fim da aposentadoria por tempo de serviço; e, modificação mais profunda, com redução do teto de aposentadoria, introdução do sistema complementar e cobrança de contribuição de inativos. a segunda etapa deveria ser cumprida com a maior brevidade, antes de 2.004, sob pena do sistema voltar a ser inviável. grande dificuldade de aprovação da reforma administrativa. 15
16 As Reformas Estruturais 4 objetivo da reforma administrativa era de revogar o princípio de estabilidade para funcionários públicos, para permitir uma redução nas despesas de custeio dos estados. houve grande resistência às reformas, por parte do funcionalismo e da oposição. reforma foi aprovada, bem como a lei complementar correspondente, mas não ocorreu a desejada redução do tamanho da máquina estatal. já em 1998 constatava-se que além dessas mudanças seria necessário promover uma reforma tributária, a reforma do judiciário e uma reforma política. 16
17 Comércio Exterior US$ milhões Balança Comercial Balanço de Serviços Conta-Corrente Fonte: Banco Central 17
18 O Setor Financeiro 1 a queda da inflação e desaparecimento do floating como receita importante (US$ 9,0 bilhões em 1993 para US$ 450 milhões em 1995). redução da participação do setor no PIB, de 26%, para cerca de 7% em aumento na inadimplência e dificuldades de liquidez para diversas instituições. em 1995 surgiu o PROER para estimular a fusão e incorporação de bancos e fortalecimento do sistema. na sequência foi criado o PROES, para acelerar o processo de saneamento dos bancos comerciais estaduais. 18
19 O Setor Financeiro 2 a partir do PROER, ocorreu um ingresso maciço de players internacionais no setor, via aquisições: Unibanco adquiriu o Banco Nacional; Santander - Banco Geral do Comércio e Banco Noroeste; Excel adquiriu o Banco Econômico; BBV absorveu o Excel Econômico; HSBC Bamerindus; Caixa Geral de Depósitos absorveu o Bandeirantes. Banco ABN-Amro comprou o Banco Real. ocorreu também a privatização de bancos estaduais, que se constituíam em verdadeiras fontes de emissão de recursos: Banerj, Credireal, BEMGE, Meridional e Banespa. 19
20 O Setor Financeiro 3 Bradesco adquiriu o BCN, Boa Vista e, posteriormente o Banco Mercantil de S. Paulo, o Banco Cidade de S. Paulo e incorporou o BBV. Itaú adquiriu o BFB, os estaduais BEMGE, Credireal e BANERJ e, posteriormente, o BBA. UNIBANCO absorveu o Banco Bandeirantes, trocando ações com a Caixa Geral de Depósitos. leilão de privatização do Banespa foi vencido pelo Banco Santander. O Banco SUDAMERIS absorveu o Banco América do Sul, sendo posteriormente transferido para o ABN-Amro. 20
21 O Setor Financeiro 4 também na área de bancos de investimento, ocorreu a entrada de players estrangeiros: Credit Suisse/ 1st Boston - Garantia; Nations - Banco Liberal Bank of America UBS - Banco Omega ; American Express - Banco SRL. em 2002/03 verificou-se uma reversão na tendência de internacionalização do sistema financeiro, com a saída de várias instituições. Em 2005/06 o processo de aquisições voltou a ser reforçado, com a venda do Lloyd s Bank para o HSBC, a transferência do Bank Boston (Bank of America) para o Banco Itaú, a venda do Banco Pactual para o UBS. 21
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